Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 29, 2011

NOTÍCIAS ALVISSAREIRAS (*)


 
Aos 87 anos, quem diria, o ex-presidente português Mário Soares parece querer resgatar a fibra progressista da juventude: ele lançou um manifesto contra a ameaça à democracia representada pela subordinação dos governos europeus às imposições determinadas pelo capital fianceiro internacional para sair da crise econômica. 
 
Nunca é tarde para voltar às origens... Filho de um militante anti-salazarista, Mario Soares foi um destacado dirigente da luta contra a ditadura do professor Oliveira Salazar, tendo trabalhado com os generais dissidentes  Norton de Matos e Humberto Delgado. Advogado de presos políticos, Soares foi preso cerca de 12 vezes e passou um total de três anos na cadeia até ser deportado e exilado. Depois da Revolução dos Cravos, em 1974, foi o líder do Partido Socialista e primeiro-ministro várias vezes, tendo adotado medidas de austeridade e planos econômicos monetaristas. Protagonizou a entrada de Portugal na Comunidade Econômica Européia, em 1986.
Mário Soares ficou conhecido como um típico político "socialista de direita". Quando eu trabalhava na Folha, nos anos 1980, havia uma expressão chamada "Operação Portugal" (OP), que significava matérias feitas por determinação expressa da direção do jornal. As origens dessa expressão, reza a lenda, estavam ligadas a Mário Soares. Segundo essa versão, Octavio Frias de Oliveira, o falecido publisher da Folha, dizia não entender por que os jornalistas chamavam o governo de um líder socialista de governo de direita. "Porque suas políticas são de direita", respondiam os jornalistas - à época, a maioria de extrema esquerda, acreditem. "Seu Frias" teria respondido que não havia Cristo que fizesse o leitor entender que um político socialista era "de direita". A partir de então, ficou proibido falar do socialista Mário Soares, líder como politico "de direita". E OP virou determinação expressa da direção. Abaixo, o texto de Mário Soares: 
      
 
Um novo rumo

Mário Soares, no sapo.pt

Este é o momento de mobilizar os cidadãos de esquerda que se revêem na justiça social e no aprofundamento democrático como forma de combater a crise.

Não podemos assistir impávidos à escalada da anarquia financeira internacional e ao desmantelamento dos estados que colocam em causa a sobrevivência da União Europeia.

A UE acordou tarde para a resolução da crise monetária, financeira e política em que está mergulhada. Porém, sem a resolução política dos problemas europeus, dificilmente Portugal e os outros Estados retomarão o caminho de progresso e coesão social. É preciso encontrar um novo paradigma para a UE.

As correntes trabalhistas, socialistas e sociais-democratas adeptas da 3ª via, bem como a democracia cristã, foram colonizadas na viragem do século pelo situacionismo neo-liberal.

Num momento tão grave como este, é decisivo promover a reconciliação dos cidadãos com a política, clarificar o papel dos poderes públicos e do Estado que deverá estar ao serviço exclusivo do interesse geral.

Os obscuros jogos do capital podem fazer desaparecer a própria democracia, como reconheceu a Igreja. Com efeito, a destruição e o caos que os mercados financeiros mundiais têm produzido nos últimos tempos são inquietantes para a liberdade e a democracia. O recente recurso a governos tecnocratas na Grécia e na Itália exemplifica os perigos que alguns regimes democráticos podem correr na actual emergência. Ora a UE só se pode fazer e refazer assente na legitimidade e na força da soberania popular e do regular funcionamento das instituições democráticas.

Não podemos saudar democraticamente a chamada “rua árabe” e temer as nossas próprias ruas e praças. Até porque há muita gente aflita entre nós: os desempregados desamparados, a velhice digna ameaçada, os trabalhadores cada vez mais precários, a juventude sem perspectivas e empurrada para emigrar. Toda essa multidão de aflitos e de indignados espera uma alternativa inovadora que só a esquerda democrática pode oferecer.

Em termos mais concretos, temos de denunciar a imposição da política de privatizações a efectuar num calendário adverso e que não percebe que certas empresas públicas têm uma importância estratégica fundamental para a soberania. Da mesma maneira, o recuo civilizacional na prestação de serviços públicos essenciais, em particular na saúde, educação, protecção social e dignidade no trabalho é inaceitável. Pugnamos ainda pela defesa do ambiente que tanto tem sido descurado.

Os signatários opõem-se a políticas de austeridade que acrescentem desemprego e recessão, sufocando a recuperação da economia.

Nesse sentido, apelamos à participação política e cívica dos cidadãos que se revêem nestes ideais, e à sua mobilização na construção de um novo paradigma.
 

