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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, abril 20, 2012

Pela segunda independência.


DECLARAÇÃO DO GOVERNO REVOLUCIONÁRIO.
Na Colômbia, Cartagena de Índias, ficou demonstrado que existe um abismo crescente entre "Nossa América" martiana e o "Norte revolto e brutal que nos despreza". Lá, teve lugar uma rebelião da América Latina e o Caribe contra a imposição de "um governo e meio", que exercia um veto imperial aos parágrafos do projeto de Declaração Final da chamada Cúpula das Américas, os quais exigiam o cessar do bloqueio e da exclusão de Cuba dos eventos hemisféricos.
Desde a Cúpula de 2009 desfizeram-se as ilusões sobre a política do presidente Barack Obama, abriu-se uma fenda entre seus discursos e seus atos, não houve mudanças na política contra a América Latina e o Caribe, o bloqueio a Cuba continuou e, inclusive, acirrou-se no setor financeiro, apesar da condenação internacional e do voto esmagador da Assembleia Geral das Nações Unidas, com o objetivo de "provocar fome, desespero e o colapso do governo", o que agora se conhece como "mudança de regime".
A ALBA se reuniu em 4 de fevereiro passado, em Caracas, por ocasião de se comemorar a heróica revolta cívico-militar de 1992, aprovou uma Declaração acerca da soberania argentina sobre as ilhas Malvinas, outra sobre o bloqueio e considerou injusta e inaceitável a exclusão de Cuba destes eventos. O presidente Rafael Correa afirmou que, caso não se resolvesse esta questão, o Equador não participaria da Cúpula de Cartagena, afirmação que abalou a região. Essa valente posição foi o prelúdio do acontecido.

