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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
terça-feira, junho 26, 2012
segunda-feira, junho 25, 2012
CONFIRMADO: PM MATOU IDOSO NA DESOCUPAÇÃO DO PINHEIRINHO!!!
É chocante e
assustadora a denúncia dos crimes cometidos na desocupação do
Pinheirinho (SP), que o procurador Márcio Sotelo Felippe e os
respeitadíssimos Celso Antonio Bandeira de Mello, Dalmo de Abreu Dallari
e Fabio Konder Comparato, além de outros juristas, magistrados,
políticos e voluntários, encaminharam à Comissão de Direitos Humanos da
OEA (acesse íntegra aqui).
Além de sistematizar as informações que já circulavam sobre os atos de truculência e barbárie que lá tiveram lugar, compondo um quadro simplesmente dantesco, a denúncia confirma que houve mesmo uma vítima fatal, conforme foi denunciado no momento dos acontecimentos e depois desmentido: o morador Ivo Teles da Silva.
As "evidências de que a morte ocorreu em decorrência das agressões físicas praticadas por policiais militares durante a desocupação da comunidade" estão assim documentadas: "O sr. Ivo Teles da Silva contava com 69 anos e residia no Pinheirinho há 7 anos, com uma companheira.
No dia da desocupação Ivo Teles da Silva foi espancado pela polícia militar, sofrendo lesões em várias partes do corpo. Foi socorrido no Posto de Saúde do bairro e encaminhado ao pronto socorro do hospital municipal. Ficou desaparecido por mais de uma semana, apesar das insistentes tentativas de localização, por advogados, entidades de direitos humanos e amigos.
A única resposta do serviço médico era que somente a Prefeitura poderia dar informações. E a prefeitura, por sua vez, negava haver efetuado qualquer atendimento à vítima.
Ele só seria encontrado cerca de dez dias depois no Hospital Municipal, outra unidade de saúde, já em estado de coma, e após ser submetido a procedimentos cirúrgicos.
O boletim de atendimento de urgência, embora solicitado pela Defensoria Pública e pelo CONDEPE, jamais foi apresentado.
O serviço público de saúde deu alta médica ao sr. Ivo Teles da Silva, tendo sido encaminhado para a residência de sua filha, em Ilhéus-BA, de cadeira de rodas, pois ainda não andava ou falava. Ele viria a falecer dias depois, em 10.04.2012. Embora não haja documentos oficias que atestem o nexo de causalidade entre as agressões praticadas pela polícia e a morte, há inúmeras evidências de que o seu falecimento se deu em decorrência dos fatos.
As circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas, seguindo a sistemática sonegação de informação pela Prefeitura e demais órgãos da administração pública".
Trocando em miúdos, o que temos aqui é a descrição de um bestial assassinato e do seu covarde acobertamento. Como a preocupação das autoridades foi unicamente a de negar e maquilar os crimes, descumprindo seu dever de os investigar, não é possível estabelecer com absoluta precisão a responsabilidade de cada criminoso.
A denúncia coloca em primeiro lugar na lista dos "responsáveis pelas violações" o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tendo como cúmplices o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Pedrosa Cury; o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Ricardo Garisio Sartori; a juíza da 6ª Vara Cível da Comarca de São José dos Campos, Márcia Faria Mathey Loureiro; e o comandante da operação policial, coronel PM Manoel Messias, dentre outros.
"FLAGRANTE, LITERAL E TRAIÇOEIRA VIOLAÇÃO DO ACORDO DE SUSPENSÃO DA ORDEM JUDICIAL"
Quanto ao que efetivamente aconteceu naquele domingo negro, é sublinhada no texto a existência de semelhanças evidentes com o que ocorria na Alemanha nazista. Concordo plenamente.
Vale a pena todos lerem atentamente e refletirem sobre se estes HORRORES ainda podem ser admitidos um quarto de século depois de o Brasil ter despertado do pesadelo totalitário: "Diante da tragédia social e humana que se avizinhava, com a iminente retirada à força de 1.659 famílias de suas moradias, parlamentares e representantes dos moradores tentaram uma negociação com os interessados e autoridades judiciais.
