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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, novembro 27, 2010

Toffoli enterra Dantas e Gilmar em decisão sobre grampo



    Toffoli: quando é grampo é legal
    O amigo navegante Stanley Burburinho, o reparador de iniquidades (quem será Stanley Burburinho ?), enviou email com esta notícia encorajadora.

    O ministro Toffoli do Supremo Tribunal Federal acabou de sepultar alguns dos argumentos que justificavam o desejo de Gilmar Dantas (*) e Daniel Dantas de desmoralizar a Satiagraha.

    Toffoli legitima os grampos legais que o ínclito delegado Protógenes Queiroz pediu e o corajoso juiz Fausto De Sanctis autorizou.

    Clique aqui para ler “Lula prometeu aos blogueiros que vai concluir investigação sobre Dantas” e clique aqui para ler “Kenarik 10 x 0 Gilmar”.

    Leia a decisão do ministro Toffoli:

    Quebra de sigilo telefônico pode ser prorrogado e superar prazo de 15 dias


    O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), indeferiu liminar no Habeas Corpus (HC) 106129, requerida pela defesa de I.T.A.N., policial civil acusado de fazer parte de organização criminosa descoberta por operação da Polícia Federal. A defesa argumentava que o acusado teve quebra de sigilo telefônico por prazo superior ao previsto em lei (de quinze dias).

    No entendimento do ministro Dias Toffoli, a quebra do sigilo telefônico e suas respectivas prorrogações efetuadas com autorização judicial parecem devidamente fundamentadas devido à complexidade da organização criminosa investigada pela Polícia Federal.

    A defesa sustentou a tese de constrangimento ilegal tendo em vista “a nulidade das decisões que autorizaram a interceptação telefônica contra ele por prazo superior ao permitido legalmente”. Por esse motivo, as provas dai advindas seriam nulas. Outro argumento da defesa era de que “a interceptação no presente caso não ocorreu nos moldes da Lei 9.296/96, ferindo além do artigo 5º da citada lei, a Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 5º, X e XII “. Além disso, a defesa afirmou que não haveria fundamentação legitima para a interceptação, tendo as autoridades policiais se apoiado  em suposta “denúncia anônima”.

    Segundo o Ministério Público, trata-se de quadrilha em  grande parte formada por policiais civis que, aproveitando-se da função publica, praticava tortura e extorsões, facilitava a exploração de jogos de azar e o desmanche de veículos furtados, tudo mediante o recebimento de propina, além de agenciar serviços advocatícios no distrito policial, visando se beneficiar de parte dos honorários auferidos pelo defensor. A defesa pedia, liminarmente, a concessão da ordem para que fosse anulada a decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que alegava ser manifestamente ilegal.

    Para o relator, ministro Dias Toffoli o deferimento de liminar “é medida de caráter excepcional, cabível apenas se a decisão impugnada estiver eivada de ilegalidade flagrante, demonstrada de plano, ou quando a situação apresentada nos autos representar manifesto constrangimento ilegal, o que não se verifica na espécie”, afirmou o ministro. Segundo o relator a decisão do STF “não vislumbra nenhuma ilegalidade, abuso de poder ou teratologia que justifique o deferimento do pedido”, finalizou.

    KK/CG
    Processos relacionados – HC 106129

    http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=167013

    (*) Clique aqui para ver como um eminente colonista (**) do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista (**) da GloboNews e da CBN se refere a Ele.
    (**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG (***) que combatem na milícia para derrubar o presidente Lula. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.
    (***) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

    http://www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2010/11/gilmar-mendes_tv.jpg

    Visita de Serra ao Senado = Animação total dos tucanos!!!

    https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioxTeJ0aSRnQNvNOCMh-FPqvD5XJ6_h2L8d7urzm52_Bi0JjNHXeW-AI5WU05pEVUA7vbPsnJJtjX7AuStI8336nPy6VnGKkjjswUHTzPkrDOA5WHiyJoWQd-7bVY4FPNetHXQ49JmRf0/s1600/serra+no+senado.JPG

