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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, junho 24, 2010

O Narcotraficante nº 82

GilsonSampaio
A conversa safada dos EU e do narcopresidente da Colômbia para justificar a instalação de 7 bases militares é o combate ao narcotráfico.
Depois de ver o vídeo, dá pra acreditar?
Atenção para as fontes citadas no final do vídeo.


A possessão sul-americana de USrael

Por GilsonSampaio

Quando do assassinato do Comandante Raul Reyes, das FARC colombiana, não dei muito crédito quando li sobre a participação do serviço secreto de Israel na operação. Achei desproposital que Israel, cheio de problemas no Oriente Médio, fosse deslocar esforços para esse canto de cá do mundo.

Réu confesso, admito minha ignorância e preguiça de checar a informação.

A reparação é mais estarrecedora. O presidente eleito da Colômbia é capacho também dos nazi-sionistas. As eleições de 2010 podem ser fatais para o Brasil, Serra já declarou seu amor à Colômbia do então narco-presidente Álvaro ‘narcotraficante nº82’ Uribe e desprezo pela Bolívia e Mercosul.

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Via ODiário

Israel e EUA Fornecem Armas de Treino Militar
Ameaça Sionista à Venezuela


Carolus Wimmer*
CAROLUS WIMMER
“Não é apenas no Médio Oriente que o sionismo reinante no Estado de Israel assume o papel para que desde início se disponibilizou na violação de Direitos Humanos, na intromissão nos assuntos internos de outros países e na participação em actos terroristas, em treino e organização de grupos terroristas, esquadrões da morte e paramilitares, como este texto de Carolus Wimmer demonstra até à saciedade”.
Em 2008, o então ministro da Defesa da Colômbia e hoje candidato presidencial do uribismo, Juan Manuel Santos, viajou até Telavive para reforçar os laços de cooperação em matérias militar de segurança entre ambos os governos. As duas administrações assinaram um contrato para aquisição de 25 caças bombardeiro KFIR israelenses. O convénio foi aprovado pela Secretaria de Defesa dos Estados Unidos.

Nesse mesmo ano, The Jerusalem Post deu a opinião que, graças à gestão de Juan Manuel Santos, as relações entre Israel e a Colômbia tinham importância estratégica, já que Telavive se tinha convertido num dos principais fornecedores de armas e treino militar para combater a insurreição do país neogranadino.

Fontes do Exército israelense confirmaram que alguns do seus ex-oficiais superiores treinavam forças colombianas.

O diário israelense Maariv disse numa reportagem que militares na reserva trabalhavam com as suas empresas como mercenários, e oferecem os seus serviços por salários entre os 5.000 e os 8.000 dólares mensais.

No relato biográfico escrito por Maurício Aranguren, o chefe paramilitar Carlos Castaño afirmou que, em 1983, foi clandestinamente treinado em Israel para organizar a sua própria organização terrorista na Colômbia.

«Sob a cobertura de um estudante de ciências na Universidade Hebreia de Jerusalém, liguei-me a um grupo de outros latino-americanos durante um ano numa “escola privada” onde, ao abrigo de um programa secreto com o número de código 562, alguns veteranos do Exército israelense instruíram o grupo nos detalhes da guerra, da geopolítica, do comércio internacional de armas, como comprar espingardas, operações psicológicas e contra-terrorismo e os fundamentos das armas nucleares», escreve-se no livro.

Procurados pela Interpol

«Por solicitação do governo colombiano, em 2002 a Interpol emitiu três mandatos de captura. Actuei com licença e permissão da Colômbia».

Em 2008, Klein foi capturado em Moscovo. A Colômbia pediu a sua extradição. Em Abril deste ano, o Tribunal Europeu dos Direitos do Humanos recusou a entrega de Klein à justiça colombiana porque «corria o risco de ser torturado».

Na Colômbia actuam mercenários e assessores israelenses contratados directamente pelo Executivo.

Na base de Tolemaida, em Cundinamarca, encontra-se um grupo de elite israelense. Devido às críticas que despertaram estas contratações, o então ministrop Juan Manuel santos reiterou à revista Semana: «Eles não têm nada a ver com operações».

Tudo aponta para a reestruturação da inteligência. Tolemaida é é uma das sete bases militares previstas pelo acordo de segurança com os Estados Unidos.

