08/05/2010
Caso Alstom assombra José Serra e Alckmin na Suíça: Promotor acusa banqueiro de mediar propinas para demo-tucanos
O Ministério Público da Suíça acusou formalmente o banqueiro suíço Oskar Holenweger por suposta mediação de pagamento de propinas da empresa Alstom para ganhar contratos públicos nos governos demo-tucanos.
A acusação na suíça é por lavagem de dinheiro e por administrar recursos provenientes de corrupção.
O banqueiro agora terá de responder às acusações perante a Justiça.
Na acusação apresentada, o banqueiro seria responsável por desviar 6,4 milhões, segundo o procurador federal Lienhard Ochsner. “O sr. Holenweger trabalhou por meio de sociedades offshore pagando contratos de consultores com a Alstom”, disse o procurador. Esses contratos, segundo Ochsner, permitiram o pagamento de propinas a “agentes públicos responsáveis por contratos”.
No início do processo, em 2003, o alvo da investigação era Holenweger, acusado de envolvimento com cartéis de drogas na Colômbia. Mas o caso ganhou novos rumos. As informações coletadas levaram os promotores, sete anos depois, a acusar o banqueiro de gerir propinas em nome da Alstom.
O Ministério Público confirmou que as investigações mostraram relações do caso com o Brasil. Os suíços já haviam bloqueado contas em nome de 19 brasileiros por serem suspeitos de envolvimento com propinas da Alstom. Em São Paulo, a suspeita está relacionada com os contratos do Metrô.
No Brasil, o Ministério da Justiça encaminha à Suíça e à França pedidos de quebra do sigilo bancário de 19 pessoas e empresas suspeitas de receber propina da Alstom.
Entre os citados no pedido estão o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Robson Marinho e o engenheiro Jorge Fagali Neto, irmão do presidente do Metrô.
No ano passado, o Ministério Público da Suíça congelou em Genebra US$ 7,5 milhões em nome de Jorge Fagali Neto, que foi secretário de Transportes do governo de Luiz Antonio Fleury Filho, em São Paulo, em 1994.
A Justiça suíça informou ainda que a rota do pagamento de propinas entre Paris, Londres e funcionários brasileiros também está sendo investigada.
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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
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