    Polícia apreende tucano na casa de chefe do tráfico da Vila Cruzeiro

    Fabiano Atanásio, FB, é acusado de mandar derrubar helicóptero da polícia.
    Mais cedo foram encontrados refinaria e hospital do tráfico na favela.
    Animal estava na casa de chefe do tráfico na
    na Vila Cruzeiro (Foto: Thamine Leta / G1)
    A polícia encontrou um tucano durante a varredura na Vila Cruzeiro, na Penha, na Zona Norte do Rio feita nesta sexta-feira (26). A ave estava na casa do chefe do tráfico na comunidade, acusado de ser o responsável pela queda de um helicóptero da polícia ano passado no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte.
    A polícia continua na favela para encontrar possíveis locais onde estão guardados munições e armas. Os agentes tentam ainda cumprir mandados de prisão. Entre eles o de Fabiano.
    Na tarde desta sexta, um reboque da prefeitura começa a recolher carros incendiados e motos roubadas na comunidade. Os acessos da comunidade são ocupados por homens do Exército.
    "O Exército vem para colaborar. Enquanto isso, vamos checar local por local, beco por beco para identificar onde estão os armamentos", disse o subchefe da Polícia Civil, Ronaldo oliveira.
    Refinaria do tráfico
    A polícia encontrou nesta sexta-feira (26) um laboratório do tráfico na Vila Cruzeiro, na Penha, na Zona Norte do Rio. Nele foram apreendidos materiais para refino de cocaína, substâncias químicas e holofotes.
    Segundo a polícia, o local servia para a produção de munição. Foi encontrada também uma espada em uma casa na comunidade.
    Hospital do tráfico
    Mais cedo, foi encontrado também um hospital do tráfico dentro da Vila Cruzeiro. Policiais federais auxiliam no patrulhamento tanto no local quanto no entorno do Conjunto de favelas do Alemão, na Zona Norte.
    Na quinta, o Bope fez uma megaoperação na Vila Cruzeiro com apoio de blindados da Marinha. Cerca de cem criminosos fugiram pela mata para o Alemão, comunidade vizinha.
    Desde domingo, o Rio vive uma onda de violência, com arrastões, veículos queimados e ataques a forças de segurança. Segundo o governo do Rio, é uma reação à política das UPPs, quando a polícia ocupa áreas antes dominadas por criminosos. Desde 2008, 13 dessas unidades foram instaladas na cidade.
    Mesmo após a megaoperação de quinta, o Rio de Janeiro viveu uma madrugada com mais ataques: foram registrados pelo menos cinco. Em balanço divulgado na noite de quinta (25), a Polícia Militar informou que 72 veículos foram incendiados por criminosos desde o início dos ataques, no domingo (21). Entre presos e detidos há 188 pessoas.
    By: G1
    Indicação de Maurício Porto
    Comentário do Contexto:
    De acordo com as últimas informações, o tucano diz que só fala na presença do presidente do Partido. Parece que mandaram chamar o Farol de Alexandria!!!
    Segundo Índio, o Padim Pade Cerra declarou que o tucano foi plantado na Vila Cruzeiro por militantes petistas.
    *comtextolivre

    Vida após a Vida


    *com textolivre

    “O Congresso e a Justiça não geram receita, portanto não podem gerar despesas.”

