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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, março 11, 2011

Não adiantou fugir. Kassab enfrenta protestos até em Paris


Não adianta fugir, Kassab
Na França, Kassab é surpreendido por protesto contra aumento do ônibus em SP
São Paulo – Solidários aos ativistas contrários ao aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, um grupo de manifestantes aproveitou a visita oficial do prefeito Gilberto Kassab (DEMo) a Paris para protestar em frente à entrada da Feira Internacional dos Profissionais do Setor Imobiliário.
A manifestação ocorreu na terça-feira (8). Nesta quarta (9), Kassab apresentou na feira dois projetos, o Nova Luz e o Centro de Convenções que pretende construir em Pirituba, conhecido como Piritubão.
Na capital paulista, manifestantes foram às ruas em uma série de manifestações contra o aumento da tarifa de R$ 2,70 para R$ 3. A última passeata reuniu 1.500 pessoas e percorreu a Avenida Paulista, caminhando depois para o centro da cidade, sede da Prefeitura. Na quinta-feira (10), o movimento promete fazer um ato diante da residência de Kassab (DEMo), com concentração na frente do Shopping Iguatemi a partir das 17h.
*conversaafiada

Luiz Inácio Superstar

Eu sei que todo mundo escreve Gorbachev, mas o fato de muita gente acreditar em algo não faz disso verdade.
O nome do moço é Михаил Горбачёв e a pronúncia é essa:
Lula será homenageado por Gorbachov, junto com Bono e Spielberg
Entre as personalidades que receberão prêmio idealizado por Mikhail Gorbachov estão o criador do celular e o fundador do Google
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vocalista do U2, Bono, e o cineasta americano Steven Spielberg estão entre as nove personalidades que serão homenageadas na primeira edição Prêmio Mikhail Gorbachov, de acordo com anúncio feito nesta quinta-feira. Lula foi escolhido em uma das três categorias do prêmio, criado pela Fundação Gorbachev como parte das comemorações do 80º aniversário do ex-líder soviético, no dia 2 de março
Na categoria "Perestroika" (Reconstrução), que premia a "contribuição ao desenvolvimento da civilização global", receberão a homenagem Lula, o cientista britânico Tim Berners-Lee, considerado o precursor da internet, e o empresário americano Martin Cooper, criador do telefone celular.
Bono, Spielberg e o fundador do canal de notícias CNN, o americano Ted Turner, são os três vencedores do prêmio "Glasnost" (Transparência), concedido a personalidades que contribuíram para o "desenvolvimento da cultura em um mundo aberto".
Por fim, o cientista e empresário americano de origem russa Sergey Brin, um dos fundadores do Google, o filósofo e sociólogo alemão Jürgen Habermas e o engenheiro queniano Evans Wadongo, criador de lâmpadas solares voltadas às classes de baixo poder aquisitivo, receberão o prêmio na categoria "Uskorenie" (Aceleração) "pela contribuição ao desenvolvimento da ciência e tecnologia modernas".
De acordo com Gorbachov, que anunciou os nomes durante uma cerimônia na residência do embaixador britânico em Moscou, a entrega dos prêmios será realizada no dia 30 de março no Royal Albert Hall em Londres.
*esquerdopata

Mais um prêmio para Lula. Lula ganha prêmio espanhol por luta contra pobreza e exclusão social


Ontem foi anunciado que o ex Presidente Lula vai receber prêmio Mikhail Gorbachev.Lula 'foi eleito por mudar o mundo no início do século XXI ao dirigir o renascimento do Brasil'. Leia aqui. Menos de 24 horas depois do anuncio, a agência de notícia EFE, divulgou nesta manhã de sexta feira (11/03), outro prêmio; Lula ganha prêmio espanhol por luta contra pobreza e exclusão social

O ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva foi distinto na Espanha com o 3º Prêmio Liberdade Cortes de Cádiz, criado pela prefeitura local dentro de seu programa Cádiz 2012 para a comemoração do Bicentenário da primeira Constituição espanhola.
A decisão foi divulgada nesta sexta-feira após a reunião do júri Prêmio Liberdade, cujos integrantes decidiram, por unanimidade, outorgar a terceira edição deste prêmio a Lula "por sua impetuosa luta contra a pobreza e a exclusão social".

