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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 03, 2010

Tapar o Sol com a peneira na Colombia e por ai





Colômbia para americano ver

Por Vinicius Souza [Quarta-Feira, 2 de Junho de 2010 às 17:38hs]

Para a oposição colombiana, a diferença entre as pesquisas e os resultados do primeiro turno das eleições na Colômbia, um “erro” de mais de 20 pontos percentuais, atesta uma bem feita operação político-midiática do governo. O objetivo seria dar ao pleito uma “aparência de democracia”. “As pesquisas inflaram artificialmente as intenções de voto em Antanas Mockus, do Partido Verde, como forma de legitimar um simulacro de eleições livres”, afirma a ex-candidata ao Senado pelo Pólo Democrático Alternativo, Lilia Solano. “O que se viu na verdade em todo o país, e isso é confirmado pela Missão de Observação Eleitoral - MOE, foi o controle da mídia, a compra de votos e intimidações de eleitores por parte de militares, paramilitares, políticos e narcotraficantes”.

A senadora Piedad Córdoba, um dos principais líderes da oposição, concorda com a tese e sustenta que além de ter criado a candidatura Mockus, o Palacio de Nariño, sede do governo colombiano, seria ainda o responsável direto pelo seu crescimento “fictício e midiádico”. Segundo a última pesquisa divulgada pelo instituto Ipson Napoleón Franco, o candidato da situação, o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, teria 34% dos votos no primeiro turno contra 32% de Mockus. Mas as urnas trouxeram os números de 46.56% para a candidatura situacionista contra 21,5% para o candidato do PV. Outro fato pouco divulgado é a abstenção de 50,08% entre os 29,9 milhões de colombianos aptos a votar.

Córdoba reforça as acusações da MOE de centenas de casos de uso da máquina pública e insinua uma possível fraude eleitoral geral. De acordo com ela, depois de mais de três meses das eleições parlamentares, de 14 de março, ainda não se conhecem seus números finais. Mas no próprio domingo de primeiro turno do pleito para a presidência, 30 de maio, os totais de votação foram anunciados de forma quase simultânea ao fechamento das urnas. “Esse é um fato inexplicável”, informou a senadora por seu Twitter. “Como se pode contar manualmente uma votação dessa magnitude em tão poucos minutos?”.

Na Colômbia, a ligação entre o poder e a mídia hegemônica é ainda maior do que no Brasil. Tanto o candidato oficial como seu primo, o vice-presidente da República, Francisco Santos Calderón, fazem parte da família que divide a propriedade do jornal El Tiempo, que por vários anos foi o único diário a atingir todo o país, com um grupo de mídia transnacional Planeta, da Espanha. “Houve uma longa campanha de desestabilização do concorrente, El Espectador, que virou semanal em 2001 e só recentemente voltou a ter uma distribuição nacional, ainda que precária”, explica Lilia Solano. “Além disso, o grupo disputa no momento uma licitação para obter a licença para um canal de televisão, que seria o terceiro em nível nacional para disputar a audiência com as redes Caracol e RCN”. Outro político importante da família Santos foi Eduardo Santos Montejo, presidente da Colômbia entre 1938 e 1942.

Agora que já teria passado a necessidade de se simular uma eleição democrática, Lilia acredita que o candidato do presidente Álvaro Uribe, Juan Manuel Santos, mostrará seu verdadeiro “potencial eleitoral”. “A única diferença entre as candidaturas é que Santos representa a política atual de associação direta com o narcotráfico, extermínio físico da oposição, apoio às bases estadunidenses e o assassinato em massa de jovens civis como se fossem guerrilheiros para pagamento de bonificações em dinheiro para os militares; enquanto Mockus tem um discurso pela valorização da vida, pela educação e pelo fim da corrupção”, diz. “Mas quando tentamos uma aproximação com o PV antes do primeiro turno, o candidato disse publicamente que não queria se associar a partidos ‘ligados ao terrorismo e às guerrilhas’”.