    Maria Conceição alerta Dilma para a política externa econômica


    A 1a Conferência do Desenvolvimento, que termina nesta sexta-feira (26), em Brasília, prestou uma homenagem aos 80 anos da professora e economista Maria da Conceição Tavares. Em retribuição, a professora fez uma palestra sobre Macroeconomia para o Desenvolvimento para um público que a aplaudiu de pé ao final de sua fala. Pontuada por palavras no superlativo, a economista defendeu para o governo Dilma Rousseff uma preocupação especial com a política externa econômica.
    Maria da Conceição alerta Dilma para política externa econômica
    “Pedimos um caminho duro de seguir: eu quero que distribua, mas não quero que a indústria vá para o espaço”, afirmou a economista.
    “O que precisa, na opinião dela – opinião muito aplaudida pela platéia –, é cortar despesas irrelevantes como salários dos juizes e deputados. “O Congresso e a Justiça não geram receita, portanto não podem gerar despesas.”
    Ela manifestou confiança na presidente eleita, a quem definiu como alguém de “coragem, sensibilidade e competência, que navegará nessas águas complicadas, principalmente no primeiro ano”, avaliou.
    “Tenho muita fé na presidente, mas uma coisa é saber, outra é operar – não sei se a proporção de forças dos industriais pesam tanto quanto a dos banqueiros”, lembrando que “para sair dessa encrenca (crise econômica mundial), agora mais do que nunca, não dá para deixar para o mercado ou a divina providência. A solução é humana e de todo o governo”, enfatizou.
    A economista acredita que até o fim dessa década vamos erradicar a miséria e nos aproximar dos países desenvolvidos, mas “para que isso ocorra não podemos fazer coisas que abortem essas intenções.” Ela admitiu que a macroeconomia está em estado cataléptico e é preciso estar atento para que as políticas adotadas pelos demais países não prejudiquem o desenvolvimento das nações que dele precisam.

    Evitar contaminação
    Para que o Brasil não seja contaminado pela crise econômica de 2008/2009, que colocou na insolvência os países da Europa, Maria da Conceição sugere que o governo Dilma Rousseff faça o controle de capitais. “O controle quantitativo”, explica, acrescentando que “deve aumentar o compulsório, controlar o crédito, mas não puxar as taxas de juros, porque é ineficiente e piora a situação.”
    Ela lembrou que esta sugestão já foi dada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) que admitiu que “a situação está tão preta que é preciso controlar capitais”. Ela elogiou a formação da equipe econômica anunciada pela presidente eleita, “formada de gente discreta, que não são vedetes, que vão colaborar para não fazer uma política para lá e outra para cá”, em crítica velada a disputa entre Henrique Meirelles, no Banco Central e Guido Mantega, na Fazenda, durante o Governo Lula.

    Santo de barro
    Também admitiu que a presidente eleita tem razão quando diz que vai baixar a taxa de juros lentamente e o câmbio devagar. E usou o ditado “cuidado com o andor que o santo é de barro”, para afastar a possibilidade de algum choque econômico.
    Ela elogiou a posição do Brasil, dizendo que ao contrário dos países da Europa, não é nada catastrófica. No entanto, destacou que “não quero que se fique esperando sentado até o G20 resolva a nova ordem mundial. Está uma desordem e vai continuar uma desordem”, afirmou, dizendo que a posição do governo internamente deve ser a mesma adotada nos fóruns internacionais.
    “O Brasil pode e deve falar nos fóruns internacionais com autonomia e agir para dentro com autonomia, que é o que se quer de um país soberano”, afirmou. Segundo a professora, a defesa soberana do Brasil tem que se basear na política cambial e balanço de pagamento, senão, não conseguiremos ter o desenvolvimento sustentável desejado, anuncia Maria da Conceição.

    Caminho duro
    Disse que “o eixo social está correto, mas se não cuidar da parte cambial não conseguiremos fazer política industrial e tecnológica, vamos regredir na industrialização, que é o contrário do desenvolvimento”. Ao mesmo tempo lembrou que não acredita que apenas o crescimento da indústria represente distribuição: “você pode crescer a 7% e não distribuir porcaria nenhuma.”
    E explicou: “Pedimos um caminho duro de seguir: eu quero que distribua, mas não quero que a indústria vá para o espaço. Não dá para recuar no econômico”, disse, destacando que o Brasil não deve copiar modelos macroeconômicos que atrapalhem o seu desenvolvimento.
    E apontou como outra decisão importante a ser adotada pelo governo o corte no gasto não produtivo. O que precisa, na opinião dela – opinião muito aplaudida pela platéia –, é cortar despesas irrelevantes como salários dos juizes e deputados. “O Congresso e a Justiça não geram receita, portanto não podem gerar despesas.” E, indignada, indagou porque não pode subir o salário mínimo.
    Para ela, o governo tem que estar atento para fazer política macroeconômica. Como o dólar se desvalorizou e os produtos brasileiros de exportação são cotados em dólar, subiu tudo, e os fornecedores são os mesmos que abastece o mercado interno. Essa é a contradição do câmbio, disse, lembrando que “a saída para atacar a inflação não é subir a taxa de juros, porque a inflação é de custo e não de demanda, a subida da taxa de juros tira a possibilidade de desenvolvimento.”

