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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, março 04, 2015

Justiça reconhece fraude na privatização da Vale do Rio Doce Anulação da Privatização JÁ!

Justiça reconhece fraude na privatização da Vale do Rio Doce


Justiça reconhece fraude na privatização da Vale do Rio Doce
Decisão judicial possibilita reabertura de processo contra a venda da Vale e privatização da maior produtora de minério de ferro do mundo pode ser revertida
Maíra Kubík Mano, da Rede Democrática
Se você tivesse um cacho de bananas que valesse R$9,00, você o colocaria à venda por R$0,30? Óbvio que não. Mas foi isso que o governo federal fez na venda de 41% das ações da Companhia Vale do Rio Doce para investidores do setor privado, em 1997. Eles pagaram R$3,3 bilhões por uma empresa que vale perto de R$100 bilhões. Dez anos depois que ações populares foram abertas para questionar o processo, a privatização da maior exportadora e produtora de ferro do mundo pode ser revertida.
Em 2012, ato público realizado no Rio de Janeiro pedia a anulação
da privatização da Vale do Rio Doce (Foto: Brasil de Fato)
Em 16 de dezembro do ano passado, a juíza Selene Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília, anulou a decisão judicial anterior e reabriu o caso, possibilitando a revisão do processo. “A verdade histórica é que as privatizações ocorreram, em regra, a preços baixos e os compradores foram financiados com dinheiro público”, afirma Selene. Sua posição foi referendada pelos juízes Vallisney de Souza Oliveira e Marcelo Albernaz, que compõem com ela a 5ª turma do TRF.
Entre os réus estão a União, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Eles são acusados de subvalorizar a companhia na época de sua venda. Segundo as denúncias, em maio de 1995 a Vale informou à Securities and Exchange Comission, entidade que fiscaliza o mercado acionário dos Estados Unidos, que suas reversas de minério de ferro em Minas Gerais eram de 7.918 bilhões de toneladas. No edital de privatização, apenas dois anos depois, a companhia disse ter somente 1,4 bilhão de toneladas. O mesmo ocorre com as minas de ferro no Pará, que em 1995 somavam 4,97 bilhões de toneladas e foram apresentadas no edital como sendo apenas 1,8 bilhão de toneladas.
Outro ponto polêmico é o envolvimento da corretora Merrill Lynch, contratada para avaliar o patrimônio da empresa e calcular o preço de venda. Acusada de repassar informações estratégicas aos compradores meses antes do leilão, ela também participou indiretamente da concorrência por meio do grupo Anglo American. De acordo com o TRF, isso comprometeu a imparcialidade da venda.
A mesma Merrill Lynch, na privatização da Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPF), da Argentina, reduziu as reservas declaradas de petróleo de 2,2 bilhões de barris para 1,7 bilhão.
Nova perícia
Depois da venda da Vale, muitas ações populares foram abertas para questionar o processo. Reunidas em Belém do Pará, local onde a empresa está situada, as ações foram julgadas por Francisco de Assis Castro Júnior em 2002. “O juiz extinguiu todas as ações sem apreciação do mérito. Sem olhar para tudo aquilo que nós tínhamos dito e alegado. Disse que o fato já estava consumado e que agora analisar todos aqueles argumentos poderiam significar um prejuízo à nação”, afirma a deputada federal doutora Clair da Flora Martins (PT/PR).
O Ministério Público entrou com um recurso junto ao TRF de Brasília, que foi julgado no ano passado. A sentença determinou a realização de uma perícia para reavaliar a venda da Vale. No próximo passo do processo, as ações voltam para o Pará e serão novamente julgadas. Novas provas poderão ser apresentadas e os réus terão que se defender.
Para dar visibilidade à decisão judicial, será criada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar em Defesa do Patrimônio Público. A primeira ação é mobilizar a sociedade para discutir a privatização da Vale. “Já temos comitês populares em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pará, Espírito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso”, relata a deputada, uma das articuladoras da frente.
“Precisamos construir um processo de compreensão em cima da anulação da venda da Vale, conhecer os marcos gerais dessas ideias a partir do que se tem, que é uma ação judicial, e compreendê-la dentro de um aspecto mais geral, que é o tema da soberania nacional”, acredita Charles Trocate, integrante da direção nacional do MST. Ele participa do Comitê Popular do Pará, região que tem forte presença da Vale.
