Brasil empata com Japão e Reino Unido em novo índice de riqueza da ONU
A culpa é de Lula e de Dilma.
Um novo cálculo apresentado neste domingo (17) pelas Nações Unidas tenta
integrar aspectos sociais e ambientais ao crescimento econômico para
medir o grau de desenvolvimento sustentável de um país. No primeiro
relatório do Índice de Riqueza Inclusiva da ONU, que analisou dados de
20 países, o Brasil ficou em quarto lugar – empatado com a Índia, o
Japão e o Reino Unido e na frente de países como Noruega e Estados
Unidos.
Pontuar melhor no índice de Riqueza Inclusiva significa ter um padrão
de crescimento econômico mais sustentável, na visão da ONU. A China foi a
primeira colocada, seguida pela Alemanha.
“É importante saber o quanto a economia de um país cresceu, mas também
como ela cresceu”, disse Pablo Munoz, diretor científico do Relatório de
Riqueza Inclusiva 2012. “Este índice alia as variações de estoque no
capital econômico, no capital humano e no capital natural que sustentam o
crescimento do país”, afirma Pablo Munoz, diretor científico do
Relatório de Riqueza Inclusiva 2012.
O índice foi criado em parceria pelo Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA) e a Universidade das Nações Unidas sobre Mudança
Ambiental Global (UNU-IHDP) e apresentado durante a Rio+20. A Rio+20 é a
Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que vai até o dia
22 de junho, no Rio.
Alternativa ao PIB
A substituição do Produto Interno Bruto -- a soma de todas as riquezas
produzidas por um país -- por outro indicador de desenvolvimento pode
ser uma das contribuições da Rio+20 para a comunidade internacional.
"Eu não diria que vamos substituir o PIB como medida de
desenvolvimento, já que ele é medido hoje por cerca de cem países, com
base em indicadores bastante confiáveis", diz Munoz. "Não sei em quanto
tempo isso acontecerá, mas a tendência é que os índices de
desenvolvimento evoluam para medir outros aspectos além da produção."
A consequência prática dessa mudança de paradigma seria que não só o
crescimento do PIB, mas a melhoria de outros indicadores nacionais
motivassem as políticas de cada país. O desafio é chegar a um índice que
leve em conta as várias dimensões do desenvolvimento sustentável e seja
aplicável internacionalmente, passível de ser medido em todos os
países.
Desde a Rio 92, quando a revisão do PIB como indicador de
desenvolvimento já estava em pauta, surgiram propostas de redefinição do
indicador. Poucas, no entanto, foram testadas na prática e adotadas
internacionalmente por outros países.
A mais conhecida e utilizada das medidas de desenvolvimento
alternativas ao PIB é o Índice de Desenvolvimento Humano, medido pela
ONU desde 1990. Em 2010, o Índice passou por uma reformulação, a fim de
refletir melhor os valores da sociedade com relação a desenvolvimento
sustentável.