São Paulo ganha um pedágio a cada 40 dias
Desde 1998, quando começaram as concessões, 112 praças de cobrança foram inauguradas no Estado – no resto do país, existem 113.
Felipe Grandin – Jornal da Tarde
A cada 40 dias, uma nova praça de pedágio é inaugurada nas estradas de São Paulo. O número equivale aos 112 postos de cobrança instalados nas rodovias desde o início da privatização das estradas paulistas, em 1998. O Estado concentra mais da metade dos pedágios do Brasil. São, ao todo, 160 pontos de cobrança em vias estaduais e federais, ante 113 no resto do País, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).
A segurança e a qualidade das rodovias melhoraram nos últimos 12 anos, mas os altos preços cobrados se tornaram alvo frequente de críticas dos motoristas. E vai subir mais a partir de quinta-feira, 01. Para se ter uma ideia, ficou mais barato viajar a outro estado do que internamente. Cruzar de carro os 404 quilômetros entre a capital paulista e Curitiba, no Paraná, custa R$ 9 em tarifas. Já para cobrir distância semelhante até Catanduva, por exemplo, é preciso desembolsar R$ 46,70.
Isso se explica, em parte, pelo modelo adotado no programa de concessões paulista. As licitações, em 1998 e 2009, levaram em conta o montante que as empresas ofereciam ao estado para ter a concessão, a chamada outorga onerosa. A vantagem é que esse dinheiro pode ser aplicado em novas estradas. Por outro lado, o valor é repassado aos motoristas.
Já o modelo adotado pelo governo federal dá a concessão àquele que oferecer a menor tarifa. O benefício é o preço mais baixo. A desvantagem, a falta de verba para investir. As rodovias Fernão Dias e Régis Bittencourt, privatizadas em 2008 por esse sistema, continuam em estado precário.
As rodovias estaduais não têm esse problema: ocupam as dez primeiras posições entre as melhores do País, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes. E são aprovadas por 93,6% dos usuários, de acordo com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp).
Mas isso tem um preço, que incomoda muitos paulistas. Segundo estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2007, o pedágio estadual é um dos mais caros do mundo, superando autoestradas da Europa e dos EUA. Hoje, a média é de R$ 0,14 por quilômetro.
A Artesp alega que as outorgas permitiram o investimento de R$ 12 bilhões na ampliação e modernização de 5,2 mil quilômetros de rodovias. Ações que contribuíram para reduzir em 40,9% as mortes nas rodovias.
Protesto. No interior, moradores descontentes criaram o Movimento Estadual Contra os Pedágios Abusivos de São Paulo, que defende, entre outros pontos, a revisão das contratos
Os preços serão válidos para carros a partir de quinta-feira, 1º de julho:
CASTELO BRANCO
Itapevi: R$ 5,80
Itu: R$ 7,90
Osasco (marginal): R$ 2,90
Barueri (marginal):R$ 2,90
Boituva: R$ 6,55
Boituva (bloqueio): R$ 6,55
Itatinga: R$ 8,95
Iaras: R$ 6,00
Quadra: R$ 8,95
ANCHIETA-IMIGRANTES
Cônego Domênico Rangoni: R$ 8,50
Padre Manoel da Nóbrega: R$ 5,00
Anchieta: R$ 18,50
Imigrantes (Diadema): R$ 1,25
Imigrantes (Eldorado): R$ 2,50
Imigrantes (Batistini): R$ 4,15
Imigr. (Piratininga): R$ 18,50
BANDEIRANTES
Campo Limpo: R$ 6,35
Caieiras: R$ 6,35
Itupeva: R$ 6,35
Sumaré: R$ 5,60
Limeira: R$ 4,25
AYRTON SENNA – CARVALHO PINTO
A. Senna (Itaquá): R$ 2,40
A. Senna (Guararema): R$ 2,30
C. Pinto (S.J. dos Campos): R$ 2,30
Carvalho Pinto (Caçapava): R$ 1,75
RODOANEL MÁRIO COVAS
Todas as praças: R$ 1,35
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