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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, maio 31, 2010

Guerra: uma questão de mercado






Guerra: uma questão de mercado


Quem mandou falar a verdade?!

O senador norte-americano Hiram Johnson disse em 1917 que "a primeira vítima quando começa a guerra é a verdade". Nada mais verdadeiro.
Hoje, 31 de maio, o presidente da Alemanha, Horst Köhler, renunciou a seu cargo. Reeleito para um segundo mandato em 2009, era aliado da primeira-ministra
Angela Merkel.
O cargo de presidente tem papel meramente representativo e não causa nenhuma crise política no país, a questão não é bem esta. O problema é que o ex-presidente andou falando o que não devia sobre o Afeganistão e a participação da Alemanha no conflito. Segundo ele a Alemanha "depende em grande
parte do comércio internacional
", e que ações militares seriam
necessárias para atender aos interesses de seu país
.
Köhler falou a verdade, Marx já havia no passado explicado com clareza as razões pelas quais existem guerras. Países não tem amigos, tem interesses. Estes interesses são garantidos por acordos ou pela guerra para mantê-los ou expandi-los. Simples assim.
Porém, dizer a verdade pode custar a cabeça. Pelo menos na Alemanha.

Fascismo ataca ajuda à Gaza


Realidade de Gaza, enquanto o mundo silencia.



G1 - Forças de Israel atacam frota que levava ajuda humanitária para Gaza - notícias em Mundo
Militares de Israel interceptaram um comboio que tentava furar o bloqueio de ajuda humanitária à Gaza imposto por Israel e pelos Estados Unidos. O Exército de Israel afirma que mais de dez pessoas morreram na operação. Segundo relatos, muitos deles teriam nacionalidade turca. Agências internacionais de notícias informam que 30 ativistas ficaram feridos no ataque.

Gaza é hoje um enorme campo de concentração, só entra e sai o que o governo facista de Israel permite, nada. A intenção de Israel é tornar a vida ali insuportável e por fim anexar o território expulsando os palestinos definitivamente. A operação poderá durar décadas, os judeus são persistentes e sabem jogar à longo prazo.
O covarde ataque ocorreu às 4:00h da madrugada em águas internacionais e os soldados israelenses conseguiram a façanha de matar dezesseis pessoas inocentes e desarmadas. A cobertura dos EUA é revoltante e afronta a tudo o que se imagina razoável, contrário a qualquer resolução da ONU. Israel sistematicamente descumpra a legislação internacional, não assina acordos multilaterais e faz o que quer sem qualquer tipo de problema ou sanção. Até quando?
Em comunicado, o exército de Israel afirma que os suprimentos poderiam
ser enviados à Gaza legalmente por meio do seu território. Mentira, até sem água os palestinos estão. Não existe como fazer chegar suprimentos à Gaza, as fronteiras estão fechadas pelo exército judeu e as condições ali são precaríssimas. Israel tem permitido a entrada de 15 mil toneladas de suprimentos de
ajuda humanitária a Gaza a cada semana, mas a ONU diz que isso é menos de um quarto do
necessário.

PS - O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (31) que dá seu "total apoio" ao Exército de Israel depois do ataque a uma frota de ajuda internacional que rumava para Gaza, segundo seu porta-voz.

do agente 65

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