Homenagem à guerrilheira sul americana Soledad Barret Viedma


Na quarta-feira, 23 de novembro, por iniciativa do Deputado Paulo Ramos (PDT), a combatente latino-americana Soledad Viedma, assassinada pela ditadura brasileira, recebeu a Medalha Tiradentes pós morte, entregue à filha Ñasaindy.
Paraguaia de nascimento, Soledad engajou-se na luta dos povos contra o autoritarismo e injustiças sociais. Esteve no Uruguai e em determinado momento foi vítima da violência de grupos de extrema direita, que ao detê-la queriam que fizesse uma saudação a Hitler. Soledad se negou a fazê-lo e teve pintada uma suástica em parte do corpo, além de ter sofrido atos de violência física.

 Em Recife, na década de 70, a equipe de bandidos do delegado Sergio Fleury a matou depois de ter sido delatada por Anselmo dos Santos, o agente da CIA que ganhou o título de cabo da Marinha sem sê-lo. 

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/foto/0,,20686926,00.jpg
Fleury, o torturador, assassino frio, covarde e macabro, personificava a cara dos dirigentes do regime que defendeu

A solenidade na Alerj foi importante não apenas como reconhecimento a Soledad Viedma como também para que as novas gerações sejam informadas sobre quem lutou para que o Brasil alguma dia pudesse ser um país mais justo e solidário.

E, não podemos deixar de dizer sempre que crimes contra a humanidade cometidos de 64 a 85, que a recém-criada Comissão da Verdade vai investigar, são imprescritíveis. E isso, apesar de a lei de anistia promulgada ainda no período da ditadura e por pressão de grupos que nunca foram julgados, dizer ao contrário.
Mário Augusto Jakobskind

O poeta e escritor uruguaio Mario Benedetti a homenageou com um poema musicado pelo cantante e compositor Daniel Viglietti.

 

SETORES MILITARES BRASILEIROS DA VELHA GUARDA AINDA TEMEM COMISSÃO VERDADE


São Paulo - Não deram certo as longas negociações e concessões do governo para acalmar os militares em relação à Comissão da Verdade. Desde que foi aprovada pela presidente Dilma Rousseff, nove dias atrás, observa-se uma crescente inquietação nesse meio quanto aos rumos da comissão. Teme-se, sobretudo, a possibilidade de caminhar para um processo de judicialização. Com os militares da ativa legalmente impedidos de se manifestar sobre questões políticas, a reação ocorre por meio de oficiais da reserva. Fala-se até na formação de uma frente para impedir ações da comissão.

Na semana passada, o capitão da reserva José Geraldo Pimentel divulgou em seu site uma carta na qual afirma que o primeiro passo da comissão será criar bases legais para um processo de mudança na Lei da Anistia. Em seguida, continua, os agentes das Forças Armadas serão levados a tribunais.

"Condenar os militares e agentes do Estado que lutaram contra os ex-terroristas e ex-guerrilheiros é o grande objetivo", diz. Para evitar que isso ocorra, o autor recomenda aos militares que ainda mantêm documentos sobre aquele período que não os apresentem.

"Se vocês tiverem em seu poder registros dos acontecimentos da luta travada contra os comunistas, desfaçam-se dos documentos, ou os guardem em lugar seguro", assinala. "Só a posteriori, quando o rancor da vingança desaparecer, é que poderão torná-los públicos."


Manifestações semelhantes partiram de vários outros pontos na internet. O Clube Militar do Rio criou um link em seu site para abrigar manifestações sobre a comissão. Um dos artigos, assinado pelo general da reserva Maynard Marques de Santa Rosa, qualificou-a de "estratagema de um grupo de vingadores obstinados, dirigida aos que lhes frustraram o projeto de aqui implantar a tirania contraditória".(O Estado de S. Paulo.)
 
http://farm7.static.flickr.com/6155/6190335029_41bb07d52b_o.jpg
A grande questão hoje colocada para o País é: os torturadores passam - envelhecem e morrem! -   mas, a respeitável instituição chamada Forças Armadas, por conta dos fanáticos ensandecidos da época, ficará eternamente maculada pelos atos e ações ilegais preaticados por um grupo de  irresponsáveis que agora ou mais tarde terão que prestar contas com a própria história e com a lei?.
*militânciaviva

Kassab quer “Controlar” todo estado de São Paulo

Kassab estava achando pouco a dinheirama que ele estava ganhando. O prefeito paulistano tem pronto um projeto de espalhar a inspeção veicular,para todo Estado de São Paulo

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), aquela do secretário do meio ambiente, Eduardo Jorge (PV),  que está metido nas fraudes da Controlar junto com o Serra  e Kassab.... quer implementar um programa de inspeção veicular em 124 cidades de São Paulo até março de 2013.A idéia é atingir todos os municípios das três regiões metropolitanas do estado: São Paulo, Campinas e Baixada Santista, além dos aglomerados urbanos de Sorocaba, Piracicaba e São José dos Campos.

No entanto, ainda há muita divergência sobre o assunto, já que cidades pequenas como Bertioga teria inspeção veicular, enquanto Ribeirão Preto ou Rio Preto não.

