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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, abril 16, 2011

Revólveres, pistolas e fuzis: as verdadeiras armas de destruição em massa

 

Por João Paulo Charleaux *

Hoje, 94 brasileiros morrerão depois de receber um disparo de arma de fogo. É como se a tragédia ocorrida há uma semana na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, se repetisse oito vezes por dia. Todos os dias.

Por não compor um enredo comovente, esta hecatombe a granel passa para os registros sorrateiramente – não há cartas de psicopatas suicidas, nem há vídeos no Youtube mostrando parentes gritando na rua e estudantes fugindo. Não é notícia. E, por isso, os 60 milhões de brasileiros que foram contra a proibição do comércio de armas no Brasil, no referendo de 2005, não se sentem responsáveis por nada disso.

Agora, uma nova iniciativa parlamentar pretende convocar mais um referendo sobre o tema, provavelmente, para o dia 2 de outubro. A proposta, apresentada pelo senador José Sarney depois da tragédia de Realengo, já está na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e deve ir a plenário na sequência. Com sorte, os brasileiros terão uma segunda chance de decidir sobre um assunto vital e negligenciado.

Em todo o mundo, a produção, o comércio e o tráfico de pequenas armas de fogo e munição constituem um dos aspectos mais obscuros, menos regulados e mais cinicamente ignorados pela opinião pública.

O Brasil é um grande produtor de armas. Três empresas privadas continuam produzindo a cluster bomb, um tipo de munição altamente letal e imprecisa, proibida pela Convenção sobre Munições em Cacho, da qual o Estado brasileiro não é signatário.

O país é também um grande produtor de revólveres e pistolas. Por dia, são produzidas aqui 2.800 armas de cano curto, das quais 320 ficam no País e o restante é exportado. De cada dez armas apreendidas pela polícia no Brasil, oito são de fabricação nacional. E 70% das mortes por armas de fogo registradas aqui em 2010 foram provocadas pelo uso de armas que entraram legalmente no mercado, ou seja, entraram nas ruas pelas mãos de “pessoas de bem”.

Os assassinos, aliás, também são, na maioria dos casos, “pessoas de bem”. Pesquisadores norte-americanos e australianos realizaram uma pesquisa sobre o perfil dos crimes com armas de fogo em seus países e chegaram à conclusão de que em apenas 15% dos casos as vítimas não conheciam os assassinos. Na maioria das cidades brasileiras, os homicídios também ocorrem entre pessoas que se conheciam, em finais de semana, em brigas de bar ou de família e por motivos fúteis.

Um dos entraves para frear esse massacre é o lobby das empresas produtoras de armas. No referendo brasileiro de 2005, a Taurus doou 2,8 milhões de reais para a campanha do “não” e a CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) doou outros 2,7 milhões de reais. A soma corresponde quase à totalidade do custo da vitoriosa campanha do “não”.

No plano internacional, não é diferente. Grandes empresas e governos poderosos lucram com o comércio de armas – principalmente de fuzis baratos e outras armas menores. O documento que deveria regular o setor, o ATT (Arms Trade Treaty) usa termos como “deveria, quando apropriado e levar em consideração” para referir-se às obrigações dos Estados de não vender armas para beligerantes de contextos onde sabidamente cometem-se crimes de guerra. As exigência de respeitar a lei são cênicas, frouxas e escassas. O comércio e o tráfico proliferam nas brechas.

Frequentemente, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprova resoluções impondo embargo de armas a ditadores e autorizando o uso da força para proteger a população civil, mas não pode fazer nada por essas vítimas cotidianas de baixo perfil. Os EUA movem sua máquina militar contra o Iraque, alegando combater a ameaça de “armas de destruição em massa”, mas nenhum arsenal tem provocado mais mortes do que estas pequenas armas espalhadas pelo mundo. Neste caso, nem o Exército mais poderoso de todos tem o poder que um voto pode ter num novo referendo.


* João Paulo Charleaux é correspondente do Opera Mundi no Chile
* Opera Mundi

Lula recebe o prêmio Libertad Cortes de Cádiz


O presidente Lula, ganhou mais um prêmio, na Espanha.

A prefeita da cidade espanhola de Cádiz, Teófila Martínez, entregou o prêmio "Libertad Cortes de Cádiz" em reconhecimento por sua luta contra a pobreza e a exclusão social.

