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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, maio 30, 2010

Folha e Estadão disputam Prêmio igNobel de jornalismo






Folha e Estadão disputam Prêmio igNobel de jornalismo

Depois do Estadão chamar UM diplomata anônimo de "Especialistas internacionais", agora a Folha chama UM funcionário anônimo (sempre anônimos. Por quê?) de "Polícia Federal".


Por Jorge Furtado

Folha engana trouxa de São Paulo

A Folha de S. Paulo, mais uma vez, trata seus leitores como idiotas. (Talvez o jornal esteja certo em agir assim, talvez tenha alguma pesquisa que indique que a maioria dos seus leitores são mesmo idiotas, quem sabe?)

Manchete da FSP:
“PF avaliza visão de Serra sobre a Bolívia”

Dicionário Houaiss:

Avalizar: dar aval. Derivação, por sentido figurado: garantir a idoneidade, a propriedade de, afiançar.

Notícia da FSP:
(Serra) acusou o governo boliviano de ser “cúmplice” dos traficantes que enviam cocaína para o Brasil”

“Documentos oficiais (…) reforçam a acusação de José Serra…”

“Sob condição de anonimato, uma autoridade da Divisão de Controle de Produtos Químicos da Polícia Federal…”

“Para a PF…”

Pronto! Está armado o “engana trouxa”. Um único técnico, anônimo, passa a ser “a Polícia Federal”, que vai parar na manchete.

Perguntas:

Como um único técnico, anônimo, pode ser chamado pelo jornal de “a Polícia Federal”?

De que maneira as informações que constam na notícia, se verdadeiras, “avalizam” a acusação de José Serra de que o governo boliviano é “cúmplice” dos traficantes?

Assim como a Bolívia, a Colômbia produz cocaína. Por que a Folha de S. Paulo e Serra não acusam o governo Uribe de cumplicidade com os traficantes? Tem a ver com o fato de Morales ser índio e Uribe ser branco?

Quais os números do tráfico de cocaína no estado de São Paulo? Os tucanos, que governam São Paulo há 16 anos, são cúmplices dos traficantes?

do esquerdopata

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