Existe um projeto na Assembléia Legislativa de São Paulo desde 2009 para implementar algo semelhante, sendo que no caso, apenas municípios com mais de 200.000 habitantes teriam inspeção geral, enquanto nos demais seria aplicada apenas aos veículos diesel.A proposta recebeu 18 emendas e, segundo a Cetesb, levaria de forma imediata a verificação de poluentes emitidos por veículos dos 124 municípios.

A proposta ainda deve ser analisada pela assembléia e só depois votada para que o governo estadual possa aplicar a nova regra. 
*osamigosdopresidentelula

OTAN x Rússia: Xadrez Europeu

Sanguessugado do Burgos
Para aqueles que ficam advogando a nova ordem mundial, achando que a Guerra Fria está enterrada completamente,melhor repensar seus conceitos. Já não é novidade que a camarilha da OTAN está cercando o território da Rússia, lenta e inexoravelmente, com armas de destruição em massa, desde a queda do bloco soviético.
Essa atitude da OTAN, obviamente fruto de mentes degeneradas, fascistas e doentes, tende a agravar uma situação já delicada, que muitos no mundo estão ignorando: a atitude do ocidente de querer ignorar os legítimos protestos da Russia e cercá-la completamente com suas armas de destruição em massa, que não tem outro objetivo se não causar terror e medo no povo russo e seus militares e aliados.
Pergunto : A Rússia é uma ameaça a alguém ? Alguém acorda de manhã preocupado com a " ameaça russa" ? Não. Então, porque cercar esse país com sistemas de mísseis a anti-mísseis ??
Resposta : A OTAN não passa de um grupelho demente de fascistas ligados ao lobby da industria armamentista. Como não tem mais guerras, inventam algumas, para gastar armas e justificar o poder militar e sua dominação no mundo. O exemplo da Líbia foi claro: A Otan entrou para propagandear suas novas armas.
Mas, se o ocidente acha que a Rússia ficará de joelhos, tal como esteve na década de 90 sob o traidor Yeltsin, aqui está a resposta do Kremlin :
É preciso compreender claramente que qualquer sistema de armas não é uma panacéia contra todos os males. A instalação deste complexo é apenas uma das medidas de contraposição ao sistema de defesa antimíssil dos EUA na fronteira com a Federação Russa. O Ministério da Defesa já avisou que a Marinha de Guerra será reforçada, será cancelada de uma das divisões das Forças Balísticas Estratégicas, será aumentada a aviação de médio e longo raio de ação. (Konstantin Sivkov).
DIRETO DE MOSCOU - PRESIDENTE MEDVEDEV :
Encarreguei o Ministério da Defesa da Rússia de colocar imediatamente em estado de combate a estação de radares do sistema de advertência de ataque de mísseis na cidade de Kaliningrado. Em segundo lugar, no âmbito da criação do sistema de defesa aéreo-cósmica da Rússia, prioritariamente será fortalecida a cobertura de estruturas das forças nucleares estratégicas. Em terceiro, os mísseis balísticos estratégicos, que integram o armamento das Tropas Estratégicas Balísticas e da Marinha de Guerra, serão equipados com complexos promissores, que permitirão a superação da DAM, e novos blocos de combate altamente eficientes. Quarto, coloquei às Forças Armadas a tarefa de elaborar medidas que garantam, se necessário, a destruição dos meios de informação e direção do sistema DAM. As medidas indicadas são adequadas, eficazes e pouco dispendiosas.
o ocidente devia se preocupar com sua própria crise econômica e parar de gastar dinheiro com o lobby armamentista. curioso, os usa e os demais tem dinheiro para o escudo anti misseis na europa, mas para arrumar as proprias economias, não, não tem dinheiro.
e agora, querendo desviar a atenção do mundo, trazem de volta o mito de que a rússia é o problema de todos.
ok, se o ocidente quer problema, vão ter um beeem grande.
perguntem aos assassinos georgianos o que aconteceu com eles quando provocaram a Rússia.
no caso de um deles ter conseguido escapar dos tanques russos, é claro...
" akhorus"
Fonte: pravda.ru