Se somarmos a votação de Santos somente às porcentagens de votos nos principais candidatos identificados com a direita (Germán Vargas Lleras do Partido Cambio Radical com 10,14% e Noemí Sanín do Partido Conservador com 6,15%) e metade dos votos de centro (Rafael Pardo do Partido Liberal com 4,39%), ele teria garantido no segundo turno algo como 65%. Muito diferente, portanto, dos números da pesquisa eleitoral da empresa Datexco, divulgadas há 10 dias pelo jornal El Tiempo, em que Mockus venceria Santos com 45% a 44% dos votos.

Foto por Maria Eugênia Sá.

Revista Fórum

quarta-feira, junho 02, 2010

Quem é de bem se manifesta a favor da Paz da civilização e da ordem






Prepotência inaceitável de Israel

02/06/2010 10:19:39

Plínio Arruda Sampaio

Novamente o governo de Israel dá uma demonstração de prepotência e desrespeito aos direitos humanos. E a vitima dessa violência não são apenas o Estado palestino e o povo de Gaza. Todos nós somos atingidos porque o ato criminoso afeta seriamente um direito que é de todos: o direito internacional.

O bombardeio do navio que levava alimentos e remédios para a população palestina sitiada na faixa de Gaza constitui uma violência que não pode deixar de receber a mais veemente repulsa da opinião pública mundial. Sem essa pressão, dificilmente a ONU conseguirá vencer a resistência dos Estados Unidos contra qualquer tipo de sanção ao seu aliado no Oriente Médio.

São tantas as violações do direito internacional cometidas pelo governo de Israel que corremos o risco de torná-las “acontecimentos banais”, aceitas como algo irremediável. Precisamos reagir contra essa tendência. Cada violação precisa ser repudiada com a mesma veemência da primeira e cada vez mais precisamos encontrar formas mais eficazes para combatê-las.

Nós, aqui no Brasil, precisaríamos pressionar o governo brasileiro para suspender as relações diplomáticas com o Estado de Israel até que a comunidade internacional imponha sanções efetivas ao governo desse país.

O meio de realizar essa pressão é o de sempre: o abaixo-assinado e a mobilização social. Estou levando a proposta à bancada federal do PSOL, a fim de que ela tome a iniciativa de provocar o Congresso e o Executivo. Mas não deve ser uma iniciativa partidária somente. Nossa bancada terá a delicadeza de não disputar nenhum hegemonismo no esforço que deve ser comum. Todos os partidos estão convocados.

Outra iniciativa importante é o boicote de produtos de Israel. Nos Estados Unidos, esse tipo de protesto costuma ser muito utilizado por demonstrar muita eficácia.

Outras possibilidades podem ser aventadas. Não podemos descartar nenhuma delas. O que não podemos é limitar-nos a um protesto formal cujo pouco efeito conhecemos.


Plínio Arruda Sampaio


[poema panfletário]











[poema panfletário]

Declaração de ódio ao capitalismo [poema panfletário]

Por todas as crianças desnutridas
Por todas as infâncias desperdiçadas
Por todos os que se afogam no álcool
Por todas as famílias infelizes e
desestruturadas economicamente
Por todo o trabalho infantil que há no mundo
Por toda a pobreza reinante
neste país de fachada chamado Brasil
Por todas as aberrações consumistas
Por toda a burguesia podre e fétida
Por todas as explorações e discriminações
Por toda a ganância desumana e cruel
Por toda a fome que há no mundo
Por toda a corrupção e corporativismo imbecil
Por todos os veículos que poluem o ar
Por toda a matança irracional e predatória de animais
Por toda a agressão ao planeta Terra
Por todas as pessoas que comem na lata lixo
Por toda a estupidez que aleija o homem
em troca de um pseudopoder opulento
Por toda a tirania que há no mundo
Por todas as guerras e disputas de territórios
Por todos os que se beneficiam do ‘jeitinho’ brasileiro
Por todos os que querem levar vantagem em tudo
Por toda a falta de amor que há no mundo
Por todos os que morreram em assaltos ou de bala perdida
deixando famílias, filhos e pais órfãos
Por todos os que lucram
Com o corpo e com a alma do ser humano
Por toda a estética fascista
Por todos os que escravizam seu irmão
Por toda a droga que há no mundo
Por todos os analfabetos políticos,
funcionais ou de letramento
Por todos os moradores de rua
Por toda a manipulação que há no mundo
Por toda a ausência de ética
Eu declaro o meu ódio irrevogável
ao capitalismo
que
mata
domestica
engana
policia
marginaliza
e torna a vida
uma grande mercadoria barata!