Fontes municipais informaram em uma nota que o prêmio presta homenagem às pessoas ou instituições públicas ou privadas que se tenham caracterizado pelo aprofundamento, difusão e extensão da liberdade no âmbito ibero-americano ou filipino.

O júri reconhece em Lula,  "seu trabalho por estender esse trabalho de paz, justiça e liberdade a toda região ibero-americana", destacando "a liderança exercidas por Lula em todo o continente para impulsionar a mudança em seu país e servir ao mesmo tempo de exemplo a outras nações, demonstrando que o mal da desigualdade tem cura".

A prefeita de Cádiz, Teófila Martínez, já informou sobre a decisão pessoalmente ao ex-presidente, assim como ao Embaixador do Brasil na Espanha.Segundo as fontes, Lula, que aceita com satisfação o prêmio, o receberá em alguma de suas próximas visitas à Espanha.

A primeira edição do Prêmio Liberdade, em 2009, foi concedida ao então presidente da Colômbia Álvaro Uribe, e a segunda, no ano passado, ao ex-presidente do governo espanhol Adolfo Suárez. 
*osamigosdopresidentelula

Charge do Dia

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quinta-feira, março 10, 2011

Nada como a posição socialdo individuo FHC vergonha nacional

Querido leitor; Você sabia....?


O ex- presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) costuma fazer viagens internacionais com seus assessores. Volta e meia lemos na imprensa as aventuras do tucano em alguma parte do mundo. É comum nessas andanças o tucano, além de fazer   crticas ao ex Presidente Lula, também falar muitas besteiras .

Mas, você sabia que...

Fernando Henrique Cardoso têm as despesas pagas pela União. Ou seja, pelo cofre público da Presidência da República?. No ano passado, o governo federal arcou com diárias para acompanhantes do ex-presidente tucano em eventos na Colômbia e nos Estados Unidos.

E o passeio romântico em Miami, quem pagou?

Ah, o amor…

No mês passado, Fernando Henrique Cardoso foi visto de mãos dadas com sua funcionária, Patrícia Scarlat Gonçalves, secretária do instituto que leva seu nome, o IFHC. Os pombinhos ,descontraidamente, passearam pelos corredores do shopping Aventura, em Miami, um dos mais famosos  da cidade....Quem pagou a conta?
*osamigosdopresidentelula

Isso não merece um Tribunal Penal Internacional?





Bombas sionistas propagam o câncer e más formações em Gaza
Alguns dias atrás, a Assembléia Geral da ONU expulsou a Líbia do Conselho de Direitos Humanos, enquanto os antecedentes da Líbia foram enviados ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra.
A decisão da ONU se baseia em "suposições" e “presunções", porque não havia nenhuma evidência de mortos como foi falado, até então.
Veja aqui os dois pesos da chamada comunidade internacional, quando se trata de analisar o que torna uma das engrenagens mais simbólicas do Imperialismo - o sionismo:
O número de pacientes com câncer e má formação tem aumentado em Gaza, devido ao uso de urânio empobrecido pelo exército israelita, durante o violento ataque ao pobre enclave durante dois anos, segundo fontes médicas.
Após a guerra, os casos de câncer aumentaram mais de 30% em Gaza, informou o correspondente da PressTV esta semana.
"Temos visto um aumento acentuado em pacientes com câncer de sangue e outras doenças. Muitos pacientes vêm de áreas que foram atacadas por aviões israelenses que usaram armas químicas proibidas", disse o oncologista Mohammed Atteya.
O Hospital Shifa, o maior provedor de cuidados de saúde na Faixa de Gaza, tem presenciado recentemente um forte aumento no número de pacientes com câncer.
Os médicos afirmam que a maioria dos pacientes de câncer reside em áreas que foram fortemente bombardeadas durante a ofensiva de Israel sobre Gaza, no inverno de 2008-2009.
O ataque israelense matou 1.400 palestinos e deixou milhares de feridos; a maioria das vítimas era civil.
Naquele momento, os médicos noruegueses, voluntários em hospitais de Gaza, afirmaram que algumas vítimas tinham traços de urânio empobrecido em seus corpos.
Os danos ambientais e a poluição é outro subproduto infeliz da guerra.
As medições do pós-guerra indicam que áreas no enclave são mil vezes mais radioativas do que os níveis normais, e os casos de câncer e má formação começaram a surgir diariamente.
"O número de pacientes com câncer tem aumentado significativamente. Israel usou urânio empobrecido, fósforo branco contra a cidade, que se tornou um campo de testes para essas armas proibidas", disse o especialista ambiental Zekra Ajour.
Um denominador comum entre pacientes com câncer é que eles vivem em áreas que foram fortemente bombardeadas.
Atualmente, a maioria das armas da mais alta tecnologia contém urânio empobrecido e outros metais pesados.
O resíduo de uma arma com urânio empobrecido pode ser espalhado pelo vento, infectando os residentes nas proximidades e contaminando a cadeia alimentar.
De acordo com médicos especialistas e ambientalistas, a população e o meio ambiente da Faixa de Gaza sofreram graves conseqüências do uso de armas proibidas internacionalmente por Israel durante a guerra.