29 DE NOVEMBRO: Dia Internacional de Solidariedade ao povo palestino.

Via Liberdade Palestina
 image
Foi escolhida essa data porque em 29 de novembro de 1947, a Assembléia Geral da ONU aprovou a divisão da milenar Palestina em dois Estados: O Estado de Israel (judeu) e o Estado da Palestina (árabe), sendo que o segundo - o palestino - jamais se realizou. Na partilha, Israel ficou com a maior e mais rica parte do território. Sendo assim, desde a proclamação do Estado de Israel, os conflitos se agravaram.
Palestinos e judeus, ambos são descendentes de Abraão, a quem, segundo a Bíblia, teria sido prometida a terra de Canaã.
A origem do povo palestino remonta a 16 séculos antes da era cristã, quando cananeus, filisteus e outros povos habitavam a região. O território foi inúmeras vezes invadido, mas a população original resistiu, permaneceu na Palestina e deu-lhe o seu nome: "Filistin" (Terra de Gigantes).
Com a violenta ocupação romana, os judeus desertaram da resistência contra os invasores e espalharam-se pelo mundo no ano 135.
Na Europa, os judeus ricos começaram a se organizar em torno do movimento sionista para retornar à Palestina, no final do século XIX. Compraram terras, instalaram colônias, mas não levaram em conta o povo que habitava a região.
Conflitos começaram a aparecer a partir da década de 20 e, após a II Guerra Mundial (1945), o mundo descobriu, horrorizado, o massacre de judeus feito pelos nazistas e apoiou a criação de um Estado que abrigasse os sobreviventes do holocausto e impedisse que a situação tornasse a se repetir.
À proclamação do Estado de Israel em 15 de maio de 1948 seguiram-se seis guerras.
Com ajuda dos Estados Unidos, Israel contituiu uma enorme e terrível força bélica e, massacrando aldeias inteiras os israelenses foram ocupando gradativamente o território do eventual Estado Palestino, até a totalidade. A maior parte da população palestina foi expulsa.
Exilados, nos países vizinhos, os palestinos organizaram-se para atacar Israel e chamar atenção do mundo para a injustiça histórica cometida contra o povo palestino.
Hoje, todos os acordos feitos em busca da paz encontram-se na estaca zero. A esperança de paz na região depende de o povo palestino ver assegurado o seu direito de existir numa terra que é e sempre foi sua, onde seus direitos sejam respeitados e para onde possam voltar os exilados.

segunda-feira, novembro 28, 2011

Serra e Kassab: Suspeitas de corrupção 

Prisão de João Faustino lança novas suspeitas de corrupção contra Serra e Kassab
Sob custódia da polícia potiguar, o estado de saúde do suplente de senador João Faustino Ferreira Neto é considerado regular pelos médicos da Casa de Saúde São Lucas. O primeiro boletim médico, liberado na manhã deste domingo, esclarece que o político passa bem e deverá receber alta nas proximas horas. Por volta das 15h deste sábado, João Faustino havia reclamado de dores no peito enquanto estava preso no quartel do Comando Geral da Polícia Militar. Uma vez liberado do hospital, Faustino voltará para a cadeia, nos arredores de Natal.
João Faustino é suplente do senador Agripino Maia (DEM-RN) e homem de confiança do candidato tucano derrotado nas últimas eleições, José Serra. Na época em que Serra ocupava o Palácio dos Bandeirantes, Faustino despachava diretamente com ele. Como subchefe da Casa Civil, era subordinado ao então chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, hoje senador do PSDB. Quando Serra se lançou candidato, João Faustino passou a coordenar a arrecadação de fundos de campanha fora de São Paulo. No Estado paulista, a coordenação era de Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, alvo também de investigações da Polícia Federal por suspeitas de desvios de recursos destinados ao complexo viário conhecido como Rodoanel.
A prisão de João Faustino ocorreu na manhã desta quinta-feira, no bojo da da Operação Sinal Fechado, deflagrada pelo Ministério Público Estadual. O MP investiga supostas fraudes no Departamento de Trânsito do Rio Grande do Norte (DetranRN), nas quais o nome de João Faustino aparece como membro da suposta organização criminosa. Policiais militares da Companhia de Policiamento Ambiental (Cipam) realizam a escolta do político, que permanece sob tutela do Estado.
Matéria completa:
http://correiodobrasil.com.br/prisao-de-joao-faustino-lanca-novas-suspeitas-de-corrupcao-contra-serra-e-kassab/333859
Leiam também:
Blog da Dilma
ELES IRÃO DEPOR NO CONGRESSO? , #ForçaLula #TeimaLula
http://dilma13.blogspot.com/2011/11/eles-irao-depor-no-congresso-forcalula.html
Homem forte de José Serra está preso em Natal #ForçaLula - @dilmabr
 

