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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 19, 2014

Aécio Neves e de Marina Silva trazendo de volta a possibilidade de o país retomar um padrão de crescimento concentrador de renda e de desmontar nosso incipiente Estado de bem-estar social.



Ao ser questionado sobre denúncias de corrupção pela jornalista Mariana Gross, do RJTV 1ª Edição, o candidato Anthony Garotinho (PR), que lidera as pesquisas para o governo do Rio, passou para a ofensiva; disse que a Globo responde a processos bilionários por sonegação; "eu não sei se a Globo é culpada, eu até acho que é", disse Garotinho; "deputado, o tema aqui não é a TV Globo, a Globo não sonegou nada", respondeu a repórter; mais adiante, Garotinho tocou em outro ponto fraco da emissora dos Marinho, o apoio à ditadura; candidato lembrou então governador Leonel Brizola, que em 1994 fez Roberto Marinho engolir direito de resposta no Jornal Nacional na voz de Cid Moreira; assista

18 DE SETEMBRO DE 2014

247 – O candidato do governo do Rio pelo PR, Anthony Garotinho, trouxe à tona hoje, ao vivo, durante entrevista ao RJTV 1ª Edição, o processo que acusa a emissora de ter sonegado bilhões de reais em impostos. "Eu não sei se a Globo é culpada, eu até acho que é, mas é opinião minha, quem vai dizer isso é o juiz. Disseram que a Globo sonegou bilhões", disse Garotinho à jornalista Mariana Gross (assista aqui à integra).

A declaração foi feita depois de a entrevistadora ter questionado o deputado sobre denúncias de corrupção que envolvem seu nome. "Sou vítima de muitas perseguições. O sistema brasileiro é: acusação, que cabe ao promotor, você está falando de acusações, a defensoria pública ou o advogado defende e o juiz julga. Ou seja, acusação todo mundo tem, agora mesmo acusaram a Globo de estar envolvida em um desvio bilionário com laranjas e paraísos fiscais", respondeu Garotinho.

Depois de Garotinho dizer que considerava a Globo culpada, Mariana Gross interrompeu o candidato: "candidato, o tema aqui não é a TV Globo". "Eu sei", respondeu Garotinho. "Mas eu só estou dizendo a você como as injustiças acontecem", completou. "Candidato, a Globo não sonegou nada, candidato. Deixo claro para o senhor", defendeu ainda a jornalista. "Quem está dizendo isso é o inquérito aberto da Polícia Federal", rebateu o deputado, convidado em seguida a mudar de assunto. "Vamos para o IPVA?", questionou a apresentadora.

Em outro momento da entrevista, o deputado tocou em mais um ponto frágil da emissora: o apoio à ditadura. Questionado se não há "incoerência" em ações que não foram colocadas em prática quando Garotinho foi governador e estão sendo prometidas agora, o candidato disse: "quantas coisas às vezes na vida a gente faz autocrítica, por exemplo, a Globo apoiou a ditadura. Depois passou um tempo, fez uma autocrítica reconheceu que não devia ter apoiado a ditadura". O candidato é líder nas pesquisas para o governo do Rio e deve enfrentar no segundo turno o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

O DIA EM QUE BRIZOLA HUMILHOU A GLOBO - O gesto de Garotinho lembrou uma sova aplicada na Globo, em seus próprios estúdios, dada pelo então governador Leonel Brizola. Mais precisamente, em 15 de março, quando Cid Moreira, locutor do Jornal Nacional, leu um direito de resposta de 3 minutos.

- Não reconheço autoridade moral na TV Globo para falar sobre liberdade de imprensa, subserviente que foi ao regime militar, desferiu Brizola, na voz e imagem do então principal âncora do Brasil.

- Tudo é tendencioso, tudo é por dinheiro, insistiu a nota assinada por Brizola.

Por um momento, ao rebater com lembranças sobre a atual acusação de sonegação fiscal da Globo, Garotinho lembrou seu antigo líder político.

Protógenes quer provar que morte de Campos não foi acidente

Protógenes quer provar que morte de Campos não foi acidente

Deputado federal pelo PCdoB e candidato à reeleição foi ao local da queda do avião no dia do acidente e começou a reunir provas do que ele diz ser um atentado

por Pedro Rocha, para o Terra



Grupo de mulheres e homens negros realizou um protesto em frente aos estúdios da Rede Globo nesta quinta-feira (18), por causa da estreia da série "O Sexo e As Negas"; Uma das militantes e ativista do Levante Popular da Juventude de São Paulo disse que o objetivo do protesto é denunciar o racismo produzido pela TV; “A gente veio dizer que ‘Sexo e as Negas’ não nos representa. Não representa porque as mulheres negras têm outro destino que não só a sexualização do seu corpo; e que as mulheres negras se organizam e dizem não para uma tentativa machista e racista da Rede Globo de mais uma vez contribuir com um estereótipo que é dado à mulher negra no Brasil”, disse

18 DE SETEMBRO DE 2014 

247 - Um grupo de mulheres e homens negros realizou um protesto em frente aos estúdios da Rede Globo nesta quinta-feira (18), por causa da estreia da série "O Sexo e As Negas".