Em cerimônia realizada na Casa de Hispanoamérica, Lula culpou a crise econômica dos governantes que não fiscalizaram os sistemas financeiros e de deixaram os bancos quebrarem por excesso de especulação.

Ele disse que políticas como as desenvolvidas em seu governo no Brasil, para vencer a crise, transmitem aos jovens expectativas e esperança para o futuro.
*osamigosdopresidentelula

sexta-feira, abril 15, 2011

O plano B de Serra para 2014 Kennedy Alencar




Kennedy Alencar e o plano B de Serra

GilsonSampaio
Esse bloguezinho mequetrefezinho e sua amebazinha lobotomizada e mal-criada publicaram um texto onde dizia que o PSD de Kassab era plano de B de Serra. Minha ameba lobotomizada está eufórica, exultante porque o jornalista Kenedy Alencar compartilha da mesma idéia no portal da fôia ditabranda.
Falando sério. A única perspectiva visível para o DEM é despencar mais um pouco rumo ao fundo do inferno onde serão cozidos até o final dos tempos. Logo, para evitar tal destino, nada melhor que tentar enganar o diabo trocando de nome e sob o abrigo de um novo líder, que, queiram ou não queiram, arrebatou 40 milhões de votos na última eleição pra presidente.
A direita raivosa e as viúvas da ditadura vêem em Serra a sua sobrevivência e Serra garante a sua sobrevida no cenário político.
A jogada foi muito bem arquitetada e está tumultuando a vida dos demoníacos e dos pepessistas do Roberto Freire. A tucanalhada pôs a penas de molho, numa situação extremada, pode ser o seu fim.
A Sara Palin do cerrado, estrela entre os demoníacos, já se bandeou para o novo covil, ops, partido e, não nos esqueçamos, foi cotada para vice do Mitômano, ops, Serra.
Pro lado dos pepessistas a coisa tá braba, parece que a debanda será geral, tanto que Roberto Freire luta para impugnar a criação da nova sigla, logo ele que recebeu uma tribuneca de Kassab para não ficar desempregado.
Não se espantem se o Papa vier ao Brasil  abençoar o novo partido.

O plano B de Serra para 2014
Kennedy Alencar
Se obtiver tempo relevante na propaganda política em rádio e TV, o PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, poderá viabilizar um plano B para a eventual candidatura do tucano José Serra à Presidência em 2014.
Serra não esconde que deseja disputar o Palácio do Planalto pela terceira vez. Aliados dele argumentam que Luiz Inácio Lula da Silva perdeu três eleições presidenciais. O plano A de Serra é obter a candidatura tucana, mas é um projeto com dificuldades.
Parte do PSDB vê o senador Aécio Neves (MG) como o candidato natural do partido. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pensa assim. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, também está no jogo.
Se o caminho ficar difícil para Serra, como tudo indica hoje que ficará, a alternativa será disputar o Palácio do Planalto pelo PSD (Partido Social Democrático), legenda recém-criada por Kassab.


Palestra de Lula para investidores, em Londres


ATENÇÃO: Parte do som está em inglês na voz do tradutor, e parte está em português, com som original, sem tradução.

Palestra do presidente Lula, em Londres, na 8ª Conferência de Investidores da Telefonica.

Transcrição do texto:

Emergentes na liderança

A América do Sul atravessa sua fase histórica mais promissora em décadas. Nesta conjuntura favorável, temos amplas perspectivas para levar adiante um processo de desenvolvimento econômico com justiça social e bem-estar. A Telefónica, que apostou no sucesso econômico e na estabilidade da América Latina, comprou um bilhete premiado, pois é uma década de ouro para a nossa região.

A América Latina revela-se como importante polo irradiador de dinamismo, em meio a uma das mais graves crises econômicas da história. Ao mesmo tempo, alcançamos um nível de maturidade política que nos tem permitido avançar na consolidação da democracia e da estabilidade institucional em nossas sociedades.

Enquanto os países do mundo chamado “desenvolvido” sofrem com o baixo crescimento econômico e índices de desemprego elevados, nós chegamos ao final de 2010 com altas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto: O Paraguai registrou um aumento de 14,5% em 2010; a Argentina de 9,2%, Peru de 8,8%, enquanto o Brasil conquistou uma expansão de 7,5%.