Tânia Marques 02 de junho de 2010

Os cães ladram e a caravana passa...






O Brasil se fortalece. Só nossa mídia não vê

Enquanto a imprensa brasileira é quase sempre pessimista sobre as possibilidades do país e mal consegue esconder seu despeito com as conquistas brasileiras, a mídia internacional se encanta cada vez mais com o Brasil, e, mesmo percebendo os riscos inerentes a qualquer processo de crescimento, analisa o país com otimismo.

Dessa vez, foi a revista Fund Strategy, da City londrina, o centro financeiro da Inglaterra, que colocou na capa de sua última edição Lula como um super-homem que elevou o país a outro patamar.

O responsável pela matéria, Will Jackson, abre seu texto afirmando que “a sugestão de que o Brasil poderia ser a quinta economia do mundo poderia soar longínqua, mas a eleição de Lula inaugurou uma nova era”. Ele recorre aos dados econômicos de crescimento do PIB de 3% a 6% entre 2004 e 2008, e redução das taxas de juros em mais de 10 pontos percentuais no período, para exemplificar o desenvolvimento do país.

A matéria busca examinar as condições do Brasil de lidar com os desafios que tem à frente e traça um cenário otimista. Como afirma Robert Wood, analista senior e vice diretor de risco-país do Latin America at the Economist Intelligence Unit (EIU), em Nova Iorque, as maiores preocupações do mercado se referem à habilidade de o Brasil gerenciar o crescimento, um problema que “é um luxo de se ter.”

A matéria confirma o tratamento de marolinha que Lula deu à crise financeira do quarto trimestre de 2008, ressaltando que enquanto ela engolfou o mundo desenvolvido, não afetou tanto o progresso econômico do Brasil. O país teve uma contração do PIB para 0,2% em 2009, mas o FMI já prevê uma retomada do crescimento para 5,5% esse ano.

A revista destaca que o crescimento constante, aliado ao declínio econômico das potências mundiais, elevou a autoconfiança do Brasil, cujo maior exemplo é o desejo de Lula de levar a influência do país além de suas fronteiras.

O autor do texto cita um analista sênior de política externa na Brookings Institution, uma organização de políticas públicas baseada em Washington, sobre o significado do movimento de Lula na cena internacional. “O Brasil deixou para trás seu passado de subserviência. Em vez de se tornar uma vítima da globalização, emergiu vitorioso para clamar um papel de liderança nas questões mundiais.”

Os nossos jornalistas que vivem criticando o papel do Brasil na resolução da questão nuclear iraniana bem que podiam ouvir os analistas de mercado, que estão longe de qualquer anti-americanismo que tentam enxergar na política externa brasileira. Queiram ou não queiram, o Brasil passou a ser um ator global de primeira grandeza.

Brizola Neto

Cada um tem o cineasta que merece kkkkk






Vídeo: Oliver é Dilma, Cameron é Marina e Jabor é Serra


Oliver Stone não veio ao Brasil para boicotar Belo Monte

O Conversa Afiada reproduz o e-mail do amigo navegante Bolivar da Silva com a sugestão de vídeo do diretor Oliver Stone elogiando a candidata Dilma Rousseff.

