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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 03, 2010

é ruim



Programa da Transpetro contrata 33 navios


A falta de competitividade crônica matou, na década de 1980, a indústria naval brasileira, que, sob política protecionista, chegou a ser a segunda do mundo em encomendas (1979). Para a cidade de Niterói, próxima do Rio de Janeiro, foi um rude golpe sobre o seu quase único setor industrial de porte. Lá estava, entre outros, o Estaleiro Mauá, fundado em 1946 por Irineu Evangelista de Souza (o barão de Mauá) com o nome de Fundição e Estaleiro Ponta d’Areia. O Mauá chegou a ter cerca de 10 mil empregados, entre próprios e de empreiteiros. Em 1995, o Mauá parou de fazer navios.
Hoje, Niterói vive um novo ciclo de prosperidade industrial, iniciado em 1999, impulsionado pela indústria do petróleo, especialmente de embarcações de apoio à exploração e produção no mar (offshore). E o Mauá também ficou com quatro navios do atual programa de renovação da frota da Transpetro, subsidiária da Petrobras.
O programa da Transpetro, resultado do aumento explosivo da carga a transportar, vem sendo responsável pelo ressurgimento, de forma desconcentrada, da grande indústria naval no Brasil, tendo contratado 33 navios de grande porte e licitado outros 13. Novos estaleiros surgiram, o maior deles em Pernambuco (Atlântico Sul).
O secretário de Indústria Naval de Niterói, Milton Cal, diz que 15 mil pessoas já trabalham diretamente nos estaleiros e em outras empresas do setor. A caótica Ilha da Conceição, mistura de favelas e ruas esburacadas, orlada de galpões industriais, concentra, segundo cálculos extraoficiais, 50% do Produto Interno Bruto (PIB) de Niterói.
Milton Cal, morador da Ilha, avalia que são cerca de 200 empresas industriais e de serviços, especialmente de reparos, entre elas a coreana STX (estaleiro), Superpesa, Subsea 7, Rolls-Royce e o próprio Mauá que, segundo o secretário, tem 4,5 mil pessoas trabalhando em suas instalações.
A Rolls-Royce escolheu Niterói para instalar sua base de serviços para a frota offshore de toda a América do Sul. Líder mundial em projetos de embarcações offshore e no fornecimento dos equipamentos mais sofisticados, como turbinas, propulsores e máquinas de leme, a empresa britânica inaugurou sua base em novembro do ano passado em um terreno de 13 mil metros quadrados.
Nesta primeira fase, a unidade tem escritórios e uma oficina para reparos e manutenção de equipamentos sofisticados fornecidos pela empresa. Ronaldo Melendez, diretor comercial da Rolls-Royce Marine Brasil, afirma que a empresa trocou o bairro industrial carioca de São Cristóvão por Niterói para ter acesso ao mar e, futuramente, um cais para receber as embarcações offshore diretamente em suas instalações. São cerca de cem empregados trabalhando na base nesta primeira fase.
Atenta ao esforço brasileiro para ampliar o índice de nacionalização das embarcações, a Rolls-Royce criou um grupo de trabalho para estudar as possibilidades de vir a produzir alguns dos seus equipamentos no Brasil, seja por meio de uma fábrica própria, seja em parceria com fabricante local.

LULA - UM BALANÇO BREVE





LULA - UM BALANÇO

Ao contrário do que se costuma dizer, Lula não foi “apenas” uma continuidade de FHC. Não!

Apesar de conduzir um governo muito moderado, Lula foi responsável por mudanças emblemáticas em pelo menos 4 áreas:

- criação de um mercado consumidor de massas (propiciada por uma somatória de políticas, entre elas a recuperação do salário-mínimo, a recomposição dos vencimentos do funcionalismo, o Bolsa-Familia, e a política mais agressiva de crédito) – tudo isso teve papel fundamental no enfrentamento da crise de 2008, já que o Brasil deixou de depender só das exportações e pôde basear sua recuperação no mercado interno;
- relação de respeito com os movimentos sociais – parceria com sindicatos, diálogo com as centrais, com o MST;
- recuperação do papel do Estado – fim das privatizações, novos concursos públicos, recuperação do papel planejador do Estado (por exemplo, no campo da energia, em que Dilma apoiou a criação de uma estatal para planejar novos empreendimentos hidrelétricos), fortalecimento dos bancos públicos (não mais como financiadores de privatizações fajutas, mas como indutores do desenvolvimento), fortalecimento da Petrobrás, com o Pré-Sal;
- política externa soberana – enterro da Alca, criação da UNASUL, valorização de parcerias com China, India, Irã; fim do alinhamento com os EUA.