Entre os marcos da privatização, que serão estudados e debatidos nos próximos meses nos comitês, está o Plano Nacional de Desestatização, de julho de 1995. A venda do patrimônio da Vale fez parte de uma estratégia econômica para diminuir o déficit público e ampliar o investimento em saúde, educação e outras áreas sociais. Cerca de 70% do patrimônio estatal foi comercializado por R$60 milhões, segundo o governo. “Vendendo a Vale, nosso povo vai ser mais feliz, vai haver mais comida no prato do trabalhador”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 1996. A dívida interna, entretanto, não diminuiu: entre 1995 e 2002 ela cresceu de R$108 bilhões para R$654 bilhões.
Na época, a União declarou que a companhia não custava um centavo ao Tesouro Nacional, mas também não rendia nada. “A empresa é medíocre no contexto internacional. É uma péssima aplicação financeira. Sua privatização é um teste de firmeza e determinação do governo na modernização do Estado”, afirmou o deputado Roberto Campos (PPB/SP) em 1997. No entanto, segundo os dados do processo, o governo investiu R$2,71 bilhões durante toda a história da Vale e retirou R$3,8 bilhões, o que comprova o lucro.
“O governo que concordou com essa iniciativa não tinha compromisso com os interesses nacionais”, diz a deputada doutora Clair.
Poder de Estado
A Vale se tornou uma poderosa força privada. Hoje ela é a companhia que mais contribui para o superávit da balança comercial brasileira, com 54 empresas próprias nas áreas de indústria, transporte e agricultura.
“Aqui na região de Eldorado dos Carajás (PA), a Vale sequestra todo mundo: governos municipais e governo estadual. Como o seu Produto Interno Bruto é quatro vezes o PIB do estado Pará, ela se tornou o estado econômico que colonizou o estado da política. Tudo está em função de seus interesses”, coloca Charles Trocate.
Trocate vivência diariamente as atividades da empresa no Pará e a acusa de gerar bolsões de pobreza, causados pelo desemprego em massa, desrespeitar o meio ambiente e expulsar sem-terra e indígenas de suas áreas originais.
“Antes da privatização, a Vale já construía suas contradições. Nós temos clareza de que a luta agora é muito mais ampla. Nesse processo de reestatização, vamos tentar deixar mais claro quais são as mudanças que a empresa precisa fazer para ter uma convivência mais sadia com a sociedade na região”, diz Trocate. De acordo com um levantamento do Instituto Ipsos Public Affairs, realizado em junho de 2006, a perspectiva é boa: mais de 60% dos brasileiros defendem a nacionalização dos recursos naturais e 74% querem o controle das multinacionais.
Patrimônio da Vale em 1996
● maior produtora de alumínio e ouro da América Latina
● maior frota de navios graneleiros do mundo
● 1.800 quilômetros de ferrovias brasileiras
● 41 bilhões de toneladas de minério de ferro
● 994 milhões de toneladas de minério de cobre
● 678 milhões de toneladas de bauxita
● 67 milhões de toneladas de caulim
● 72 milhões de toneladas de manganês
● 70 milhões de toneladas de níquel
● 122 milhões de toneladas de potássio
● 9 milhões de toneladas de zinco
● 1,8 milhão de toneladas de urânio
● 1 milhão de toneladas de titânio
● 510 mil toneladas de tungstênio
● 60 mil toneladas de nióbio
● 563 toneladas de ouro
● 580 mil hectares de florestas replantadas, com matéria-prima para a produção de 400 mil toneladas/ano de celulose
Fonte: Revista Dossiê Atenção – “Porque a venda da Vale é um mau negócio para o país”, fls. 282/292, da Ação Popular nº 1997.39.00.011542-7/PA.
Quanto vale hoje
● 33 mil empregados próprios
● participação de 11% do mercado transoceânico de manganês e ferro-liga
● suas reservas de minério de ferro são suficientes para manter os níveis atuais de produção pelos próximos 30 anos
● possui 11% das reservas mundiais estimadas de bauxita
● é o mais importante investidor do setor de logística no Brasil, sendo responsável por 16% da movimentação de cargas do Brasil, 65% da movimentação portuária de granéis sólidos e cerca de 39% da movimentação do comércio exterior nacional
● possui a maior malha ferroviária do país
● maior consumidora de energia elétrica do país
● possui atividades na América, Europa, África, Ásia e Oceania
● concessões, por tempo ilimitado, para realizar pesquisas e explorar o subsolo em 23 milhões de hectares do território brasileiro (área correspondente aos territórios dos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte)