    Homenagens
    Após a fala da economista, seguiram-se as homenagens. Ricardo Bielschowsky, da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), fez um apanhado da vida profissional da economista, destacando os argumentos e análises econômicas construídos ao longo dos anos e disse que ela tem ainda o mérito de se afastar do tecnicismo e conseguir mostrar a situação econômica a todos. Disse ainda que ela serviu de referência a várias gerações de economistas e que “reforça o nosso orgulho de ser brasileiro”.
    Raphael de Almeida Magalhães, membro do Conselho de Orientação do Ipea, também fez elogio à professora, enfatizando todas as contribuições dadas ao longo da vida profissional para reduzir as injustiças sociais, tendo sempre se colocado em favor dos mais pobres.
    Em seguida, houve o lançamento do livro Leituras Críticas sobre Maria da Conceição Tavares, da Fundação Perseu Abramo. Organizada por Juarez Guimarães, a obra apresenta artigos de Ricardo Bielschowsky, Emir Sader, José Carlos de Souza Braga, Maurício Borges Lemos, além de uma aprofundada entrevista com a própria economista que elucida pontos de seus pensamentos, assim como conclui a linha narrativa pela qual percorrem os demais autores. Uma sessão de autógrafo da economista entusiasmou o público.
    De Brasília
    Márcia Xavier

    Enquanto o Rio avança São Paulo retrocede:

    Enquanto o Rio avança São Paulo retrocede:

    Sob regimento da época da ditadura, USP ameaça expulsar 21 estudantes

    A Universidade de São Paulo está movendo um processo administrativo contra estudantes que participaram da ocupação da Reitoria, em 2007, e da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas), em março desse ano. 

    Por André Rossi
    [26 de novembro de 2010 - 17h38]
    A Universidade de São Paulo (USP) está movendo um processo administrativo contra 21 estudantes que participaram da ocupação da Reitoria, em 2007, e da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas), em março desse ano. A instituição intimou todos a prestarem depoimento; quatro foram ouvidos no último dia 23 e os dezessete restantes serão ouvidos no próximo dia 30.