terça-feira, março 08, 2011

A Igreja precisa de uma nova reforma protestante


Por Levon Nascimento


A igreja necessita hoje de uma reforma protestante
Por Eduardo Hoonaert, padre casado, belga, com mais de 5O anos de Brasil, historiador e teólogo, mais de 20 livros publicados. Mora em Salvador. Dedica-se agora ao estudo das origens do cristianismo. Agência Adital
A igreja católica hoje tem necessidade urgente de ‘protestantes’, ou seja, de pessoas que - na linha de personalidades dos séculos XV-XVI como Hus, Wycliff, Lutero, Zwingli, Calvino, Karlstadt, Münzer, Erasmo e Morus - protestam contra a condução da igreja católica pelos seus mais altos representantes em Roma. Está na hora de se resgatar o genuíno espírito protestante, exemplarmente representado por Martinho Lutero. Teço aqui algumas considerações em torno de seu trabalho de reforma da igreja católica em seu tempo.
1. De início, Lutero pensava em aproveitar de uma viagem a Roma para alertar o papa diante dos abusos cometidos por pregadores de indulgências. Portanto, sua primeira intenção não era formar uma igreja separada de Roma, mas reformar a igreja existente. Mas ele se decepcionou. Os burocratas do Vaticano não queriam ouvir falar de eliminar ou mesmo diminuir os lucros provenientes da venda de indulgências. Lutero resolveu então passar por cima de Roma e ir direto ao cristianismo bíblico.
2. Ele se mete imediatamente a trabalhar. Ao longo de 14 anos empreende a tarefa gigantesca de traduzir a bíblia em língua alemã. Refugiado no castelo de um príncipe amigo, ele manda de vez em quando alguém à cidade a fim de anotar, na feira, palavras utilizadas por vendedores de produtos agrícolas e que, em sua opinião, são adequadas a traduzir em alemão as palavras que ele encontra em hebraico, grego ou latim nos textos bíblicos. Pois Deus tem de falar a língua do povo. A paixão de Lutero pela tradução da bíblia em língua alemã faz dele um dos principais formadores dessa língua, tal qual ainda é falada hoje. Esse árduo trabalho intelectual é a melhor resposta de Lutero aos que dizem que ele é sonhador, idealista, e que seu projeto não tem futuro. É como se ele argumentasse: ‘Eu não sonho, trabalho. Faço o que posso para mudar as coisas, por mínima que seja minha contribuição’. Eis o que ele entende por ‘viver da fé’ (o justo vive da fé). Como Abraão, o primeiro homem (pelo menos na tradição bíblica) a viver da fé, Lutero vive da convicção de que as coisas podem mudar.
3. O filósofo Ernst Bloch escreveu um livro (‘Thomas Münzer, um teólogo da revolução’, 1921) em que ele critica Lutero por não ter participado da guerra dos camponeses. Em sua opinião, foi uma lamentável omissão. Mas há uma frente de combate em que Lutero se meteu e que talvez escape à atenção do filósofo materialista: o combate em terreno religioso. Lutero combate de forma destemida uma opressão menos patente que a opressão econômica, mas que penetra mais fundo na alma humana, perpetuando-se por sucessivas gerações. É o combate contra o que o historiador Jean Delumeau chama de ‘pastoral do medo’. O clero introduz na alma do povo o medo do diabo, do inferno, da condenação eterna, do pecado, e assim conquista respeito e autoridade. Fortalecido pela leitura do evangelho, Lutero levanta-se contra essa prática perversa em seu texto ‘Do cativeiro babilônico da igreja’ (publicado no Brasil pela editora sinodal, São Leopoldo, 1982). No entender das pessoas comuns, a vida cristã consiste em assistir à missa e às novenas, rezar muito, mandar celebrar missas pelos defuntos, participar de romarias, tudo isso para salvar sua alma e as almas de entes queridos. Lutero escreve: são exatamente essas práticas, criadas e encorajadas pela igreja, que mantêm o povo num cativeiro ‘babilônico’, do qual Jesus vem nos libertar. O mesmo raciocínio está na base do opúsculo ‘Da liberdade do homem cristão’ (igualmente publicado pela editora sinodal de São Leopoldo). O homem cristão liberta-se de cultos e práticas devocionais que não levam a nada e passa corajosamente a ‘viver da fé’, ou seja, a fazer algo em benefício dos outros, aqui e agora.
4. Eis o espírito de Lutero. O que importa hoje é captá-lo e traduzi-lo em práticas adaptadas ao nosso tempo, sejam elas de cunho religioso ou não. Lutero pertence à humanidade, não pode ser privatizado por alguma igreja ou confissão religiosa. Sempre existe uma diferença entre a inspiração de um inovador e o modo como seus seguidores ou admiradores conseguem captar e viver sua mensagem. Há diferença entre Lutero e luteranismo assim como há diferença entre Calvino e calvinismo, Agostinho e agostianismo, Marx e marxismo e, principalmente, entre Cristo e cristianismo. A constatação já foi feita por Marcião, um mestre cristão particularmente lúcido do século II, que dizia que nem todos os apóstolos conseguiram captar o espírito de Jesus. Não basta conviver com alguém para captar sua inspiração profunda. É possível que pessoas fisicamente distantes de alguém particularmente iluminado captem melhor seu espírito que os que convivem com ele. É o que aconteceu com os familiares de Jesus e os vizinhos da aldeia de Nazaré: não captaram seu espírito, como testemunha o evangelho de Marcos.
5. A cena do século XVI repete-se atualmente em Roma. Os(as) que trabalham pela reforma da igreja católica são considerados(as) ‘personae non gratae’. Reina um espírito de prepotência, fechamento e mesmo cinismo, como afirmou recentemente o escritor Saramago. Todos e todas que ousam apresentar uma sugestão que não é do agrado das autoridades do Vaticano sentem isso na pele. Como nos tempos de Lutero, necessitamos atualmente de uma reforma protestante a sacudir a igreja católica pela força do espírito evangélico. Temos de protestar, fazer ouvir nossa discordância dos desmandos praticados pelo papa e pelas autoridades do Vaticano.
*nassif