*RevistaForum

11 filmes para entender a ditadura militar no Brasil

Onze filmes que fazem um diagnóstico de como o cinema retratou a ditadura militar no Brasil

Das sessões de tortura aos fantasmas da ditadura, o cinema brasileiro invariavelmente volta aos anos do regime militar para desvendar personagens, fatos e consequências do golpe que destituiu o governo democrático do país e estabeleceu um regime de exceção que durou longos 21 anos. Estreantes e veteranos, muitos cineastas brasileiros encontraram naqueles anos histórias que investigam aspectos diferentes do tema, do impacto na vida do homem comum aos grandes acontecimentos do período.
batismo de sangue filme ditadura militar
Cena de Batismo de Sangue (Reprodução)
Embora a produção de filmes sobre o assunto tenha crescido mais recentemente, é possível encontrar obras realizadas durante o próprio regime militar, muitas vezes sob a condição de alegoria. “Terra em Transe”, de Glauber Rocha, é um dos mais famosos, retratando as disputas políticas num país fictício. Mais corajoso do que Glauber foi seu conterrâneo baiano Olney São Paulo, que registrou protestos de rua e levou para a tela em forma de parábola, o que olhe custou primeiro a liberdade e depois a vida.
Os onze filmes que compõem esta lista, se não são os melhores, fazem um diagnóstico de como o cinema retratou a ditadura brasileira.
1. MANHÃ CINZENTA (1968), Olney São Paulo – Em plena vigência do AI-5, o cineasta-militante Olney São Paulo dirigiu este filme, que se passa numa fictícia ditadura latino-americana, onde um casal que participa de uma passeata é preso, torturado e interrogado por um robô, antecipando o que aconteceria com o próprio diretor. A ditadura tirou o filme de circulação, mas uma cópia sobreviveu para mostrar a coragem de Olney São Paulo, que morreu depois de várias sessões de tortura, em 1978.
2. PRA FRENTE, BRASIL (1982), Roberto Farias – Um homem comum volta para casa, mas é confundido com um “subversivo” e submetido a sessões de tortura para confessar seus supostos crimes. Este é um dos primeiros filmes a tratar abertamente da ditadura militar brasileira, sem recorrer a subterfúgios ou aliterações. Reginaldo Faria escreveu o argumento e o irmão, Roberto, assinou o roteiro e a direção do filme, repleto de astros globais, o que ajudou a projetar o trabalho.
3. NUNCA FOMOS TÃO FELIZES (1984), Murilo Salles – Rodado no último ano do regime militar, a estreia de Murilo Salles na direção mostra o reencontro entre pai e filho, depois de oito anos. Um passou anos na prisão; o outro vivia num colégio interno. Os anos de ausência e confinamento vão ser colocados à prova num apartamento vazio, onde o filho vai tentar descobrir qual a verdadeira identidade de seu pai. Um dos melhores papéis da carreira de Claudio Marzo.
4. CABRA MARCADO PARA MORRER (1984), Eduardo Coutinho – A história deste filme equivale, de certa forma, à história da própria ditadura militar brasileira. Eduardo Coutinho rodava um documentário sobre a morte de um líder camponês em 1964, quando teve que interromper as filmagens por causa do golpe. Retomou os trabalhos 20 anos depois, pouco antes de cair o regime, mesclando o que já havia registrado com a vida dos personagens duas décadas depois. Obra-prima do documentário mundial.