No dia 18 de janeiro de 2012, quinta-feira, reuniram-se no gabinete do juiz da Falência, dr. Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, o senador da República Eduardo Matarazzo Suplicy, os deputados estaduais Carlos Giannazi e Adriano Diogo, o deputado federal Ivan Valente, o síndico da massa falida Jorge T. Uwada, o advogado da massa falida Julio Shimabukuro e o advogado da empresa falida Selecta, Waldir Helu.
Conseguiu-se então um acordo de suspensão da ordem judicial de reintegração de posse pelo prazo de 15 dias.
O juiz da Falência declarou na petição em que formalizado o acordo, por despacho de punho próprio, que havia telefonado para a juíza Márcia Loureiro, responsável pela ordem de reintegração de posse, comunicando o resultado da negociação.
No entanto, de surpresa, sem qualquer notificação, em flagrante, literal e traiçoeira violação do acordo de suspensão da ordem judicial, três dias depois ocorreu a violenta desocupação e remoção das 1.659 famílias.
Na madrugada de domingo, dia 22 de janeiro de 2012, às 5h30 da manhã, o bairro Pinheirinho foi cercado pela polícia estadual e pela guarda municipal de São José dos Campos. Mais de 2 mil policiais entraram na área, lançando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra uma população que dormia, indefesa.
Todos os moradores, incluindo mulheres, recém-nascidos, crianças, idosos e enfermos foram arrancados de suas casas.
Máquinas derrubaram as edificações, destruindo bens pessoais, móveis e utensílios dos moradores.
Praticamente não foi concedida oportunidade para a retirada de bens pessoais, documentos e papéis. Também foram demolidos todos os espaços de uso coletivo e todos os templos religiosos (um católico e seis protestantes).
Aquelas 6 mil pessoas foram tratadas como animais, arrancadas de suas moradias e lançadas em abrigos coletivos improvisados. Durante a desocupação, dentro dos abrigos, os moradores ainda recebiam pancadas, eram vítimas de policiais armados, de balas de borracha e bombas de gás.
Ambulâncias saiam do local carregando feridos, inclusive crianças vítimas dos gases e bombas de efeito moral. As balas e bombas eram lançadas em todos os bairros contíguos ao terreno, atingindo pessoas e residências. Mesmo após a desocupação, durante a noite, a Polícia Militar ainda atirava bombas de gás dentro do pátio da Igreja, onde se resguardavam moradores que não quiseram ficar nos abrigos.
Os advogados não puderam acompanhar os atos da desocupação, inobstante sua natureza judicial. Alguns levaram tiros com balas de borracha, como o advogado Antônio Donizete Ferreira, atingido nas costas, joelho e virilha por balas de borracha.
Membros da Defensoria Pública, órgão estatal responsável pela assistência jurídica aos necessitados, foram impedidos militarmente de acompanhar o cumprimento da ordem.
A imprensa também não pôde acompanhar o procedimento policial.
A remoção violenta das 6 mil pessoas aqui descrita, além de violadora de diversos dispositivos da Convenção e da Declaração Americanas, (...) também caracteriza crime contra a Humanidade, nos termos do art. 7º , letra “k”, do Estatuto de Roma: ato desumano que provocou intencionalmente grande sofrimento, ferimentos graves e afetou a saúde mental e física de coletividade.
Frontal violação do princípio da dignidade humana, com insuperável dano à integridade física e psíquica das vítimas e efeitos traumáticos em crianças, que perdurarão em suas existências.
Pode-se comparar a operação policial, em sua brutalidade e selvageria, a um 'pogrom', ou à Noite dos Cristais na Alemanha nazista, que destruiu milhares de propriedades, casas e templos da comunidade judaica em 1938.
Na comunidade do Pinheirinho, no Brasil de 2012, no entanto, o motivo não foi o ódio étnico. Foi o alegado direito de propriedade, reputado absoluto pelo Judiciário e imposto ao custo de indizível sofrimento de toda uma população".
Por Celso Lungaretti (*)Além de sistematizar as informações que já circulavam sobre os atos de truculência e barbárie que lá tiveram lugar, compondo um quadro simplesmente dantesco, a denúncia confirma que houve mesmo uma vítima fatal, conforme foi denunciado no momento dos acontecimentos e depois desmentido: o morador Ivo Teles da Silva.