Organizações dos direitos humanos denunciaram a crueldade das práticas que os comandos israelenses ensinaram às autodefesas colombianas. A activista Gladys Olivero, de Colombianos e Colombianas pela Paz expressou: «O ataque á Flotilha da Liberdade é uma prova mais do apodrecimento do sionismo internacional que estendeu os seus tentáculos a todos os países do mundo e, através de organismos como a Mossad, está a actuar na América latina e no Caribe. Na Colômbia minaram a colocação de espias e estão a amparar e treinar o paramilitarismo.

As criminosas práticas dos serviços israelenses na Palestina são as mesmas que fazem na Colômbia.

Juan Manuel Santos, que provavelmente ganhará a segunda volta nas eleições presidenciais da Colômbia no próximo dia 20 de Junho, afirma sentir-se por dizerem que «a Colômbia é o Israel da América Latina».

* Membro da Comissão Política do Partido Comunista da Venezuela


Tradução de José Paulo Gascão


Rede Globo já é a grande perdedora da COPA

A Copa do Mundo da Àfrica do Sul já possui um grande perdedor: a Rede Globo de Televisão.
Primeiro, foi a campanha "Cala Boca, Galvão" que se expandiu rápida e espontameamente na internet e redes sociais, causando constrangimento, desgaste e perda e audiência pela emissora. Até o jornal estadunidense "The New York Times" publicou reportagem sobre a campanha "Cala Boca, Galvão". Em razão disso, a Globo, segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de São Paulo (leia aqui), teria proibido o apresentador de dar entrevistas a outros veículos.
Agora, o confronto da Globo com Dunga pauta o debate da COPA, desnudando os interesses mesquinhos e nada patrióticos da emissora. A Globo ataca o técnico da seleção brasileira por que quer privilégios na cobertura, quer colocar seus interesses comerciais acima de tudo e todos. Os tempos mudaram e a Globo não consegue mais facilmente ocultar fatos, criar e destruir reputaçoes, nem mesmo escalar seleções. A manobra foi rapidamente revelada pela internet, causando forte mobilização e debate em toda rede. Inclusive, gerando na rede uma campanha de boicote à Globo durante a transmissão do jogo de sexta-feira, Brasil X Portugal.
Nunca antes na história desse país ficou tão claro que a Globo não torce pelo Brasil, que a Globo torce pelo seu próprios interesses e faturamento. Vivemos tempos realmente interessantíssimos.
By: O Partisan





Os Hospitais Do "Melhor' Sinistro Da Saúde

Oito horas na fila, cinco minutos na consulta

SUS O fato de apenas 24% das grávidas terem recebido algum tipo de anestesia durante o parto não é o único escândalo que emerge da pesquisa oficial sobre satisfação do usuário do SUS em São Paulo, escondida durante três meses pela Secretaria estadual de Saúde e só publicada nesta semana. Conforme o site UOL Notícias, que revelou parte do relatório na segunda-feira, em algumas unidades a espera por atendimento pode demorar oito horas e a consulta, muitas vezes, não passa de cinco minutos.
Oito horas costuma ser o tempo de espera dos usuários, na ortopedia e no raio-x, em instituições como a Santa Casa de Santo Amaro, na zona sul paulistana. O “normal” nos postos de Atendimento Médico Ambulatorial (AMA) da Prefeitura de São Paulo é esperar cinco horas – duas por uma consulta, mais uma na fila do exame e mais duas horas pelo resultado.
Flavio Azenha, diretor-técnico da Santa Casa, admite que a espera chega a oito horas “às vezes”. Mas argumenta que a origem do problema é a timidez dos financiamentos do SUS, “que correspondem a apenas 60% do serviço”. A Secretaria da Saúde se limitou a observar que “há problemas quando há muitos casos de emergência”.
Entre 2003 e 2010, o Ministério da Saúde mais do que dobrou – de R$ 3,3 bilhões para R$ 6,7 bilhões – o volume anual de recursos repassados para São Paulo.

http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=17858


Herança maldita de José Serra:Com problemas na segurança, hospital Pérola Byington corre risco de incêndio

O Hospital Pérola Byington, que atualmente é referência para a saúde da mulher no Estado de SP, corre risco de incêndio. O prédio, localizado na avenida Brigadeiro Luís Antônio (região central de SP), não tem aval do Corpo de Bombeiros para funcionar porque possui extintores de incêndio vencidos, hidrantes sem mangueiras, escadas sem corrimãos e botijões de gás empilhados.