Os três últimos pontos explicam o ódio que latifundiários, “grande imprensa” e parte da velha classe média (que não suporta o avanço de uma nova classe média, e gostaria de ver o Brasil no velho leito de dependência em relação aos EUA) sentem por Lula.

O primeiro ponto, em contraposição, explica porque parte do grande empresariado fechou com Lula: essa turma nunca vendeu tanto, nunca faturou tanto.

Lula ampliou as bases do capitalismo brasileiro.

mulheres na pintura



Aloizio Mercadante diz:



Por: Aloizio Mercadante | 03.05.2010




Certa vez, o então ministro de Economia da Argentina, Domingo Cavallo, afirmou que a tarifa externa comum do Mercosul era uma tontería, uma bobagem.

Pegou mal. Afinal, o Mercosul é o eixo estruturante das relações Brasil-Argentina. Cavallo expressava a opinião dos conservadores de seu país. Para eles, que apostavam nas “relações carnais” com os EUA, o único importante era a integração com os países mais desenvolvidos. Sonhavam com a Alca. O Mercosul era visto por eles como estorvo.

Cavallo não conseguiu seu intento de reduzir o Mercosul a uma mera área de livre comércio, mas deixou insuspeitados discípulos no Brasil.

Há poucos dias, o pré-candidato José Serra, “mercocético” histórico, afirmou que o Mercosul é uma “farsa”, um peso que atrapalha o Brasil. Pegou malíssimo. O “Clarín”, importante jornal argentino, publicou matérias contestando as novas versões das teses “cavallianas”.

Não falta razão a esse jornal. Se há um país que não pode reclamar do Mercosul é o Brasil. Entre 2003 e 2008, nossas exportações para esse bloco foram multiplicadas por 6,6, tendo passado de US$ 3,3 bilhões para US$ 21,7 bilhões. No mesmo período, as nossas exportações totais foram multiplicadas por 3,3. Ou seja: as exportações para o Mercosul cresceram o dobro da média global brasileira.

Ademais, nesse período acumulamos um superávit intrabloco de US$ 23,8 bilhões. Mas a importância dessa corrente regional de comércio se torna mais evidente quando analisamos sua composição. Em 2008, exportamos US$ 21,7 bilhões para o Mercosul. Desse total, US$ 20 bilhões foram de manufaturados. Assim, 92% das nossas exportações intrabloco são de bens de alto valor agregado, o que beneficia muito São Paulo, estado industrial do pré-candidato. Em 2009, ano de crise, São Paulo teve déficit de US$ 8 bilhões, mas obteve quase US$ 4 bilhões de superávit com a “farsa”.

A tese de que o Mercosul “atrapalha” a conquista de novos mercados não tem sustentação nos dados empíricos.

Como assinalamos, no período considerado nossas exportações foram multiplicadas por 3,3. Já exportações mundiais foram multiplicadas por um fator de “apenas” 2,4. As exportações brasileiras cresceram, assim, bem acima da média mundial. Isso aconteceu graças a uma competente política de comércio exterior que apostou na integração regional e na diversificação das parcerias, particularmente no eixo Sul-Sul. É provável, no entanto, que o pré-candidato ainda esteja raciocinando com os dados do governo ao qual serviu. Naquela época, o Brasil realmente tinha grandes dificuldades para conquistar mercados e acumulava pesados déficits.

Só com o Mercosul, acumulamos ao redor de US$ 5,5 bilhões de déficit, entre 1995 e 2002.

É claro que a união aduaneira torna mais complexas as negociações com outros países. Porém, ela também gera grande vantagem: dá mais peso a países que, individualmente, teriam condições menos vantajosas nas negociações.

O exemplo da União Europeia, que inspira o Mercosul, é muito eloquente. Além disso, no governo Lula o bloco se expandiu. Firmamos um acordo para incluir os países andinos como membros-associados do bloco e iniciamos o processo de inclusão da Venezuela como membro pleno. Acabamos de promulgar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e Israel.

Outros estão em fase adiantada de negociação.

Só não conseguimos fechar ainda o acordo com a UE porque nesse bloco há países que resistem a abrir seu mercado agrícola. A culpa não é do Mercosul.

Além da importância econômicocomercial, o Mercosul e a integração regional têm grande relevância política e estratégica para o Brasil. É graças, em boa parte, a essa integração que o nosso país possui hoje protagonismo internacional inédito em sua história. Assim sendo, atirar contra o Mercosul, bloco que implica compromisso de longo prazo de Estados, é dar um tiro no pé. É tontería sem nenhum substrato racional e empírico. Mesmo em ano eleitoral, pega mal. Para o bem do país, que precisa de um entorno próspero e estável, esperamos que as tensões geradas pela declaração atrapalhada possam logo ser desanuviadas.