As "evidências de que a morte ocorreu em decorrência das agressões físicas praticadas por policiais militares durante a desocupação da comunidade" estão assim documentadas: "O sr. Ivo Teles da Silva contava com 69 anos e residia no Pinheirinho há 7 anos, com uma companheira.
No dia da desocupação Ivo Teles da Silva foi espancado pela polícia militar, sofrendo lesões em várias partes do corpo. Foi socorrido no Posto de Saúde do bairro e encaminhado ao pronto socorro do hospital municipal. Ficou desaparecido por mais de uma semana, apesar das insistentes tentativas de localização, por advogados, entidades de direitos humanos e amigos.
A única resposta do serviço médico era que somente a Prefeitura poderia dar informações. E a prefeitura, por sua vez, negava haver efetuado qualquer atendimento à vítima.
Ele só seria encontrado cerca de dez dias depois no Hospital Municipal, outra unidade de saúde, já em estado de coma, e após ser submetido a procedimentos cirúrgicos.
O boletim de atendimento de urgência, embora solicitado pela Defensoria Pública e pelo CONDEPE, jamais foi apresentado.
O serviço público de saúde deu alta médica ao sr. Ivo Teles da Silva, tendo sido encaminhado para a residência de sua filha, em Ilhéus-BA, de cadeira de rodas, pois ainda não andava ou falava. Ele viria a falecer dias depois, em 10.04.2012. Embora não haja documentos oficias que atestem o nexo de causalidade entre as agressões praticadas pela polícia e a morte, há inúmeras evidências de que o seu falecimento se deu em decorrência dos fatos.
As circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas, seguindo a sistemática sonegação de informação pela Prefeitura e demais órgãos da administração pública".
Trocando em miúdos, o que temos aqui é a descrição de um bestial assassinato e do seu covarde acobertamento. Como a preocupação das autoridades foi unicamente a de negar e maquilar os crimes, descumprindo seu dever de os investigar, não é possível estabelecer com absoluta precisão a responsabilidade de cada criminoso.
A denúncia coloca em primeiro lugar na lista dos "responsáveis pelas violações" o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tendo como cúmplices o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Pedrosa Cury; o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Ricardo Garisio Sartori; a juíza da 6ª Vara Cível da Comarca de São José dos Campos, Márcia Faria Mathey Loureiro; e o comandante da operação policial, coronel PM Manoel Messias, dentre outros.
"FLAGRANTE, LITERAL E TRAIÇOEIRA VIOLAÇÃO DO ACORDO DE SUSPENSÃO DA ORDEM JUDICIAL"
Quanto ao que efetivamente aconteceu naquele domingo negro, é sublinhada no texto a existência de semelhanças evidentes com o que ocorria na Alemanha nazista. Concordo plenamente.
Vale a pena todos lerem atentamente e refletirem sobre se estes HORRORES ainda podem ser admitidos um quarto de século depois de o Brasil ter despertado do pesadelo totalitário: "Diante da tragédia social e humana que se avizinhava, com a iminente retirada à força de 1.659 famílias de suas moradias, parlamentares e representantes dos moradores tentaram uma negociação com os interessados e autoridades judiciais.
No dia 18 de janeiro de 2012, quinta-feira, reuniram-se no gabinete do juiz da Falência, dr. Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, o senador da República Eduardo Matarazzo Suplicy, os deputados estaduais Carlos Giannazi e Adriano Diogo, o deputado federal Ivan Valente, o síndico da massa falida Jorge T. Uwada, o advogado da massa falida Julio Shimabukuro e o advogado da empresa falida Selecta, Waldir Helu.
Conseguiu-se então um acordo de suspensão da ordem judicial de reintegração de posse pelo prazo de 15 dias.
O juiz da Falência declarou na petição em que formalizado o acordo, por despacho de punho próprio, que havia telefonado para a juíza Márcia Loureiro, responsável pela ordem de reintegração de posse, comunicando o resultado da negociação.
No entanto, de surpresa, sem qualquer notificação, em flagrante, literal e traiçoeira violação do acordo de suspensão da ordem judicial, três dias depois ocorreu a violenta desocupação e remoção das 1.659 famílias.