SP: Vai-Vai ganhou, mas o melhor samba é da Tucuruvi






SOU CABRA DA PESTE, VIM LÁ DO NORDESTE
SÃO PAULO É MINHA CAPITAL
LEVANDO ALEGRIA, EU VOU POR AÍ
EU SOU VALENTE, SOU TUCURUVI
VOU EMBARCAR NESSA AVENTURA
EM BUSCA DE UM LUGAR AO SOL
TRAGO NO PEITO DESAFIO E ESPERANÇA
A BAGAGEM A LEMBRANÇA,
SONHO OU REALIDADE.
VOU CONSTRUINDO ILUSÃO,
ERGUENDO OS PILARES DA CIDADE,
DEIXANDO MARCAS DA MINHA TRADIÇÃO:
AO SOM DO TAMBOR, A FÉ EM LOUVOR, RELIGIÃO
“OXENTE” FESTEIRA, ACENDE A FOGUEIRA, É SÃO JOÃO
VEM, VEM PROVAR
O SABOR QUE VEM DE LÁ
ESSE GOSTO, ESSE TEMPERO
É DE FATO BRASILEIRO.
DA SANFONA UM ACORDE TOCOU FORTE O CORAÇÃO
OLHA O POVO DANÇANDO PRA LÁ,
ARRASTANDO A SANDÁLIA PRA CÁ,
O FORRÓ TA DANADO DE BOM
UM SORRISO É A MOLDURA DO MEU TRAÇO CULTURAL
QUANDO A GENTE SE ENCONTRA, A MISTURA É NATURAL.
CARREGO NA ALMA A BRAVURA
E O ORGULHO DE SER QUEM EU SOU
VAI MEU SAMBA, VAI! RECONHEÇA O MEU VALOR!
ENREDO: OXENTE, O QUE SERIA DA GENTE SEM ESSA GENTE? SÃO PAULO: A CAPITAL DO NORDESTE!
COMPOSITORES: VAGUINHO, EDU LEÃO, DOUTOR, RIGOLON e ANDRÉ UNIÃO.
INTÉRPRETE: FREDY VIANNA
VICE-CAMPEÃ: ESCOLA DE SAMBA UNIDOS DO TUCURUVI