Tiro no pé dói.

+ do motoserra catotão

9 conquistas de Serra

1 - recorde histórico de obras irregulares que despencaram em SP torna Governo de SP mais eficiente do que muitos grupos terroristas:A linha 4 do metrô caiu 2 vezes, assim como o Rodoanel. Pessoas perderam casas, alguns morreram, carros foram destruídos...

2 - mais alto nível de violência já registrado em SP, e a menor transparência do Brasil .Os registros de assaltos, homicídios e etc. dispararam em SP. Para disfarçar, os dados não são mais divulgados. A política de segurança pública foi um fiasco inegável...
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,numeros-da-criminalidade-nas-ruas-de-sp-que-a-secretaria-nao-divulga,540468,0.htm
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,espera-por-bo-leva-3-horas-na-maioria-das-dps-de-sp,442059,0.htm

3 - desvio de dinheiro da saúde para aplicações financeiras a ponto de faltarem remédios em diversas cidades, e privatização dos hospitais públicos de SP. Fracasso também na saúde...
http://producao.prsp.mpf.gov.br/tac/tac_pgweb_baixa_arquivo.php?term_id=5980

4 - briga da polícia civil com a polícia militar porque o governo congelou os salários dos primeiros durante quase 14 anos, o que fez com que o poder de compra dos salários caísse para menos da metade (talvez isso também tenha motivado o desastre em SP).

5 - alagamentos sem precedentes em SP, com bairros inteiros imersos durante semanas, mesmo depois de muitos dias sem chuva. Os motivos são vários: não houve desassoreamento do rio Tietê, as reservas da Sabesp foram privatizadas e mal administradas, não foram construídos os piscinões que há mais de 10 anos se sabia que eram necessários...

6 - conquistou o apoio da imprensa de SP, porém fez compras inexplicáveis e sem licitação - foram milhões de reais para a Editora Abril, fora as mais de 5 mil assinaturas dos jornais Folha e Estado de SP. A Veja realmente deve gostar dele...

Nota: os milhões de reais dados à Editora Abril referem-se à compra de material pedagógico produzido pela editora e assinaturas da revista "Nova Escola" para todas as escolas estaduais de São Paulo. Serra eliminou 5 horas/aula de humanas do currículo escolar para inserir uma matéria inventada chamada "Apoio Pedagógico", que consiste em simplesmente passar o conteúdo da apostila aos alunos. A compra desse material foi feita sem licitação, o que é proibido por lei. Isso pode ser confirmado com qualquer profesor de humanas do Estado e com a Apeoesp.
http://www.observatoriodaeducacao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=639:contratacao-de-revistas-e-outros-materiais-sem-licitacao-e-pratica-recorrente-do-governo-de-sao-paulo&catid=73:controle-social&Itemid=107
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/06/05/o-caso-nova-escola/

7 - quando Serra era prefeito em 2005 a cidade de São Paulo contratou com dinheiro público uma empresa esotérica para que videntes ajudassem a prever os problemas que a cidade enfrentaria. Trata-se da Fundação Cobra Coral - e do seu dinheiro, é claro.

8 - Serra é famoso por dizer que é o autor de coisas das quais sequer participou. A mais absurda foi a afirmação de que ele criou o seguro-desemprego, veiculada durante a campanha dele em 2002 para presidente (!?)

9 - Foi ministro do planejamento do Governo FHC, quando o Brasil foi à falência 3 vezes.

E a melhor promessa de sua campanha:

"Serra quer fim do Mercosul e promete desmontar legado de Lula"

+ da Tucanalha





O governo de Santa Catarina e a prefeitura de Camboriú, ambos geridos por tucanos, injetaram R$ 540 mil no encontro anual da Assembléia de Deus.

O nome oficial do evento é 28º Congresso Internacional de Missões dos Gideões Missionários. No sábado (1º), converteu-se em “palanque” de José Serra.

Orçado em cerca de R$ 800 mil, o ato missionário teve dois terços de seu custo bancado pelas arcas do Estado e do município.

Submetido ao governador tucano Leonel Pavan, o tesouro catarinense entrou com R$ 300 mil.

Comandado pela prefeita tucana Luzia Coppi, o erário municipal de Camboriú borrifou no borderô do evento R$ 240 mil.

Deve-se a revelação ao repórter Graciliano Rocha