Laudos elaborados por técnicos do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis) e dos Bombeiros também alertam sobre a falta de sistemas de detecção de fumaça e de alarme de incêndio, entre outras irregularidades.

A situação do hospital é acompanhada pelo Ministério Público, que instaurou um inquérito civil para apurar as falhas de segurança do prédio. Em 2009, um projeto de reforma e adequação foi aprovado pelos Bombeiros, mas até agora não foi implementado. Dos 17 itens listados pelo Contru, apenas um está regular: os três elevadores, que foram reformados recentemente. Do Agora

Leia também: Fogo em hospital administrado por José Serra

Hospital administrado pela dupla Serra e Kassab,tem o 2º incêndio em menos de 1 mês. Serra culpa o PT

Agora, leiam essa...

O Ministério Público Estadual investiga se o parecer produzido pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) sobre as causas do incêndio no Hospital das Clínicas de São Paulo na noite do Natal de 2007 foi direcionado para atender aos interesses da direção do HC...Governado por Serra.A principal indagação da Promotoria é por que o IPT usou na investigação do incêndio apenas engenheiros civis, e não um engenheiro elétrico, já que um problema na rede seria uma possível linha de apuração.Continue lendo aqui e mais...Leia

dos amigos do presidente Lula


quarta-feira, junho 23, 2010

Cinema

Sympathy for the devil - 1968



SINOPSE
O diretor francês Godard coloca os britânicos The Rolling Stones em evidência na capa de seu filme, mas o documentário é muito mais do que um registro da banda que despontou nos anos de 1960 como ícone da contra-cultura. Godard examina, aqui, os Black Panthers, referindo aos trabalhos de LeRoi Jones e Eldridge Cleaver; discute o papel da mídia, o imediatismo da imagem, a sociedade tecnocrata, a liberação feminina, a revolta de maio na França e o poder da linguagem. Assuntos importantes que marcaram toda uma geração. Mas Godard deixa explicita uma tese que causa discussão: ele acredita que a cultura ocidental deve ser destruída, e isso só pode ser feito rejeitando-se a intelectualização. Nas palavras do diretor: "Só existe uma maneira de ser um revolucionário intelectual, que é desistindo de ser um intelectual."

DADOS DO ARQUIVO
Direção: Jean Luc Godard
Audio: Francês/Inglês
Legendas: Português (separadas)
Duração: 100 min
Formato: AVI
Qualidade: DVDRip
Tamanho: 691 mb
Servidor: Megaupload (4 partes)

LINKS
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4

Lula no G 20 cancela para cuidar no Nordeste


desenvolvimento da África, da Ásia e da América Latina contribuirá diretamente para a promoção do crescimento global e para a diminuição desse nefasto desequilíbrio.”


A pacata Toronto se transforma para receber reunião do G20

Infográfico: Thiago Melo

Viagens internacionaisToronto, a maior cidade e centro financeiro do Canadá, já começa a entrar no clima da reunião do G20 que será realizada nos próximos dias 26 e 27 (quinta e sexta-feira), com a participação de chefes de Estado de todo o mundo – o presidente Lula tem chegada prevista para a meia-noite de sexta-feira (horário local, uma hora a menos do que o horário de Brasília). Confira no infográfico acima a programação do presidente Lula durante o evento.

A aposta do Brasil na reunião do G20 no Canadá

O presidente Lula embarca, nesta sexta-feira (25/6), para Toronto, no Canadá, com uma pauta de temas que o governo brasileiro defenderá na reunião do G20, o quarto encontro de lideranças mundiais desde a crise financeira iniciada em 2008 no mercado imobiliário do Estados Unidos e que provocou grandes estragos mundo afora. O porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, informou que entre os ítens está o que chama de exemplo Brasil que “colocou a dívida pública em trajetórias sustentáveis”.

Ecochatos vivem da demagogia e hipocrisia


O verde que o Greenpeace mais gosta é o do Dólar.


A outra face do Greenpeace



Um amigo, comunista, conheceu um pessoal do Greenpeace, que estava de passagem aqui por Recife, e me falou que havia ficado decepcionado com os caras, todos brasileiros, eles tinham uma visão política de direita, comportamento de classe média alta e criticavam, sempre pelo viés da direita, o governo Lula.

Vídeo de divulgação do blogue Midia dos oprimidos





Resistência!