“Não queremos ser os Estados dos Business Unidos” 5/3/2011, Michael Moore,




Ao contrário do que diz o poder, que quer que vocês desistam das pensões e aposentadorias, que aceitem salários de fome, e voltem para casa em nome do futuro dos netos de vocês, os EUA não estão falidos. Longe disso. Os EUA nadam em dinheiro. O problema é que o dinheiro não chega até vocês, porque foi transferido, no maior assalto da história, dos trabalhadores e consumidores, para os bancos e portfólios dos hiper mega super ricos.


Hoje, 400 norte-americanos têm a mesma quantidade de dinheiro que metade da população dos EUA, somando-se o dinheiro de todos.


Vou repetir. 400 norte-americanos obscenamente ricos, a maior parte dos quais foram beneficiados no ‘resgate’ de 2008, pago aos bancos, com muitos trilhões de dólares dos contribuintes, têm hoje a mesma quantidade de dinheiro, ações e propriedades que tudo que 155 milhões de norte-americanos conseguiram juntar ao longo da vida, tudo somado. Se dissermos que fomos vítimas de um golpe de estado financeiro, não estamos apenas certos, mas, além disso, também sabemos, no fundo do coração, que estamos certos.


Mas não é fácil dizer isso, e sei por quê. Para nós, admitir que deixamos um pequeno grupo roubar praticamente toda a riqueza que faz andar nossa economia, é o mesmo que admitir que aceitamos, humilhados, a ideia de que, de fato, entregamos sem luta a nossa preciosa democracia à elite endinheirada. Wall Street, os bancos, os 500 da revista Fortune governam hoje essa República – e, até o mês passado, todos nós, o resto, os milhões de norte-americanos, nos sentíamos impotentes, sem saber o que fazer.


Nunca freqüentei universidades. Só estudei até o fim do segundo grau. Mas, quando eu estava na escola, todos tínhamos de estudar um semestre de Economia, para concluir o segundo grau. E ali, naquele semestre, aprendi uma coisa: dinheiro não dá em árvores. O dinheiro aparece quando se produzem coisas e quando temos emprego e salário para comprar coisas de que precisamos. E quanto mais compramos, mais empregos se criam. O dinheiro aparece quando há sistema que oferece boa educação, porque assim aparecem inventores, empresários, artistas, cientistas, pensadores que têm as ideias que ajudam o planeta. E cada nova ideia cria novos empregos, e todos pagam impostos, e o Estado também tem dinheiro. Mas se os mais ricos não pagam os impostos que teriam de pagar por justiça, a coisa toda começa a emperrar e o Estado não funciona. E as escolas não ensinam, nem aparecem os mais brilhantes capazes de criar mais e mais empregos. Se os ricos só usam seu dinheiro para produzir mais dinheiro, se de fato só o usam para eles mesmos, já vimos o que eles fazem: põem-se a jogar feito doidos, apostam, trapaceiam, nos mais alucinados esquemas inventados em Wall Street, e destroem a economia.


A loucura que fizeram em Wall Street custou-nos milhões de empregos. O Estado está arrecadando menos. Todos estamos sofrendo, como efeito do que os ricos fizeram.


Mas os EUA não estão falidos, amigos. Wisconsin não está falido. Repetir que o país está falido é repetir uma Enorme Mentira. As três maiores mentiras da década são: 1) os EUA estão falidos, 2) há armas de destruição em massa no Iraque; e 3) os Packers não ganharão o Super Bowl sem Brett Favre.