O processo é mais amplo, pois os países emergentes, incluindo os da América do Sul, registram desempenho econômico bem superior aos países desenvolvidos, conforme mostra o último relatório de perspectivas econômicas do Fundo Monetário Internacional. A economia mundial deverá crescer 4,4% em 2011; para os Estados Unidos a previsão é de 3,0%, enquanto os países da zona do euro ficarão restritos a expansão do PIB de 1,5%.

A perspectiva desenhada pelo FMI é muito mais favorável para os países emergentes, que deverão crescer, em média, 6,5%, em média, sendo que a previsão para o Brasil é de um aumento do PIB de 4,5%.

A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, a CEPAL, prevê um crescimento de 4,5% para a região em 2011. Estima-se que esse bom desempenho seja mantido nos próximos anos.

A tendência é de que esses países emergentes continuem crescendo a taxas muito maiores do que os mais desenvolvidos, alterando o equilíbrio da economia mundial. Isso exigirá mudanças no sistema de representação nos fóruns internacionais, com maior protagonismo para os emergentes, que apresentam economias mais equilibradas e com maior possibilidade de alavancar o comércio internacional.

Solidez macroeconômica

Os números do Ministério da Fazenda brasileiro são mais otimistas, prevendo um crescimento do PIB de 5,0% este ano e de 5,9% para a média de 2011 a 2014, impulsionado pelo crescimento do mercado interno e da taxa de investimento.

A inflação deverá ficar na faixa de 5,7% em 2011, puxada pelo aumento dos preços das commodities, o que nos beneficia, de outro lado, com o aumento das exportações e das receitas tributárias.

Em 2003 muitos analistas apostavam no fracasso do Brasil e previam que a inflação, que alcançou 12,5% em 2002, continuaria a crescer. Pusemos em prática um rigoroso processo de ajuste fiscal, com corte nas despesas públicas, duro sistema de controle monetário e conseguimos que a taxa de inflação caísse gradativamente, chegando a 3,1% em 2006.

Não será diferente desta vez, pois a Presidenta Dilma Rousseff já assumiu o compromisso de reduzir os gastos públicos, pois sabe que os maiores prejudicados pela inflação são os milhões de brasileiros pobres, cuja vida melhorou muito nos últimos oito anos e não podem pagar a conta da alta dos preços internacionais.

O governo brasileiro adotou as melhores práticas para conter a inflação, pois reverteu os estímulos fiscais concedidos durante a crise de 2008/2009, determinou um corte de 30 bilhões de dólares das despesas do governo federal, aumentou a taxa de juros básicas, tomou medidas para restringir a oferta de crédito e frear o consumo.

A solidez macroeconômica também fica evidente pelo aumento das reservas em moeda estrangeira, que atingiram um recorde de 300 bilhões de dólares e continuam crescendo.

A dívida líquida do setor público, que chegou a 60,6% do PIB em 2002, caiu para 40,4% em 2010 e deverá alcançar 37,8% no final de 2011. O ótimo desempenho da arrecadação de tributos no começo deste ano, graças ao consumo interno e às exportações, permite prever que o superávit primário das contas públicas passe de 2,8% em 2010 para 3,0% em 2011, segundo os dados do Ministério da Fazenda.

O governo está atento ao aumento do preço das commodities no mercado internacional, incluindo os alimentos, o petróleo e os minerais. Mas, de outro lado, o Brasil está bem protegido, pois não depende de petróleo importado, produz etanol suficiente para garantir o consumo interno crescente, além disso se beneficia da alta das commodities, pois é um grande exportador e tem um poderoso mercado interno, capaz de garantir demanda e absorver choques externos.

Mercado interno é o diferencial competitivo

O governo brasileiro sabe que a força da economia está no mercado interno, especialmente num momento de crise econômica nos países desenvolvidos, mas adota medidas para aumentar a competitividade de nossas exportações.

Nos Estados Unidos e União Europeia, as empresas cortam investimentos, a população freia o consumo e o desemprego está em alta. A realidade é completamente diferente na América Latina e, especialmente no Brasil.

A política de fortalecimento dos salários e os mecanismos de distribuição de renda garantiram a força do mercado interno brasileiro, mesmo nos piores momentos da crise internacional. Em 2009, quando o produto interno bruto brasileiro caiu 0,6%, a demanda interna aumentou 0,2%, o consumo familiar cresceu 4,2% e foram criados 1,8 milhões de empregos formais. No ano passado, a demanda interna subiu 10,3% e foi fundamental para garantir o aumento de 7,5% da economia. Desde 2006 a demanda doméstica cresce acima do PIB.