Violações dos direitos humanos nos Estados Unidos

A Organização dos Direitos Humanos denuncia e prova: Milhares de crianças são exploradas nas fazendas dos Estados Unidos:



A imprensa internacional enche a boca para fazer denúncias em países pobres, mas por que nenhum jornal fala sobre violações como esta em países ricos? Por que têm medo? Está sempre na moda falar mal de Cuba, falar mal do Irã e falar mal dos países pobres, mas por que nenhum jornal, como os próprios jornais brasileiros que gostam de fazer fofoca sobre o Irã, falam sobre coisas assim? Ao que parece, boa parte da riqueza conquistada pelo setor agrícola estaduindense provém de exploração infantil.
Isto não é novidade, já que empresas de lá lucram bilhões de dólares às custas de um trabalho praticamente escravo, como os chineses explorados montando produtos eletrônicos e crianças pobres do sudeste asiático fabricando tênis, sapatos e outras coisas para empresas como a Nike.

Fonte: Jornalisticamente Falando
e Cidadã do Mundo








QUAL O REAL INTERESSE DA GLOBO NA DERROTA DO BRASIL NA COPA?


Começam a invadir a web uma série de "experts", que se auto intitulam apartidários ( que é o código secreto para dizer que é um facista mas esconde) escrevendo sobre a "bobagem" de achar que a Rede Globo tem interesse na derrota do Brasil na Copa do Mundo.
Dizem eles que são apenas negócios, e que a empresa só se interessa pelo lucro que possa obter e que o Brasil avançando na competição só traria vantagens à empresa.

MEIA VERDADE.

É evidente que as cotas de patrocínio do evento já foram todas vendidas. Também se sabe que os patrocinadores vão pagando suas parcelas conforme o Brasil vai avançando e que uma desclassificação antecipada diminuiria os índices de audiência e consequentemente os valores repassados.
Contudo, há dois pontos aqui a serem analisados:
1. Para a Globo o melhor seria que o Brasil chegasse à final, mas NÃO vencesse. desta maneira teria suas cotas pagas pelo preço máximo, Dunga seria responsabilizado, a CBF ficaria fragilizada e a negociação para renovação do contrato da transmissão do Brasileirão facilitada, visto a Record estar à espreita. No mesmo raciocínio, uma sequência de reportagens "investigativas bombásticas" sobre a derrota brasileira daria mais dias de audiência do que a transmissão pura e simples da chegada e festa da vitória.
2. Não nos esqueçamos que este é um ano eleitoral e que a Globo, com seus jornais, rádios e TV's estão em campanha aberta por Serra. O que menos este grupo quer é ver Dunga, e os jogadores, subindo a rampa do planalto e comemorando a conquista com Lula erguendo a Copa.


Sabemos que é ingenuidade achar que isto possa decidir uma eleição, mas a Globo e o PIG já provaram e o fazem todo o dia, que não estão dispostas a mostrar nada que possa ser positivo ao governo federal.
E este momento de vitória não pode ser escondido.


Resumindo, são todos detalhes que juntos fazem sentido. Este pessoal é profissional, quer tudo que puder, e tudo que querem é retirar o PT e "aquele povinho mal-cheiroso" do poder.
Sigamos atentos.

do miguelgrazziotin

Igreja dentro da |Igreja "Eu creio no Deus que criou os homens, e não no Deus que os homens criaram" Voltaire, bem atual.






Opus Dei quer exorcizar a internet

Em recente artigo no jornal O Estado de S.Paulo, o articulista Carlos Alberto Di Franco, que se apresenta como “doutor em comunicação”, mas esconde os seus vínculos com a seita Opus Dei, resolveu exorcizar a internet. Ele teme os efeitos nefastos desta ferramenta, talvez uma obra do demônio, que ainda garante certas brechas para a pluralidade informativa. No altar dos barões da mídia, ela prega: “Ou fazemos jornalismo de verdade..., ou seremos descartados por um leitorado cada vez mais fascinado pelo aparente autocontrole da informação na plataforma virtual”.

Para ele, a chamada “grande imprensa” tem cometido muitos erros, o que a torna mais vulnerável diante do fascínio da internet. Ele não se refere às manipulações grosseiras, ao falso denuncismo ou ao sensacionalismo barato. Di Franco está preocupado é com o fantasma do “esquerdismo” nas redações, com o “engajamento ideológico” e a “fácil concessão ao jornalismo declaratório”. Ele gostaria, talvez, que todos os jornalistas fossem fiéis seguidores do Opus Dei e que auto-flagelassem dos seus desvios com chicotes de corda e silício (cinta de arame amarada na virilha).

