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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 30, 2012

"Derrotaremos o apartheid de Israel"

Por Leonardo Wexell Severo, no sítio da CUT:

Filha da terceira geração após a Nakba, a catástrofe que caracteriza a diáspora palestina após a sua expulsão pelos sionistas em 1948, Haneen Zoabi é a primeira mulher de um partido árabe a ter assento no parlamento israelense. Integrante da “Flotilha da Liberdade” que tentou furar o criminoso bloqueio e levar remédios e alimentos para a Faixa de Gaza, foi classificada por Israel como “terrorista”. “Defensora dos direitos humanos e do valor da liberdade para todos os povos”, Haneen Zoabi sublinha que sua bússola é a da justiça num mundo de paz e coexistência, onde todos vivam “em pé de igualdade”.

Lances de um capitalismo moribundo



 

 No pasaran!

Por Cléber Sérgio de Seixas

O capitalismo, em sua variante neoliberal, teima em manter-se de pé e nega confessar-se moribundo. Os fatos, porém, demonstram que o neoliberalismo está em seus estertores e a farra resultante de décadas de enfraquecimento do Estado e hegemonia do mercado está chegando a seu fim.

As conseqüências da crise econômica cuja bolha estourou em 2008 varrem todo o Globo e causam mais estragos naqueles países que insistem em seguir a bula neoliberal. Países que não seguiram os ditames do Consenso de Washington foram e têm sido menos atingidos pelos efeitos da crise. A tsunami decorrente do estouro da bolha chegou aqui como uma marolinha, como certa vez vaticinou o presidente Lula.

No velho mundo, a pesada bota da Troika pisa sobre os direitos de trabalhadores europeus, procurando minimizar a atuação do Estado no que toca ao bem-estar dos mesmos. Já se registram casos de trabalhadores espanhóis que buscam emprego no Brasil para fugir dos baixos salários e do desemprego que assola seu país.

O modus operandi dos magnatas do capital é análogo ao dos primórdios do neoliberalismo nos fatídicos anos 70 e 80. Reduz-se a produção e aumenta-se a especulação. Quando os efeitos danosos se fazem sentir, pede-se austeridade em troca de empréstimos que funcionarão paliativamente e, no futuro, cobrarão mais austeridade que redundará em mais precarização das condições de emprego e salário. Pouco ou nada se diz sobre os lucros exorbitantes dos bancos e do capital especulativo.

Os trabalhadores europeus, com destaque para espanhóis, gregos e portugueses, no entanto, não estão dispostos a pagar a conta resultante da ganância e dos exageros de um capitalismo sem freios, e por isso saem às ruas quando algum pacote de maldades é anunciado pelos governos da |Zona do Euro. Já é notória a atuação dos “Indignados” desde os eventos de 2011 na Espanha, capitaneados pelo movimento 15-M, e nos EUA pelo Occupy Wall Street.

Ontem, centenas de espanhóis se uniram na manifestação batizada de ‘Cerca o Congresso’ (Rodea el Congreso) nos arredores do Congresso de Deputados em Madrid. A polícia foi acionada e reprimiu com violência as manifestações.

Veja alguns lances do confronto no vídeo abaixo.

Irã está sob ameaça militar sionista, diz Ahmadinejad

Reuters
O Irã está sob a ameaça de ação militar por parte de "sionistas incivilizados", disse nesta quarta-feira o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, em uma referência clara a Israel. Segundo ele, ameaças desse tipo feitas pelas grandes potências têm como objetivo forçar a submissão dos países.
"A ameaça contínua dos sionistas incivilizados de recorrer à ação militar contra a nossa grande nação é um exemplo claro dessa realidade cruel", disse Ahmadinejad em um discurso de 33 minutos à Assembleia-Geral da ONU.

Israel e Estados Unidos recusam-se a descartar a possibilidade de um ataque contra as instalações nucleares do Irã, que o Ocidente suspeita que tenham como objetivo produzir bombas nucleares. O governo iraniano afirma que elas têm finalidades pacíficas.
Essa foi a oitava participação do presidente iraniano na assembleia das 193 nações e deverá ser a sua última, uma vez que seu segundo e último mandato termina no ano que vem. O discurso coincidiu com o feriado judaico do Yom Kippur, um dos dias mais sagrados do calendário judaico.
O discurso de Ahmadinejad mencionou questões suscitadas em suas participações anteriores na ONU, sugerindo que deveria haver uma "equipe independente de investigação" para descobrir a "verdade" por trás dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Ele também reclamou das "políticas e ações hegemônicas do sionismo mundial".
Ahmadinejad afirmou durante a semana que Israel mais cedo ou mais tarde será "eliminado". Essa declaração, não repetida na quarta-feira, enfureceu Israel e os EUA.