A verdade é que há muito dinheiro por aí. MUITO. O caso é que os homens do poder enterraram a riqueza num poço profundo, bem guardado dentro dos muros de suas mansões. Sabem que cometeram crimes para conseguir o que conseguiram e sabem que, mais dia menos dias, vocês vão querer recuperar a parte daquele dinheiro que é de vocês. Então, compraram e pagaram centenas de políticos em todo o país, para conduzirem a jogatina em nome deles. Mas, p’ro caso de o golpe micar, já cercaram seus condomínios de luxo e mantêm abastecidos, prontos para decolar, os jatos particulares, motor ligado, à espera do dia que, sonham eles, jamais virá. Para ajudar a garantir que aquele dia nunca cheguasse, o dia em que os norte-americanos exigiriam  que seu país lhes fosse devolvido, os ricos tomaram duas providências bem espertas:


1. Controlam todas as comunicações. Como são donos de praticamente todos os jornais e redes de televisão, espertamente conseguiram convencer muitos norte-americanos mais pobres a comprar a versão deles do Sonho Americano e a eleger os candidatos deles, dos ricos. O Sonho Americano, na versão dos ricos, diz que vocês também, algum dia, poderão ser ricos – aqui é a América, onde tudo pode acontecer, se você insistir e nunca desistir de tentar! Convenientemente para eles, encheram vocês com exemplos convincentes, que mostram como um menino pobre pode enriquecer, como um filho criado sem pai, no Havaí, pode ser presidente, como um rapaz que mal concluiu o ginásio pode virar cineasta de sucesso. E repetirão essas histórias mais e mais, o dia inteiro, até que vocês passem a viver como se nunca, nunca, nunca, precisassem agitar a ‘realidade’ – porque, sim, você – você, você mesmo! – pode ser rico/presidente/ganhar o Oscar, algum dia!


A mensagem é clara: continuar a viver de cabeça baixa, nariz virado p’ro trilho, não sacuda o barco, e vote no partido que protege hoje o rico que você algum dia será.


2. Inventaram um veneno que sabem que vocês jamais quererão provar. É a versão deles da mútua destruição garantida. E quando ameaçaram detonar essa arma de destruição econômica em massa, em setembro de 2008, nós nos assustamos,

Quando a economia e a bolsa de valores entraram em espiral rumo ao poço, e os bancos foram apanhados numa “pirâmide Ponzi” global, Wall Street lançou sua ameaça-chantagem: Ou entregam trilhões de dólares do dinheiro dos contribuintes dos EUA, ou quebramos tudo, a economia toda, até os cacos. Entreguem a grana, ou adeus poupanças. Adeus aposentadorias. Adeus Tesouro dos EUA. Adeus empregos e casas e futuro. Foi de apavorar, mesmo, e nos borramos de medo. “Aqui, aqui! Levem tudo, todo o nosso dinheiro. Não ligamos. Até, se quiserem, imprimimos mais dinheiro, só pra vocês. Levem, levem. Mas, por favor, não nos matem. POR FAVOR!”


Os economistas executivos, nas salas de reunião e nos fundos rolavam de rir. De júbilo. E em três meses lá estavam entregando, eles, uns aos outros, os cheques dos ricos bônus obscenos, maravilhados com o quão perfeita e absolutamente haviam conseguido roubar uma nação de otários. Milhões perderam os empregos: pagaram pela chantagem e, mesmo assim, perderam os empregos, e milhões pagaram pela chantagem e perderam as casas. Mas ninguém saiu às ruas. Não houve revolta.


Até que… COMEÇOU! Em Wisconsin!


Jamais um filho de Michigan teve mais orgulho de dividir um mesmo lago com Wisconsin!


Vocês acordaram o gigante adormecido – a grande multidão de trabalhadores dos EUA. Agora, a terra treme sob os pés dos que caminham e estão avançando!


A mensagem de Wisconsin inspirou gente em todos os 50 estados dos EUA. A mensagem é “Basta! Chega! Basta!” Rejeitamos todos os que nos digam que os EUA estão falidos e falindo. É exatamente o contrário. Somos ricos! Temos talento e ideias e sempre trabalhamos muito e, sim, sim, temos amor. Amor e compaixão por todos os que – e não por culpa deles – são hoje os mais pobres dos pobres. Eles ainda querem o mesmo que nós queremos: Queremos nosso país de volta! Queremos, devolvida a nós, a nossa democracia! Nosso nome limpo. Queremos de volta os Estados Unidos da América.


