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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, maio 18, 2010
Carlos Marighella ganha título de cidadão paulistano
Carlos Marighella ganha título de cidadão paulistano
O jornalista Pedro Venceslau relembra, na edição de novembro da revista "Fórum", as circunstâncias da morte de Carlos Marighella, lendário líder comunista - que rompeu com o velho PCB e, nos anos 60, ajudou a criar a ALN (grupo guerrilheiro que lutou contra a ditadura militar). No próximo dia 4, completam-se 40 anos da morte de Marighella - assassinado numa emboscada chefiada pelo delegado Fleury, em São Paulo. Quem se interessa pelo assunto pode ler "O Batismo de Sangue", de Frei Betto. O livro conta como a prisão de religiosos da ordem dominicana em São Paulo (barbaramente torturados) ajudou a polícia a localizar Marighella. O líder da ALN vai virar filme em 2010. E ganhará também o título de cidadão paulistano. Tudo isso você confere na "Fórum".
José Bonifácio: abolicionista no Brasil das senzalas
José Bonifácio pensou o Estado brasileiro, comandou o processo ao lado de Dom Pedro I. Pensou o Estado, mas pensou também a Nação. E essa é sua maior grandeza. Sim, pouca gente sabe mas Bonifácio era um reformista. Na época em que a maioria da elite brasileira apostou numa independência que mantivesse a estrutura escravista intacta, ele seguiu rumo oposto. Na Consituinte de 1823, Bonifácio pregou a Abolição da Escravatura. Apresentou um projeto corajoso e coerente com esse objetivo. Perdeu. Acabou exilado. Mais tarde, a elite tentou recuperar o mito do "Patriarca" da Independência. O Bonifácio que interessa é outro: o reformista, o pensador que deu a cara a tapa, o Abolicionista que arriscou o pescoço e o pretígio num Brasil senzaleiro.
As pedras do cais já não são o único monumento para o Almirante Negro
“Salve, o navegante* negro, que tem por monumento as pedras pisadas do cais”. Se você tem mais de 30 anos, já deve ter ouvido esses versos, na interpretação belíssima de Elis Regina. A letra de Aldir Blanc conta a história de um dos heróis do povo brasileiro.
No Irã, gol de placa: como em 58, Brasil se emancipa
No Irã, gol de placa: como em 58, Brasil se emancipa
Na madrugada dessa segunda-feira, Brasil, Irã e Turquia conseguiram fechar o acordo nuclear. Era a última chance dada a Lula para o diálogo com o Irã. Caso contrário, começariam as sanções.
O presidente brasileiro reafirmou sua posição de prestígio internacional.
Como estamos em véspera de Copa, vou adotar o estilo Lula de metáforas futebolísticas: a política externa do governo dele, conduzida por Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia, lembra o futebol jogado pelo Brasil em 58.
Até então, padecíamos do famoso complexo de vira-lata. Diante de um sueco ou de um alemão, o brasileiro gania, com sua inferioridade à flor da pele. A geração de 58 tinha um rei. Pelé. O jovem rei fez tabelinha com Didi, Garrincha, Zito, Gilmar, Nilton e Djalma Santos. E, assim, o complexo de vira-lata se foi.
O Brasil, na política externa, sofria de um tremendo complexo do vira-lata - especialmente sob o governo tucano. O Brasil tirava os sapatos e gania sua humildade diante dos gringos.
Como em 58, o Brasil de Lula deixou o complexo pra trás. Sem intermediação de EUA, França, ou Inglaterra, o Brasil de Lula conversou com o Irã e a Turquia. O Brasil cresceu. O Brasil calçou os sapatos e agora caminha com firmeza pelo cenário internacional.
Para ódio dos apedeutas que babam de raiva (ou inveja?) na "Veja", e comparam Lula a Wagner Love. Lula está mais para Pelé.
Entretanto, no acordo nuclear com o Irã nem tudo está garantido. Ao contrário da Copa, na política externa o jogo não acaba nunca. É o que mostra o texto de Flávio Aguiar, escrito para a rede Brasil Atual.