Confira o vídeo abaixo:

Paulo Henrique Amorim

SS erra ninguém sabe ninguem viu






Revelada identidade dos "aloprados" que divulgaram o "dossiê" da filha do Serra


Os aloprados que divulgaram os documentos onde comprova-se a antiga sociedade da filha de José Serra com a irmã de Daniel Dantas na empresa DECIDIR.COM, INC. são Jeb Bush e Charles Crist, Jr.

O primeiro "petista aloprado" ocupou o cargo de governador da Flórida, além de irmão do ex-presidente dos EUA, para disponibilizar, na rede mundial de computadores, informações expressamente proibidas de serem divulgadas por José Serra.

O segundo "petista aloprado", Charles Crist, Jr. apenas seguiu os passos do primeiro.

Obviamente, esta nota é uma piada. Jeb Bush foi governador da Flórida, sucedido por Charles Crist, Jr., o atual governador. As informações sobre registro de empresas são guardadas e divulgadas com transparência pelo governo da Flórida.

Agora a pergunta que não quer calar:

Por que Serra tem tanto medo desse assunto?

dos amigos do Presidente Lula

A Luta pelo preconceito eugenista ou higienista






Palestinos de hoje são os negros sul-africanos de ontem

(Terça-Feira, 1 de Junho de 2010 às 20:11hs)

Ao assitir agora há pouco na Globonews o primeiro ministro de Israel Benjamin Netanyahu visitando militares supostamente feridos no ataque que realizaram à flotilha humanitária, recordei-me de Peter Botha, um dos maiores assassinos do regime do apartheid.
E passei a ter mais certeza de que a ação de Israel contra a flotilha de ação humanitária em águas internacionais não está recebendo reação proporcional ao tamanho do crime cometido. Principalmente pelo governo dos EUA e pelos principais governos da comunidade européia.
Não é hora de pedir investigação. É o momento de impor duras sanções a Israel pelos crimes de lesa humanidade que tem praticado.
O que Israel tem feito contra palestinos muito se assemelha ao apartheid na África do Sul. No país sede da Copa também havia controle de entrada e saída de negros nos territórios ocupados por brancos. Da mesma forma que acontece hoje na Faixa de Gaza e nos territórios palestinos. Onde milhares de pessoas ficam confinadas e não podem sair mesmo necessitando de socorro médico. O que motivou a flotilha de ação humanitária.
O governo de Israel, aliás, utiliza método muito semelhante ao dos racistas do apartheid também em relação à divisão do território. Israel permite aos palestinos viver em algo como os bantustões. Na África do Sul os bantustões da África do Sul não tinham relação um com outro, eram ilhotas. Como também o são os territórios palestinos.
É importante registrar que para que o apartheid terminasse foi importantíssima a condenação de toda a comunidade internacional ao regime racista. Mais do que isso, foi fundamental que essa condenação resultasse em um bloqueio comercial em que até investidores foram constrangidos a não aportar recursos em empresas da África do Sul ou em companhias que fizessem negócios com aquele governo.
Também não é demais lembrar que até a restrição a participação de equipes esportivas da África do Sul em competições internacionais contribuiu para o fim do apartheid.
No momento em que todos os olhares do mundo se dirigem à África do Sul por conta da Copa do Mundo é o momento de lembrar que os palestinos de hoje são os negros que viveram de 1948 a 1994 no país de Mandela.
E que as medidas contra o goveno Israel precisam ser da dimensão das que foram contra Peter Botha e outros gangsters do apartheid.

do Blog do Roval

Quem é a favor da humanidade da paz e da civilização se manifesta






02/06/2010 - 12:02h Judia que fugiu do nazismo quer chegar a Gaza em novo barco

http://warincontext.org/wp-content/uploads/2009/12/hedy-epstein.jpgHedy Epstein, de 85 anos, não havia conseguido embarcar em um dos barcos da frota atacada na segunda-feira.