    Os estudantes são acusados de infringirem o artigo 247 do decreto nº 52.906, datado em 27 de março de 1972, que integra o Regimento Geral da USP, o “Antigo Regimento”, que proíbe “praticar ato atentatório à moral e aos bons costumes”, “perturbar os trabalhos escolares e a administração da universidade” e “atentar contra o nome e a imagem da universidade”. Caso sejam condenados, a punição para os alunos vai de uma advertência verbal à eliminação permanente – expulsão. Eles serão julgados por uma comissão sindicante composta por professores e outros funcionários da instituição, que julgam casos de transgressão ao regimento interno.
    O decreto nº 52.906 foi redigido durante o Regime Militar pelo ex-diretor da USP Luís Antônio Gama e Silva, então ministro da Justiça e, além disso, redator do Ato Institucional número 5. Porém, em contrapartida à revogação do AI-5, em 1978, o decreto do “Antigo Regimento” que sustenta as acusações da USP contra os estudantes ainda vigora, com punição para quem “promover manifestação ou propaganda de caráter político-partidário, racial ou religioso, bem como incitar, promover ou apoiar ausências coletivas aos trabalhos escolares; afixar cartazes fora dos locais”.
    Em 2007, alunos da USP ocuparam o prédio da Reitoria da universidade reivindicando a revogação dos decretos assinados na posse do então governador José Serra (PSDB) - que quebravam a autonomia administrativa das universidades -, a contratação de professores e ampliação no número de moradias. E em março deste ano, o Conjunto Residencial da universidade, o CRUSP, também foi palco de ocupação por parte de alunos que pleiteavam um maior número de vagas para estudantes de fora de São Paulo.
    Gustavo Seferian, advogado, estudante de História e pós-graduando em Direito do Trabalho na USP, soube do caso por meio de seu orientador da pós, o professor e jurista Jorge Luiz Souto Maior, e se envolveu como advogado de defesa dos estudantes que ocuparam o Coseas. Para ele, o regimento da USP não segue na esteira do atual sistema jurídico brasileiro. “Muito embora o regimento ainda tenha validade, ele está fora do contexto das mudanças promovidas pela Constituição de 1988. Ele não compatibiliza com o sistema jurídico brasileiro na sua completude, que respeita o pluralismo político e o direito à livre expressão política”, disse. “Está claro que o sistema avisa punir os alunos por conta de suas atuações políticas”, completou.
    Sobre a possibilidade de expulsão permanente dos estudantes processados, Seferian acredita que a decisão pode representar um retrocesso para a luta pela democracia nas universidades do país. “Caso isso venha a acontecer, vai representar um grande retrocesso não só para o movimento estudantil como para as instituições públicas, inseridas em um país norteado por um regime democrático de direito, e a USP tem um papel simbólico nessa luta”, declarou.
    Para Nathalie Drumond, diretora do Diretório Central dos Estudantes da USP (DCE/USP), a ação da Comissão Sindicante tem como objetivo conter o movimento estudantil. “A intenção da Comissão é incriminar a ação dos estudantes que realmente querem melhorias para a universidade. A Reitoria está recorrendo a leis do regime militar para conter o movimento estudantil”, diz.
    De acordo com a assessoria da USP, os processos, que correm de maneira sigilosa, visam autuar os 21 alunos infratores por supostos danos ao patrimônio público durante a invasão da Reitoria, orçados em R$ 300.000,00; e por violação de documentos sigilosos da Divisão de Promoção Social do Coseas sobre alunos que fizeram requerimento de bolsa.
    Um ato de apoio aos estudantes que irão prestar depoimento está previsto para o dia 30, às 12h, em frente ao prédio da Reitoria.
    *RevistaForum

