Estava demorando: programa nuclear do Brasil é investigado após acordo com o Irã
Estava demorando as ilações e contragolpe dos defensores da guerra. O Brasil, para EUA e outros países, não pode sair bem nesta história.
E de outro é preciso matar dois coelhos de uma paulada agora. Vamos agora, isso no pensamento maquiavélico destes países nucleares, pressionar o Brasil pelo seu desenvolvimento da tecnologia nuclear.
E sabido, que estrategicamente, o Brasil mantém um programa de desenvolvimento e produção de conhecimento da energia nuclear, não para fabricar a bomba, como a ilaçao destes países aponta, mas para o desenvolvimento de conhecimento estratágico.
Passa a ser ingênuo, que um país do porte do Brasil possa prescindir de desenvolvimento do conhecimento do ciclo nuclear para fins pacíficos e de estratégia de defesa, como os propulsores para os submarinos movidos a energia nuclear.
E isso o Brasil não precisa pedir licença alguma porque é questão estratégica e de sua soberania
do portal Terra
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de auditoria da Organização das Nações Unidas, iniciou em segredo neste mês uma força-tarefa para avaliar as atividades nucleares do Brasil. A operação ocorre após o acordo firmado entre os governos brasileiro e iraniano sobre a transferência de urânio do Irã para a Turquia. A AIEA reclama de áreas secretas no programa nuclear do Brasil. As informações são do jornal Le Monde.
Segundo o diretor da Agência de Energia Atômica, Yukiya Amano, que visitou o Brasil em março, é "frustrante" que seus inspetores não possam acessar todas as atividades de enriquecimento de urânio realizadas no país. O governo brasileiro justifica a parte secreta de suas centrífugas por razões de concorrência comercial. O importante papel desempenhado pelo Exército - em especial a Marinha - no programa nuclear brasileiro reforça as preocupações apresentadas pela AIEA. Algumas fontes do Le Monde consideram que o Brasil é um país "em risco" porque tem garantias suficientes e nunca mencionou a posse da bomba como um elemento crucial do poder por sua própria conta.
Postado por olhosdosertão
A dupla face de Obama.
A dupla face de Obama
Os meios de comunicação no Brasil, reproduzindo a avaliação das agências internacionais saudaram a nova doutrina como uma visão muito diferente daquela revelada pelo ex-presidente Bush quando anunciou, oito anos atrás no mesmo lugar (West Point) a estratégia de combate ao terrorismo. Mas, apesar de reiteradamente tentar diferenciar a sua estratégia de combate ao terror, daquela empregada por Bush, Obama voltou a utilizar, a mesma expressão empregada anteriormente: "Este é um tipo diferente de guerra". O artigo é de Reginaldo Nasser.
Reginaldo Mattar Nasser (*)
A semana que passou foi extremamente reveladora do que tem sido a política externa do governo Obama. Em discurso pronunciado na academia militar de West Point ( 22/05/2010), prenúncio da nova doutrina de segurança nacional, o presidente Obama destacou o “engajamento diplomático e as alianças internacionais”, repudiou a ênfase de seu antecessor no poder unilateral americano e o direito de travar uma guerra preventiva contra o terrorismo. O documento enfatiza o fortalecimento de alianças já existentes e manifesta a intenção de trabalhar para "construção de novas parcerias” e de forma mais consistente com as normas e instituições internacionais.
Os meios de comunicação no Brasil, reproduzindo a avaliação das agências internacionais saudaram a nova doutrina como uma visão muito diferente daquela revelada pelo ex-presidente Bush quando anunciou, oito anos atrás no mesmo lugar (West Point) a estratégia de combate ao terrorismo. Mas, apesar de reiteradamente tentar diferenciar a sua estratégia de combate ao terror, daquela empregada por Bush, Obama voltou a utilizar, a mesma expressão empregada anteriormente: "Este é um tipo diferente de guerra".