Nessa reunião, o presidente Raúl Castro expressou: "Eu quero agradecer aos senhores, ao presidente Rafael Correa, a Evo Morales e demais presidentes estes pronunciamentos... Este é um tema muito importante, têm toda a razão. Nós jamais temos exigido que se tome uma medida como essa, mas nem por isso vamos deixar de apoiar esta, que consideramos muito justa".
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Sánchez, que nos visitou, de maneira respeitosa, e recebeu como resposta do presidente Raúl Castro que Cuba, caso ser convidada, participaria, como sempre, com muito respeito, apego aos princípios e à verdade, teve o mérito de expor diretamente o tema do bloqueio e a exclusão de Cuba.
O presidente Evo Morales, que tinha sido o primeiro em questionar a referida Cúpula, nessa reunião de fevereiro da ALBA, em Caracas, afirmou em Cartagena: "Estamos numa etapa de desintegração. Não é possível que um país possa vetar a presença de Cuba; portanto, não há integração e com a ausência do Equador, como uma ausência justa, em protesto pelo veto dos EUA contra Cuba, de que integração estamos falando?
Em 13 de abril passado, o presidente Hugo Chávez expressou: "agora, com certeza, se estes dois governos, os Estados Unidos e o Canadá, se negam a discutir temas tão profundamente consubstanciados, como o da América Latina e o Caribe, como o tema de Cuba, da irmã Cuba, da solidária Cuba, ou o tema das Ilhas Malvinas, para quê mais Cúpulas das Américas então?, haveria que terminar com essas Cúpulas . Anteriormente, tinha escrito: "Também clamamos pelo fim do vergonhoso e criminoso bloqueio contra a irmã República de Cuba: bloqueio que, há mais de 50 anos, o império exerce com crueldade e sevícia, contra o heróico povo de José Martí".
Daniel Ortega, num ato de solidariedade com Cuba, em 14 de abril, em Manágua, afirmou: "Acho que é o momento de o governo dos Estados Unidos escutarem todas as nações latino-americanas das mais diversas ideologias, dos mais diversos pensamentos políticos; desde os pensamentos mais conservadores até os mais revolucionários, mas eis aí todos, coincidindo em que Cuba tem que estar presente nestas reuniões ou não haverá próximas Cúpulas, chamadas ou mal-chamadas das Américas".
Foi impressionante a sólida posição unitária da Nossa América sobre o bloqueio, a exclusão de Cuba e as Ilhas Malvinas. Foi essencial a firmeza e dignidade da presidenta da Argentina, na defesa enérgica dessas causas.
Sentimos muito orgulho quando a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, defendeu com dignidade ante Obama, que a Pátria Grande somente pode ser tratada como igual e confirmou a posição comum de apoio a Cuba e à Argentina.
Os líderes dos países do Caribe mostraram a solidez da Comunidade do Caribe (Caricom), demonstrando que esta e a América Latina são igualmente indivisíveis. Sua defesa da soberania argentina sobre as ilhas Malvinas e seu tradicional e categórico apoio a Cuba foi muito importante.
As forças da esquerda, os movimentos populares, as organizações sindicais, juvenis e estudantis, as organizações não-governamentais, reunidas no Congresso dos Povos, em Cartagena, expressaram emotiva solidariedade a Cuba. A reunião interparlamentar das Américas aprovou uma declaração que condena a exclusão e o bloqueio ao nosso país.
Os Estados Unidos subestimaram que, em 2 de dezembro de 2011, em Caracas, por ocasião do bicentenário da independência, sob a liderança de Hugo Chávez, no 55º aniversário do desembarque do iate Granma, tinha nascido a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), o que o líder da Revolução, Fidel Castro antecipara, em fevereiro de 2010, quando escreveu que "nenhum outro fato institucional do nosso hemisfério, durante o último século, reflete similar transcendência".
Quando nessa primeira Cúpula Cuba foi eleita presidenta da Celac, em 2013, o general-de-exército Raúl Castro Ruz declarou: "com as decisões que aqui adotamos e com o trabalho em parceria, dos últimos três anos, reivindicamos mais de dois séculos de lutas e esperanças. Chegar tão longe nos custou esforço, mas também sangue e sacrifício. As metrópoles coloniais de outrora e as potências imperialistas de hoje têm sido inimigas deste empenho".
Obama tampouco parece entender o significado da vitória bolivariana de 13 de abril de 2002 nem que, precisamente agora, se completam dez anos do golpe de Estado, organizado por seu predecessor, com o apoio da OEA e do governo espanhol de José Maria Aznar, contra o presidente Hugo Chávez, com o qual pretenderam aniquilar a Revolução bolivariana e assassinar seu presidente. Como expressou o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, fitando aos olhos de Obama, em memorável discurso na Cúpula de Cartagena, o governo norte-americano persiste na ideia de intervir nos assuntos internos da Venezuela e de apoiar os golpistas, que agora viraram candidatos eleitorais.