A missão norte-americana na ONU informou que a sua delegação não assistiu ao discurso do presidente iraniano. Ahmadinejad falou um dia depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, dizer à Assembleia-Geral que o governo norte-americano fará o que for necessário para evitar que Teerã obtenha armas nucleares.

Ahmadinejad também criticou a "atual ordem mundial opressiva", na qual a "pobreza é imposta às nações e as ambições e as metas das potências são buscadas seja por meio de artifícios ou pelo recurso à força".

"A situação abissal atual do mundo e os incidentes amargos da história se devem principalmente ao gerenciamento errôneo do mundo e dos autoproclamados centros de poder que se entregaram ao diabo", afirmou.
No que pareceu ser um chamado para uma nova ordem mundial com base na justiça e não pela dominação das grandes potências, ele afirmou que o mundo estava fundado sobre o materialismo e carecia de valores morais.
"Não há dúvida de que o mundo precisa de uma nova ordem de uma forma nova de pensar", afirmou Ahmadinejad, acrescentando que ela deveria ser uma "ordem justa e clara na qual todos são iguais ante a lei e na qual não há padrões duplos".
Ele disse que a autoridade deveria ser usada como uma dádiva sagrada, "não como uma chance de acumular poder e riqueza".



(Reportagem de Arshad Mohammed e de Louis Charbonneau) 
*MilitânciaViva

Dilma em Sampa na 2ª, apoiando Haddad rumo ao 2º turno


A presidenta Dilma Rousseff confirmou sua participação no comício com o candidato do PT, Fernando Haddad, nesta segunda-feira, em São Paulo. Será a primeira vez neste ano que uma atividade pública de campanha terá a presença da presidenta – antes, ela tinha gravado participações para programas eleitorais na TV.

A presença da presidenta é mais um trunfo que o PT tem para fortalecer a trajetória ascendente de Fernando Haddad rumo ao segundo turno. Ele tem crescido a cada pesquisa, mas é preciso ampliar a vantagem em relação ao candidato do PSDB, José Serra, para que possamos ficar tranquilos e nos prepararmos para a batalha seguinte ainda com mais gás.
 
Os dados das duas últimas pesquisas são: Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (27) atribui 30% das intenções de voto para Celso Russomanno (PRB), 22% para José Serra (PSDB) e 18% para Fernando Haddad (PT). Já na mais recente pesquisa do Ibope, divulgada na terça (25), Russomanno tem 34%, Haddad, 18%, e Serra, 17%.

Além de dar esse reforço para a subida de Haddad, a vinda da presidenta é importante, também, para dar um cala boca na balbúrdia criada pela mídia que se coloca no papel de conselheira – uma conselheira bastante interessada e interesseira, é verdade – para que ela não ajude o candidato do seu partido. 

Afinal, a vinda da presidenta a São Paulo não casa com o roteiro que a própria mídia criou de que a presidenta Dilma estaria gestando um outro PT, para tocar um outro governo (certamente num outro Brasil, imaginário de certa mídia), que nada tem a ver com Lula e as demais figuras do partido... Bem, a presidenta não perde oportunidades de mostrar quão ridícula é essa interpretação um tanto ”livre” dos fatos.

