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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 03, 2014

Dalmo Dallari previu em 2002: Gilmar Dantas é a treva no judiciário

GilsonSampaio
Vale a pena relembrar as sábias palavras do professor Dalmo de Abreu Dallari sobre o desastre que seria a indicação de Gilmar Dantas para o STF.
gilmar eu tenho a força
FOLHA DE SÃO PAULO, EM 8 DE MAIO DE 2002
SUBSTITUIÇÃO NO STF
Degradação do Judiciário
DALMO DE ABREU DALLARI
Nenhum Estado moderno pode ser considerado democrático e civilizado se não tiver um Poder Judiciário independente e imparcial, que tome por parâmetro máximo a Constituição e que tenha condições efetivas para impedir arbitrariedades e corrupção, assegurando, desse modo, os direitos consagrados nos dispositivos constitucionais.
Sem o respeito aos direitos e aos órgãos e instituições encarregados de protegê-los, o que resta é a lei do mais forte, do mais atrevido, do mais astucioso, do mais oportunista, do mais demagogo, do mais distanciado da ética.
Essas considerações, que apenas reproduzem e sintetizam o que tem sido afirmado e reafirmado por todos os teóricos do Estado democrático de Direito, são necessárias e oportunas em face da notícia de que o presidente da República, com afoiteza e imprudência muito estranhas, encaminhou ao Senado uma indicação para membro do Supremo Tribunal Federal, que pode ser considerada verdadeira declaração de guerra do Poder Executivo federal ao Poder Judiciário, ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil e a toda a comunidade jurídica.
Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.
Segundo vem sendo divulgado por vários órgãos da imprensa, estaria sendo montada uma grande operação para anular o Supremo Tribunal Federal, tornando-o completamente submisso ao atual chefe do Executivo, mesmo depois do término de seu mandato. Um sinal dessa investida seria a indicação, agora concretizada, do atual advogado-geral da União, Gilmar Mendes, alto funcionário subordinado ao presidente da República, para a próxima vaga na Suprema Corte. Além da estranha afoiteza do presidente -pois a indicação foi noticiada antes que se formalizasse a abertura da vaga-, o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.
É oportuno lembrar que o STF dá a última palavra sobre a constitucionalidade das leis e dos atos das autoridades públicas e terá papel fundamental na promoção da responsabilidade do presidente da República pela prática de ilegalidades e corrupção.
É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.
Medidas desse tipo, propostas e adotadas por sugestão do advogado-geral da União, muitas vezes eram claramente inconstitucionais e deram fundamento para a concessão de liminares e decisões de juízes e tribunais, contra atos de autoridades federais.
Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”.
Obviamente isso ofendeu gravemente a todos os juízes brasileiros ciosos de sua dignidade, o que ficou claramente expresso em artigo publicado no “Informe”, veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (edição 107, dezembro de 2001). Num texto sereno e objetivo, significativamente intitulado “Manicômio Judiciário” e assinado pelo presidente daquele tribunal, observa-se que “não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo”.
E não faltaram injúrias aos advogados, pois, na opinião do dr. Gilmar Mendes, toda liminar concedida contra ato do governo federal é produto de conluio corrupto entre advogados e juízes, sócios na “indústria de liminares”.
A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista “Época” (22/4/ 02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na “reputação ilibada”, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou “ação entre amigos”. É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.