Religião e política

Os motivos da ira “divina” do chefão da seita no Brasil são emblemáticos da postura reacionária desta organização. No campo religioso, ele critica “a recente enxurrada de matérias sobre abuso sexual na Igreja”. Ela acha um exagero a mídia falar em “pedofilia epidêmica” e garante que “o número de delitos ocorridos é muitíssimo menor entre padres católicos do que em qualquer outra comunidade”. Risível, faz comparação com o número de casos entre “os professores de educação física”. Como o Opus Dei goza de forte influência no Vaticano, ele tenta limpar a sua imagem.

Já no terreno político, ele exige uma mídia ainda mais direitista. “Gastamos páginas repercutindo o obstinado apoio de Lula à ditadura cubana (...) e não vamos à fonte que esclarece as razões da estratégia do presidente da República. É só contar ao leitor a história do Foro de São Paulo. Lá está tudo, inclusive a matriz inspiradora do Plano Nacional de Direito Humanos (PNDH-3)... Estamos diante de um projeto de corte radical-socialista, que está sendo implantado na Venezuela, no Equador e na Bolívia e que tem em Cuba o seu ponto de referência”.

Uma história sinistra

O temor do Opus Dei diante da internet é compreensível. Afinal, ela permite que os internautas conheçam algumas verdades sobre esta seita fascista – o que geralmente é omitido pela mídia hegemônica, inclusive pelo jornal Estadão, que oculta a biografia de Di Franco. Replico abaixo artigo que relata um pouco desta história sinistra:


O Opus Dei (do latim, Obra de Deus) foi fundado em outubro de 1928, na Espanha, pelo padre Josemaría Escrivá. O jovem sacerdote de 26 anos diz ter recebido a “iluminação divina” durante a sua clausura num mosteiro de Madri. Preocupado com o avanço das esquerdas no país, este excêntrico religioso, visto pelos amigos de batina como um “fanático e doente mental”, decidiu montar uma organização ultra-secreta para interferir nos rumos da Espanha. Segundo as suas palavras, ela seria “uma injeção intravenosa na corrente sanguínea da sociedade”, infiltrando-se em todos os poros de poder. Deveria reunir bispos e padres, mas, principalmente, membros laicos, que não usassem hábitos monásticos ou qualquer tipo de identificação.

Reconhecida oficialmente pelo Vaticano em 1947, esta seita logo se tornou um contraponto ao avanço das idéias progressistas na Igreja. Em 1962, o papa João 23 convocou o Concílio Vaticano II, que marca uma viragem na postura da Igreja, aproximando-a dos anseios populares. No seu fanatismo, Escrivá não acatou a mudança. Criticou o fim da missa rezada em latim, com os padres de costas para os fiéis, e a abolição do Index Librorum Prohibitorum, dogma obscurantista do século 16 que listava livros “perigosos” e proibia sua leitura pelos fiéis. “Este concílio, minhas filhas, é o concílio do diabo”, garantiu Escrivá para alguns seguidores, segundo relato do jornalista Emílio Corbiere no livro “Opus Dei: El totalitarismo católico”.

O poder no Vaticano

Josemaría Escrivá faleceu em 1975. Mas o Opus Dei se manteve e adquiriu maior projeção com a guinada direitista do Vaticano a partir da nomeação do papa polonês João Paulo II. Para o teólogo espanhol Juan Acosta, “a relação entre Karol Wojtyla e o Opus Dei atingiu o seu êxito nos anos 80-90, com a irresistível acessão da Obra à cúpula do Vaticano, a partir de onde interveio ativamente no processo de reestruturação da Igreja Católica sob o protagonismo do papa e a orientação do cardeal alemão Ratzinger”. Em 1982, a seita foi declarada “prelazia pessoal” – a única existente até hoje –, o que no Direito Canônico significa que ela só presta contas ao papa, que só obedece ao prelado (cargo vitalício hoje ocupado por dom Javier Echevarría) e que seus adeptos não se submetem aos bispos e dioceses, gozando de total autonomia.

