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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, maio 08, 2010

Adeus a uma Mãe



um samba atômico


um samba atômico

Chegou a hora de um samba atômico
7/5/2010, Pepe Escobar, Blog “The Roving Eye”, Asia Times Online
http://www.atimes.com/atimes/Middle_East/LE07Ak01.html
Há samba de um – mas se se samba em grupo a coisa é mais contagiosa. O Brasil apresentou proposta para desbloquear o dossiê nuclear iraniano, a qual, de fato, manifesta a posição de todos os países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o contrapoder emergente que cresce frente à hegemonia dos EUA.
O Irã concordou com que o Brasil seja o mediador entre Teerã e a ONU – em vez do eixo de EUA, Grã-Bretanha e França – dentro do Conselho de Segurança da ONU + a Alemanha– para afinar acertar a questão do dossiê nuclear iraniano. Segundo a agência de notícias Fars, depois da visita a New York no início da semana, o presidente do Irã Mahmud Ahmadinejad, em conversa telefônica, disse ao presidente Hugo Chavez que o Irã concorda com a proposta do Brasil, de troca de combustível nuclear para alimentar o reator de pesquisas de Teerã, que produz isótopos para uso médico no tratamento do câncer. Detalhes da proposta serão discutidos quando o presidente Luiz Inacio Lula da Silva do Brasil visitar Teerã no fim da próxima semana.
O governo do Brasil – em rota de colisão “soft” com o governo de Barack Obama – já há algum tempo tem atuado como mediador. A troca nuclear foi proposta pela primeira vez pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) no final do ano passado em Viena. A ideia foi que o Irã transferiria a maior parte de seu urânio enriquecido para outro país e receberia combustível nuclear fornecido pela França.
A negociação emperrou quando Teerã propôs que a troca acontecesse no Japão, Brasil ou Turquia. Lula do Brasil, ao final de abril, sugeriu que melhor seria que a troca acontecesse em país vizinho do Irã. Teerã então decidiu-se pela ilha de Kish, em território iraniano. A troca em território do Irã passou a ser considerada pelo Irã questão de soberania nacional. Os EUA e os europeus rejeitaram a ideia.
A posição de Ahmadinejad sobre a troca – que é também a posição do Líder Supremo Aiatolá Ali Khamenei e do Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos – foi desenvolvida ao mesmo tempo em que, em New York, o presidente do Irã denunciava a tática de EUA/União Europeia, de sempre associarem e aproximarem na mesma discussão , como se fossem um mesmo conceito, os conceitos de “armas nucleares” e “uso de energia nuclear”. Em discurso que ecoou em todo o mundo em desenvolvimento, Ahmadinejad não economizou palavras. Denunciou o Conselho de Segurança e a Agência Internacional de Energia Atômica, por estarem atuando contra os Estados não-nucleares; e expressamente conclamou o mundo a suspender completamente o desenvolvimento de armas nucleares, e a banir completamen te a produção, o armazenamento, a proliferação e a manutenção de armas nucleares[1].
Aparentemente, a ONU estava prestando atenção. Aparentemente. Na 4ª.-feira, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, em declaração conjunta, apoiaram a ideia de converter o Oriente Médio em Zona desnuclearizada. A ideia ajudaria a arrancar o gato (nuclear) da toca – obrigando Israel a declarar-se potência nuclear e a assinar o Tratado de Não-proliferação Nuclear (NPT). As chances de que isso venha a acontecer em tempos de governo de Benjamin Netanyahu são mínimas.
De fato, Washington só fez abrir espaço midiático para seu discurso de ocasião, sobre mundo “sem armas atômicas”, porque está na luta para conquistar o voto árabe a favor de uma quarta rodada de sanções contra o Irã. Ainda falta ver se os Estados árabes, sobretudo os clientes dos EUA, serão conversados por esse tipo de manobra. A eles só interessa um Oriente Médio desnuclearizado às veras, com Israel desnuclearizada.
O Egito – que está na presidência do poderoso Movimento dos Não-Alinhados, de 118 nações – fez circular entre os 189 signatários do Tratado de Não-proliferação Nuclear convite para conferência, em 2011, sobre a ideia de converter o Oriente Médio em zona livre de armas nucleares. Inevitavelmente, os EUA já estão tentando convencer o Egito a “suavizar” o tom e, de fato, a nada fazer e esperar para ver o que acontece.
Os países não-alinhados no mundo desenvolvido e os BRICs podem já ter entendido o ‘perigo’ que haveria por trás da inexistente bomba iraniana: a verdadeira ameaça de ataque nuclear que pesa sobre o Oriente Médio há décadas são as bombas atômicas de Israel (que existem), não alguma bomba atômica iraniana (que não existe).
Além disso, há também o sempre mutável front das sanções. O que já se sabe é o que já se sabia mês passado: não haverá qualquer sanção até julho, se houver alguma sanção. Em movimento conjunto, Rússia e China estão convertendo em pó o pacote de sanções inventado pelos EUA. O Brasil dos BRICs e a Turquia, membros atualmente do Conselho de Segurança sem poder de veto, tampouco querem sanções.
Os olhos do mundo já estão focados na reunião Brasil-Irã que acontecerá semana que vem. Se há líder global competente para superar a cisão entre a agressividade de EUA/Europa e a ditadura militar do mullahariato, é o presidente Lula do Brasil: é ocidental, é do Sul global e é o mais competente, sedutor e confiável negociador em ação hoje no mundo. Chegou a hora de um verdadeiro samba atômico.