    A criminalização da política na USP


    Vi o Mundo


    por Conceição Lemes
    Na próxima terça-feira, às 13h,  quatro alunos que participaram da greve de 2007, quando houve a ocupação do prédio da Reitoria, vão depor no processo administrativo aberto pela Universidade de São Paulo, que visa a expulsá-los.
    Na mesmo dia,  às 18h, estudantes, funcionários e professores uspianos farão, no prédio da História, um ato suprapartidário contra a criminalização da política na USP. As três entidades representativas participarão: Diretório Central dos Estudantes (DCE), Associação dos Docentes (Adusp) e do Sindicato dos Trabalhadores (Sintusp). Também representantes dos processados, professores da USP, Unicamp e Unesp.
    “A USP contribuiu muito para o Brasil remover o entulho autoritário herdado da legislação da época da ditadura militar, porém não removeu o entulho autoritário dos seus estatutos”, denuncia Ricardo Musse, professor de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. “Nos últimos quatro anos houve crescente criminalização da política na universidade. Coincidiu com a chegada de José Serra (PSDB) ao governo do Estado de São Paulo.”
    Vinte e um alunos estão ameaçados de expulsão. Além dos quatro de 2007,  há 17, da ocupação da Coseas (Coordenadoria de Assistência Social), em março de 2010, para reivindicar melhores condições de moradia. O processo administrativo contra os alunos ficou pronto na semana passada.
    “Todos nós fomos surpreendidos com essa informação, até porque havia um acordo com ex-reitora, a professora Suely Vilela, de que não haveria punições pela ocupação e greve de 2007. Além disso, tem a questão do Coseas e do Sintusp, bem mais graves”, afirma o aluno Ricardo Maciel. “Por coincidência, a universidade deixou para divulgar só agora, quando as aulas estão quase no fim e a possibilidade de mobilização é menor. Tudo isso soa  perseguição política contra quem se antepõe de maneira mais enfática ao projeto encampado pela administração da USP.”
    A USP está utilizando um decreto de 1972, portanto, gerado em plena ditadura militar para punir alguns alunos. Para outros, a USP está tirando os acontecimentos do contexto político, pedindo a punição por delitos como briga e depredação.
    O jurista Fábio Konder Comparato, professor emérito da Faculdade de Direito da USP, condena: “Eu não diria que o uso da legislação da ditadura é uma volta ao passado, porque todas as grandes instituições deste país, inclusive as universidades, têm longa e inabalada tradição oligárquica. Para que os ‘donos do poder’ continuem mandando, todos os meios são bons”.
    O acordo a que se refere o estudante Ricardo Maciel, foi afiançado por cinco professores: Paulo Arantes, Francisco de Oliveira, João Adolfo Hansen, Luiz Renato Martins e István Jancsó (falecido). Há, segundo os professores, um documento assinado.
    O professor Comparato põe o dedo na ferida: “Não saberia dizer se o compromisso assumido pela ex-reitora foi para valer, ou simplesmente para aparecer, segundo outra inabalada tradição brasileira”.
    “NEM NA ÉPOCA DA DITADURA MILITAR ISSO HAVIA ACONTECIDO”
    O fato é que alunos, funcionários e professores estão com medo de se manifestar politicamente, receando perseguição e punição.
    “Outro dia uma colega que iria assinar um trabalho conosco pediu para tirar o nome dela na última hora”, exemplifica Musse. “Como estava ainda no estágio probatório, sentiu-se em risco.”
    Essa semana houve eleição para o Sintusp. Foi proibida a colocação de uma urna no prédio da Reitoria.
    “Agentes da guarda universitária da USP agrediram violentamente representantes do Sindicato, mesários e representantes das chapas em uma tentativa brutal de impedir a instalação na urna no prédio da reitoria”, informa o site do Sintusp. A urna acabou instalada na portaria principal do prédio.
    “A eleição para composição da nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP ocorre a cada 3 anos, e nunca houve tamanha repressão por parte da reitoria da Universidade de São Paulo”, prossegue a nota no site do Sintusp. “Nem mesmo na época da ditadura militar.”
    A propósito, em 9 junho de 2009, por determinação do então governador José Serra, a tropa de choque invadiu o campus da Cidade Universitária para dispersar manifestação de alunos e professores em apoio à greve dos funcionários da USP. A polícia atirou balas de borracha, bombas de efeito moral e gás de pimenta contra os manifestantes.
    “Nem na época da ditadura militar”, relembra Musse, “isso havia acontecido.”

    sexta-feira, novembro 26, 2010

    Quando receptar jóia compensa



    Só sendo brincadeira. Dia desses um sujeito foi condenado a 1 ano e quatro meses de prisão, além de multa, por ter furtado 5 desodorantes marca Rexona(que chique, hein?)num dos supermercados daqui do Recife.Por outro lado, a Justiça de São Paulo tranca a ação de um cidadão acusado de sumir com R$ 4 milhões de reais destinados à campanha eleitoral e de ter sido acusado de receptar jóias valiosas.É por essa e outras que a sociedade não mais confia no Poder Judiciário.

    Justiça tranca ação contra Paulo Preto por receptação


    O ex-diretor de engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, teve trancada a ação penal contra ele sob acusação de receptação de joia roubada. A decisão foi da 7ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, que aceitou nesta quinta-feira pedido de Habeas Corpus. A informação é da Folha Online.

    Paulo Preto foi preso no dia 12 de junho em uma loja do Shopping Iguatemi, em São Paulo, enquanto negociava um bracelete. Segundo a acusação, a joia foi furtada da joalheria Gucci. Ele foi levado para o 15º Distrito Policial, no Itaim Bibi, onde foi registrada a ocorência, que gerou a ação.

    A delegada do caso, Nilze Baptista Scapulatiello, chegou a dizer que foi pressionada por tucanos para soltar o ex-diretor.