Na madrugada de domingo, dia 22 de janeiro de 2012, às 5h30 da manhã, o bairro Pinheirinho foi cercado pela polícia estadual e pela guarda municipal de São José dos Campos. Mais de 2 mil policiais entraram na área, lançando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra uma população que dormia, indefesa.
Todos os moradores, incluindo mulheres, recém-nascidos, crianças, idosos e enfermos foram arrancados de suas casas.
Máquinas derrubaram as edificações, destruindo bens pessoais, móveis e utensílios dos moradores.
Praticamente não foi concedida oportunidade para a retirada de bens pessoais, documentos e papéis. Também foram demolidos todos os espaços de uso coletivo e todos os templos religiosos (um católico e seis protestantes).
Aquelas 6 mil pessoas foram tratadas como animais, arrancadas de suas moradias e lançadas em abrigos coletivos improvisados. Durante a desocupação, dentro dos abrigos, os moradores ainda recebiam pancadas, eram vítimas de policiais armados, de balas de borracha e bombas de gás.
Ambulâncias saiam do local carregando feridos, inclusive crianças vítimas dos gases e bombas de efeito moral. As balas e bombas eram lançadas em todos os bairros contíguos ao terreno, atingindo pessoas e residências. Mesmo após a desocupação, durante a noite, a Polícia Militar ainda atirava bombas de gás dentro do pátio da Igreja, onde se resguardavam moradores que não quiseram ficar nos abrigos.
Os advogados não puderam acompanhar os atos da desocupação, inobstante sua natureza judicial. Alguns levaram tiros com balas de borracha, como o advogado Antônio Donizete Ferreira, atingido nas costas, joelho e virilha por balas de borracha.
Membros da Defensoria Pública, órgão estatal responsável pela assistência jurídica aos necessitados, foram impedidos militarmente de acompanhar o cumprimento da ordem.
A imprensa também não pôde acompanhar o procedimento policial.
A remoção violenta das 6 mil pessoas aqui descrita, além de violadora de diversos dispositivos da Convenção e da Declaração Americanas, (...) também caracteriza crime contra a Humanidade, nos termos do art. 7º , letra “k”, do Estatuto de Roma: ato desumano que provocou intencionalmente grande sofrimento, ferimentos graves e afetou a saúde mental e física de coletividade.
Frontal violação do princípio da dignidade humana, com insuperável dano à integridade física e psíquica das vítimas e efeitos traumáticos em crianças, que perdurarão em suas existências.
Pode-se comparar a operação policial, em sua brutalidade e selvageria, a um 'pogrom', ou à Noite dos Cristais na Alemanha nazista, que destruiu milhares de propriedades, casas e templos da comunidade judaica em 1938.
Na comunidade do Pinheirinho, no Brasil de 2012, no entanto, o motivo não foi o ódio étnico. Foi o alegado direito de propriedade, reputado absoluto pelo Judiciário e imposto ao custo de indizível sofrimento de toda uma população".
do blog Ousar Lutar!!Ousar Vencer!!
*Cutucandodeleve
Mercosul suspende Paraguai de reunião e pode aprovar adesão da Venezuela
Do Viomundo -
iG – Com Reuters e EFE
Mercosul suspende Paraguai da próxima cúpula do bloco
via MVM News
Em
comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram decisão
de retirar país de encontro em Mendoza após impeachment relâmpago de
Fernando Lugo
O Mercosul decidiu neste domingo suspender a
participação do Paraguai da próxima cúpula do bloco, que será realizada
na próxima sexta-feira na Argentina e na qual serão discutidas que
medidas tomar em relação ao país após o impeachment de Fernando Lugo.
Em
comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram sua
decisão de “suspender o Paraguai, de forma imediata e por este ato, do
direito a participar da 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e
Cúpula de Presidentes do Mercosul”.
O bloco sul-americano, do
qual o Paraguai é sócio fundador, também vetou a participação do
Paraguai das reuniões preparatórias para a cúpula do Mercosul, que
serão realizadas na cidade argentina de Mendoza.
