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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
sábado, março 07, 2015
Imagine se helicóptero da cocaína fosse de Genoíno, por Bob Fernandes
Uma crônica impagável de Bob Fernandes.
Quem ainda não viu vale a pena. Quem já viu reveja, uma pergunta que nunca calará:
Bob Fernandes / Imagine se helicóptero da cocaína fosse de Genoíno
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*Nassif
Fundamentalistas e a omissão qq dia vc beija seu filho seu neto ou seu sobrinho ou pai e pode morrer por demonstrar amor
SP: Filho de casal gay entra em coma após ser espancado na escola
Na última quinta-feira, 05, um jovem de 14 anos foi espancado dentro da escola, na localidade de Vila Jamil, o garoto está internado em estado grave no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. Segundo os médicos o garoto teve um aneurisma cerebral e está em coma induzido devido o estado grave em que se encontra.
A motivação das agressões teria sido homofobia, já que o jovem é filho adotivo de um casal de gays. O irmão de 15 anos presenciou as agressões, e o pai Márcio Nogueira comentou sobre o fato: "Eu não sabia que meu filho sofria preconceito por ser filho de um casal homossexual. O delegado nos informou. Estamos tristes e decidimos divulgar o que aconteceu para que isso não se repita com outras crianças", afirmou Márcio Nogueira ao R7.
Dois dos agressões estiveram na casa da avó de um dos meninos e pediram desculpas pelo episódio, Márcio registrou um B.O e pretende processar o estado, segundo o pai, ele pede que o filho sobrevida e que a justiça seja feita, o estado de saúde do garoto é grave.
VAMOS PENSAR UM POUCO:
A homofobia chegou a uma escala onde o ódio está generalizado, e não atinge apenas gays. A homofobia transbordou, héteros, filhos, irmãos, amigos, ou parentes de gays estão sendo vitimados por essa brutal imbecilidade.
Dois adolescentes agredindo outro a ponto de gerar as consequências noticiadas acima é algo animalesco; um ódio que surgiu de alguma forma, e em algum lugar. Talvez o sistema, ou o que a religião prega, ou o que os pais dizem dentro de casa, tudo isso pode e talvez tenha gerado dois pequenos monstros.
Ignorar a necessidade de uma reeducação urgente no sentido da igualdade de gênero, respeito e inclusão de homossexuais, travestis e transexuais na sociedade é tapar os olhos para essas dezenas de crimes que acontecem todos os meses. É lavar a mão com o sangue dos inocentes, inclusive desse garoto de 14 anos, que poderia ser seu irmão, seu amigo, ou quem sabe o sobrinho, ou o melhor amigo dos filhos do Bolsonaro, do Malafaia, ou de uma dezena de fundamentalistas religiosos que persistem em negar o respeito que é de direito de todos.
*http://www.paramocinhos.com.br/2015/03/sp-filho-de-casal-gay-entra-em-coma.html?m=1
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