O presidente Obama deveria entender que a Cúpula de Cartagena não foi propícia para aconselhar democracia a Cuba. Ainda menos se quem pretendeu fazê-lo esteve ali totalmente isolado, obrigado a exercer um veto imperial, por falta de ideias e de autoridade política e moral; enquanto se dedica à demagogia, rumo a umas eleições escabrosas. Melhor, deveria ocupar-se de suas guerras, crise e politiquice, que de Cuba, nos ocupamos os cubanos.
Os Estados Unidos jamais quiseram debater sobre as terríveis consequências para a América Latina e o Caribe do neoliberalismo nem sobre os imigrantes nos Estados Unidos e Europa, separados de suas famílias, retornados cruelmente ou assassinados em muros como o do Rio Bravo. Tampouco aceitaram jamais falar dos pobres, que são metade da humanidade.
O império e as outrora metrópoles coloniais não escutam os "indignados", seus cidadãos e minorias que vivem na pobreza nessas sociedades opulentas, enquanto salvam com avultadas somas banqueiros corruptos e especuladores. Na superpotência, 10% das famílias controla 80% da riqueza. Esses recursos são suficientes para resolver os problemas do planeta.
A novidade em Cartagena é que boa parte dos governos, com diferenças naturais e pontos de vista diferentes, exigiram um modelo alternativo que privilegie a solidariedade e a complementariedade, ante a concorrência com base no egoísmo; que procure a harmonia com a natureza e não o saque dos recursos naturais nem o consumismo desenfreado. Exigiram que se garanta a diversidade cultural e não a imposição de valores e estilos de vida alheios a nossos povos; que se consolide a paz e que se repudiem as guerras e a militarização.
Fizeram um chamamento para recuperar a condição humana das nossas sociedades e para construir um mundo onde se reconheça e respeite a pluralidade de ideias e modelos, a participação democrática da sociedade nos assuntos do governo, incluída a consulta das políticas econômicas e monetárias; para combater o analfabetismo, a mortalidade infantil e materna, as doenças curáveis. Foi exigido o acesso à informação livre e veraz, o acesso à água potável; reconheceu-se a exclusão social e que os direitos humanos são para o exercício de todos e não para utilizá-los como arma política dos poderosos.
Desta vez, o governo dos EUA teve que escutar, não uma voz quase única, como aconteceu durante décadas, nem uma escassa minoria, como até há pouco, Agora foram maioria os povos que falaram na Cúpula, representados por seus presidentes e chefes de delegações, para oferecer este debate imprescindível, ou através da atitude dos que não foram. A Cúpula teve que ser censurada porque o império escuta com ouvidos moucos.
Em Cartagena ficou a nu a doutrina Monroe de "América para os (norte) americanos". Como se ninguém lembrasse o engano da Aliança para o Progresso, em 1961, e da Iniciativa para as Américas ou ALCA, em 1994; agora querem enganar-nos com a "Aliança Igualitária".
Como prognosticou, num evento internacional, em Cartagena, em 14 de junho de 1994, o comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz, as chamadas Cúpulas das Américas somente têm beneficiado o Norte.
José Martí, quando julgou uma reunião similar, em Washington, há 105 anos, escreveu: "depois de ver com olhos judiciais os antecedentes, as causas e fatores do convite, urge dizer, porque é a verdade, que tem chegado para a América espanhola a hora de declarar sua segunda independência".
Durante o próprio evento, a ALBA tornou oficial e público que, sem uma mudança radical da natureza destas Cúpulas, não assistirá mais. Outros líderes continentais, também advertiram.
Quanto à OEA, esse cadáver insepulto, não há nada que falar.
A República Argentina tem o direito inalienável de soberania sobre as Ilhas Malvinas, Geórgias do Sul e Sandwich do Sul e os espaços marítimos circundantes.
Cuba lembra que a Pátria Grande não estará completa até que o irmão povo portorriquenho exerça seu direito à autodeterminação e Porto Rico, essa nação latino-americana e caribenha, submetida pelos Estados Unidos ao colonialismo, atinja sua total independência.
Com um sólido consenso de soberania regional e defesa de nossa cultura, dentro de nossa rica diversidade; com quase 600 milhões de habitantes; com enormes recursos naturais; Nossa América tem uma chance para resolver os graves problemas de extrema desigualdade na distribuição da riqueza e pode, com sua força, evidente, contribuir para "o equilíbrio do mundo", para a defesa da paz e para a preservação da espécie humana.
Para isso, ante as tentativas de dividir-nos, necessitará manter-se unida.
Ninguém esqueça no Norte, que há 51 anos, o povo cubano defendia, a estas mesmas horas, uma Revolução Socialista nas areias ensanguentadas de Praia Girón, e que, a partir desse momento, "todos os povos da América foram um pouco mais livres".