A medida foi
adotada, segundo argumenta a declaração, em consideração ao Protocolo
de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul, assinado em 24 de
julho de 1998, e que determina “a plena vigência das instituições
democráticas” como “condição essencial para o desenvolvimento do
processo de integração”.
No comunicado, Argentina, Brasil e
Uruguai e os países associados Chile, Peru, Venezuela, Bolívia, Equador
e Colômbia expressaram a mais “enérgica condenação à ruptura da ordem
democrático ocorrida na República do Paraguai, por não ter sido
respeitado o devido processo” no julgamento político de Lugo,
destituído na sexta-feira passada.
A declaração afirma ainda que
os chefes de Estado considerarão na próxima sexta-feira, em Mendoza,
novas “medidas a serem adotadas”.
“O Brasil deve procurar tomar
todas as decisões futuras em relação à situação política no Paraguai da
forma mais multilateral possível, no âmbito do Mercosul e da Unasul. A
suspensão está confirmada e espera-se que até dezembro, quando o
Brasil sediará uma cúpula do Mercosul, o assunto já esteja
equacionado”, disse a assessoria do Ministério das Relações Exteriores
brasileiro.
Na sexta-feira o Congresso paraguaio aprovou o
impeachment do então presidente do país, Fernando Lugo, e deu posse a
seu vice, o liberal Federico Franco. O processo relâmpago recebeu
inúmeras críticas e alguns vizinhos regionais retiraram seus
embaixadores do país para consultas.
Neste domingo, Lugo pediu
que a democracia retorne ao seu país e anunciou que irá apoiar todas as
manifestações pacíficas para que a abalada ordem institucional seja
restabelecida. O ex-chefe de Estado anunciou que irá para Mendoza, na
cúpula regional, para explicar a situação no Paraguai.
Unasul
Neste
domingo, uma fonte do alto escalão do governo brasileiro disse à
agência Reuters que o Paraguai deve ser suspenso do Mercosul e da União
de Nações Sul-Americanas (Unasul) após o impeachment de Lugo.
Segundo
essa fonte, que falou sob condição de anonimato, o governo brasileiro
tem mantido contato com autoridades de outros países da região e
acredita-se que existe um consenso para a suspensão do Paraguai na
semana que vem, para quando está marcada uma reunião de cúpula do
Mercosul em Mendoza, na Argentina.
“O ponto é transformar esse novo governo (paraguaio) em um pária”, disse a fonte à Reuters.
Segundo
a fonte do governo brasileiro, o embaixador do país em Assunção,
chamado de volta para consultas, não deve retornar ao Paraguai. Essa
autoridade disse ainda que o Brasil não pretende romper completamente
suas relações com o Paraguai por conta de interesses brasileiros no
país, como a usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
A fonte
disse ainda que o governo brasileiro não manterá contatos com Franco e
manterá sua tradição de atuar no caso por meio de organismos
multilaterais. Essa estratégia, segundo a autoridade, tem o objetivo
abrir um precedente que deixe claro a gravidade das consequências de
fatos como o ocorrido no Paraguai.
Especificamente, a meta é
garantir que nada parecido aconteça em outros paises, como Bolívia e
Peru. “Essa é uma reação institucional que mostrará aos outros as
consequências negativas de uma medida agressiva como essa”, completou a
fonte.
*****
Com suspensão do Paraguai, Mercosul pode aprovar adesão da Venezuela
Aprovação no Senado paraguaio, que depôs o presidente Fernando Lugo, era o último entrave à entrada dos venezuelanos no bloco
Com
a suspensão do Paraguai na Cúpula do Mercosul, que será realizada a
partir desta quarta-feira (27/06), na Argentina, os países do bloco
consideram a possibilidade de aprovar a inclusão da Venezuela como
membro permanente, segundo fontes diplomáticas consultadas pelo Opera
Mundi.
A suspensão do novo governo paraguaio na 43ª Reunião do
Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul foi
anunciada neste domingo (24/06) em um comunicado conjunto dos governos
da Argentina, Brasil e Uruguai. A decisão foi tomada em repúdio à
deposição do presidente Fernando Lugo, na última sexta-feira (22/06),
que viola a cláusula democrática do bloco regional.