O ápice do Opus Dei ocorreu em outubro de 2002, quando o seu fundador foi canonizado pelo papa numa cerimônia que reuniu 350 mil simpatizantes na Praça São Pedro, no Vaticano. A meteórica canonização de Josemaría Escrivá, que durou apenas dez anos, quando geralmente este processo demora décadas e até séculos, gerou fortes críticas de diferentes setores católicos. Muitos advertiram que o Opus Dei estava se tornando uma “igreja dentro da Igreja”. Lembraram um alerta do líder jesuíta Vladimir Ledochowshy que, num memorando ao papa, denunciou a seita pelo “desejo secreto de dominar o mundo”. Apesar da reação, o papa João Paulo II e seu principal teólogo, Joseph Ratzinger, ex-chefe da repressora Congregação para Doutrina da Fé e atual papa Beto 16, não vacilaram em dar maiores poderes ao Opus Dei.

Vários estudos garantem que esta relação privilegiada decorreu de razões políticas e econômicas. No livro “O mundo secreto do Opus Dei”, o jornalista canadense Robert Hutchinson afirma que esta organização acumula uma fortuna de 400 bilhões de dólares e que financiou o sindicato Solidariedade, na Polônia, que teve papel central na débâcle do bloco soviético nos anos 90. O complô explicaria a sólida amizade com o papa, que era polonês e um visceral anticomunista. Já Henrique Magalhães, numa excelente pesquisa na revista A Nova Democracia, confirma o anticomunismo de Wojtyla e relata que “fontes da Igreja Católica atribuem o poder da Obra a quitação da dívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982”.

O vínculo com os fascistas

Além do rigoroso fundamentalismo religioso, o Opus Dei sempre se alinhou aos setores mais direitistas e fascistas. Durante a Guerra Civil Espanhola, deflagrada em 1936, Escrivá deu ostensivo apoio ao general golpista Francisco Franco contra o governo republicano legitimamente eleito. Temendo represálias, ele se asilou na embaixada de Honduras, depois se internou num manicômio, “fingindo-se de louco”, antes de fugir para a França. Só retornou à Espanha após a vitória dos golpistas. Desde então, firmou sólidos laços com o ditador sanguinário Francisco Franco. “O Opus Dei praticamente se fundiu ao Estado espanhol, ao qual forneceu inúmeros ministros e dirigentes de órgãos governamentais”, afirma Henrique Magalhães.

Há também fortes indícios de que Josemaría Escrivá nutria simpatias por Adolf Hitler e pelo nazismo. De forma simulada, advogava as idéias racistas e defendia a violência. Na máxima 367 do livro Caminho, ele afirma que seus fiéis “são belos e inteligentes” e devem olhar aos demais como “inferiores e animais”. Na máxima 643, ensina que a meta “é ocupar cargos e ser um movimento de domínio mundial”. Na máxima 311, ele escancara: “A guerra tem uma finalidade sobrenatural... Mas temos, ao final, de amá-la, como o religioso deve amar suas disciplinas”. Em 1992, um ex-membro do Opus Dei revelou o que este havia lhe dito: “Hitler foi maltratado pela opinião pública. Jamais teria matado 6 milhões de judeus. No máximo, foram 4 milhões”. Outra numerária, Diane DiNicola, garantiu: “Escrivá, com toda certeza, era fascista”.

Escrivá até tentou negar estas relações. Mas, no seu processo de ascensão no Vaticano, ele contou com a ajuda de notórios nazistas. Como descreve a jornalista Maria Amaral, num artigo à revista Caros Amigos, “ao se mudar para Roma, ele estimulou ainda mais as acusações de ser simpático aos regimes autoritários, já que as suas primeiras vitórias no sentido de estabelecer o Opus Dei com estrutura eclesiástica capaz de abrigar leigos e ordenar sacerdotes se deram durante o pontificado do papa Pio XII, por meio do cardeal Eugenio Pacelli, responsável por controverso acordo da Igreja com Hitler”. Outro texto, assinado por um grupo de católicas peruanas, garante que a seita “recrutou adeptos para a organização fascista ‘Jovem Europa’, dirigida por militantes nazistas e com vínculos com o fascismo italiano e espanhol”.