Mas proponho olharmos para outra dimensão do governo Obama que pode ser facilmente encontrada nas páginas da grande imprensa norte-americana. No mesmo dia em tomava posse e o mundo comemorava o fim dos anos Bush, um ataque dos temíveis Drone (veículo aéreo não tripulado que tem por objetivo vigiar territórios e bombardear alvos inimigos) matou dois supostos líderes da Al-Qaeda. Era o primeiro de uma dramática escalada de ataques na fronteira entre o Afeganistão e Paquistão (AFPak). Durante o ano de 2009 foram realizados 44 ataques, mais do que os cinco anos anteriores em seu conjunto com uma estimativa que varia entre 600 a 700 mortos. O número de mortes de civis causadas pelos aviões é uma questão polêmica que já provocou uma ação judicial nos Estados Unidos, pois ninguém sabe exatamente quais os critérios que a inteligência norte-americana usa para distinguir um "militante" de um civil. É alguém que porta armas? Ora, um grande número de homens naquela região tem o hábito de portar armas. É alguém que oferece hospitalidade de um membro do Taliban e, portanto, um alvo legítimo, mesmo que inclua toda a sua família? Obama ainda não respondeu como e quem toma essas decisões? (Conn Hallinan, Foreign Policy In Focus, May 19, 2010)
Aliás, como bem observou o neoconservador Robert Kagan, embora a administração de Obama tenha demonstrado maior preocupação em prover defesa legal para os terroristas capturados, é preciso reconhecer, por outro lado, que ele tem feito um esforço maior para assassiná-los, eliminando assim a necessidade de julgamentos. (Forein Policy Magazine, Bipartisan Spring, March 3, 2010)
O New York Times revelou essa semana (Mark Mazzetti, NYT May 24, 2010) uma ordem secreta assinada pelo general David H. Petraeus, principal comandante militar no Oriente Médio, no dia 30 de setembro de 2009, autorizando o envio de tropas especiais clandestinas em um esforço para perseguir e capturar grupos militantes, recolher informações e construir laços com as forças locais no Irã, Arábia Saudita, Somália e outros países da região para "preparar o ambiente" para futuros ataques por forças americanas. Além disso, a ordem militar especifica as operações no Irã para recolher informações sobre o programa nuclear do país, e identificar grupos dissidentes que possam ser úteis para uma futura ofensiva militar, ao mesmo tempo em que o presidente Obama insiste em punir o Irã por suas supostas “más intenções”.
O colunista da Folha de São Paulo, Clóvis Rossi (27 de maio de 2010) obteve a íntegra da carta de Obama a Lula e concluiu que o acordo celebrado em Teerã segue todas as solicitações do presidente norte-americano. Destaco o seguinte trecho da carta que não deixa dúvidas em relação à iniciativa do Brasil:
“Caso o Irã não esteja disposto a aceitar uma oferta que demonstre que seu LEU (iniciais em inglês para urânio levemente enriquecido) é para usos pacíficos e civis, eu instaria o Brasil a insistir junto ao Irã quanto à oportunidade representada por essa oferta de manter seu urânio como "caução" na Turquia enquanto o combustível nuclear está sendo produzido.”
Enquanto isso a secretaria de Estado Hillary Clinton, dizendo praticar o “smart power”, constata que existe uma divergência muito séria em relação à diplomacia do Brasil com o Irã", e que o caminho trilhado pelo Brasil, deixa o mundo mais perigoso".
Independemente da forma governo (democrático ou ditatorial) e de ser teocrático ou não, como será que um iraniano, tomando conhecimento desses relatos, e assistindo o cerco militar gradativo de seu pais desde 2001 (Afeganistão, Iraque e bases militares norte-americanas no Uzbequistão e o Tadjiquistão) deve reagir? É irracional pensar em sentir-se seguro? Em qual Obama o mundo deve confiar?
(*) Professor de Relações Internacionais da PUC-SP
Fonte: Carta Maior
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