Deleite = Madonna - Erotica



os moralistas fazem assim escondido que todo mundo sabe

Deleite - Madona Like a prayer

MONSANTO PORQUE PRECISA PARAR


Os 10 produtos mais polêmicos da empresa de biotecnologia MonsantoA histórica empresa de transgênicos e líder mundial em agroquímicos Monsanto desenvolveu vários produtos ao longo de décadas que provocaram polêmica em alguns setores ecologistas ou da saúde.
Os seus detratores têm a firme convicção de que se alguns produtos, cancerígenos ou maléficos para a saúde humana, não foram proibidos, é devido ao grande poder que a multinacional ostenta, já que mantém estreitos vínculos com o Governo dos Estados Unidos.
Por outro lado, a Monsanto garante que seus produtos são completamente seguros (só que não!), que passaram os controles de qualidade correspondentes e que, além disso, os transgênicos representam uma OPORTUNIDADE para acabar com a fome no mundo.
Enumeramos alguns dos seus produtos mais polêmicos.
1. ADOÇANTE
John Francisco Queeny fundou a Monsanto Chemical Works com o objetivo de produzir adoçante para a Coca-Cola. Alguns estudos que foram realizados durante a década de 1970 mostravam que o químico produz câncer em ratos, mamíferos e, posteriormente, em humanos. No entanto, até agora ele continua sendo comercializado.
2. AGENTE LARANJA
A Monsanto foi o principal fabricante de Agente Laranja na década de 1979. Este herbicida foi utilizado como arma química na guerra do Vietnã pelos Estados Unidos.
O Vietnã calcula que mais de 400.000 pessoas foram assassinadas ou mutiladas, 500.000 crianças nasceram com defeitos de nascimento e mais de um milhão de pessoas passou a portar deficiência física ou sofreram problemas de saúde provocados pelo Agente Laranja, além de os próprios soldados americanos e seus descendentes também terem sido afetados-
Todos aqueles que denunciaram a Monsanto buscando uma compensação financeira por danos nunca ganharam os julgamentos.
3. ‘ROUNDUP READY’
Também na década de 1970, a Monsanto fundou a ‘Agricultural Chemicals’ (‘Químicos agrícolas’) para lançar no mercado o herbicida ‘RoundUp Ready‘ ou glifosato, que podia erradicar, segundo a companhia, as ervas daninhas de um dia para o outro.
Mais tarde, a companhia lançou as sementes transgênicas ‘RoundUp Ready’, resistentes ao glifosato, que permitem aos agricultores utilizar o herbicida sem acabar com os cultivos transgênicos.
Embora o glifosato seja aprovado por organismos reguladores e usado na América Latina e nos Estados Unidos, ele foi praticamente erradicado na Europa. O ‘RoundUp’ foi achado em amostras de água subterrânea, assim como no solo e no mar, e inclusive nas correntes de ar e chuvas, além de ter sido encontrado nos alimentos.
4. PCBs
Durante a década de 1920, a Monsanto começou a expandir a sua produção química mediante bifenilos policlorados (PCB), para produzir fluidos refrigerantes de TRANSFORMADORES elétricos e motores. Cinquenta anos depois, a Agência de Proteção Meio Ambiental (EPA, pelas suas siglas em inglês) publicou um relatório citando os PCBs como causadores de câncer em animais, com provas adicionais indicando que produz câncer em seres humanos.
Quase 30 anos depois, os PCBs foram proibidos nos Estados Unidos. Este químico segue aparecendo no sangue de mulheres grávidas, como informou um estudo de 2011. Em muitas áreas da Argentina, os PCBs seguem sendo usados.
5. POLIESTIRENO
Em 1941, a Monsanto desenvolveu o poliestireno sintético, que ainda se utiliza frequentemente para envasar alimentos. Alguns estudos demonstram que o polestireno provoca depressão, câncer e danos aos nervos.
Os recipientes fabricados com este material são difíceis de reciclar. As suas consequências para o meio ambiente são desastrosas: boia no oceano, se descompõe em pequenos fragmentos que os animais comem. Alguns, como as tartarugas, perdem a capacidade de submergir ao ingeri-lo e morrem de fome.
6. PLANTAÇÕES GENETICAMENTE MODIFICADAS
A Monsanto é uma das empresas pioneiras dos transgênicos. A princípios de 1990, a Monsanto começou a ‘conexão’ de genes de milho, algodão, soja etc. O ‘RoundUp’, que descrevemos anteriormente, mata os insetos e mamíferos que devoram essas plantas, mas, por sua vez, os mantém intactos aos cultivos.
A multinacional sustentava que as plantações geneticamente modificadas poderiam alimentar o mundo, teriam mais nutrientes, resistiriam à seca, etc. Nenhuma destas promessas parece ter sido cumprida.
No entanto, os agricultores cada vez se veem obrigados a usar mais e mais químicos devido às novas ervadas daninhas que surgiram e que evoluem, desenvolvendo resistência ao glifosato.
7. SEMENTES TERMINATOR
No final de 1990, a Monsanto desenvolveu tecnologia para produzir grãos estéreis incapazes de germinar. Estas sementes obrigariam os agricultores a comprar novas sementes da Monsanto a cada ano, ao invés de guardar e reutilizar as sementes nas suas colheitas como fizeram durante séculos.
Embora esse produto tenha fracassado inicialmente no mercado, a Monsanto decidiu exigir aos agricultores a assinatura de um contrato acordo para que eles não reutilizem nem vendam as sementes, o que lhes obriga a comprar novas sementes.
8. O HORMÔNIO DO CRESCIMENTO BOVINO
HORMÔNIO do crescimento bovino (rBGH) é um hormônio modificado geneticamente que foi desenvolvido para ser injetado nas vacas e aumentar a produção de leite.
As vacas submetidas ao rBGH sofrem uma dor insuportável devido à inflamação das mamas, e mastite. O leite rBGH produz câncer de mama, câncer de cólon, e câncer de próstata em seres humanos.
O uso do rBGH está permitido nos Estados Unidos. Mas está proibido no Canadá, na União Europeia, Japão, Austrália, Nova Zelândia e Argentina.
9. ADUBO A BASE DE PETRÓLEO
É uma invenção de 1955 que a Monsanto criou depois de comprar uma refinaria petroleira. Os “fertilizantes” a base de petróleo matam micro-organismos benéficos do solo esterilizando a terra e criando dependência. Além disso, devido aos aumentos do preço do petróleo não é algo rentável economicamente.
10. DIOXINAS
Em 1945, a Monsanto começou a promover o uso de pesticidas químicos na agricultura com a fabricação do herbicida 2,4,5-T (um dos precursores do Agente Laranja), que contém dioxina.
As dioxinas são um grupo de compostos quimicamente relacionados que são contaminantes ambientais persistentes e que se acumulam na cadeia alimentar, principalmente no tecido adiposo dos animais. A Monsanto foi acusada de encobrir ou não informar sobre a contaminação por dioxinas em uma ampla gama dos seus produtos.
Leia mais:






[ESTUDO Glifosato]






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is-polemicos-da-empresa-de-biotecnologia-monsanto/#ixzz3I2RYbD00

O insulto de Gilmar a seus colegas de STF





Lançamento do livro Mensalão, de Merval Pereira


A palhaçada recomeça.
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) deveriam ter comportamento discreto.
Só aqui no Brasil, eles se tornam agentes políticos com destaque, emitindo opiniões escalafobéticas sobre os destinos e problemas da nossa democracia.
Gilmar Mendes volta a ribalta com uma entrevista bombástica à Folha.
Nela, ele desenvolve conceitos, no mínimo, criativos.
Diz que o STF corre o risco de se tornar uma “corte bolivariana”.
Falando isso, Gilmar comete a proeza de ofender dois países: a Venezuela e o Brasil, além de ofender profundamente seus colegas de STF.
O conceito de “bolivarianismo”, como entende nossa mídia e seus lacaios, é um surto de mentes colonizadas.
Durante séculos, as cortes supremas da América Latina foram subservientes aos interesses das elites. Chancelaram ditaduras, ou mesmo criaram outras. Derrubaram governantes eleitos. E sempre, sempre, sempre estiveram ao lado dos opressores e da injustiça.
Quando as circunstâncias históricas fazem com as cortes supremas se tornem um pouco mais democráticas, mais preocupadas com problemas de justiça social do que com os arroubos golpistas da classe dominante, aí elas são chamadas de “bolivarianas”.
A mesma coisa vale para o Brasil.
O nosso STF chancelou e apoiou a ditadura. Seu contraponto ao regime militar foi tão discreto e leve que praticamente ninguém o percebeu.
Mais importante, o STF sempre foi o escoadouro de um Judiciário profundamente conservador e patrimonialista.
Patrimonialismo que alguns agora querem virar de ponta a cabeça e, numa pirueta conceitual, atribuir ao PT.
Não. O PT chegou ao poder apenas pelo voto popular e pela conquista democrática dos sindicatos.
O patrimonialismo, conforme descrito por Raymondo Faoro, se caracteriza pela ocupação hereditária do Estado, via postos vitalícios, em especial o Judiciário.
Faoro explica que, na medida em que a elite perde poder econômico, em virtude das crises, ela INVESTE na formação de quadros, em sua própria família, capazes de preencher os espaços políticos da administração pública.
O Judiciário sempre foi visto como um espaço político da elite.
O temor de Gilmar Mendes, e da mídia, não é que o STF se torne uma corte “bolivariana”.
Seu temor é que se torne uma corte democrática.
A prerrogativa das forças políticas, eleitas pelo povo, de nomear integrantes do STF, nasce do entendimento de que deve ou mesmo precisa haver harmonia entre os poderes.
A concepção de Gilmar de que o STF deve ter função “contramajoritária”, entendendo-se isso como um órgão quase de oposição ao Executivo, é um insulto a doutrina democrática.
O STF deve ter função contramajoritária em se tratando de processos penais, quando há sentimento pró-linchamento, e a corte deve se apegar estritamente aos autos e aos direitos humanos.
Exatamente o que não fez na Ação Penal 470, quando a gente mencionava, inclusive, esse papel contra-majoritário do STF, e figuras como Gilmar Mendes, com apoio da mídia, alardeavam que a corte não podia “decepcionar” a opinião pública.
De resto, o STF deve sim ser aliado do Executivo e do Legislativo. Ele está ali para ajudar, para evitar erros, para orientar. Jamais para fazer oposição, pois sua corte não foi eleita, e ao juiz é proibido, terminantemente, entrar no jogo político-partidário.
Vamos repetir: o Código de Ética da Magistratura, a Constituição Federal, e o código do STF, deixam bem claro que juízes não podem exercer atividade político-partidária, ou seja, não podem se arvorar como agentes “contramajoritários” de um governo eleito, beneficiando a oposição.
A posição de Gilmar é minoritária no STF.
No entanto, o apoio que tem na mídia a faz parecer dominante.