Conseguimos um ciclo virtuoso de crescimento sustentável, pois foram criados 15 milhões de empregos formais entre 2003 e 2010, fazendo a roda da economia girar mais velozmente. Nos dois primeiros meses deste ano foram criados 433 mil empregos formais, permitindo projetar mais um ano de recordes na geração de postos de trabalho.

Os programas de redistribuição de renda também foram importantes para que a economia brasileira não sofresse tanto com a crise internacional. O programa Bolsa Família é o maior e mais ambicioso mecanismo de transferência de renda da história do Brasil e foi criado em 2004 para combater a fome e a miséria e promover a emancipação das famílias mais pobres do país. No final do ano passado, o programa beneficiava 13 milhões de famílias brasileiras e 42 milhões de pessoas, ou 22% da população brasileira, de 191 milhões de pessoas.

A política de valorização do salário mínimo, praticada no Brasil desde 2003, garantiu um aumento real, acima da inflação de 57,3% entre 2002 e 2010. Foi mais um estímulo para fortalecer o mercado interno.

O Programa Luz Para todos, lançado em novembro de 2003, já beneficiou 13,4 milhões de pessoas, que passaram a ter energia elétrica em suas casas. Assim que a eletricidade chegou, trataram de se ligar ao mundo, equipar suas modestas casas. A indústria e o comércio agradeceram, pois 79,3% dos beneficiados pelo Luz para Todos compraram televisores, 73,3% adquiriram geladeiras e 45,4% compraram equipamentos de som. E certamente serão usuários da Internet, pois a Presidente Dilma lançou o Programa Nacional de Banda Larga, para garantir acesso à rede mundial de informações, com velocidade mínima de um megabyte por segundo, a um preço na faixa de 20 dólares mensais.

Outro fator de crescimento da economia e do mercado interno foi a expansão do crédito, especialmente para financiar o consumo da população mais pobre. No final de 2010 o volume de crédito, livre e direcionado, atingiu 638 bilhões de dólares, ou 46,6% do produto interno bruto e cresceu seis vezes em relação ao final de 2000. Os empréstimos destinados às pessoas totalizaram 320 bilhões de dólares em dezembro de 2010 e aumentaram nove vezes em relação ao saldo do final de 2000, segundo o Banco Central do Brasil.

As linhas de crédito especiais para aposentados e para agricultores familiares também contribuíram para o fortalecimento produção e do consumo no mercado interno.

Os bancos públicos tiveram papel essencial neste processo. No Banco do Brasil, as operações de crédito cresceram de 77 bilhões de dólares em dezembro de 2007 para 192 bilhões de dólares em dezembro de 2010, com um aumento de 150%. No caso da Caixa Econômica Federal, o volume de crédito passou de 29 bilhões de dólares em 2007 para 100 bilhões de dólares no final de 2010, com uma expansão de 249%, segundo os seus balanços.

As políticas públicas de distribuição de renda, de valorização dos salários e de financiamento contribuíram para que 28 milhões de brasileiros saíssem da pobreza nos últimos oito anos e para que 36 milhões de pessoas ascendessem para a classe média.

É importante registrar que a ambiciosa política de redução das desigualdades, de aumento da renda da população e de fortalecimento do mercado interno, foi alcançada sem comprometer o ajuste fiscal, a estabilidade macroeconômica e o controle da inflação.

Investimento e crescimento sustentado

Nos últimos anos o Brasil passou a ocupar uma posição de destaque entre os países emergentes que lideram o crescimento mundial. Entre 2010 e 2020, segundo previsão de analistas, somente China e Índia superarão o Brasil na contribuição para o crescimento global da economia. O Brasil saiu mais forte da crise internacional e passou a ser o destino de grandes volumes de investimento direto estrangeiro, que atingiram 48 bilhões de dólares em 2010, mais de três vezes do que se investia há uma década.

O papel do estado foi fundamental para a retomada econômica pós-crise e será essencial para sustentar o ritmo de expansão. No ano passado, o investimento cresceu 21,9% no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com grandes investimentos em setores de infraestrutura, construção civil, telecomunicações, saneamento e energia.