Ainda a boa novidade da campanha em Sampa é a pesquisa do Datafolha em que Haddad aparece como o principal herdeiro dos votos de Russomanno. O que temos que fazer é ganhar boa parte desses votos logo, ainda nesta semana, para garantir nossa presença no segundo turno com folga.
*Ajusticeiradeesquerda

“Fui usada para espalhar o medo”, afirma a ex-pantera negra Angela Davis


 



     
 
Em entrevista, Davis analisa o período em que foi presa e julgada nos Estados Unidos em um processo eminentemente político que teve grande repercussão internacional
 
 
Luciano Monteagudo,
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
 
 
   
   Angela Davis, quando militava no Panteras Negras - Foto: Reprodução
40 anos depois das graves acusações que a levaram a ser julgada e presa nos Estados Unidos, em processo eminentemente político que teve grande repercussão internacional, Angela Davis analisa nesta entrevista aquela etapa difícil de sua vida. Ao referir-se à atual situação dos negros nos EUA, Angela diz que “as coisas são piores, hoje, com um negro na Casa Branca”.
“Acho que meus princípios não mudaram em todos esses anos. Nem meu compromisso político.” É o que diz Angela Davis, uma das mais famosas ativistas políticas dos anos 1960 e 1970, figura icônica, não só pelo discurso fortemente revolucionário e pela destacada militância nos “Panteras Negras”, mas também pelo penteado ‘afro’ que fez moda em todo o planeta entre as mulheres negras e brancas.
Hoje, com 68 anos, intelectual e professora universitária, formada na Universidade de Frankfurt onde estudou sob orientação de Herbert Marcuse, Angela Davis participou do Festival Internacional de Cinema de Toronto [Toronto International Film Festival], no dia 15 de setembro, para apoiar o lançamento do documentário Free Angela & All Political Prisoners [Liberdade para Angela & Todos os Prisioneiros Políticos].
Dirigida por Shola Lynch, o filme narra os padecimentos de Davis há 42 anos, quando foi envolvida pelo FBI no sequestro e morte do juiz Harold Haley, do condado de Marin, na California. Angela acabou por ser absolvida, apesar da pressão que fez contra ela o governador da California, Ronald Reagan, o qual, em 1969, conseguira expulsá-la da Universidade da California (UCLA) pela declarada militância de Davis no Partido Comunista.
Foragida da Justiça, na qual evidentemente não confiava, Angela Davis chegou a integrar, aos 24 anos, a lista dos 10 foragidos mais procurados do FBI, até afinal ser localizada e presa, em outubro de 1970. Cresceu então uma campanha internacional por sua libertação, que contou com a solidariedade até de John Lennon e Yoko Ono, que compuseram a canção “Angela” para seu LP Some Time in New York City (1972) , e dos Rolling Stones, que gravaram um single, “Sweet Black Angel”, incluído em seguida no álbum Exile on Main Street (1972).
“Nunca procurei esse grau de exposição pública e foi muito difícil de aceitar, naquela época” – lembra Miss Davis em entrevista exclusiva ao jornal Página/12, numa suíte do Soho Metrotel de Toronto. “Minha aproximação original foi estritamente política, e nem nos meus sonhos mais loucos pensei que seria empurrada nessa direção. Mas, ao mesmo tempo, fui consciente de que era algo com que teria de aprender a conviver. Portanto, decidi tratar de usar aquilo tudo, nem tanto em meu nome, mas em nome de tanta gente que não tinha voz naquele momento.”
 
A senhora refere-se a seus companheiros de militância nos Panteras Negras?
Exatamente. Porque a campanha nacional pela minha libertação começou sob a bandeira de “Libertem Angela Davis”, mas decidi que teria de ser “Libertem Angela Davis e todos os presos políticos” – a frase que Shola Lynch escolheu para título do seu documentário.
 
No filme, a senhora diz que a tripla pena de morte que os promotores pediram, no seu caso, não se dirigia pessoalmente à senhora, mas a toda a construção que a senhora encarnava. Pode falar um pouco mais sobre isso?
Logo percebi que todo aquela fúria contra mim excedia minha pessoa e a minha situação pessoal. Em primeiro lugar, porque não conseguiriam me executar três vezes. Percebi também do que se tratava ali. Estavam decididos a matar um inimigo imaginário que estava sendo construído. E eu era a encarnação perfeita do inimigo que eles começavam a construir: negra, mulher e comunista. Quando o FBI começou a me perseguir, aproveitaram prender centenas de mulheres negras e jovens como eu. Aproveitaram a situação para tentar espalhar o medo em toda a comunidade negra nos EUA.
 