    No entanto, a 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Sao Paulo, por unanimidade, julgando Habeas Corpus impetrado pelos advogados José Luís de Oliveira Lima e Giovanna Cardoso Gazola, considerou a conduta atípica. Oliveira Lima afirmou que seu cliente ira entrar com ação por danos morais contra o Estado e contra a delegada titular do 15º Distrito da Capital, bem como requerer a instauração de inquérito para apurar crime de abuso de autoridade.

    Para Oliveira Lima, a decisão do TJ "restabelece a reputação" do seu cliente. "Não é uma decisão comum", afirmou o advogado, sobre o trancamento da ação.

    Arma eleitoral


    O episódio foi usado na campanha eleitoral. No debate da TV Record, cinco dias antes do segundo turno, a então candidata petista Dilma Rousseff atacou o tucano José Serra ao lembrar de Paulo Preto.

    "A Polícia Civil de SP poderia investigar o fato de que ele [Paulo Preto] foi preso por receptação de joia roubada. [...] Além disso, podiam ter aberto pelo menos uma sindicância", disse a agora presidente eleita.

    Ele também se tornou personagem da campanha ao ser acusado por integrantes do PSDB de arrecadar verba ilegalmente e desviar R$ 4 milhões destinados à campanha de José Serra.

    Na campanha, ganhou repercussão uma frase dita à Folha por ele sobre Serra: não se deixa "um líder ferido na estrada".

    O Ministério Público também investiga a contratação da empresa do genro e da mãe de Paulo Preto por um dos consórcios construtores do Rodoanel.

    O negócio foi feito em 2009, à época em que Souza era diretor da estatal paulista Dersa.

    Charges do Bessinha











    Alguns leitores da Veja batem papo tranquilamente...





    Beltrame para DG da Polícia Federal. Em SP ninguém usa cocaína ou crack





      Beltrame re-instalou o Estado


      O delegado Beltrame ganhou a batalha.

      Ele não acabou com o tráfico nem com o crime organizado no Rio – o que é impossível.

      Mas, ele botou o tráfico para correr.

      E as milícias também correram, apesar do apoio que elas deram, nas eleições, ao Marcelo Lunus Itagiba, braço direito e esquerdo do Padim Pade Cerra.

      Beltrame ganhou a batalha porque pôs para funcionar a ideia que o governador Sérgio Cabral trouxe da Colômbia: as Unidades Policiais Pacificadoras.

      Beltrame expulsou os traficantes das favelas.

      Pôs para correr.

      E quando os traficantes reagiram, ele foi para cima dos traficantes, com a ajuda do Presidente Lula.

      O tráfico no Rio perdeu espaço, está desarticulado.

      Assim como as milícias, uma etapa superior da organização do crime.

      Clique aqui para ler interessante artigo de Claudio Beato, na pág. 3 da Folha (*):

      Beltrame ganhou a principal batalha, que foi o conceito: re-instalar o Estado na área criminosa.

      O Estado tem que governar.

      Com a fuga dos traficantes e a re-ocupação do espaço criminoso, surgirão problemas sérios.

      Para onde vão os traficantes foragidos ?

      Numa entrevista à RecordNews, o senador Marcelo Crivella chamou a atenção deste ordinário blogueiro para o deslocamento dos traficantes das favelas ocupadas pelas UPPs para cidades próximas ao Rio.

      Beltrame vai ter que ir atrás deles lá, também.

      Como desarticulou as milícias fora do Rio.

      (Será essa a razão para o Marcelo Lunus Itagiba não se re-eleger deputado federal ?)

      Também muito importante: a relação republicana que Sérgio Cabral manteve com Beltrame.

      Não há no Governo Sérgio Cabral nomeação política de chefe de delegacia ou de comando da Polícia Militar.

      E a população do Rio gosta do trabalho do Beltrame.

      O que ajudou a re-eleger Sérgio Cabral.

      Beltrame também vai atrás de criminoso do colarinho branco.

      E aí, de novo, ele esbarra em interesses políticos que começam a se afligir com a ação destemida do Secretário de Segurança do Rio.

      Dilma já disse que vai ampliar o conceito de UPPS pelo Brasil afora.