Sempre achei incrível a desenvoltura com que os juízes aliados da mídia assumem posições ideológicas. Mesmo sendo minoria, mesmo estando isolados, aparecem como campeões da razão, como vencedores do debate. Parecem não ter dúvidas sobre nada. Fazem declarações estapafúrdias sem que haja nenhum contraponto.
Enquanto isso, os ministros que, estes sim, exercem o papel contramajoritário em relação à mídia, e que procuram se portar de maneira republicana e reservada, como cabe a juízes, são vistos como tristes derrotados ideológicos, quando não criminalizados pelo clima de polarização política que se forma no país.
Prezados ministros, não caiam nessa!
A mídia brasileira quer transformar os derrotados em vencedores e os vencedores em derrotados.
Gilmar Mendes representa os derrotados. Ele é símbolo de um STF emasculado, a serviço das classes dominantes, da mídia e de um governo oligárquico e corrupto.
Quem foi o governo que aprovou a reeleição para si mesmo, sem a delicadeza de fazer uma consulta popular, como fizeram os “bolivarianos” da América Latina?
Quem foi o STF que aprovou esse absurdo, obviamente inconstitucional, de mudar regras eleitorais para si mesmo, e com o jogo em andamento?
Quem foi “bolivariano”?
Quanto a Pizzolato, Gilmar Mendes sabe muito bem o que aconteceu. Foi mais um condenado sem provas, exatamente porque o STF não soube se portar de maneira “contramajoritária” em relação à atmosfera de linchamento político produzida pela mídia.
Pior, foi condenado contra as provas de sua inocência. Cúmulo dos cúmulos, a ele foi negado o acesso a documentos que poderiam inocentá-lo.
A posição de Gilmar Mendes, ao tentar desqualificar seus próprios colegas, chamando-o de “bolivarianos”, apenas mostra a sua desonestidade intelectual.
Mendes é o mais autoritário dos ministros do STF. Não aceita críticas nas redes sociais. Faz o papel de ministro tagarela e midiático, tornando-se uma figura ultra pública, e ao mesmo tempo não tolera o contraponto, intimidando seus críticos com processos, o que revela uma personalidade profundamente antidemocrática.
Quem define como a corte deve ser? A mídia? Gilmar? Quem define o que é bolivariano?
Nos EUA, os presidentes também indicam os ministros da corte suprema, e os ideólogos da democracia, como Robert Dahl, explicam que a tendência a harmonizar a corte à vontade da maioria (representada pelo Executivo, que é eleito), é uma necessidade vital.
Franklin Roosevelt, por exemplo, não conseguiu fazer nada nos primeiros anos de seu governo, porque todas as suas iniciativas eram derrubadas na corte suprema. Com o passar dos anos (ele foi eleito quatro vezes, antes de instituírem o limite de apenas uma reeleição), ele foi indicando os ministros do tribunal e conseguindo, com isso, fazer passar leis importantes para a manutenção do nível de EMPREGO e da atividade econômica dos EUA.
A maior crítica de Dahl a corte suprema americana é o fato dela representar, às vezes, um obstáculo à implementação de iniciativas do governo eleito, tornando-se, com isso, um elemento não-democrático.
No caso do Brasil, o problema maior é que, além de representar, frequentemente, um elemento antidemocrático, o STF é vulnerável às pressões da mídia e das classes que dominam essa mídia, porque os ministros são oriundos dessas mesmas classes e estão cercados (e ameaçados), portanto, por sua mídia.
Problemas de um país ainda profundamente desigual.
O STF deve ser independente da mídia brasileira, cujo poder nasceu da ditadura, e respeitar profundamente o Executivo, cujo poder emana do povo, via sufrágio universal.
Só quando der uma banana para nossa mídia golpista (e a chamo golpista porque apoiou o golpe de 64, e até hoje apoia tudo que é golpe de Estado em nossa vizinhança), e entender que esta representa tudo que existe de autoritário, injusto e truculento em nossa cultura, a nossa corte máxima será genuinamente democrática.
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PSDB dá vazão ao golpismo