5. O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997), Bruno Barreto – Embora ficcionalize passagens e personagens, a adaptação de Bruno Barreto para o livro de Fernando Gabeira, que narra o sequestro do embaixador americano no Brasil por grupos de esquerda, tem seus méritos. É uma das primeiras produções de grande porte sobre a época da ditadura, tem um elenco de renome que chamou atenção para o episódio e ganhou destaque internacional, sendo inclusive indicado ao Oscar.
6. AÇÃO ENTRE AMIGOS (1998), Beto Brant – Beto Brant transforma o reencontro de quatro ex-guerrilheiros, 25 anos após o fim do regime militar, numa reflexão sobre a herança que o golpe de 1964 deixou para os brasileiros. Os quatro amigos, torturados durante a ditadura, descobrem que seu carrasco, o homem que matou a namorada de um deles, ainda está vivo –e decidem partir para um acerto de contas. O lendário pagador de promessas Leonardo Villar faz o torturador.
7. CABRA CEGA (2005), Toni Venturi – Em seu melhor longa de ficção, Toni Venturi faz um retrato dos militantes que viviam confinados à espera do dia em que voltariam à luta armada. Leonardo Medeiros vive um guerrilheiro ferido, que se esconde no apartamento de um amigo, e que tem na personagem de Débora Duboc seu único elo com o mundo externo. Isolado, começa a enxergar inimigos por todos os lados. Belas interpretações da dupla de protagonistas.
8. O ANO EM QUE MEUS PAIS SAIRAM DE FÉRIAS (2006), Cao Hamburger – Cao Hamburger, conhecido por seus trabalhos destinados ao público infantil, usa o olhar de uma criança como fio condutor para este delicado drama sobre os efeitos da ditadura dentro das famílias. Estamos no ano do tricampeonato mundial e o protagonista, um menino de doze anos apaixonado por futebol, é deixado pelos pais, militantes de esquerda, na casa do avô. Enquanto espera a volta deles, o garoto começa a perceber o mundo a sua volta.
9. HOJE (2011), Tata Amaral – Os fantasmas da ditadura protagonizam este filme claustrofóbico de Tata Amaral. Denise Fraga interpreta uma mulher que acaba de comprar um apartamento com o dinheiro de uma indenização judicial. Cíclico, o filme revela aos poucos quem é a protagonista, por que ela recebeu o dinheiro e de onde veio a misteriosa figura que se esconde entre os cômodos daquele apartamento. Denise Fraga surpreende num papel dramático.
10. TATUAGEM (2013), Hilton Lacerda – A estreia do roteirista Hilton Lacerda na direção é um libelo à liberdade e um manifesto anárquico contra a censura. Protagonizado por um grupo teatral do Recife, o filme contrapõe militares e artistas em plena ditadura militar, mas transforma os últimos nos verdadeiros soldados. Os soldados da mudança. Irandhir Santos, grande, interpreta o líder da trupe. Ele cai de amores pelo recruta vivido pelo estreante Jesuíta Barbosa, que fica encantado pelo modo de vida do grupo.
11. BATISMO DE SANGUE (2007) – Apesar do incômodo didatismo do roteiro, o longa é eficiente em contar a história dos frades dominicanos que abriram as portas de seu convento para abrigar o grupo da Aliança Libertadora Nacional (ALN), liderado por Carlos Marighella. Gerando desconfiança, os frades logo passaram a ser alvo da polícia, sofrendo torturas físicas e psicológicas que marcaram a política militar. Bastante cru, o trabalho traz boas atuações do elenco principal e faz um retrato impiedoso do sofrimento gerado pela ditadura.
Cinema Uol e Literatortura

Rede Globo está envolvida no esquema de sonegação da HSBC



O maior escândalo financeiro da história mundial, com contas secretas de brasileiros no banco HSBC em paraísos fiscais, a cada dia ganha mais um capítulo, ledo engano à cada hora.