IRÃ: GOL DE PLACA DO BRASIL -
Por Flávio Aguiar
Já ninguém acreditava. Eram os 29 minutos da prorrogação. Logo viriam os pênaltis. Todos, é claro, batidos contra o mesmo gol, onde o goleiro Mahmoud ia tentar defender todas, nem que fosse no gogó. A capitã Hillary Clinton já convocava os batedores: Sarkozy, da França, Cameron, do Reino Unido, Merkel, da Alemanha, e os contrafeitos Putin, da Rússia e Jin Tao, da China.
Foi quando Amorim e Luis Inácio entraram tabelando na área, um lançou para o outro, que deu um chapéu em Hillary, retrucou para o um, que fez uma embaixada e botou na frente do gol: os centroavantes Ahmadinejad e Erdogan conseguiram evitar bater cabeça, e cabecearam juntos para as redes. Gol do Brasil!!!!, numa jogada que deixou tiririca a galera do contra que, dos camarotes da mídia conservadora, jurava que não ia dar certo e só falava em gafes do time brasileiro.
A turma da miopia congênita levantava tudo que era argumento possível contra a participação do Brasil na tentativa de abrir uma porta para que se resolva o impasse nuclear do Irã. Dizia ela que o Brasil não tinha nada a ver com isso, que a questão nuclear no Oriente Médio não interessava ao Brasil (!), que era uma questão menor (!!), que o Brasil não tem qualquer interesse no Irã, etc. e tal. Ficaram roendo as unhas até os cotovelos e mordendo pé de mesa.
Nem tudo são flores no Irã liderado pelo Conselho dos Aiatolás (que é onde está de fato o poder) e por Ahmadinejad, um político esperto de estilo populista que se posicionou no espaço vazio entre a política religiosa do país, o povão ainda assolado pela pobreza, a classe média emergente e o cenário internacional, onde pretende despontar como um líder de âmbito regional, mas de alcance internacional.
Este é o nó da questão. O Irã, com uma das maiores reservas de petróleo e gás do mundo, com reservas de urânio consideráveis, um parque industrial já significativo, 70 milhões de habitantes mais ou menos, um PIB de 336 bilhões de dólares, pode vir a se tornar uma potência emergente, desestabilizando área onde os Estados Unidos e seus aliados mantém um controle instável sobre governos – todos, não só o Irã – questionáveis do ponto de vista de uma democracia.
É claro que o campeonato não terminou. Possivelmente os governos norte-americano e israelense farão tudo para desacreditar o acordo feito entre a Turquia e o Irã, com o aval e a mediação do Brasil. É claro também que Turquia e Irã terão de se concentrar em honrá-lo. Se não fizerem, a partida será anulada. É muito possível também que os Estados Unidos queiram impor, através do Conselho de Segurança da ONU, novas sanções ao Irã. Mas já ficou mais complicado obter a carta branca pró-ativa que queriam da Rússia e da China.
De certo modo, há uma certa necessidade por parte dos “grandes” ocidentais do Conselho de Segurança, de impor sanções ao Irã. É uma demonstração de força, por parte de países cuja hegemonia, sobretudo a dos EUA, indiscutível no plano militar, vem sendo cada vez mais posta em dúvida no plano político. O que Hillary Clinton pretendia, além de conter o ímpeto do Irã, era “realinhar” o seu time, muito disperso e tomado por disputas internas, como a da França e da Alemanha em torno do euro. É verdade, ela terá razão em reclamar: a jogada do Brasil atrapalha esse esforço, não resta dúvida. Mas não custa lembrar que o assunto está na competência do Brasil, que ora tem um mandato temporário de dois anos no Conselho de Segurança da ONU.
Aos descontentes com os novos ventos na política externa brasileira, resta ainda o argumento de que tudo isso não passa de uma encenação para que Lula ganhe o prêmio Nobel da Paz. É cedo para fazer prognósticos. Mas e daí, se ganhar? Aí não haverá cotovelo nem unha que chegue.
A Integra do Acôrdo Irã, Turquia e Brasil sil sil sil
17/05/2010 - 13:44h Veja a íntegra da declaração conjunta assinada por Brasil, Irã e Turquia
estadão.com.br
Declaração Conjunta de Irã, Turquia e Brasil – 17 de maio de 2010
Tendo-se reunido em Teerã em 17 de maio, os mandatários abaixo assinados acordaram a seguinte Declaração:
1. Reafirmamos nosso compromisso com o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e, de acordo com os artigos relevantes do TNP, recordamos o direito de todos os Estados-Parte, inclusive a República Islâmica do Irã, de desenvolver pesquisa, produção e uso de energia nuclear (assim como o ciclo do combustível nuclear, inclusive atividades de enriquecimento) para fins pacíficos, sem discriminação.