Cabo Anselmo, o barril de pólvora

O Ministério da Justiça se prepara para, tão logo instalada a Comissão da Verdade, votar o processo de José Anselmo dos Santos, o cabo Anselmo, na Comissão de Anistia.
A ideia é esperar a comissão ser instalada porque se sabe que o pedido de anistia feito por Anselmo, uma das mais controvertidas figuras da ditadura brasileira, é um barril de pólvora.
Cabo Anselmo
Cabo Anselmo

DILMA PARTICIPA DA FORMATURA DOS NOVOS DIPLOMATAS


*osamigosdopresidentelula

 

Bispos na CNBB estão assustados com queda do nº de católicos


Ainda na expectativa dos dados coletados pelo Censo de 2010, os 335 bispos que participam da 50ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estão assustados com a queda no número de católicos no País. Percentagem caiu de 83,34% para 67,84% nos últimos 20 anos.
Lembrando que o papa Bento XVI está preocupado com a perda da fé ou descristianização em todo o mundo, a começar pela Europa, cardeal d. Cláudio Hummes, ex-prefeito da Congregação do Clero no Vaticano e ex-arcebispo de São Paulo, afirmou que “é preciso começar pelo começo” no esforço para garantir a perseverança dos católicos e reconquista daqueles que abandonaram a Igreja.
De acordo com os dados apresentados pelo padre Thierry, os evangélicos representam 21,93% da população, enquanto 6,72% declaram não terem religião e 4,62% dizem praticar religiões alternativas. Em sua avaliação, essas porcentagens teriam de ser analisadas com mais rigor, porque refletem um quadro confuso na denominação das crenças. O termo católico aparece em sete igrejas, incluindo a Igreja Católica Romana, enquanto os evangélicos são identificados com mais de 40 denominações.
A prática religiosa pelos batizados é outra coisa que preocupa dos bispos. Os católicos praticantes – aqueles que vão à missa, recebem os sacramentos e participam da comunidade – são apenas 5%, ou cerca de 7 milhões num universo estimado em pouco mais de 130 milhões de fiéis. Entre os evangélicos, a porcentagem é maior.
Fica a torcida para que comece um avanço da secularização no Brasil, como ocorre hoje em muitos países da Europa.
*Diarioateista

Mauro Santayana: Todos nós somos argentinos

 

Mauro Santayana 
O Brasil e a Argentina, sendo os dois maiores países da América do Sul, têm sido alvos preferenciais do domínio euro-americano em nosso continente. A Argentina, sob Cristina Kirchner, depois de anos desastrados de ditadura militar, e do governo caricato e neoliberal de Menen, se confronta com Madri, ao retomar o controle de suas jazidas de petróleo que estava com a Repsol. Quando um governo entrega, de forma aviltante, os bens nacionais ao estrangeiro, como também ocorreu no Brasil, procede como quem oferece seu corpo no mercado da prostituição. Assim, as medidas de Cristina buscam reparar a abjeção de Menem.
Será um equívoco discutir o conflito de Buenos Aires com Madri dentro dos estreitos limites das relações econômicas. A economia de qualquer país é um meio para assegurar sua soberania e dignidade — não um fim em si mesma.
As elites espanholas, depois da morte de Franco, foram seduzidas pela ideia de que poderiam recuperar sua presença na América Latina, perdida na guerra contra os Estados Unidos e durante a ditadura de quase 40 anos. Já durante o governo de Adolfo Suárez, imaginaram que poderiam, pouco a pouco, readquirir a confiança dos latino-americanos, ofendidos pela intervenção descarada dos Estados Unidos no continente. De certa forma, procediam com inteligência estratégica: a nossa América necessitava de aliados, mesmo frágeis, como era a Península Ibérica, na reconstrução de sua soberania, mutilada pelos governos militares alinhados a Washington.
Mas faltou aos governantes e homens de negócios espanhóis a habilidade diplomática, que se dissimula na modéstia, e lhes sobrou arrogância. Essa arrogância cresceu quando a Espanha foi admitida na União Europeia, e passou a receber fartos recursos dos países ricos do Norte, a fim de acertar o passo continental. A sua estratégia foi a de, com parte dos recursos disponíveis, “comprar” empresas e constituir outras em nossos países. Isso os levou a imaginar que poderiam ditar a nossa política externa, como serviçais que foram, e continuam a ser, dos Estados Unidos. A ideia era a de que, em espanhol, os ditados de Washington seriam mais bem ouvidos.
Saquearam tudo o que puderam, durante o período colonial, em ouro e prata
O paroxismo dessa paranoia ocorreu quando José Maria Aznar telefonou ao presidente Duhalde, da Argentina, determinando-lhe que aceitasse as imposições do FMI, sob a ameaça de represálias. E a insolência maior ocorreu, e sob o governo socialista de Zapatero, quando esse heroico matador de paquidermes indefesos, Juan Carlos, mandou que o presidente Chávez (eleito livremente pelo seu povo, sob a fiscalização de observadores internacionais, entre eles o ex-presidente Carter) se calasse, no encontro ibero-americano de Santiago. Um rei matador de elefantes indefesos e sogro de um acusado de peculato — o bem apessoado serviçal da Telefónica de Espanha, Iñaki Urdangarin, pago com lucros obtidos pela empresa na América Latina, principalmente no Brasil.
Os espanhóis parecem não se dar conta de que as suas antigas colônias se tornaram independentes, umas mais cedo — como é o caso da Argentina — e outras mais tarde, embora muitas passassem ao domínio ianque. Imaginaram que podiam fazer o que faziam antes disso no continente — e incluíram o Brasil na geografia de sua presunção.
O Brasil pode e deve ser solidário com a Argentina, no caso da recuperação, para seu povo, das jazidas petrolíferas da YPF. E manter a nossa posição histórica de reconhecimento da soberania de Buenos Aires sobre o arquipélago das Malvinas.
Que querem os espanhóis em sua gritaria por solidariedade contra a Argentina, pelo mundo afora? Eles saquearam tudo o que puderam, durante o período colonial, em ouro e prata. Usaram esses recursos imensos — assim como os portugueses fizeram com o nosso ouro — a fim de construir castelos e armar exércitos que só se revelaram eficazes na repressão contra o seu próprio povo — como ocorreu na guerra civil.

