Rússia alerta que ataque ao Irã seria “desastroso”
Redação, com Reuters - de Moscou
Um ataque ao Irã poderia desencadear profundos choques nas esferas de segurança e econômica
A
Rússia fez um duro alerta a Israel e Estados Unidos para que não
ataquem o Irã, argumentando que não há indícios de que a República
Islâmica esteja desenvolvendo armas nucleares, disse a agência de
notícias Interfax nesta quinta-feira.
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Alertamos àqueles que não são estranhos a soluções militares, que isso
seria muito nocivo, literalmente desastroso para a estabilidade
regional – disse o vice-chanceler Sergei Ryabkov à Interfax.
Um
ataque ao Irã poderia “desencadear profundos choques nas esferas de
segurança e econômica, o que iria reverberar bem além das fronteiras da
região do Oriente Médio”, acrescentou.
As
autoridades russas já fizeram alertas semelhantes no passado, mas as
declarações de Ryabkov parecem indicar uma crescente preocupação de
Moscou com as ameaças israelenses de atacar instalações nucleares
iranianas.
Os EUA e seus aliados suspeitam que o
Irã pretenda desenvolver armas atômicas, embora Teerã insista no
caráter pacífico das suas atividades. Líderes israelenses vêm adotando
uma retórica cada vez mais agressiva nessa questão, gerando rumores de
que um ataque poderia ocorrer antes da eleição presidencial
norte-americana de novembro.
Ryabkov insistiu na
tese russa de que não há sinais de caráter militar no programa atômico
iraniano, e que o monitoramento da agência nuclear da ONU é suficiente
para tranquilizar o mundo.
- Nós, como antes,
não vemos sinais de que haja uma dimensão militar no programa nuclear
iraniano. Nenhum sinal. Vemos algo diferente – que há material nuclear,
no Irã que está sob controle de inspetores, especialistas da Agência
Internacional de Energia Nuclear – afirmou.
Esse material nuclear não está sendo desviado para necessidades militares, isso é oficialmente confirmado (pela AIEA).
Mas
essas declarações contradizem preocupações manifestadas pela própria
AIEA. Na semana passada, a agência disse que o Irã duplicou nos últimos
meses o número de centrífugas de enriquecimento de urânio em uma usina
subterrânea.
Os inspetores também têm tentado
sem sucesso obter acesso a uma instalação militar onde há suspeitas de
terem ocorrido testes de explosivos relacionados ao desenvolvimento de
ogivas atômicas
*GilsonSampaio