2. Expressamos nossa forte convicção de que temos agora a oportunidade de começar um processo prospectivo, que criará uma atmosfera positiva, construtiva, não-confrontacional, conducente a uma era de interação e cooperação.
3. Acreditamos que a troca de combustível nuclear é instrumental para iniciar a cooperação em diferentes áreas, especialmente no que diz respeito à cooperação nuclear pacífica, incluindo construção de usinas nucleares e de reatores de pesquisa.
4. Com base nesse ponto, a troca de combustível nuclear é um ponto de partida para o começo da cooperação e um passo positivo e construtivo entre as nações. Tal passo deve levar a uma interação positiva e cooperação no campo das atividades nucleares pacíficas, substituindo e evitando todo tipo de confrontação, abstendo-se de medidas, ações e declarações retóricas que possam prejudicar os direitos e obrigações do Irã sob o TNP.
5. Baseado no que precede, de forma a facilitar a cooperação nuclear mencionada acima, a República Islâmica do Irã concorda em depositar 1200 quilos de urânio levemente enriquecido (LEU) na Turquia. Enquanto estiver na Turquia, esse urânio continuará a ser propriedade do Irã. O Irã e a AIEA poderão estacionar observadores para monitorar a guarda do urânio na Turquia.
6. O Irã notificará a AIEA por escrito, por meio dos canais oficiais, a sua concordância com o exposto acima em até sete dias após a data desta Declaração. Quando da resposta positiva do Grupo de Viena (EUA, Rússia, França e AIEA), outros detalhes da troca serão elaborados por meio de um acordo escrito e dos arranjos apropriados entre o Irã e o Grupo de Viena, que se comprometera especificamente a entregar os 120 quilos de combustível necessários para o Reator de Pesquisas de Teerã.
7. Quando o Grupo de Viena manifestar seu acordo com essa medida, ambas as partes implementarão o acordo previsto no parágrafo 6. A República Islâmica do Irã expressa estar pronta – em conformidade com o acordo – a depositar seu LEU dentro de um mês. Com base no mesmo acordo, o Grupo de Viena deve entregar 120 quilos do combustível requerido para o Reator de Pesquisas de Teerã em não mais que um ano.
8. Caso as cláusulas desta Declaração não forem respeitadas, a Turquia, mediante solicitação iraniana, devolverá rápida e incondicionalmente o LEU ao Irã.
9. A Turquia e o Brasil saudaram a continuada disposição da República Islâmica do Irã de buscar as conversas com os países 5+1 em qualquer lugar, inclusive na Turquia e no Brasil, sobre as preocupações comuns com base em compromissos coletivos e de acordo com os pontos comuns de suas propostas.
10. A Turquia e o Brasil apreciaram o compromisso iraniano com o TNP e seu papel construtivo na busca da realização dos direitos na área nuclear dos Estados-Membros. A República Islâmica do Irã apreciou os esforços construtivos dos países amigos, a Turquia e o Brasil, na criação de um ambiente conducente à realização dos direitos do Irã na área nuclear.
Manucher Mottaki,
Ministro dos Negócios Estrangeiros da República Islâmica do Irã
Ahmet Davutoglu,
Ministro dos Negócios Estrangeiros da República da Turquia
Celso Amorim,
Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil
O “Guardian” perfilou Romário, destacando que ele agora “joga pelo poder político”, candidato pelo PSB e tendo Lula por ídolo político
“a escolha certa para os EUA no fim pode ser receber bem a troca de combustível anunciada
Medvedev diz a Lula que se abriu novo caminho
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
O presidente russo, Dmitri Medvedev, disse ontem por telefone a seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que o pacote de sanções ao Irã, por causa de seu programa nuclear, já estava praticamente pronto, mas que o acordo alcançado em Teerã “abre a possibilidade de outro caminho”.