Caso Controlar ou é por isso que o PiG é PiG

No dia 18 último, o presidente do Metrô foi afastado pela Justiça por descumprimento de ordem judicial. O caso em questão guardava relação com a concorrência da linha 5 do Metrô e o prejuízo calculado para o Estado é de 4 bilhões de reais.
Na quinta-feira passada, o MP pediu o afastamento do prefeito Gilberto Kassab por conta de prejuízos calculados em 1 bilhão de reais aos cofres públicos na licitação do Controlar.
Na sexta, a Justiça determinou nova licitação e bloqueou os bens de Kassab.
Os jornais de hoje ignoram ambos os casos nas suas manchetes. Um já caiu no esquecimento (Metrô) e o outro virou nota de rodapé (Controlar).
Algumas pessoas acham forte a expressão PiG. Consideram-na inadequada por conta de condenar os veículos de imprensa por um papel que também é deles, o de fazer oposição.
De fato, seria exagerado se os veículos comerciais tratassem todos os lados envolvidos no noticiário político a partir dos mesmos critérios. Ou ao menos de critérios semelhantes.
Mas como isso está longe de acontecer, chamar os veículos comerciais de PiG não é exagero algum.
Aqui na Fórum, o Dennis de Oliveira já chamou à atenção para o poder das empresas que realizam a inspeção veicular em São Paulo neste post que acabou gerando este outro.
Kassab armou um esquema tão “perfeito” que inclusive se tornou modelo em outros estados, como no Rio Grande do Norte, onde foi fruto de uma operação policial (Sinal Fechado) que levou para a cadeia 14 pessoas.
Em São Paulo, a inspeção que começou a vigir em 2008 teve seu contrato assinado em 1996, doze anos antes. Ainda na gestão Maluf. Nada, absolutamente nada, tem prazo de validade tão longo. Concursos públicos, vestibulares etc, caducam em prazo muito mais exíguo. Por que um contrato assinado 12 anos antes foi resgatado sem que houvesse questionamento mídático algum?
Não é só questão de condescendência com o mal feito. Neste caso o buraco é mais embaixo. Nesta operação de captura do Estado por setores privados corruptos e corruptores a mídia comercial faz parte do esquema.
Já foi assim nas privatizações dos anos 90, quando nada era noticiado e nem denunciado.
O Caso Controlar e o do Metrô não vão ficar nas manchetes porque são os aliados dos donos dos veículos de comunicação que estão envolvidos nele. Tanto os grupos empresariais que operam o serviço, quanto os governantes que o organizam.
É por isso que o PiG é PiG.
*Blog do Rovai

O Brasil que o tucano José Serra não conhece é destaque na revista americana

Eu gostaria de chamar atenção dos meus queridos leitores para duas notícias, ou, duas análises sobre o Brasil.

Primeiro, do ex governador de SP, José Serra (PSDB): “Brasil ainda é um país pequeno”."O Brasil ainda é, no contexto da economia mundial, por incrível que pareça, um país pequeno", disse o tucano durante palestra no á jovens empreendedores, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

A segunda anáilise é da reportagem da revista americana "The New Yorker" que circula na edição do dia 5 de dezembro.a análise partirá, principalmente, do momento econômico positivo que o Brasil passa, em comparação à economia mundial:“O país era antes um dos mais ignorantes e de economia instável e hoje vive um momento de crescimento, baixo endividamento, equilíbrio orçamentário e emprego pleno”.

'New Yorker' destaca perfil de Dilma e elogia economia brasileira



O perfil da presidente Dilma Rousseff será tema de uma reportagem da revista norte-americana "The New Yorker" que circula na edição do dia 5 de dezembro. Em prévia divulgada no site da revista, a publicação mostra que a análise partirá, principalmente, do momento econômico positivo que o Brasil passa, em comparação à economia mundial, para mostrar quem é a presidente.

Sob o título de "The Anointed", a ungida, na tradução literal, remete os feitos de Dilma ao trabalho de seu padrinho e antecessor político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A reportagem trará fatos da história recente do país, como a ascensão de parte da classe baixa à média em 2010.

Depois analisa que o país era "antes um dos mais ignorantes e de economia instável" e hoje vive um momento de crescimento, baixo endividamento, equilíbrio orçamentário e emprego pleno.

Segundo o site, entre os grandes poderes econômicos, o Brasil alcançou algo raro: "alto crescimento, a liberdade política e a diminuição da desigualdade". ....

Já o nosso brasileiro José Serra, diz: O Brasil tem que  vencer esse quadro de subdesenvolvimento, de não desenvolvimento, de modéstia em relação a avanços sociais e peso na economia mundial.

HISTÓRIA

A reportagem narra a história de Dilma, relatando que, em 2010, Lula a ungiu como sucessora. E que a presidente, agora com 63 anos, era um estudante universitária durante o golpe de 1964 que estabeleceu a ditadura militar no Brasil (1964-1985).

O texto conta que no final dos anos 1960, Dilma foi casada com um militante de oposição à ditadura, Cláudio Galeno Linhares, com quem viveu na clandestinidade, armazenou e transportou armas, bombas e dinheiro roubado, além de planejar e executar ações. Depois, deixou Linhares para se casar com Carlos Araújo.

No início de 1970, após ser presa pelos militares, passou três anos na prisão, onde ela teria sido submetido "a tortura extensiva". A revista diz que Dilma nunca esteve pessoalmente envolvida em ações violentas durante seus dias de militante.

Depois de liberada, ela se pós-graduou em economia, se filiou ao PDT e logo começou a trabalhar em cargos de governo em Porto Alegre.