Por Redação

A Rede Globo comprou em pleno centro de Road Town, capital das Ilhas Virgens Britânicas, no Caribe, em 2001 uma empresa por cerca de 220 milhões de dólares. O que poderia haver de tão valioso no Caribe para que a Rede Globo fizesse um investimento deste porte?
O esconderijo para um tesouro é a resposta mais apropriada. Exatamente como no tempo dos piratas, que por sinal fizeram história por aqui, como o lendário Barba Negra. E para piratas no passado, assim como para sonegadores de impostos, corruptos, traficantes de drogas e de armas no presente, o melhor lugar do mundo é onde se pode guardar a riqueza ilícita longe dos olhos das autoridades. Um paraíso. Isso é Ilhas Virgens.
A imprensa internacional divulgou o caso SwissLeaks com dados que foram retirados do banco em 2007 pelo ex-técnico de informática do banco Hervé Falciani. Estes dados revelam que durante novembro de 2006 e março de 2007, quase US$ 180 bilhões teriam transitado por contas do HSBC em Genebra, para fraudar o fisco, lavar dinheiro sujo ou financiar o terrorismo internacional.
Os bilhões de dólares pertencentes a mais de 100.000 clientes e 20.000 pessoas jurídicas teriam transitado por estas contas de Genebra, dissimuladas, entre outras, por estruturas offshore no Panamá e nas Ilhas Virgens britânicas, EXCLUSIVO: Nas Ilhas Virgens, nosso enviado conta como funcionava a empresa de fachada da Globo .
É notório de todos que o Banco HSBC envolvido no maior escândalo financeiro da história mundial é um dos maiores patrocinadores da Rede Globo de Televisão, chegando a ganhar prêmios pela emissora. O HSBC chega a manter uma página dentro do G1, principal site de notícias da Organização Globo.


Confira o artigo original no Portal Metrópole: http://www.portalmetropole.com/2015/02/rede-globo-esta-envolvida-no-esquema-de.html#ixzz3TNqzrD2D

Cárcere privado. O desespero dos caminhoneiros que a tevê não mostra

 Fernando Brito

carcere1
O interesse político de paralisar o país decide o que vai para a mídia.
Estradas bloqueadas, desabastecimento.
Mas não vai para mídia a monstruosidade que está levando ao desespero centenas ou milhares de trabalhadores humildes que, segundo suas próprias palavras, estão mantidos em “cárcere privado” no Paraná, com medo de passarem nas estradas e serem agredidos ou terem seus caminhões depredados.
Nenhuma investigação séria sobre quem está promovendo um “protesto” que, cada vez mais claramente, tem grupos políticos e empresariais a promovê-lo, sem pudor de usar da violência contra profissionais que não o integram.
Ninguém aponta, a não ser lateralmente, a relação de “líderes” com empresas de carga.
Enquanto isso, a violência campeia.
Pedradas, perseguições contra os caminhoneiros que resolvem seguir viagem e, como já aconteceu, morte de pessoas.
Os motoristas se desesperam e não é nada prudente desesperar alguém ao volante de um monstro de 30 toneladas.
O “republicanismo” do Governo de não empregar a força legítima – inclusive por decisão judicial – vai acabar – tomara que não! – por provocar  novas tragédias.
Porque tratar as pessoas como é descrito no vídeo não é protesto.
É selvageria.