Medvedev não deixou, no entanto, de expressar uma ponta de ceticismo, ao dizer que o Irã precisa ainda enviar “uma mensagem forte” ao mundo a respeito de suas intenções na área nuclear.
O relato da conversa telefônica combina com as declarações que o russo fez na Ucrânia: sem tal mensagem, disse, “as inquietações da comunidade internacional continuarão”.
Por isso mesmo, Medvedev informou a Lula que ligaria para o presidente Barack Obama para sugerir um tempo para analisar melhor o acordo.
A posição de Medvedev é particularmente importante porque a Rússia, que tem direito a veto no Conselho de Segurança da ONU, já havia sido convencida a dar seu apoio às sanções, desde que não fossem rígidas demais.
Se a Rússia recua ou pede tempo, reduz-se o espaço para que as sanções sejam aprovadas nas próximas semanas, como pretendem os EUA.
Medvedev sugeriu que também Lula ligasse para Obama.
Hillary
O diálogo dificilmente será diferente do que o seu chanceler Celso Amorim manteve ontem com Hillary Clinton, a secretária de Estado americana.
Amorim limitou-se a dizer que sua colega americana manifestara dúvidas a respeito do acordo. O chanceler explicou a Hillary que o acordo de Teerã era um fato novo, na medida em que o Irã “pôs no papel coisas que não tinha posto antes”.
Aos jornalistas Amorim explicitou as novidades: pela primeira vez, por escrito, o Irã define uma quantidade de urânio a enviar a um outro país. Além disso, não estabeleceu condição prévia para fazê-lo (antes, pretendia receber urânio enriquecido antes ou ao mesmo tempo em que enviava seu urânio pobremente enriquecido).
Amorim não ficou em Madri, para a cúpula União Europeia-América Latina/Caribe. Só fez uma escala técnica.
Na volta a Brasília, vai “dar muitos telefonemas, para exercitar a transparência na negociação”. E não descarta uma nova viagem, para dar prosseguimento às negociações.
Lula também está dando telefonemas: ontem falou, além de Medvedev, com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, com o qual conversará hoje ao vivo.
Postado por Luis Favr Brasil, diplomacia, energia nuclear, Internacional, Irã, Russia
Toda Mídia
NELSON DE SÁ –
Obama reluta
A reunião de pauta do “New York Times”, que agora é postada em vídeo, priorizou ontem pela manhã o acordo no Irã _e descobrir a posição dos EUA. No mesmo “NYT”, no fim do dia, em reportagem de oito correspondentes, “o acordo negociado por Turquia e Brasil espelha o acordo com o Ocidente em outubro, mas está longe de ficar claro se o governo Obama vai concordar com ele agora”. Fechando o texto, “se tiver êxito, o acordo vai ampliar e sublinhar a ascensão da Turquia e do Brasil como forças globais”. O “Financial Times”, otimista, apoiou o acordo em editorial, afirmando que pode bem se mostrar a saída para o impasse com o Irã.
Já o site do “Washington Post” destacou “análise” crítica, “Irã cria ilusão de avanço”, e só. E o “Wall Street Journal” adiantou editorial crítico não só a Brasil, Turquia e Irã, mas aos EUA. Diz que Lula “triangulou sua própria solução diplomática” e, “em seu primeiro pôquer de aposta alta, a secretária Hillary Clinton deixa a mesa vestindo só um barril”.
POR QUE O BRASIL
O Council on Foreign Relations, de NY, a instituição mais influente sobre a política externa dos EUA, destacou no fim do dia a avaliação de que o “incompleto” acordo “põe EUA e seus parceiros europeus em situação difícil”, mas “a escolha certa para os EUA no fim pode ser receber bem a troca de combustível anunciada”.
No segundo destaque do CFR, o acadêmico brasileiro Matias Spektor postou “Por que o Brasil é o mediador”, dizendo que “a visão em Brasília é que os problemas que antes podiam ser ignorados agora exigem resposta”, num momento em que se “redefinem seus interesses nacionais, como é normal para potências em ascensão”.
Favre
SS erra
DESVALORIZAÇÃO DO FUNCIONALISMO PÚBLICO
PROFESSORES, TRABALHADORES DA SAÚDE, DA JUSTIÇA ESTADUAL, POLICIAIS, MILITARES E CIVIS, DELEGADOS
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