Uma das militantes e ativista do Levante Popular da Juventude de São Paulo disse que o objetivo do protesto é denunciar o racismo produzido pelo canal de tevê. “A gente veio dizer que ‘Sexo e as Negas’ não nos representa. Não representa porque as mulheres negras têm outro destino que não só a sexualização do seu corpo; e que as mulheres negras se organizam e dizem não para uma tentativa machista e racista da Rede Globo de mais uma vez contribuir com um estereótipo que é dado à mulher negra no Brasil”, explicou.

A moça ainda afirmou que é necessário debater a democratização da mídia, assunto que a Globo costuma se esquivar. “A mídia, da maneira como ela está, só atende aos interesses de quem quer fazer manutenção do racismo brasileiro”, disse.

quinta-feira, setembro 18, 2014

Há exatos 44 anos, morria Jimi Hendrix

© Foto de Gered Mankowitz. Jimi Hendrix, 1967.

Em 18 de setembro de 1970, há exatos 44 anos, morria em Londres, o lendário guitarrista Jimi Hendrix, em circunstâncias que até hoje não foram completamente explicadas. Nesta foto, feita pelo britânico Gered Mankowitz em 1967, vemos Hendrix numa elegância impar.
*Imagens&Visios

Desafio: o Brasil merece mais, não menos


O país hoje se reinventa, apostando em projeto de desenvolvimento melhor para o conjunto do seu povo. A compreensão deste momento é tarefa de quem acredita que o Brasil pode e merece mais

Desde a irrupção da crise de dimensão global em 2008, acreditou-se que a hegemonia do pensamento único imposto pelo neoliberalismo estaria com os seus dias contatos. Ledo engano. Seis anos depois, constata-se que somente duas regiões (Ásia e América Latina) e alguns países não se encontram alinhados com o receituário econômico e social neoliberal anglo-saxônico.

Em certa medida, as experiências atuais dos governos pós-neoliberais possibilitam ensaiar a construção das bases do desenvolvimento num novo mundo multipolar, ao contrário da perspectiva unipolar reinante nos Estados Unidos, após o desaparecimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) no final da década de 1980. Nesse sentido, a evolução dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) tem apontado para a formação de um sistema monetário e financeiro favorável ao desenvolvimento, alternativo ao quadro internacional desolador da desregulação competitiva.

Isso, contudo, exerce enorme tensão e pressão sobre os governos dos países que soberanamente buscam construir caminhos próprios para o enfrentamento simultâneo dos problemas de seus povos e do mundo, com maior justiça social. Exemplos disso não faltam hoje em dia no Brasil, que tem registrado resultados muito satisfatórios, sobretudo se comparado às nações assentadas nas políticas neoliberais.

Entre 2008 e 2013, o Brasil obteve a criação de 11 milhões de empregos formais. Para o mesmo período de tempo, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o mundo registrou a destruição de 62 milhões de postos de trabalho. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil vai conseguindo – como poucos países no mundo – reduzir a pobreza e a bárbara desigualdade de renda. Nas economias submetidas às orientações do receituário neoliberal, o quadro tem sido desolador, com rebaixamento dos direitos sociais e do trabalho, em meio ao maior desemprego, pobreza e concentração de renda.

Continuar nessa perspectiva não será simples, como permite observar a complexidade atual da condução da economia brasileira. O gradualismo adotado no conjunto das medidas de transição econômica para um novo modelo produtivo com justiça social exige apoio popular e uma maioria política engajada no desbravamento do caminho próprio do país.

As críticas ao projeto em curso buscam oferecer o paraíso, sem apresentar o caminho a ser seguido. Implicitamente, defendem que o combate à inflação deveria se dar com a elevação drástica na taxa de juros e a valorização cambial, permitindo que o tarifaço a ser cedido pela elevação do preço do petróleo, da energia elétrica e outros preços básicos da economia se completasse como uma terapia do choque. Ao mesmo tempo, o corte nos gastos públicos, com a suspensão dos concursos, a promoção do arrocho salarial no funcionalismo e o menor recurso para as áreas sociais e de investimento completassem o ­ajuste fiscal aprofundado.

Em síntese, a recessão como meio de contenção do tamanho do mercado de trabalho, provocando aumento do desemprego e o rebaixamento do nível de remuneração. Esse filme – é verdade – já passou nos anos 1990 no Brasil, quando a base da pirâmide social foi a que pagou pelo custo do ajuste econômico, sem sucesso sustentável no tempo.

