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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 02, 2010

[poema panfletário]











[poema panfletário]

Declaração de ódio ao capitalismo [poema panfletário]

Por todas as crianças desnutridas
Por todas as infâncias desperdiçadas
Por todos os que se afogam no álcool
Por todas as famílias infelizes e
desestruturadas economicamente
Por todo o trabalho infantil que há no mundo
Por toda a pobreza reinante
neste país de fachada chamado Brasil
Por todas as aberrações consumistas
Por toda a burguesia podre e fétida
Por todas as explorações e discriminações
Por toda a ganância desumana e cruel
Por toda a fome que há no mundo
Por toda a corrupção e corporativismo imbecil
Por todos os veículos que poluem o ar
Por toda a matança irracional e predatória de animais
Por toda a agressão ao planeta Terra
Por todas as pessoas que comem na lata lixo
Por toda a estupidez que aleija o homem
em troca de um pseudopoder opulento
Por toda a tirania que há no mundo
Por todas as guerras e disputas de territórios
Por todos os que se beneficiam do ‘jeitinho’ brasileiro
Por todos os que querem levar vantagem em tudo
Por toda a falta de amor que há no mundo
Por todos os que morreram em assaltos ou de bala perdida
deixando famílias, filhos e pais órfãos
Por todos os que lucram
Com o corpo e com a alma do ser humano
Por toda a estética fascista
Por todos os que escravizam seu irmão
Por toda a droga que há no mundo
Por todos os analfabetos políticos,
funcionais ou de letramento
Por todos os moradores de rua
Por toda a manipulação que há no mundo
Por toda a ausência de ética
Eu declaro o meu ódio irrevogável
ao capitalismo
que
mata
domestica
engana
policia
marginaliza
e torna a vida
uma grande mercadoria barata!



Tânia Marques 02 de junho de 2010

2 comentários:

  1. Muito obrigada pela união de ideais. Gostei muito. Beijos

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  2. Com certeza Tânia podemos acreditar que o mondo será melhor, pois ou melhora ou não terápara ninguém. Só os ignaros ideologicos do terror, da guerra e do colonialismo ainda não vêem. Beijoão companheira

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