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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 19, 2010

Na verdade é a mascara da pseudo democracia








Uma história sobre a burrice do pensamento único


Frequentemente nos deixamos levar por uma visão única de um povo ou país pelas histórias que ouvimos e mensagens que recebemos, como se as pessoas agissem e pensassem da mesma forma, sem nenhuma identidade.

Até na maneira de governar os países tentaram nos impor isso, com o pensamento único que dominou a política e a economia nos anos 90, aqui muito bem representado pelos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Esta visão estereotipada cria em nós preconceitos, dos quais muitas vezes demoramos a nos livrar. O vídeo que posto aqui é um testemunho maravilhoso da escritora nigeriana Chimamanda Adichie sobre como incorporamos estas visões e a necessidade de conhecermos todos os lados de uma questão para não sermos dominados por um história única.

São pouco mais de 18 minutos que ganhamos em nossas vidas quando ouvimos alguém falar com tanto coração e sinceridade. Clique em “subtitles” para escolher as legendas em português

do Tijolaço

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