Queira-se ou não, a suspeição lançada pelo PSDB sobre as últimas eleições provoca ressonâncias nas manifestações golpistas que se expressam na internet e nas ruas

PSDB/MG
psdb
Durante campanha, PSDB permitiu que se abrigassem como seus apoiadores setores golpistas e preconceitos
Involuntária ou voluntariamente, o PSDB está estimulando setores golpistas. Sem nenhum indício de que tenha havido irregularidades nas eleições presidenciais do segundo turno, o partido pediu ao Tribunal Superior Eleitoral uma auditoria especial do pleito. No pedido, o PSDB afirma o seguinte: “Temos absoluta confiança de que o TSE cumpriu seu papel, garantindo a segurança do processo eleitoral”. Assim, sem evidências e com a manifestação dessa “confiança”, o PSDB se mostra um pescador de águas turvas e lança uma suspeição geral sobre a legitimidade das eleições sem ter a coragem de assumir claramente este objetivo. Pedir a auditoria de eleições é um direito que assiste os partidos, desde que haja evidências de irregularidades. Caso contrário, abre-se um grave precedente que pode desaguar na instabilidade política e na erosão da confiança na Justiça Eleitoral, construída arduamente no pós-regime militar.
Uma das coisas que o Brasil pode se orgulhar de sua democracia é a confiabilidade e a credibilidade de seus processos eleitorais. A confiança e a experiência acumuladas permitem que a cada eleição se busquem superar deficiências e corrigir erros eventuais. Queira-se ou não, a suspeição lançada pelo PSDB sobre as últimas eleições provoca ressonâncias nas manifestações golpistas que se expressam na internet e nas ruas, como ocorreu em ato realizado em São Paulo no último sábado (1), no qual os manifestantes pediram um misto de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e de golpe militar.
Já durante a campanha eleitoral de Aécio Neves, o PSDB permitiu que se abrigassem como seus apoiadores setores golpistas e indivíduos e grupos que manifestaram preconceitos antinordestinos, homofóbicos, racistas e contra as mulheres. Elementos intolerantes estimularam a violência física e verbal contra pessoas que, simplesmente, portavam adesivos de apoio a Dilma. O ódio ao PT foi moeda corrente na campanha de Aécio. Até mesmo divisionistas se agregaram à campanha, pregando, ou a independência de São Paulo ou a exclusão do Norte e do Nordeste do resto do Brasil. Não houve nenhuma condenação dessas manifestações antidemocráticas e preconceituosas, seja por parte de Aécio, seja por parte do PSDB.
O PSDB é politicamente responsável por essas manifestações e deve ser cobrado por isso. Convém lembrar que quando setores do PT propuseram a campanha do “Fora FHC”, o Congresso Nacional do partido, realizado em novembro de 1999, aprovou uma resolução rejeitando a iniciativa. Os tucanos precisam manifestar-se, tanto sobre as propostas de golpe, quanto sobre a palavra de ordem do impeachment de Dilma se não quiserem continuar dando vazão a este tipo de manifestações. O PSDB e os demais partidos que têm uma história de luta contra o autoritarismo e em defesa da democracia, incluindo o PT, não podem permitir que elementos oportunistas e carreiristas, vindos de outras bandas, contaminem e destruam a cultura democrática que os formaram.
As pregações da divisão do Brasil e de apelo ao golpe militar são atentados contra a Constituição. Os detentores de cargos eletivos que se manifestarem pela divisão do Brasil ou pelo golpe devem ser processados politicamente e, por consequência, devem ter seus mandatos cassados, dada a gravidade de seus atos. O artigo 1° da Constituição afirma que “a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito...”. Este artigo estabelece o princípio da unidade e da indivisibilidade do território nacional, organizado de forma federativa. Propor a divisão representa uma grave violação constitucional.
O parágrafo 4° do artigo 60 da Constituição define como cláusulas pétreas (imutáveis), “a forma federativa do Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; os direitos e garantias individuais”. As cláusulas pétreas, cuja origem remonta à Constituição norte-americana e cuja relevância foi evidenciada na Constituição alemã de 1949, definem os conteúdos essenciais do constitucionalismo democrático, assentados no asseguramento da ordem democrática, na defesa das liberdades individuais e no limite do poder. Propor o golpe militar também representa uma violação deste dispositivo constitucional. O que fica claro é que os comandos constitucionais que fundam os pilares democráticos do Brasil precisam ter consequências práticas. Ou seja, o que falta é uma lei de defesa da democracia que tipifique criminalmente e responsabilize aqueles que pregam o golpe militar e a divisão do Brasil e cometam atos que violam o Estado de Direito.
Aldo Fornazieri é cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política
*RBA

