Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 31, 2010






Brasil condena ataque israelense a ativistas pró-Gaza e defende convocação do Conselho de Segurança da ONU

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) divulgou nota nesta segunda-feira (31/5) condenando o ataque israelense a um dos barcos da flotilha que levava ajuda humanitária internacional à Gaza, que acabou resultando na morte de mais de uma dezena de pessoas – muitos outros ficaram feridos. Informa ainda que a representante brasileira na ONU foi instruída a apoiar a convocação de reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU para discutir a operação militar israelense. O Brasil, segundo a nota, defende que a ação seja “objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do Direito Humanitário e do Direito Internacional como um todo”.

O embaixador de Israel no Brasil foi chamado ao Itamaraty para “que seja manifestada a indignação do governo brasileiro com o incidente e a preocupação do País com a situação da cidadã brasileira Iara Lee, que está numa das embarcações da flotilha.

Os trágicos resultados da operação militar israelense denotam, uma vez mais, a necessidade de que seja levantado, imediatamente, o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, com vistas a garantir a liberdade de locomoção de seus habitantes e o livre acesso de alimentos, remédios e bens de consumo àquela região.


esta outra materia abaixo publicada em Março, mostra que em Israel nem tudo é tão ruim. Há esperança lá de que dialoguem.


Para jornal israelense, presidente brasileiro é o “profeta do diálogo”

O jornal israelense Haaretz publicou nesta sexta-feira (12/3) ampla reportagem sobre a entrevista que fez com o presidente Lula em Brasília no início da semana, tratando de dois temas centrais: as negociações de paz no Oriente Médio e o programa nuclear do Irã.

Sob o título “Profeta do diálogo”, o texto que ocupa o alto da primeira página do caderno de fim de semana – e está na capa da edição online do jornal - afirma que o presidente brasileiro está convicto de que é possível obter sucesso na solução de conflitos por meio do diálogo.

O jornalista Adar Primor, que conduziu a entrevista, afirma que o presidente Lula está consciente de que sua posição pode ser considerada ‘inocente’ pelos israelenses, mas sua confiança na arte do diálogo para ser mais forte. Ao responder uma pergunta sua sobre o que o leva a crer que terá sucesso onde tantos outros fracassaram, Lula afirmou:

Eu nasci na política do diálogo, me tornei presidente deste País pelo diálogo e conduzi minha presidência inteira pelo diálogo. Eu acredito que pelo diálogo nós teremos sucesso em resolver todos os conflitos que hoje parecem sem solução.

do blog do Planalto

Nenhum comentário:

Postar um comentário