Brasil vê flexibilidade do Irã e janela para acordo

Raymond Colitt, Reuters

“O governo brasileiro vê uma janela de oportunidade e disposição do Irã para alcançar uma solução negociada a respeito do programa nuclear da República Islâmica, disse o chanceler Celso Amorim à Reuters nesta sexta-feira.

"Eu acho que existe um espaço. Eu notei na liderança iraniana uma forma mais pragmática", afirmou Amorim em entrevista. "Notei um interesse em avançar."

O chanceler se reuniu na semana passada em Teerã com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e com outras autoridades da República Islâmica.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que viajará ao Irã no fim da semana que vem, também buscará uma solução negociada com Teerã, disse Amorim.

Ahmadinejad disse na quarta-feira que aceitava em princípio uma mediação brasileira.”

Ao contrário da Europa, o Irã jamais perseguiu judeus”


Ao contrário da Europa, o Irã jamais perseguiu judeus”



http://french.irib.ir/index.php/info/34452-paris-hote-dune-conference-sur-les-minorites-religieuses-en-iran

No quadro dos programas “Primavera no Irã 2010”, o serviço cultural da embaixada iraniana em Paris organizou seminário sobre as minorias religiosas no Irã.

Participaram do encontro o deputado representante da comunidade dos judeus no Parlamento iraniano e vários especialistas, professores, pesquisadores e representantes da imprensa francesa.

Siamak Morsadegh, deputado judeu iraniano representante de sua comunidade no Majlis islâmico usou a tribuna desse encontro para denunciar a campanha mentirosa organizada por governos e corporações de mídia ocidentais sobre a minoria judaica no Irã.

“O Irã jamais perseguiu ou agrediu sua comunidade de judeus. Os judeus foram e têm sido agredidos e perseguidos pelas igrejas europeias desde a Idade Média, mas não há registro de qualquer tipo de discriminação contra judeus, por muçulmanos, em toda a história” – disse o deputado judeu iraniano, em Paris, ontem.

“Os judeus vivem no Irã há 3.000 anos, consideram-se iranianos e muitos são mártires reverenciados no Irã, mortos durante a guerra de 1980-88 contra o Iraque”.

O deputado judeu denunciou os ataques de Israel contra a população civil palestina e afirmou que “a escola de pensamento sionista de modo algum representa o judaísmo, assim como a al-Qaeda de modo algum representa o Islã”.

Caso Alstom assombra José Serra e Alckmin na Suíça

08/05/2010
Caso Alstom assombra José Serra e Alckmin na Suíça: Promotor acusa banqueiro de mediar propinas para demo-tucanos
O Ministério Público da Suíça acusou formalmente o banqueiro suíço Oskar Holenweger por suposta mediação de pagamento de propinas da empresa Alstom para ganhar contratos públicos nos governos demo-tucanos.

A acusação na suíça é por lavagem de dinheiro e por administrar recursos provenientes de corrupção.

O banqueiro agora terá de responder às acusações perante a Justiça.

Na acusação apresentada, o banqueiro seria responsável por desviar 6,4 milhões, segundo o procurador federal Lienhard Ochsner. “O sr. Holenweger trabalhou por meio de sociedades offshore pagando contratos de consultores com a Alstom”, disse o procurador. Esses contratos, segundo Ochsner, permitiram o pagamento de propinas a “agentes públicos responsáveis por contratos”.

No início do processo, em 2003, o alvo da investigação era Holenweger, acusado de envolvimento com cartéis de drogas na Colômbia. Mas o caso ganhou novos rumos. As informações coletadas levaram os promotores, sete anos depois, a acusar o banqueiro de gerir propinas em nome da Alstom.

O Ministério Público confirmou que as investigações mostraram relações do caso com o Brasil. Os suíços já haviam bloqueado contas em nome de 19 brasileiros por serem suspeitos de envolvimento com propinas da Alstom. Em São Paulo, a suspeita está relacionada com os contratos do Metrô.

No Brasil, o Ministério da Justiça encaminha à Suíça e à França pedidos de quebra do sigilo bancário de 19 pessoas e empresas suspeitas de receber propina da Alstom.

Entre os citados no pedido estão o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Robson Marinho e o engenheiro Jorge Fagali Neto, irmão do presidente do Metrô.

No ano passado, o Ministério Público da Suíça congelou em Genebra US$ 7,5 milhões em nome de Jorge Fagali Neto, que foi secretário de Transportes do governo de Luiz Antonio Fleury Filho, em São Paulo, em 1994.

A Justiça suíça informou ainda que a rota do pagamento de propinas entre Paris, Londres e funcionários brasileiros também está sendo investigada.









Gota DÁgua de Chico Buarque 1977






Dominar as tecnologias de informação e utilizá-las num sentido social, seja na comunidade ou na sala de aula, é a profissão do futuro, afirma o professor Ismar de Oliveira, da USP.

Dilma :“Lula é uma pessoa extremamente afetiva. Ele não te olha como se fosse um instrumento dele”