Pouco antes de morrer, Josemaría Escrivá realizou uma “peregrinação” pela América Latina. Ele sempre considerou o continente fundamental para sua seita e para os negócios espanhóis. Na região, o Opus Dei apoiou abertamente várias ditaduras. No Chile, participou do regime terrorista de Augusto Pinochet. O principal ideólogo do ditador, Jaime Guzmá, era membro ativo da seita, assim como centenas de quadros civis e militares. Na Argentina, numerários foram nomeados ministros da ditadura. No Peru, a seita deu sustentação ao corrupto e autoritário Alberto Fujimori. No México, ajudou a eleger como presidente seu antigo aliado, Miguel de La Madri, que extinguiu a secular separação entre o Estado e a Igreja Católica.

Infiltração na mídia

Para semear as suas idéias religiosas e políticas de forma camuflada, Escrivá logo percebeu a importância estratégica dos meios de comunicação. Ele mesmo gostava de dizer que “temos de embrulhar o mundo em papel-jornal”. Para isso, contou com a ajuda da ditadura franquista para a construção da Universidade de Navarra, que possuí um orçamento anual de 240 milhões de euros. Jornalistas do mundo inteiro são formados nos cursos de pós-graduação desta instituição. O Opus Dei exerce hoje forte influência sobre a mídia. Um relatório confidencial entregue ao Vaticano em 1979 pelo sucessor de Escrivá revelou que a influência da seita se estendia por “479 universidades e escolas secundárias, 604 revistas ou jornais, 52 estações de rádio ou televisões, 38 agências de publicidade e 12 produtores e distribuidoras de filmes”.

Na América Latina, a seita controla o jornal El Observador (Uruguai) e tem peso nos jornais El Mercúrio (Chile), La Nación (Argentina) e O Estado de S.Paulo. Segundo várias denúncias, ela dirige a Sociedade Interamericana de Imprensa, braço da direita na mídia hemisférica. No Brasil, a Universidade de Navarra é comandada por Carlos Alberto di Franco, numerário e articulista do Estadão, responsável pela lavagem cerebral semanal de Geraldo Alckmin nas famosas “palestras do Morumbi”. Segundo a revista Época, seu “programa de capacitação de editores já formou mais de 200 cargos de chefia dos principais jornais do país”. O mesmo artigo confirma que “o jornalista Carlos Alberto Di Franco circula com desenvoltura nas esferas de poder, especialmente na imprensa e no círculo íntimo do governador Geraldo Alckmin”.

O veterano jornalista Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, há muito denuncia a sinistra relação do Opus Dei com a mídia nacional. Num artigo intitulado “Estranha conversão da Folha”, critica seu “visível crescimento na imprensa brasileira. A Folha de S.Paulo parecia resistir à dominação, mas capitulou”. No mesmo artigo, garante que a seita “já tomou conta da Associação Nacional de Jornais (ANJ)”, que reúne os principais monopólios da mídia do país. Para ele, a seita não visa a “salvação das almas desgarradas. É um projeto de poder, de dominação dos meios de comunicação. E um projeto desta natureza não é nem poderia ser democrático. A conversão da Folha é uma opção estratégica, política e ideológica”.

A “santa máfia”

Durante seus longos anos de atuação nos bastidores do poder, o Opus Dei constituiu uma enorme fortuna, usada para bancar seus projetos reacionários – inclusive seus planos eleitorais. Os recursos foram obtidos com a ajuda de ditadores e o uso de máquinas públicas. “O Opus Dei se infiltrou e parasitou no aparato burocrático do Estado espanhol, ocupando postos-chaves. Constituiu um império econômico graças aos favores nas largas décadas da ditadura franquista, onde vários gabinetes ministeriáveis foram ocupados integralmente por seus membros, que ditaram leis para favorecer os interesses da seita e se envolveram em vários casos de corrupção, malversação e práticas imorais”, acusa um documento de católico do Peru.

A seita também acumulou riquezas através da doação obrigatória de heranças dos numerários e do dizimo dos supernumerários e simpatizantes infiltrados em governos e corporações empresariais. Com a ofensiva neoliberal dos anos 90, a privatização das estatais virou outra fonte de receitas. Poderosas multinacionais espanholas beneficiadas por este processo, como os bancos Santander e Bilbao Biscaia, a Telefônica e empresa de petróleo Repsol, tem no seu corpo gerencial adeptos do Opus.

