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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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quinta-feira, dezembro 09, 2010

O pesadelo dos outros povos

A máquina de moer gente: O terrorismo norte-americano


 




Laerte Braga
O maior feito do site WikiLeaks foi e continua sendo o de jogar na lata do lixo a hipocrisia norte-americana sobre democracia, direitos humanos, coisas que tais.
O que era uma nação é hoje um complexo conglomerado terrorista associado a Israel. Tem controle total sobre a Europa (extintas nações como Grã Bretanha, Alemanha, por exemplo, hoje colônias). Dizima países como o Paquistão, o Iraque, o Afeganistão, a Colômbia. Volta suas garras para nações africanas e patrocina o massacre sionista contra o povo palestino, versão contemporânea do Holocausto.
O momento em que o terrorismo atinge o ápice. A mais poderosa potência militar de todo o mundo pratica toda a sorte de ações criminosas possíveis para manter seu poder (está falida e com graves problemas econômicos e sociais). Prisões indiscriminadas e sem ordem judicial, campos de concentração, tortura, sequestros, assassinatos seletivos, estupros, massacres de grande monta, nada que se possa comparar a al-Qaeda, grupo de principiantes tal o poder do terrorismo dos EUA.
O nível de atrocidades cometidas pelo conglomerado EUA-Israel Terrorismo S/A supera a ficção criada por Ian Fleming, seu principal personagem, James Bond e colocado sobre os ombros da Spectre. Chantagem, extorsão, assassinatos, etc. São aprendizes na ficção do horror espalhado por norte-americanos e sionistas.
As ditaduras militares em qualquer lugar do mundo têm o costume de imputar acusações a seus adversários e de tentar desmoralizá-los junto à opinião pública, forma sistemática de manter o tacão do medo sobre os povos do mundo.
Julian Assange, fundador do WikiLeaks, já está rotulado como "criminoso sexual", com ordem de prisão emitida pela Interpol e segundo muitos, uma sentença de morte decretada pela Casa Branca, a ser cumprida pela CIA, em nome da segurança nacional, expressão que costuma caracterizar barbárie.
Os mais de duzentos mil documentos já revelados e exibindo toda a realidade que Hollywood não mostra são de tal ordem que não há como descrever toda a boçalidade de sucessivos governos dos EUA na construção do terror que espalham por todos os cantos do planeta.
E uma falácia. Não têm o menor interesse no controle do tráfico de drogas. Nem na Colômbia, ou no Afeganistão. Pelo contrário, grandes bancos, gigantes do mundo financeiro, costumam ser socorridos pelos quatrocentos bilhões de dólares que o tráfico movimenta por ano em todo o mundo.
Um dado interessante e até agora desconhecido do grande público, já que a empresa (EUA-Israel Terrorismo S/A) tem o controle da mídia privada e dita grande na maioria dos países do mundo, inclusive o Brasil. Quem manda é a senhora Obama. O presidente branco pintado de negro não toma decisões sem ouvir a senhora em questão. Exceto pulos fora da alcova gerada pelo matrimônio.
Num episódio de uma das séries mais assistidas na tevê americana Law and Order – Intent Criminal – o casal de detetives que investiga a morte de um guarda penitenciário federal, percebe que naquela prisão existem presos desconhecidos, suspeitos de "terrorismo". Um terceiro detetive, que se associa a investigação, ao ouvir os relatos das práticas permitidas pelo Ato Patriótico (documento assinado por Bush e que permite tortura – falso afogamento – entre elas), afirma textualmente – "li no original, 1984" –. Referência ao romance de George Orwell sobre o grande irmão, o controlador e benfeitor de tudo e todos.
"Ele põe os grandes olhos sobre mim", do tempo que Caetano Veloso era vivo.
Há estragos causados por aqui, no Atlântico Sul. O comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro Juniti Saito assentou-se à mesa do Comandante Militar do Sul, general Doug Fraser, num jantar na embaixada dos EUA. Saiu de lá ardoroso defensor dos caças F-18, como melhor "instrumento de trabalho" para a defesa do Brasil. O fato está documentado num telegrama do ex-embaixador Clifford Sobel à Casa Branca. O brigadeiro tem o aval do ministro da Defesa (do Brasil não é) Nelson Jobim.
O chanceler escolhido pela presidente eleita Dilma Rousseff, qualquer coisa Patriota, já deixou claro, segundo documentos do site que os iranianos não são confiáveis. Passou os quase oito anos do governo Lula dizendo o contrário. "A gente nunca sabe quando eles estão sendo sinceros".
Imagine se sinceridade fosse critério indispensável para o exercício da diplomacia a moda Patriota?
Máquina de moer carne humana. Em dimensões mundiais, sem qualquer respeito pelo que quer que seja que não os tais interesses norte-americanos.
É o que o WikiLeaks revela ao mundo.
Como esse mundo vai ficar após toda essa enxurrada de barbárie tornada pública não sei.
O grande temor é que o Big Brother, transformado em prostíbulo via televisão, ganhou contornos de espetáculo, permeando o lar de cada família com direito a pegar o celular e executar.
Em Roma o circo vinha pelo polegar do imperador satisfazendo a sede de sangue da multidão.
Aqui sai de Washington, Tel-Aviv, se materializa em toda a sorte de violências e brutalidades possíveis na defesa da "democracia" e dos "direitos humanos".
De quebra o distinto cidadão tem o direito de contemplar a estátua da Liberdade e ver a neve caindo no Natal.
E Silvéster Stalone fardado de "nossos rapazes" garantindo em forma de pastelão da pior qualidade "the american dreams".
O pesadelo dos outros povos do mundo.
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