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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, junho 21, 2010

A revolução ta aí

Brasil vai tirar uma França
da miséria, em 2014


Neri: em cinco anos, o numero de miseráveis caiu 40%. Bye-bye Serra 2010


Saiu no Blog do Planalto, exposição do economista Marcelo Neri, da FGV- Rio, sobre a impressionante mobilidade social que se verifica no Brasil (do Governo Lula).

Foi uma exposição no Conselho de Desenvolvimento Social, devidamente ignorada pelo PiG (*).



Clique aqui para ver o vídeo


O bom time brasileiro para 2014

Com uma defesa macroecômica muito bem postada, um ataque social forte, com o Bolsa Família, e tendo na nova classe média o seu Pelé, o Brasil chegará a 2014 com um grande time, tendo incorporado mais do que uma ‘França’ de cidadãos às classes A, B e C — 68 milhões de pessoas. Nos últimos oito anos, o Brasil incluiu 32 milhões de pessoas. O panorama foi dado nesta quinta-feira (17/6) pelo economista Marcelo Cortes Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), realizada em Brasília.

Segundo dados apresentados por Neri, a renda do brasileiro vem crescendo 5,3% ao ano e houve uma queda de 43% do total de miseráveis do País num período de cinco anos — entre 19 e 20 milhões de brasileiros.

Fizemos muito em pouco tempo e acho que essa agenda procura elencar um conjunto de políticas. Nossa defesa macroeconômica está muito bem postada e nosso ataque social está muito forte, que é o Bolsa Família. O nosso Pelé é a nova classe média. Estamos falando de uma França a ser incorporada ao mercado e à cidadania. Isso é possível. Ou seja, crescimento com redução de desigualdade.

Para que os bons resultados obtidos no País até aqui sejam confirmados, é preciso que o Brasil invista em educação — um dos principais pontos da agenda proposta pelo Conselho.

Se no passado o Brasil era o mais ‘envergonhado’ dos Bric (grupo composto por Brasil, Rússia, Índia e China), agora estamos no mesmo nível, afirma Neri. E para que esse processo tenha sustentabilidade, é preciso investir em educação, reiteirou o economista.

A agenda de futuro é econômica, é social. O Brasil não é um país previsível. Temos revoluções acontecendo que só de vez enquanto nos damos conta. A dificuldade brasileira é jogar junto. E esse Conselho está conseguindo fazer que todos atuem juntos.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


do Conversa Afiada


Brasil agregou “meia França” à classe média

O economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas, é um dos maiores estudiosos da evolução da renda dos brasileiros.Pós-Doutorado em Princeton (EUA), não é um integrante do Governo, mas um economista independente e tem, como já disse aqui de alguns outros profissionais da área, o mérito de se expressar com muita clareza. Vale a pena ouvir um trechinho do que ele disse, semana passada, na reunião do Conselho de desenvolvimento Econômico e Social. Não o conheço pessoalmente, mas desde o ano passado me sensibilizei muito ao ouvir uma declaração sua de que parte dos recursos do pré-sal deveriam ser empregados na educação. Ouça o que ele diz sobre o processo de inclusão dos brasileiros. Impressiona. mas, sobretudo, conforta nossa consciência que não tem paz enquanto houver gente vivendo na miséria, neste rico país. País que deixa de ser dofuturo para fazer, aqui e agora, deste futuro o hoje.

do Tijolaço

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