O forte ritmo dos investimentos, tanto do setor público quando do privado, é decisivo para garantir o dinamismo da economia. Com o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento em 2007 o governo federal assumiu destacado papel como indutor do desenvolvimento. Estavam previstos 365 bilhões de dólares em investimentos em infraestrutura, transportes, saneamento, habitação e energia entre 2007 e 2010, sendo que 94% deste orçamento foi realizado.

No final do ano passado foi lançada a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento, para 2011 a 2014, que prevê investimento de 930 bilhões de dólares em saneamento, infraestrutura, habitação, energia e saúde e também inclui as obras necessárias para a realização da Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Um dos carros chefes desta segunda fase do programa de aceleração do crescimento é a construção de mais dois milhões de unidades habitacionais populares.

Um dos principais atores do Programa de Aceleração do Crescimento é a Petrobras, a maior empresa brasileira, que investiu 35 bilhões de dólares em 2010 e tem uma carteira de investimentos de 224 bilhões de dólares até 2014, incluindo plataformas, sondas, unidades de armazenamento e navios de apoio que serão necessários para explorar as jazidas de pré-sal em águas ultra profundas.

Tenho muito orgulho por ter sido realizado no meu país, que era governado por um metalúrgico, a maior capitalização da história do capitalismo, feita em setembro do ano passado, quando a Petrobras captou 70 bilhões de dólares através de oferta pública de ações.

Poucos países podem exibir uma carteira de investimento em infraestrutura tão alentada como o Brasil. Três das maiores hidrelétricas estão sendo construídas no Brasil: Santo Antônio, Jirau e Belo Monte. A Petrobras está fazendo quatro refinarias de uma vez. Além disso, está construindo um gigantesco polo petroquímico que mudará a economia do Rio de Janeiro.

Três das maiores ferrovias do mundo estão sendo construídas no Brasil. A Ferrovia Norte-Sul já tem 1.513 quilômetros de extensão e ainda vai crescer para chegar ao Porto de Santos em São Paulo. Em dezembro foi lançada a obra da Ferrovia Oeste-Leste, com uma extensão de 1.527 quilômetros. Além disso, estamos fazendo a Transnordestina, com 1,7 mil quilômetros de ferrovia. Essas obras, que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento, vieram para mudar o Brasil e para ampliar a confiança dos brasileiros num futuro cada vez melhor. Além disso, estamos construído no Nordeste brasileiro um sistema de irrigação, com 642 quilômetros de extensão, que levará água para 12 milhões de pessoas na região do Semiárido.

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) teve um papel fundamental para sustentar os investimentos públicos e privados no Brasil, pois ampliou seus desembolsos de 12,8 bilhões de dólares em 2000 para 96 bilhões de dólares em 2010.

Política externa e diversificação

A diversificação do nosso comércio exterior foi um dos objetivos da política externa brasileira nos últimos oito anos. Passou a dar destaque às relações com a África, Ásia, Oriente Médio e América Latina, sem prejuízo dos tradicionais vínculos com Europa e Estados Unidos, pautadas por um diálogo franco e maduro, com base no respeito mútuo e na defesa de valores e interesses comuns.

As exportações brasileiras para os países da África passaram de 1,3 bilhão de dólares em 2000 para 9,3 bilhões de dólares em 2010, com um aumento de 585%. As vendas do Brasil para a Ásia cresceram de 6,3 bilhões de dólares em 2000 para 56,3 bilhões de dólares em 2010, com uma expansão de 790%. No caso do Oriente Médio, as exportações brasileiras aumentaram quase oito vezes entre 2000 e 2010, quando atingiram 10,5 bilhões de dólares. As exportações para a China, índia e Rússia cresceram 22 vezes e passaram de 1,7 bilhão de dólares em 2000 para 38,4 bilhões de dólares em 2010, segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Isso não implicou em redução do fluxo de negócios com os países desenvolvidos, pois as exportações para a União Europeia atingiram 43,1 bilhões de dólares em 2010, com uma alta de 181% comparado com as vendas de 15,3 bilhões de dólares em 2000. E, com os Estados Unidos, as exportações cresceram 45,5% entre 2000 e 2010, chegando a 19,5 bilhões de dólares no ano passado.

O Brasil projeta uma imagem respeitada no exterior: um país com uma democracia sólida, que vive em paz com seus vizinhos, com uma economia vigorosa e equilibrada, capaz de promover o crescimento econômico e a inclusão social.

Tudo isso contribuiu para que o Brasil conquistasse a honra de sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Tenho a plena convicção que faremos desses eventos, que exigirão investimentos da ordem de 50 bilhões de dólares, um exemplo de organização para todo o mundo.