BBC

Uma ativista judia que fugiu da Alemanha nazista e perdeu os pais no campo de extermínio de Auschwitz pretende embarcar num barco irlandês que está se dirigindo a Gaza para tentar furar o bloqueio israelense.

Hedy Epstein, de 85 anos, que está desde 1948 radicada nos Estados Unidos, diz ter sido impedida pelas autoridades cipriotas de embarcar em um dos barcos da frota que foi interceptada na segunda-feira por Israel.

Ela agora pretende chegar ao barco irlandês, que deveria ter acompanhado a frota, mas acabou ficando para trás por causa de problemas mecânicos.

Mesmo após terem sido informados sobre o ataque israelense, que deixou ao menos nove mortos, os ocupantes do barco decidiram seguir viagem. Eles esperam chegar a Gaza nos próximos dias.

O barco deixou a Irlanda com dez pessoas a bordo, entre elas a prêmio Nobel da Paz Mairead Maguire.

‘Lições’

Para Epstein, as ações do governo israelense mostram que o país “não aprendeu as lições” das perseguições sofridas pelos judeus ao longo da História.

“Como eles podem fazer o mesmo contra os palestinos?”, questionou ela, em entrevista à BBC Brasil.

Esptein diz rejeitar as comparações entre o tratamento dos judeus na Alemanha nazista e o dos palestinos por Israel, mas adverte que o governo israelense “faz ações horríveis” que poderão ter como consequência o aumento do anti-semitismo no mundo.

“Israel parece pensar que está acima das leis e acusa todos aqueles que o criticam de serem anti-semitas”, afirma. “Muitos acabam com medo de criticar Israel por não quererem ser chamados de anti-semitas”, diz.

Massacres

A ativista diz ter “acordado” para a questão palestina após tomar conhecimento dos massacres de Sabra e Chatila, no Líbano, em 1982, quando centenas de refugiados palestinos foram mortos por milícias cristãs libanesas com a suposta anuência de Israel.

Desde 2003, ela esteve por cinco vezes na Cisordânia para, como conta, “ver de perto o que estava acontecendo”.

“Muitos me diziam para ter cuidado, que como judia corria riscos nos territórios palestinos, mas a verdade é que os palestinos abriram suas casas e seus corações para mim e até me protegeram do perigo, que veio do outro lado”, diz. “O inimigo é o governo israelense”, afirma.

Ela diz que em uma de suas viagens à Cisjordânia, em 2004, ela foi detida por quatro horas no aeroporto de Tel Aviv pelas autoridades israelenses e acusada de “terrorismo”.

Ela diz que agora espera conseguir chegar pela primeira vez à Gaza, em sua quarta tentativa, dentro do barco irlandês que segue na direção ao território.

“Não tenho medo agora. Talvez tenha medo quando vir os soldados israelenses abordando o barco”, diz. “Mas não quero morrer, nem ser ferida. Só quero chegar a Gaza para entregar os suprimentos aos palestinos”, diz.

Ela diz que os ativistas que participam da tentativa de chegar a Gaza pelo mar para entregar ajuda humanitária “não têm motivações políticas”. “Nossas motivações são humanitárias”, afirma.

Figura polêmica

Hedy Epstein é uma figura polêmica nos Estados Unidos, onde já foi acusada por membros da comunidade judaica de comparar injustamente as ações de Israel com com as da Alemanha nazista.

Ela também é acusada de usar indevidamente o título de sobrevivente do Holocausto por ter deixado a Alemanha em 1939, antes da adoção da chamada “solução final” visando o extermínio dos judeus.

Ela foi enviada, sem os pais, para a Grã-Bretanha, onde ficou até 1948, antes de seguir aos Estados Unidos. Mas a maioria dos membros de sua família acabou morrendo nos campos de concentração e extermínio nazistas.

Postado por Luis Favre