Desde então, o que mudou?
Acho que muitas coisas mudaram. E penso que mudaram, em grande medida, por causa da luta que fizemos. Quando cheguei à universidade, eram raríssimas as negras em cursos superiores nos EUA. Hoje, são milhões, embora ainda haja enorme desproporção entre negros e brancos nos cursos superiores. Hoje o que me angustia muito é que, naquele tempo, quando lutávamos pela libertação de todos os presos políticos em especial e contra a instituição carceral em geral, surpreendeu-nos muito a quantidade de gente presa nos EUA. Mas hoje, esse número é muitas vezes maior. Hoje, em meu país, há 2,5 milhões de pessoas encarceradas. Um, de cada 37 adultos vive no sistema penitenciário. É porcentagem altíssima. Os EUA somos o país de maior população encarcerada no mundo.
 
E a que a senhora atribui isso?
Há a miséria, sem dúvida. A maioria dos homens negros jovens nos EUA estão hoje desempregados. Há aí o problema político, mas há também o racismo. É verdade que os livros escolares já não manifestam abertamente o racismo, como antes, e que já não há segregação racial oficial, mas em muitos sentidos a situação é hoje pior que antes, há meio século.
 

   
   Angela Davis, atualmente - Foto: Reprodução
Apesar do presidente afroamericano, Barack Obama?
Sim, é triste dizer, mas as coisas são piores com um presidente afroamericano na Casa Branca. Essa é a ironia. Porque há meio século era impensável que um negro chegasse, algum dia à presidência dos EUA. Hoje, é possível. Mas também é preciso dizer que ninguém, na Casa Branca, hoje, está preocupado com o fato de que há um milhão de negros nas prisões norte-americanas. E isso tem relação direta com o desmantelamento completo do sistema de bem-estar social e com a desindustrialização pela qual os EUA estão passando, e a consequente perda de postos de trabalho. Antes, a população negra tinha onde trabalhar, na indústria siderúrgica, na indústria automobilística, em tantas outras indústrias que já deixaram os EUA e mudaram-se para outros países onde a mão de obra é muito mais barata. Eu nasci e fui criada em Birmingham, Alabama, e ali a indústria siderúrgica era era a principal fonte de trabalho. Ainda é, mas com muito menos postos de trabalho que antes. E se se soma a isso a falta de assistência social, a falta de educação, a falta de sistema eficiente de assistência pública à saúde, as prisões viram uma espécie de solução ao avesso, para todos os problemas sociais que não recebem qualquer atenção política.
 
Já que falamos de prisões... Por que, na sua avaliação, Obama não cumpriu a promessa de fechar a prisão de Guantánamo?
Deveria tê-la fechado no primeiro momento. Deveria ter sido seu primeiro ato oficial. Em vários sentidos, a chamada “guerra ao terrorismo” atropelou Obama. Mas também é verdade que a principal razão pela qual Obama não fechou Guantánamo foi que não saímos às ruas para exigir que fechasse. Em várias instâncias, os eleitores que elegeram Obama não se mantiveram mobilizados e em alerta. Teria sido preciso criar um movimento para fechar Guantánamo, um movimento que pressionasse, até Guantánamo ser fechada. Também para criar melhor sistema de saúde pública, de educação etc. São coisas que ainda temos de fazer.
 
Para as próximas eleições?
Claro. Já. Imediatamente. Temos de sair e ocupar os espaços, construir para nós uma dimensão do que é necessário e possível fazer.
*Turquinho


Nossa mídia isenta, imparcial e apartidária: Veja assume que é panfleto de Serra-Kassab. Capa da última edição de "Veja São Paulo" fala por si. Atrás da máscara da pergunta uma afirmação

Cioran: "O verdadeiro crente mal se distingue do louco, mas sua loucura é legal, admitida"

Ateus ou agnósticos tendem a agir mais por compaixão do que os mais religiosos, diz estudo