Quando presidente, Lula se reuniu com Dilma e "de tão impressionado que ficou, a nomeou ministra de Minas e Energia". Link da Revista aqui

José Serra deveria comprar um exemplar da revista para ler....para entender mais do Brasil
*osamigosdopresidentelula

Bush e Blair condenados por crimes de guerra

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirLeKCKnaHh-WxHOq4CGiRzBflpelsrXiXhrjdkB_V8jpplcmO0dSTtfhDpAZlpBZltoavCt7lCMvrK3OUWIOQj4GmbxIdYaFEZ6nixWfEsdpzn4stodPNCFeL9k-7O32vKLRFJHH0RRNX/s1600/blair+bush.jpgSegundo notícia da agência Press TV, reproduzida em http://www.informationclearinghouse.info/article29815.htm, em inglês, um Tribunal de Crimes de Guerra, reunido em Cuala Lumpur, capital da Malásia, condenou o ex-presidente americano George Bush e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair por genocídios e crimes contra a humanidade durante a invasão e ocupação do Iraque, a partir de 2003. O processo foi encaminhado ao Tribunal Criminal Internacional. A notícia não esclarece se se trata de um tribunal regular ou um tribunal ad-hoc e sem jurisdição reconhecida, composto de personalidades eminentes na defesa dos direitos humanos, como o Tribunal Russell sobre o Vietnã.
*comtextolivre

'Banco público impede submissão da política ao poder econômico'

http://www.cartamaior.com.br/arquivosCartaMaior/FOTO/79/foto_mat_31910.jpg

Os países que preservaram instituições estatais conseguiram resistir às pressões neoliberais e priorizar desenvolvimento, geração de emprego e combate à pobreza. A maior parte está na Ásia e América Latina e é menos afetada pelas desregulamentação financeira. Nestes países, entre eles o Brasil, o Poder Político não está submetido ao Poder Econômico. No Primeiro Mundo, os sacrifícios impostos à classe trabalhadora suscitam o surgimento de uma nova esquerda. O artigo é de Paul Singer.

A decisão do [então] primeiro ministro da Grécia de submeter o próximo pacote de “ajuda” da Europa ao seu país a uma consulta popular desencadeou uma queda espetacular das cotações nas bolsas de valores no mundo inteiro, colocando em foco a profunda contradição entre o Poder Político e o Poder Econômico nos países capitalistas democráticos, que hoje são a grande maioria das nações. Uma decisão que deveria ser normal em qualquer democracia – a de consultar o povo, do qual o governo, isto é, o Poder Político, é o representante – acaba de provocar pânico entre os donos do capital financeiro, que hoje detém a hegemonia do poder.

A mesma contradição é a fonte da motivação essencial do movimento hoje mundial dos Indignados, que desde 15 de outubro promove a ocupação das praças centrais dos distritos financeiros de 951 cidades em 82 países. O que os Indignados demandam, acima de tudo, é que a democracia formal, vigente nestes países, se torne real, ou seja, que o Poder Político eleito pelo povo de fato o represente, em vez de executar políticas que beneficiam exclusivamente a classe que exerce o Poder. O que evidencia a contradição de interesses entre a maioria do povo – os 99% que os ocupantes de Wall Street almejam representar – e o 1% que constitui a elite do Poder.

A contradição entre Poder Político e Poder Econômico se explica pela origem de um e outro Poder. Em democracias, o Poder Político é exercido pelos eleitos pela maioria dos cidadãos, que é necessariamente constituída por trabalhadores não proprietários de meios de produção social, boa parte dos quais ganha a vida como assalariados de empresas capitalistas; ao passo que, no capitalismo, o Poder é exercido pelos capitalistas, mas não por todos por igual.

Os empresários da economia real, isto é, cujas empresas produzem bens e serviços que atendem necessidades humanas, dependem de crédito tanto para financiar vendas a prazo quanto para investir em matérias primas, maquinário, instalações etc., na medida em que a demanda por sua produção se expande; o crédito é concedido por bancos, fundos de investimento e outros intermediários financeiros. A renda não gasta pelas famílias, empresas e governos é depositada nestes intermediários, que a redistribuem na forma de empréstimos aos governos, empresas e famílias cujos gastos superam sua renda.

Os bancos, fundos etc., que são empresas capitalistas, visam maximizar seus próprios lucros, emprestando a juros maiores do que pagam aos depositantes e aplicando parte dos depósitos que lhes são confiados em títulos de propriedade de firmas (ações) ou de débito emitidos por governos e empresas. Commodities, ações de novas empresas e cotas de fundos de investimento são transacionados em leilões diários nas bolsas de valores e suas cotações flutuam ao sabor das oscilações de oferta e demanda pelos mesmos.

A maior parte dos participantes nestes leilões são especuladores, que procuram adivinhar em que ativos irão se concentrar as preferências da maioria para adquiri-los antes que se valorizem e quais ativos serão vendidos, para vendê-los antes que se desvalorizem. Obviamente, uma parte dos especuladores faz antecipações erradas e, por isso, perde dinheiro para os seus felizes competidores, cujas apostas anteciparam o futuro corretamente.