Embale teu filho, PSDB

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Alguns grão-tucanos iniciaram hoje uma operação de redução de danos, em virtude da péssima impressão provocada pela manifestação pró-intervenção militar, ocorrida no sábado, em São Paulo, e, em escala ínfima, em algumas outras cidades.
O constrangimento é evidente. Os protestos caracterizaram-se por um discurso apavorante de intolerância, truculência e falta de respeito com a democracia.
Álvaro Dias veio com a história hoje de que os pedidos de intervenção militar foram “infiltrados”.
Lobão postou nas suas redes sociais que não apoia intervenção militar.
Rodrigo Constantino, blogueiro pateta da Veja, embananou-se todo. Primeiro disse ser contra intervenção militar, mas termina o post afirmando que, se o STF não aceitar o impeachment da presidenta, será o primeiro a apoiar um golpe.
Por fim, o governador Geraldo Alckmin deu entrevista dizendo que não chancela nenhuma manifestação em apoio a uma intervenção militar.
Os tucanos estão assustados com o nível de ignorância e violência políticas de sua própria base.
Em Brasília, uma família foi atacada perto da Esplanada, durante a manifestação tucana, na qual também havia cartazes pró-intervenção militar.
Não houve nenhuma “infiltração”, senador.
Este é o PSDB de hoje, infelizmente.
Um partido que reúne a extrema-direita mais golpista e mais violenta do país.
As manifestações de ódio, pró-ditadura, que estamos vendo são filhas do PSDB e da campanha de desinformação da mídia.
Nem jornalões, nem TVs, fizeram até agora um mísero editorial contra essa vergonhosa pantomina golpista.
Ou seja, consentiram. Alimentaram e açularam a besta golpista.
Assista aos vídeos abaixo. O primeiro é um trecho de vídeo feito pela TV Folha, com cenas e entrevistas da reta final da campanha de segundo turno deste ano.
Uma eleitora de Aécio explica que, apesar de votar no PSDB, o que desejava mesmo era uma intervenção militar.
O segundo é um vídeo-reportagem feito por um jovem para o blog DCM, cobrindo a manifestação de sábado. O jovem entrevistado diz que o melhor substituto para Dilma seria “Bolsonaro”, e balança a cabeça positivamente quando o repórter fala se não queria intervenção militar: “Bolsonaro foi militar, conhece isso”.



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Merkel admite saída da Grã-Bretanha da UE

Merkel, Cameron, Grã-Bretanha, UE

Angela Merkel admitiu pela primeira vez que a saída da Grã-Bretanha da UE é possível, escreve a revista alemã Der Spiegel, citando fontes na Chancelaria Federal e no Ministério das Relações Exteriores.

A revista assinala que o motivo para isso não foi a falta de vontade de David Cameron, primeiro-ministro da Grã-Bretanha, pagar o contributo suplementar para o Orçamento da Comissão Europeia no valor de mais de dois mil milhões de euros.
Muito maior preocupação provocaram os sinais de que Cameron tenta introduzir definitivamente limitações à quantidade de imigrantes dos países da UE para a Grã-Bretanha. Segundo o Der Spiegel, isso é uma clara violação da parte central dos tratados da UE sobre a liberdade de circulação.
Segundo fontes no governo, durante um encontro a dois com Cameron no quadro da última cimeira da UE, Merkel deu a entender ao ministro britânico que, se ele continuar a insistir na sua política de migração, as relações entre a Grã-Bretanha e a UE atingirão um “ponto irreversível”.
União EuropeiaAngela MerkelDavid CameronReino UnidoInternacional
Leia mais: 
http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_11_03/Merkel-admite-sa-da-da-Gr-Bretanha-da-UE-5555/
*VozdaRussia

O que fazer com um vinil do kLobão.