Um só ser humano, em sua dignidade, vale mais do que todos os poços de petróleo do mundo
Durante o seu período de arrogância subsidiada, trataram com desdém os mal chamados ibero-americanos, humilhando e ofendendo brasileiros e hispano-americanos, aviltando-os ao máximo. Um só ser humano, em sua dignidade, vale mais do que todos os poços de petróleo do mundo. Antes que Cristina Kirchner determinasse a recompra das ações da YPF em poder da Repsol, patrimônio muito maior dos argentinos e de todos os latino-americanos, sua dignidade, havia sido aviltada, de forma abjeta e continuada, pelas autoridades espanholas no aeroporto de Barajas e em seu território.
Que se queixem agora aos patrões, como seu chanceler, Garcia-Margallo fez, ao chorar nos ombros da senhora Clinton, e busquem a solidariedade de uma Europa em frangalhos. Ou que rearmem a sua Invencível Armada em Cádiz, e desembarquem no Rio da Prata. Isso, se antes, os milhões de jovens desempregados — a melhor parcela de um povo maravilhoso, como é o da Espanha — não resolvam destituir suas elites políticas, corruptas, incompetentes e opressoras, e seu rei tão ocioso quanto descartável.
E, ao final, vale lembrar a viagem histórica que Eva Perón fez à Europa, no auge de sua popularidade. Em Madri, diante da miséria em que se encontrava o povo, ofereceu a Franco, em nome do povo argentino, alguns navios cheios de trigo. O general respondeu que não era necessário, que os celeiros espanhóis estavam cheios de farinha. E Evita replicou, de pronto: “¿Entonces, por qué no hacen pan?”
*GilsonSampaio

O mensalão da Veja


*GrupoBeatrice

Paraiso ou Esquecimento

*Documentariodeverdade

CPI DA IMPRENSA: JORNALISTA ORIENTA NAJI NAHAS, QUE EXPULSOU FAMÍLIAS DO PINHEIRINHO, A PROCESSAR JORNALISTAS QUE DENUNCIARAM CORRUPÇÃO

Português do Brasil: O governador de São Paulo...
Geraldo Alckmin, solicito com Naji Nahas

A CPI do Cachoeira pode se transformar na CPI da Imprensa. A liberdade de imprensa no Brasil se tornou tão grande que parece que alguns jornalistas e órgãos de imprensa se sentiram a cima da lei.

Nessa gravação, divulgada pelo blog Quid Novi, do JB, o jornalista Leonardo Attuch, da Isto É, pede a Naji Nahas que processe colegas (ou inimigos) de profissão, por terem feito matérias sobre corrupção que o envolviam.

Naji Nahas é o homem que conseguiu com que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) mobilizasse dois mil policiais, em associação com o poder judiciário do estado (usando dinheiro público) para expulsar cerca de duas mil famílias do bairro Pinheirinho em São José dos Campos. Veja que pérola para a história do jornalismo:

*educaçãopolitica