As intenções
de inclusão da Venezuela para o fortalecimento econômico do bloco
tiveram início em 2005, quando o país solicitou a adesão como sócio
pleno. Na última cúpula, realizada em dezembro do ano passado, em
Montevidéu, a proposta foi discutida, mas encontrou resistência do
parlamento paraguaio. Segundo as regras do bloco, a medida necessita
apoio dos poderes Executivo e Legislativo dos países sócios.
Atualmente,
a Venezuela tem um status de Estado em processo de adesão ao
Mercosul, enquanto outros países, como Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e
Equador, são membros associados.
*blogdosaraiva
Rede de solidariedade ecumênica se manifesta diante da atitude do Vaticano em reconhecer novo governo
Rogéria Araújo
Jornalista da Adital
Adital
Diante do reconhecimento do Vaticano sobre o novo governo paraguaio, uma
rede de solidariedade ecumênica se formou e está repudiando o golpe de Estado
institucional que destituiu, na última sexta-feira (22), o então presidente
Fernando Lugo de seu cargo. Hoje, a representação oficial da igreja católica
consagrou Federico Franco como atual mandatário.
Na quinta-feira, enquanto deputados e senadores da oposição orquestravam
o julgamento político de Lugo, os Bispos católicos já se manifestavam pela
destituição do presidente, eleito legitimamente pelo povo em 2008.
Diante deste quadro, representantes de diversas igrejas da América
Latina lançaram um comunicado de adesão firmando apoio incondicional a Fernando
Lugo e deplorando o processo demagogo e irresponsável do qual foi vítima.
"América Latina vive uma mudança de época: o Reino de Deus traz dores de
parto, pois a esperança não deixa de nascer a partir dos humildes e se
constroem governos populares e democráticos – com avanços e contradições – que
fazem eco das demandas de nossos povos, povos historicamente empobrecidos pelas
oligarquias locais e pelos setores conservadores da política latino-americana
que respondem aos interesses do imperialismo norte-americano”, afirma o
documento.
A posição tomada pela
Igreja Católica no Paraguai em momento extremamente delicado que pesa sobre a
democracia do país gerou várias críticas por parte de setores mais
comprometidos e progressistas da Igreja. No dia seguinte ao resultado do
julgamento político que declarou Lugo culpado, sobretudo pela morte de 17
pessoas entre indígenas e policiais durante um conflito no sudeste do país,
Federico Franco recebeu a comunhão em cerimônia na Catedral Metropolitana de
Assunção e, com isso, a benção do Vaticano.
"Devemos ter bem
presente, hoje, com mais ânimo que nuca, que só a mobilização e a organização
popular sustentam esses governos que querem impulsionar um projeto libertador
em favor das maiorias populares. Para que o diabo não ganhe vantagem alguma
sobre nós, não se pode ignorar as maquinações dos inimigos dos povos que hoje
celebram esta destituição”, afirma o texto.
Em texto à parte, o
teólogo e biblista chileno, Pablo Richard, também se manifestou sobre a atitude
da Igreja Católica no Paraguai. Ele afirmou que os/ católicos/as da América
Latina estão se sentindo literalmente golpeados com a rápida legitimação dada
pelo Núncio Apostólico ao golpe de estado. Lembrou que da mesma forma, o golpe
de estado em Honduras [junho de 2009] obteve a benção com a mesma rapidez.
"Nós, católicos, nos
sentimentos deslegitimados e ofendidos pela atitude dos núncios apostólicos da
Igreja Católica. Surge a pergunta se estes senhores são representantes do
Estado Vaticano ou do Papa, como chefe de toda a Igreja, representante da
tradição apostólica. Não se pode enganar e brincar com a fé e a identidade
católica dos Povos de Deus, especialmente na América Latina e Caribe. Não nos
sentimos representados por um diplomático da Hierarquia e temos o direito de
rechaçar as oposições políticas do Estado do Vaticano e, inclusive, das
oposições antiéticas e antidemocráticas da hierarquia”, afirmou o teólogo.
O comunicado é assinado
por diversas representações de igreja de países como Brasil, Argentina, El
Salvador, Uruguai e Chile.
As adesões podem ser
enviadas para o email: comunidaddimensiondefe@yahoo.com.ar
*Adital
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