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Caminhoneiros dizem querer voltar pra casa, segundo eles a grande maioria quer, mas estão sendo impedidos por um grupo e ameaçados. Este grupo estaria sendo controlado por quem? Por qual partido? Curta o Pedala Direita Emoticon like
Quem não acreditou na Globo compartilha!
Raciocinem com o Pedala: se os caminhoneiros repassam o preço do transporte para as empresas de logística, porque eles brigariam pelo preço do diesel ao invés de brigarem por condições de trabalho? O fato é que eles não brigariam para os empresários ganharem mais, eles estão sendo ameaçados, torturados e impedidos e ir e vir. A serviço de mais quem? Tem partido no meio nisso tudo.
Que reforma o Brasil precisa urgentemente?
Vote ~> www.votebrasil.com.br/pesquisa/8

terça-feira, março 03, 2015

MILITARES ESTADOS UNIDOSPeru - DS - [Gustavo Espinoza] Que os Estados Unidos têm um estratégia continental de dominação e que se dispõem a desencadear uma aventura militar contra os povos de América Latina, já foi dito por nós em diversas ocasiões.

Alguns nos levaram a sério e ratificaram uma disposição antiimperialista que agora precisa se materializar. Outros, ao contrário, guardaram silencio, talvez com a ideia de que nossa afirmação fosse exagerada e respondia ao clássico estilo de confrontação do que eles qualificam de "esquerda tradicional".
Os fatos, contudo, vão nos dando razão de maneira constante. A agressividade imperialista contra nossos países se manifesta permanentemente; e hoje se concretiza no Peru, com a autorização para o ingresso de um verdadeiro exército de ocupação integrado por cerca de quatro mil soldados, que se estabelecerão no território sob o pretexto de "combater o narcotráfico e o terrorismo".
Para situar a coisa no curto prazo, cabe mencionar que no dia 29 de janeiro passado, em uma decisão oculta, que se filtrou recentemente nas redes sociais, o Congresso da República autorizou o ingresso de tropas e pessoal armado dos Estados Unidos em território peruano, atendo a um cronograma bem preciso. E elaborado em comum acordo entre "ambas as partes".
Os partidos e forças que integram hoje o Congresso, e cada um dos parlamentares em particular, têm a obrigação de prestar contas de como opinaram e de como votaram a decisão tornada conhecida hoje.
Sabe-se, de imediato, que já de 1 a 15 de fevereiro, pisaram em solo peruano dois contingentes militares, enviados pelo Pentágono. O primeiro, integrado por 58 soldados; e o segundo por 67. Ambos permanecerão até fevereiro de 2016 na tarefa de "treinar as instituições armadas peruanas na execução de operações especiais".
Parecería que em matéria de "operações especiais" os soldados peruanos seriam como que neófitos. Carecem da experiência de combate que o exército estadunidense adquiriu depois das prolongadas guerras de Vietnam, na Península Indochina e no Oriente Medio.
Provavelmente, Afeganistão, Iraque acrescentaram tanto a bagagem militar do exército ianque que considera seu dever compartilhar com seus irmãos latino-americanos com a ideia de extender até aqui prisões clandestinas como as de Bagdad ou Guantánamo, em que a tortura e a morte constituem pão de cada dia.
Não obstante, esses efetivos, que já estão no Peru, não são nada em comparação com o que ainda desembarcará no nosso território em setembro próximo.
Desembarcarão, na nossa primavera, 3.200 soldados ianques que -pelo armamento que usam, a experiência que têm e a preparação que possuem- constituirá um verdadeiro exército de ocupação.