Educação a base para continuar crescendo

O crescimento econômico gera gargalos. É o que acontece no Brasil, onde faltam trabalhadores e técnicos especializados, devido à força da economia e o aumento dos investimentos. Mas os investimentos feitos em educação pública nos últimos anos ajudarão a resolver este problema. Foram criadas 14 novas universidades federais e 126 campi e o número de vagas nos processos seletivos das universidades federais passou de 109,2 mil em 2003 para 222,4 mil em 2010, com uma expansão de 104% no período.

Além disso, 850 mil jovens de famílias pobres tiveram acesso ao ensino superior entre 2005 e 2010, pois receberam bolsas de estudo em universidades particulares, graças ao programa PROUNI do governo federal.

Também fortalecemos o ensino técnico profissionalizante, fundamental para garantir a oferta de mão de obra qualificada. Em oito anos inauguramos 214 escolas técnicas federais, que oferecerão 400 mil vagas. Um enorme avanço, pois entre 1909 e 2002 foram criadas apenas 140 escolas técnicas federais.

O aprimoramento da educação no Brasil, nos últimos anos, tem sido feito de maneira sistêmica, pois ocorreu em todos os níveis de ensino, da creche até os cursos de pós-graduação e beneficiou a toda a sociedade. Boa educação, além de gerar boas oportunidades de emprego e de contribuir para o progresso do país, gera mobilidade social, a expectativa de um futuro melhor, para as pessoas e para a Nação.

Trabalhamos para garantir o mesmo nível de qualidade da educação em todo o Brasil, com o objetivo de reduzir as desigualdades regionais. Assim, instalamos computadores ligados à Internet por conexão de banda larga em 54 mil unidades escolares, sendo que 18 mil estão instalados no Nordeste brasileiro.

A educação foi colocada como prioridade estratégica para o desenvolvimento do Brasil, na busca dos padrões de excelência dos países desenvolvidos. O investimento público direto em educação passou de 3,9% do Produto Interno Bruto em 2000 para 5% em 2009. E agora a Presidente Dilma Rousseff assumiu o compromisso de ampliar o investimento em educação progressivamente até atingir 7% do Produto Interno Bruto.

Qualidade e responsabilidade ambiental

O Brasil se destaca no combate às mudanças climáticas. Assumimos voluntariamente, na reunião da ONU em Copenhague no final de 2009, compromissos para reduzir a emissão de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020 e aprovamos lei regulamentadora no Congresso Nacional.

O Brasil é uma referência no enfrentamento dos desafios ambientais do século XXI, pois é responsável por 74% das unidades de conservação criadas no mundo desde 2003. A área das unidades de conservação ambiental foi ampliada em 24,7 milhões de hectares e alcançamos recentemente o menor nível de desmatamento nos últimos 22 anos.

Além disso, firmamos a nossa posição como o país da energia limpa, pois essas fontes passaram de 86,9% da matriz energética em 2003 para 89,8% no final de 2009. A energia gerada por usinas hidroelétricas cresceu de 74,8% para 77,1% entre 2003 e 2009.

O Brasil se destaca no setor da agroenergia. Nosso etanol, que já era o mais competitivo, agora conta com garantias ambientais, graças ao zoneamento agroecológico, além de garantias trabalhistas e sociais, obtidas por meio de um compromisso nacional que assegura os direitos de quem trabalha no setor. Além disso, implantamos um programa nacional de produção de biodiesel.

Integração regional

Para finalizar, quero ressaltar as oportunidades crescentes para investir na América do Sul, uma região que caminha rapidamente para integrar suas infraestruturas de transporte, telecomunicação e energia. O Brasil tem procurado fortalecer esse processo, através da presença de suas empresas nesses investimentos, com financiamento garantido pelo BNDES.

O Brasil não pode fugir ao seu dever de fortalecer os laços políticos, culturais e econômicos com a América do Sul, até porque tem fronteiras com dez dos doze outros países da região.

É contínuo e consistente o processo de integração sul americano. A iniciativa mais recente é a União das Nações Sul-Americanas, a UNASUL, cujo principal objetivo é a cooperação e a coordenação política.

A América do Sul é parte essencial da solução da maior crise econômica das últimas décadas. Uma crise que não criamos e que nasceu no centro do capitalismo mundial. Sem os países em desenvolvimento não será possível abrir um novo ciclo de expansão que combine crescimento, combate à fome e à pobreza, redução das desigualdades sociais e preservação ambiental.