      Dilma poderia devolver à Polícia Federal a característica republicana, que se foi para Portugal, no avião com Paulo Lacerda.

      (Uma das – poucas – páginas cinzentas do Governo Lula.)

      O substituto de Lacerda, Luiz Fernando Corrêa, foge de crime do colarinho branco como foge do áudio grampo.

      E se dedica a perseguir o ínclito delegado Protógenes Queiroz.

      Clique aqui para ler “Delegados federais aplaudem Mercadante quando elogia Protógenes – frente do Corrêa ”.

      Já ouvi dizer que a Dilma vai nomear o Ministro da Justiça e o Diretor Geral da Polícia Federal.

      Ou seja, o Ministro da Justiça NÃO vai nomear o DG da Polícia Federal.

      É da cota dela.

      Foi o que fez o Dr Tancredo.

      Quando chamou o sábio Fernando Lyra para Ministro da Justiça já disse, ali, no ato, quem ia ser o DG da Polícia Federal.

      O Diretor Geral da Policia Federal é importante para combater o crime.

      Mas, o DG da Polícia Federal também pode chantagear, constranger o Presidente da República.

      O Fernando Henrique Cardoso poderia dar um bom depoimento sobre isso, numa das suas 674 entrevistas semanais ao PiG (**).

      Não há notícia de que Beltrame tenha constrangido o Governador do Rio.

      Nem tenha ameaçado à la Henrique Meirelles, o novo entrevistado de prateleira do PiG (**): só fico com autonomia !

      Beltrame hoje representa o policial de que os cidadãos se orgulham.

      Como foi Paulo Lacerda.

      Em tempo: sobre a cobertura do PiG (**) paulista à caça aos traficantes no Rio.

      O amigo navegante poderia responder às seguintes perguntas, por favor ?

      Onde se consome mais automóvel ? No Rio ou em São Paulo ?

      Onde se consome mais pizza aos domingos ? No Rio ou em São Paulo ?

      Onde se consome mais camisinha nos fins de semana ? No Rio ou em São Paulo ?

      E onde se consome mais cocaína ?

      No Rio, dirão os membros do PiG (**).

      Em São Paulo, por esse raciocínio, ninguém consome crack nem cocaína.

      Da mesma forma que nenhuma tucana de São Paulo fez ou fará aborto.

      Por isso, não há traficantes nem cenas de “guerra” em São Paulo.

      É uma área santificada, uma gigantesca Cidade do Vaticano, governada pelo Padroeiro de Aparecida, com as bênçãos do Padim Pade Cerra.

      É assim, amigo navegante ?

      Não.

      É porque, no Rio, o Cabral e o Beltrame combatem o tráfico.

      Em São Paulo, o tráfico se consorciou com o Estado.

      Como diz o especialista na matéria, o traficante colombiano Abadía, a melhor maneira de acabar com o tráfico em São Paulo é fechar a delegacia que combate o tráfico, o Denarc.

      Por isso, São Paulo não tem caveirão nem UPP.


      Paulo Henrique Amorim


      (*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é,  porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

      (**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.



      Nesses dias difíceis no Rio, aprendemos o quanto seria melhor termos seguidos os conselhos do Bezerra e colocar arte contra o crime.

      Se Não Fosse o Samba
      Bezerra da Silva
      E se não fosse o samba
      quem sabe hoje em dia eu seria do bicho?
      E se não fosse o samba
      quem sabe hoje em dia eu seria do bicho?
      Não deixou a elite me fazer marginal
      E também em seguida me jogar no lixo
      A minha babilaque era um lápis e papel no bolso da jaqueta,
      Uma touca de meia na minha cabeça,
      Uma fita cassete gravada na mão
      E toda vez que descia o meu morro do galo
      Eu tomava uma dura
      Os homens voavam na minha cintura
      Pensando encontrar aquele três oitão
      Mas como não achavam
      Ficavam mordidos não dispensavam,
      Abriam a caçapa e lá me jogavam
      Mais uma vez na tranca dura pra averiguação
      *LuisNassif