Leilão do petróleo
No último dia da Rio Oil & Gas, a FNP e a campanha do petróleo mandaram recado à presidenta Dilma, questionando a retomada dos leilões. A seguir, o conteúdo do manifesto, distribuído amplamente.
Presidenta Dilma,
Ao invés de leiloar o petróleo, vamos leiloar a fome e a miséria dos brasileiros! Que tal oferecer aos países do hemisfério norte, os mesmos que estão interessados no nosso petróleo, bônus para quem contribuir com a erradicação da fome e da miséria no Brasil?
Mas se os “ricos” insistirem e nos ameaçarem até com guerras, como as do Iraque e Afeganistão, ao invés de petróleo podemos vender derivados de petróleo, inclusive produtos petroquímicos, insumo que entra na composição de milhares de outros produtos e que, além de emprego e renda para os brasileiros, gera muito mais lucro que os combustíveis.
Vendendo derivados de petróleo, estaremos vendendo os ovos de ouro. Já vender o óleo é o mesmo que entregar a galinha dos ovos de ouro. Presidenta Dilma, as mesmas forças que agora estão lhe pressionando para retomar os leilões, sempre agiram a favor das privatizações.
A senhora já disse, num momento de felicidade, que o pré-sal é o nosso passaporte para o futuro. Logo, não podemos abrir mão desse passaporte. Não custa lembrar a célebre frase de John Davison Rockefeller, fundador da Standard Oil Company, que um dia se tornaria o homem mais rico do planeta: “O melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada e o segundo melhor negócio é uma empresa de petróleo mal administrada” – dizia ele.
A Petrobrás, que os brasileiros reconhecem como uma empresa muito bem administrada, sem petróleo não é nada. O que a Petrobrás está enfrentando é um momento de dificuldade financeira, criada pelo próprio mercado, que a médio e longo prazo será facilmente superada. É a velha política aplicada no mundo dos negócios de “criar dificuldades para vender facilidades”.
A volta dos leilões é uma solução apenas para os Estados Unidos e a Europa. É uma forma de suprir suas necessidades de abastecimento de hidrocarbonetos e de contribuir para que esses países escapem da crise financeira internacional que eles próprios criaram, repassando o ônus dessa crise para nós, brasileiros.
Devemos tratar nosso petróleo de forma estratégica e produzir na medida de nossas necessidades sociais, como prega o ilustre professor e ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa. Até porque o Brasil já é auto-suficiente em petróleo.
Propomos, ainda, para atender aos justos reclamos dos ambientalistas, que parte do dinheiro do pré-sal seja investido em pesquisas visando à geração de energias mais limpas como a eólica, solar, hidráulica e a da biomassa e em estudos que objetivem diminuir a presença do hidrocarboneto em nossa matriz energética. Todos temos compromisso com a redução do aquecimento global!
Presidenta Dilma: diminuir as tarifas elétricas foi uma medida de cunho social enorme de seu governo; aumentar o subsídio do gás de cozinha e diminuir o preço do botijão, como cogita seu governo, vai favorecer, principalmente, os brasileiros mais pobres.
O governo Lula e o seu superaram o desafio de equiparar o salário-mínimo pelo menos a cem dólares. Mas, no momento, um dos grandes desafios que se colocam é a questão da mobilidade. Os trabalhadores atualmente gastam mais de metade do salário-mínimo apenas no trajeto emprego-casa. Uma forma de minimizar esse problema seria subsidiar o óleo diesel no transporte de massas.
A composição dos preços dos produtos liquefeitos de petróleo tem que ser revista. Por exemplo: a Petrobrás cobra pela gasolina pouco mais de um real na porta da refinaria. No entanto, essa mesma gasolina é vendida nos postos a, pelo menos, R$ 2,60. Para resolver o problema de caixa da companhia, uma das propostas que nós, petroleiros, estamos sugerindo, é rever a carga tributária dos derivados de petróleo e a margem de lucro dos postos de gasolina. Isso já seria suficiente para melhorar as contas da Petrobrás.
Presidenta Dilma: aumentar os preços dos combustíveis e fazer leilões de petróleo é, como diz o ditado, “Jogar fora o bebê junto com a água na bacia!”. Reflita e reveja a decisão sobre os leilões!
Fonte: Campanha “O Petróleo Tem que Ser Nosso” e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
*AVERDADE

2 º satélite venezuelano



  Foguete carregando satélite venezuelano batizado de "Miranda" decola com sucesso neste sábado (29) do centro espacial de Jiuquand, em Gansu, na China. O lançamento aconteceu por volta das 12h (1h de Brasília). A operação foi acompanhada do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de Caracas. O "Miranda" terá como missão realizar observações relacionadas ao planejamento urbano, operações militares e luta contra mineração e cultivos ilegais. Este é o segundo satélite venezuelano lançado ao espaço (em outubro de 2008, o país lançou o "Simón Bolívar"). Mais Nie Jianjiang/Xinhua/AP