Trata-se de um jogo de apostas, mas que afeta o andamento da economia real. Se o otimismo prevalecer nas bolsas de valores, os especuladores comprarão ações e títulos de crédito, cujas cotações subirão, o que permitirá aos empresários obter mais facilmente dinheiro para expandir suas atividades; o crescimento da produção da economia real confirmará as expectativas otimistas dos detentores do dinheiro depositado neles pelos poupadores, levando-os a reiterar as compras de títulos e assim por diante. O resultado será a formação de uma típica bolha de valorização de ativos, cujo efeito será acelerar a expansão das atividades econômicas, até que elas esbarrem em pontos de estrangulamento, que impedirão a continuação do crescimento.

Os pontos de estrangulamento são constituídos por recursos indispensáveis à produção e à distribuição, que exigem tempo para serem multiplicados, como, por exemplo, a produção e distribuição de energia elétrica, os meios de comunicação e de transporte, a mão de obra com escolaridade acima da fundamental etc.. Os pontos de estrangulamento elevam o custo de produção e distribuição de bens e serviços, suscitando círculos viciosos de elevação de preços e salários, que resultam em inflação cada vez maior, contra a qual o Poder Político é forçado a agir, reduzindo a disponibilidade de crédito e o gasto público.

O mero anúncio destas medidas de “austeridade” basta para que as expectativas dos especuladores financeiros se invertam, passando de otimistas a pessimistas, pois eles sabem que elas reduzirão a demanda por títulos nas bolsas, fazendo com que suas cotações desabem.

Inflação e renda
Em suma, o Poder Político é induzido a conter a inflação atendendo ao interesse dos capitais financeiros, que temem a desvalorização da moeda, ocasionada pela subida dos preços. A inflação exige a ampliação da oferta de moeda, que é a “mercadoria” que os intermediários financeiros transacionam. Sua desvalorização prejudica diretamente bancos e fundos, cujos capitais são constituídos, em sua maior parte, por tesouros em forma da moeda corrente do país.

Na verdade, a inflação prejudica também todos que dependem de rendas fixas, entre os quais estão também os trabalhadores informais, que estão excluídos de normas contratuais ou legais que reajustam rendas ou depósitos automaticamente por índices periódicos de inflação. Esta circunstância permite aos porta-vozes dos interesses financeiros proclamarem que é necessário paralisar o crescimento econômico tão logo pressões inflacionárias se fazem sentir, porque a inflação é o mais cruel dos impostos, pois pune os mais pobres. Na realidade, pune os mais pobres e os mais ricos, sendo óbvio que os últimos podem suportar perdas muito melhor que os primeiros.

A experiência histórica do final do século passado mostra que realmente inflação elevada e persistente pode prejudicar seriamente o funcionamento dos mercados e, quando atinge o limite da hiperinflação, tornar impossível o prosseguimento do desenvolvimento econômico; uma vez atingido este estágio, a estabilização dos preços exige o encolhimento da demanda efetiva total por bens e serviços, com efeitos negativos para a economia real, prejudicada pela dificuldade de vender com lucro suas mercadorias.

Como governo algum se arrisca a lançar a economia em hiperinflação, as fases de crescimento rápido são abortadas pelo Poder Político mediante políticas de estabilização que se caracterizam pela elevação das taxas reais de juros, proporcionando grandes lucros aos capitais financeiros.

Isso comprova mais uma vez que, no capitalismo contemporâneo, o Poder Político não pode deixar de praticar políticas, que em nome do interesse geral, de fato priorizam o capital financeiro, reforçando a hegemonia deste sobre o Poder Econômico. Convém observar que, se a intermediação financeira fosse atribuição exclusiva de bancos públicos, a estabilização dos preços em vez de concentrar a renda, como acontece hoje, reforçaria a participação do Poder Político na renda nacional, possibilitando-lhe ampliar políticas redistributivas e deste modo tornar a distribuição da renda mais justa.

Aqui reside o caráter contraditório do relacionamento entre Poder Político e Poder Econômico. Os governos desejam em geral que haja prosperidade; embora esta possa beneficiar todas as classes, o excedente econômico assim gerado sempre é apropriado pelos capitalistas. Os trabalhadores só se beneficiam pelo aumento do emprego, que viabiliza em alguma medida as campanhas sindicais por melhoras salariais. Só que estas somente são obtidas após muita luta contra a resistência patronal, ao passo que a apropriação do excedente pelos donos e administradores dos capitais é imediata: sendo as mercadorias produzidas pelos trabalhadores propriedade dos capitalistas, o lucro a mais decorrente do maior volume de vendas é deles. O que os trabalhadores podem receber a mais será pelas horas extras eventualmente trabalhadas, o que explica a forte concentração da renda que ocorre sempre quando o crescimento econômico perdura.