No momento em que se está constituindo um mundo multipolar, a América do Sul pode – e deve – afirmar sua presença no plano internacional e renovar a confiança em si mesma e na capacidade de seus povos construírem um destino comum de desenvolvimento, justiça social, democracia e paz. Esta é a hora para reconstruir as instituições globais em bases mais democráticas, representativas, legítimas e eficazes.

Finalmente, vale ressaltar que a América do Sul é uma região de paz, onde floresce a democracia. Os governantes de todos os nossos países foram eleitos em pleitos democráticos e com ampla participação popular. Nossa democracia tem participação da sociedade.
*osamigosdopresidentelula


Reportagem da TV Record mergulha na principal obra dos tucanos em São Paulo, a Cracolândia

R7
Grande Reportagem de Marcelo Rezende registra o submundo do crack



O juiz boliviano Rolando sarmiento ordenou a prisão do general Gary Prado Salmón, responsável pela captura do revolucionário argentino Ernesto Che Guevara em 1967, acusado de participar de um complô contra o presidente Evo Morales em 2009, segundo informou  Gary Prado Arauz, filho e advogado do militar. Prado é acusado de participar de um complô para matar o presidente boliviano Evo Morales.
*tijolaço

El exobispo de Brujas reconoce que abusó de otro de sus sobrinos

 



Roger Joseph Vangheluwe acude a la televisión para minimizar sus delitos: "No hubo penetración. Era solo un juego".
Roger Vangheluwe, a la derecha,
junto al papa Juan Pablo II durante
la visita que hizo este a Brujas en 1985
EFE

El exobispo de Brujas Roger Joseph Vangheluwe confesó anoche que abusó de un segundo menor, también sobrino suyo, durante una entrevista en una cadena de televisión en la que minimizó lo ocurrido, algo que ha consternado al país, según recoge este viernes la prensa belga.
El religioso, destituido por Benedicto XVI en abril de 2010 por abusar sexualmente de varios jóvenes cuando era sacerdote, aseguró que jamás pensó en el impacto de sus actos, que consideró hechos "superficiales". No obstante, sabía que "no estaba bien y me confesé en varias ocasiones", añadió.
"No tenía la impresión de que mi sobrino se opusiera, al contrario", afirmó Vangheluwe en la entrevista, en la que afirmó que nunca se ha considerado un pederasta y que aquellos abusos eran "como una pequeña relación".
Lo ocurrido "no tenía nada que ver con la sexualidad", según el exobispo, que afirmó que jamás se ha sentido atraído por los niños y que, en el caso de sus sobrinos, "lo que existía era intimiad". Vangheluwe se declaró arrepentido por los hechos, que se prolongaron durante trece años en uno de los casos y no llegaron a un año en el otro.
Según explicó, los actos comenzaron a producirse durante las visitas de su familia, cuando sus sobrinos se quedaban a dormir en su casa. "Empezó como un juego con ese niño. Nunca hubo ni violación ni violencia física. Jamás me vio desnudo ni hubo penetración", declaró. El prelado indicó además que el dinero que pagó a la familia de la víctima "no era una manera de obtener su silencio".
Tanto el mundo religioso como el político han reaccionado con indignación a las declaraciones de Vangheluwe. El obispo de Brujas, Jozef De Kesel, se ha declarado "estupefacto" por la entrevista y lamentó el daño causado con las palabras del prelado, tanto a las víctimas como a la propia Iglesia.
Por su parte, el ministro belga de Justicia, Stefaan De Clerck, hizo un llamamiento a la Iglesia a "poner fin a ese asunto" lo antes posible. El fiscal de Brujas Jean-Marie Berkvens ha señalado en una entrevista en la radio flamenca Radio 1 que los abusos sexuales cometidos con el segundo menor, al igual que en el primer caso, han prescrito.
El Vaticano informó esta semana de que las sanciones de la Iglesia contra el exobispo, de 74 años, todavía no son definitivas. "La Congregación para la Doctrina de la Fe ha establecido que deje Bélgica y se someta a un periodo de tratamiento espiritual y psicológico. En ese periodo evidentemente no le está permitido ejercer de manera pública el ministerio sacerdotal y episcopal", señaló la Santa Sede en un comunicado.