Desse modo estarão sendo cumpridos os acordos entre esses dois países laboriosamente trabalhados desde há alguns anos.
A execução desses planos colocará em evidência que as constantes visitas do secretario de Defesa dos Estados Unidos ao Peru, e das do chefe do Comando Sul, não eram visitas protocolares nem muito menos turísticas. Tinham um claro conteúdo bélico que já não se pode ocultar.
É legítimo perguntar-se: O que move os Estados Unidos a deslocar essa vasta operação militar em território sulamericano?
O que está a ocorrer neste continente que faz com que a primeira potência militar do planeta esteja doida para abrir fogo contra os irmãos peruanos?
Para onde apontam, realmente, os fuzis ianques que dispararão nas cordilheiras da América?
Se observamos, mesmo que a voo de passar o que ocorre nesta parte do mundo veremos que radicaliza a luta anti imperialista de nossos povos.
Que ela se expressa em demandas concretas: Respeito à independência de nossos países, vigência plena da soberania nacional, recuperação das riquezas básicas, e proteção da biodiversidade. Em um mundo em que os recursos hídricos e os produtos naturais se convertem em fortaleza de sobrevivência para a inteira humanidade.
Já faz algum tempo que Estados Unidos estão buscando a maneira de intervir militarmente na Venezuela e acabar a sangue e fogo com o projeto bolivariano liderado historicamente pelo comandante Hugo Chávez, hoje conduzido por Nicolás Maduro, encurralado por uma brutal campanha de desprestígio e violencia desatada pelas forças mais reacionárias do continente.
Pelo visto, desembarcar tropas o Peru e conseguir que isso seja admitido pacificamente pela comunidade internacional seria uma maneira de afirmar a ideia de que é normal que Estados Unidos recorram a esse tipo de procedimento na América; e que poderia repetí-lo amanhã na Venezuela ou em qualquer outro país. Brasil por exemplo.
Quem tem licença para matar pode fazer uso dela em qualquer circunstância.
Bolívia ou Equador bem poderiam recordar aquele ditado: quando ver as barbas de seu vizinho serem cortadas, ponha as tuas de molho; porque a advertência ianque se projeta também à área do altiplano, contra Evo Morales e a multicultural Bolívia; e à região mais ao norte, onde as ações do governo equatoriano de Rafael Correa não contam com o beneplácito de Washington.
O argumento que se utiliza para justificar a intervenção estadunidense é a luta contra o narcotráfico e o terrorismo. É a velha e falsa cantilena. Em 1965 ficou em voga quando a administração de Belaúnde Terry aceitou a denominada "Operação Ayacucho", que resultou em nada.
Hoje, o combate contra o narcotráfico no Peru já esta virtualmente a cargo da DEA há muitos anos. E o resultado disso é que o Peru se converteu no primeiro produtor mundial de cocaína e outras drogas. Antes da presença da DEA nunca teve tal privilégio.
Até onde irá a escalada com a "atual estratégia? Talvez até a expansão dos cultivos de droga trazendo para cá o hashis do Afeganistão, e o ópio de outras latitudes? Será que não é isso o que busca a administração estadunidense para lançar suas tropas em nosso solo no que bem podia ser um desafio para uma nova Batalha de Ayacucho?
Porém a estratégia de dominação ianque vai muito mais além: visa confrontar uns povos contra outros e aos governos que, em maior ou menos escala, desconfia.
Não há que ter muita perspicácia para intuir que por tras da "operação de espionagem" chilena contra o Peru, denunciada recentemente, seja o avesso da mão dos serviços de inteligência ianques, que facilmente poderiam armar operações com esta ou outra magnitude, até mesmo a revelia dos governos, valendo-se da infiltração dos serviços secretos que eles manipulam.
Aos povos de nosso continente corresponde atuar com firmeza e a consequência requerida em uma circunstância em que o que está em jogo é a sobrevivência do continente, agredido pela barbárie imperialista.
No início dos anos 1930, em outro contexto e também em outras condições, Augusto Cezar Sandino disse de maneira categórica: "A soberania dos Estados não se discute. Se defende com armas nas mãos".
Em algumas semanas mais os peruanos estarão evocando o 200 aniversário do fuzilamento do jovem poeta Mariano Melgar, caído em mãos do exército colonial espanhol depois da batalha de Umachiri. Será essa recordação motivo de afirmação patriótica que levará nossos jovens a levantar essa mesma bandeira?
Em todo caso, o dever de qualquer patriota é assumir seu compromisso com a história e denunciar o que constitui uma verdadeira agressão armada contra o Peru e seu povo.
Gustavo Espinoza é da equipe de colaboradores do Diálogos do Sul (DS) em Lima, Secretário geral da Associação Amigos de Mariátegui (Casa Mariátegui) e membro do Coletivo de Direção de Nuestra Bandera (www.nuestra-bandera.com).
*DiariodaLiberdade