Para se contrapor à concentração da renda, governos comprometidos com os interesses e aspirações das classes trabalhadoras podem tributar os ganhos extraordinários dos capitalistas e aplicar a receita pública adicional em políticas redistributivas. Políticas como estas, no entanto, provocam a desconfiança dos operadores financeiros, que reduzirão suas aplicações na economia nacional, lançando-a em crise. Sabedores disso, governos de esquerda evitam ferir a confiança do capital financeiro, o que explica sua frequente conversão ao neoliberalismo.

No capitalismo contemporâneo, o Poder Econômico, ao contrário do Poder Político, deixou de ser nacional para se tornar global, sendo dominado por um limitado número de gigantescas transnacionais financeiras. Estes capitais tomam em geral a forma de bancos demasiado grandes para que os governos possam correr o risco de deixá-los quebrar. Eles estão interligados por interesses financeiros, o que lhes permite atropelar o Poder Político de países que não se submetem aos seus desejos.

O Poder Econômico privado conseguiu monopolizar a distribuição do dinheiro internacionalmente aceito, a moeda “forte”, representada principalmente pelo dólar, graças à influência que exerce sobre instituições multilaterais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial (Bird) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), o que lhe permite impor sua vontade ao Poder Político de nações que não têm o status de superpotências, como está claro no caso da Grécia e de mais uma série de outros países que simplesmente perderam a confiança do Poder Econômico global, de que sejam capazes de honrar suas dívidas externas. Para reconquistar esta confiança, estão sendo obrigados a aplicar políticas econômicas de austeridade que lançam suas economias nacionais em longas e profundas crises.

Bancos públicos
A voga do neoliberalismo que assolou o mundo nos últimos 32 anos fez com que muitos países vendessem seus bancos públicos a capitais privados, o que tornou seus governos inteiramente dependentes dos intermediários financeiros privados. Estes governos, para reter a confiança das finanças capitalistas, foram obrigados a equilibrar seus orçamentos, procurando reduzir seus déficits e conter o crescimento da dívida pública. Além disso, tiveram de priorizar o combate à inflação, reduzindo a despesa pública e o ritmo do crescimento econômico.

O efeito destas políticas foi reduzir a demanda por mão de obra das empresas, ampliando o desemprego, enfraquecendo os sindicatos e suas lutas por melhores salários e condições de trabalho. A contenção da despesa pública debilitou as políticas redistributivas e os sistemas públicos de saúde, educação e previdência, que estão sendo em parte privatizados.

Os países que preservaram seus bancos públicos e os ampliaram de acordo com as necessidades puderam resistir às pressões neoliberais e continuar priorizando o desenvolvimento e o combate à pobreza, ampliando e aperfeiçoando suas políticas sociais e mantendo a expansão do emprego, de modo a evitar o desemprego em massa, sobretudo o de longa duração.

Atualmente, os países que optaram por esta alternativa se encontram em sua maior parte na Ásia e na América Latina e constituem as economias emergentes que mais crescem no mundo e menos são afetadas pelas crises produzidas pela especulação financeira desregulamentada. Nestes países, entre os quais se encontra felizmente o nosso, o Poder Político não está submetido ao Poder Econômico.

Na América do Norte e na Europa o peso do legado neoliberal subordina o Poder Político à ideologia e aos interesses do Poder Econômico. Daí resulta o marasmo econômico, a persistência do desemprego em massa e da pobreza, com o aumento inegável da desigualdade socioeconômica. Nos países do Primeiro Mundo, os sacrifícios impostos à classe trabalhadora e, em especial, à juventude estão suscitando o surgimento de uma nova esquerda, que diferentemente da velha esquerda não pauta a conquista do poder como ponto de partida para a reversão de uma situação insuportável.

A rebelião dos Indignados tem por alvo a restauração da autenticidade democrática por meio da indispensável subordinação dos interesses da minoria privilegiada à vontade da maioria. Para tanto, ela terá de revelar os liames políticos e econômicos que amarram os representantes eleitos ao Poder Econômico, que retira sua força de uma globalização dominada pelo capital financeiro e que impede que o Poder Político, limitado ao âmbito nacional, possa cumprir suas plataformas eleitorais.

Obviamente, para restaurar a autenticidade democrática e a supremacia do Poder Político, será necessário desenvolver, ao lado do capitalismo, uma economia em que o capital seja propriedade coletiva dos trabalhadores que o utilizam, como sempre foi em toda longa história da humanidade que precedeu a Revolução Industrial. Esta “outra economia” já está sendo desenvolvida em numerosos países e terá como resultado a diversificação do Poder Econômico, tornando-o em boa parte afinado com as necessidades e desejos dos que hoje são explorados e alienados.

*Paul Singer é secretário nacional de Economia Solidária do ministério do Trabalho.
*CartaMaior