Não somos, não queremos continuar a ser, os Estados dos Business Unidos da América!


Como fazer acontecer? Ora, estamos fazendo aqui, um pouco, o que o Egito está fazendo lá. E o Egito faz, lá, um pouco do que Madison está fazendo aqui.


E paremos um instante, para lembrar que, na Tunísia, um homem desesperado, que tentava vender frutas na rua, deu a vida, para chamar a atenção do mundo, para que todos vissem como e o quanto um governo de bilionários lá estava, afrontando a liberdade e a moral de toda a humanidade.


Obrigado, Wisconsin. Vocês estão fazendo as pessoas ver que temos agora a última chance de vencer uma ameaça mortal e salvar o que nos resta do que somos.


Vocês estão aqui há três semanas, no frio, dormindo no chão – por mais que custe, vocês fizeram. E não tenham dúvidas: Madison é só o começo. Os escandalosamente ricos, dessa vez, pisaram na bola. Bem poderiam ter ficado satisfeitos só com o dinheiro que roubaram do Tesouro. Bem se poderiam ter saciado só com os empregos que nos roubaram, aos milhões, que exportaram para outros pontos do mundo, onde conseguiam explorar ainda mais, gente mais pobre. Mas não bastou. Tiveram de fazer mais, queriam ganhar mais – mais que todos os ricos do mundo. Tentaram matar a nossa alma. Roubaram a dignidade dos trabalhadores dos EUA. Tentaram nos calar pela humilhação. Nos tiraram a mesa de negociações!


Recusam-se até a discutir coisas simples como o tamanho das salas de aula, ou o direito de os policiais usarem coletes à prova de balas, ou o direito de os pilotos e comissários de bordo terem algumas poucas horas a mais de descanso, para que trabalhem com mais segurança para todos e possam fazer melhor o próprio trabalho –, trabalho que eles compram por apenas 19 mil dólares anuais.


Isso é o que ganham os pilotos de linhas curtas, talvez até o piloto que me trouxe hoje a Madison. Contou-me que parou de esperar algum aumento. Que, agora, só pede que lhe deem folgas um pouco maiores, para não ter de dormir no carro entre os turnos de voo no aeroporto O’Hare. A que fundo do poço chegamos!


Os ricos já não se satisfazem com pagar salário de miséria aos pilotos: agora, querem roubar até o sono dos pilotos. Querem humilhar os pilotos, desumanizá-los e esfregar a cara dos pilotos na própria vergonha. Afinal, piloto ou não, ele não passa de mais um sem-teto…


Esse, meus amigos, foi o erro fatal dos Estados dos Business Unidos da América. Ao tentar nos destruir, fizeram nascer um movimento – uma revolta massiva, não violenta, que se alastra pelo país. Sabíamos que, um dia, aquilo teria de acabar. E acabou agora, já começou a acabar.


A mídia não entende o que está acontecendo, muita gente na mídia não entende. Dizem que foram apanhados desprevenidos no Egito, que não previram o que estava por acontecer. Agora, se surpreendem e nada entendem, porque tantas centenas de milhares de pessoas viajam até Madison nas últimas semanas, enfrentando inverno brutal. “O que fazem lá, parados na rua, com vento, com neve?” Afinal… houve eleições em novembro, todos votaram… O que mais podem desejar?!” “Está acontecendo algo em Madison. Que diabo está acontecendo lá? Quem sabe?”


O que está acontecendo é que os EUA não estão falidos. A única coisa que faliu nos EUA foi a bússola moral dos governantes. Viemos para consertar a bússola e assumir o timão para levar o barco, agora, nós mesmos.


Nunca esqueçam: enquanto existir a Constituição, todos são iguais: cada pessoa vale um voto. Isso, aliás, é o que os ricos mais detestam por aqui. Porque, apesar de eles serem os donos do dinheiro e do baralho e da mesa da jogatina, um detalhe eles não conseguem mudar: nós somos muitos e eles são poucos!


Coragem, Madison, força! Não desistam!


Estamos com vocês. O povo, unido, jamais será vencido.

*PHA