Na Grande Depressão de 1929, o Brasil foi um dos primeiros países que mais rápidorecuperou a sua economia e perseguiu um novo modelo de desenvolvimento nacional. Mesmo assim, a década de 1930 foi repleta de críticas daqueles que não aceitavam o caminho próprio construído pelo país a partir de então. O país hoje, guardada a devida proporção, se reinventa, apostando em projeto de desenvolvimento melhor para o conjunto do seu povo, não obstante as contradições que apresenta. A compreensão deste momento constitui tarefa substancial de todos aqueles que acreditam que o Brasil pode e merece muito mais, não menos.
*SQN

O PT precisa voltar a ser de Esquerda

A maioria dos militantes petistas nas Redes Sociais e fora dela reclama do distanciamento da ESQUERDA: dos Dirigentes, Vereadores, Deputados Estaduais e Federais, Senadores e demais lideranças do Partido dos Trabalhadores. É preciso analisar o grito das ruas. O PT tá se tornando um partido mais a Direita? Porque? Retornar ao Socialismo e dialogar com os Movimentos Sociais, Classe Média e o povão. O PT não pode ficar anestesiado com o "Poder", precisa voltar a ser um Partido de Esquerda. Atenciosamente, Editores do Blog da Dilmahttp://www.blogdadilma.com

*http://desabafopais.blogspot.com.br/2014/09/o-pt-precisa-voltar-ser-de-esquerda.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+DesabafoBrasil+(DESABAFO+BRASIL)

quarta-feira, setembro 17, 2014

O poder judiciário, o mesmo que no dia de hoje aprovou o pagamento de auxílio-moradia para todos os juízes federais

Link to Jornal A Verdade


Violência_são_joãoFoi um dia de provocações da Polícia Militar hoje no centro de São Paulo. Após promover o despejo de 200 famílias que viviam em um edifício ocupado na avenida São João, zona central de São Paulo, policiais iniciaram uma operação de terror a pretexto de combater supostos vândalos que atiravam pedras, incendiaram um ônibus e sacos de lixos. Em todas as imagens divulgadas em tempo real pela mídia dos monopólios, os “vândalos” não passavam de 15 gatos pingados.
A verdade é que a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral e balas de borracha a torto e a direito. Vários relatos dão conta de que pessoas eram afetados com efeito do gás a quilômetros de distância do tal confronto. Como prova o vídeo abaixo gravado por celular na rua Capitão Salomão, a PM se colocou na esquina de ruas onde estão cortiços e bares populares e atirou a esmo, procurando provocar a população.

O relato abaixo foi feito por Bruno Torturra, do site Fluxo :
“Mais de 10 cartuchos de gás são disparados no meio da rua. Crianças, idosos, trabalhadores, apartamentos, lojas, motoristas… todos envolvidos pela fumaça cancerígena, abortiva, altamente tóxica do gás CS. Bombas de efeito moral. Balas de borracha disparadas aleatoriamente por policiais ao longe. O Choque avança. E atira mais gás agora na Cap. Salomão, onde não havia nenhum. Repito, nenhum distúrbio. Botequins tomados de gás. Um hotel popular tomado de gás na portaria”.
Várias pessoas, principalmente os mais jovens, procuraram responder na mesma moeda, resistindo à truculência da PM.  Sempre que há injustiças nos bairros populares, como o assassinato de inocentes, a população responde com fechamento de ruas e enfrentamento à polícia. Dessa vez não foi diferente.
A luta por moradia
A ocupação da Frente de Luta por Moradia – FLM na rua São João é uma das centenas de ocupações que existem hoje na cidade de São Paulo. Apenas na cidade, são mais de 400 mil imóveis abandonados, sem função social, a grande maioria no centro. Alguns prédios estão abandonados há mais de vinte anos, como é o caso do edifício da Avenida São João, antes um hotel.
A causa de tanta casa sem gente e tanta gente sem casa é a especulação imobiliária. O lucro que se pode  auferir em cima da propriedade de um edifício é mais importante do que o direito mais básico e fundamentalmente humano que é o de uma família ter um teto para se abrigar do frio, da chuva e poder viver.
O poder judiciário, o mesmo que no dia de hoje aprovou o pagamento de auxílio-moradia para todos os juízes federais, é célere em expedir mandatos de reintegração de posse quando os prejudicados são as famílias mais pobres. Mas esse mesmo poder judiciário é mansinho e faz vista grossa para shoppings e outras construções luxuosas que roubam terras devolutas, constroem sobre mananciais e usam mão-de-obra escrava em seus canteiros.
É preciso uma transformação profunda, que acabe com tanta injustiça. É preciso enxergar para além da fumaça do gás lacrimogêneo.
Jorge Batista, São Paulo