Para católicos mais críticos, que rotulam a seita de “santa máfia”, esta fortuna também deriva de negócios ilícitos. Conforme denuncia Henrique Magalhães, “além da dimensão religiosa e política, o Opus Dei tem uma terceira face: da sociedade secreta de cunho mafioso. Em seus estatutos secretos, redigidos em 1950 e expostos em 1986, a Obra determina que ‘os membros numerários e supernumerários saibam que devem observar sempre um prudente silêncio sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelar nunca a ninguém que eles próprios pertencem ao Opus Dei’. Inimiga jurada da Maçonaria, ela copia sua estrutura fechada, o que frequentemente serve para encobrir atos criminosos”.

O jornalista Emílio Corbiere cita os casos de fraude e remessa ilegal de divisas das empresas espanholas Matesa e Rumasa, em 1969, que financiaram a Universidade de Navarra. Há também a suspeita do uso de bancos espanhóis na lavagem de dinheiro do narcotráfico e da máfia russa. O Opus Dei esteve envolvido na falência fraudulenta do banco Comercial (pertencente ao jornal El Observador) e do Crédito Provincial (Argentina). Neste país, os responsáveis pela privatização da petrolífera YPF e das Aerolineas Argentinas, compradas por grupos espanhóis, foram denunciados por escândalos de corrupção, mas foram absolvidos pela Suprema Corte, dirigida por Antonio Boggiano, outro membro da Opus Dei. No ano retrasado, outro numerário do Opus Dei, o banqueiro Gianmario Roveraro, esteve envolvido na quebra da Parlamat.

“A Internacional Conservadora”

O escritor estadunidense Dan Brown, autor do best seller “O Código da Vinci”, não vacila em acusar esta seita de ser um partido de fanáticos religiosos com ramificações pelo mundo. O Opus Dei teria cerca de 80 milhões de fiéis, muitos deles em cargos-chaves em governos, na mídia e em multinacionais. Henrique Magalhães garante que a “Obra é vanguarda das tendências mais conservadoras da Igreja Católica”. Num livro feito sob encomenda pelo Opus Dei, o vaticanista John Allen confessa este poderio. Ele admite que a seita possui um patrimônio de US$ 2,8 bilhões – incluindo uma luxuosa sede de US$ 60 milhões em Manhattan – e que esta fortuna serve para manter as suas instituições de fachada, como a Heights School, em Washington, onde estudam os filhos dos congressistas do Partido Republicano de George W.Bush.

Numa reportagem que tenta limpar a barra do Opus Dei, a própria revista Superinteressante, da suspeita Editora Abril, reconhece o enorme influência política desta seita. E conclui: “No Brasil, um dos políticos mais ligados à Obra é o candidato a presidente Geraldo Alckmin, que em seus tempos de governador de São Paulo costumava assistir a palestras sobre doutrina cristã ministradas por numerários e a se confessar com um padre do Opus Dei. Alckmin, porém, nega fazer parte da ordem”. Como se observa, o candidato segue à risca um dos principais ensinamentos do fascista Josemaría Escrivá: “Acostuma-se a dizer não”.

Os tentáculos no Brasil

No Brasil, o Opus Dei fincou a sua primeira raiz em 1957, na cidade de Marília, no interior paulista, com a fundação de dois centros. Em 1961, dada à importância da filial, a seita deslocou o numerário espanhol Xavier Ayala, segundo na hierarquia. “Doutor Xavier, como gostava de ser chamado, embora fosse padre, pisou em solo brasileiro com a missão de fortalecer a ala conservadora da Igreja. Às vésperas do Concílio Vaticano II, o clero progressista da América Latina clamava pelo retorno às origens revolucionárias do cristianismo e à ‘opção pelos pobres’, fundamentos da Teologia da Libertação”, explica Marina Amaral na revista Caros Amigos.

Ainda segundo seu relato, “aos poucos, o Opus Dei foi encontrando seus aliados na direita universitária... Entre os primeiros estavam dois jovens promissores: Ives Gandra Martins e Carlos Alberto Di Franco, o primeiro simpático ao monarquismo e candidato derrotado a deputado; o segundo, um secundarista do Colégio Rio Branco, dos rotarianos do Brasil. Ives começou a freqüentar as reuniões do Opus Dei em 1963; Di Franco ‘apitou’ (pediu para entrar) em 1965. Hoje, a organização diz ter no país pouco mais de três mil membros e cerca de quarenta centros, onde moram aproximadamente seiscentos numerários”.

Crescimento na ditadura

Durante a ditadura, a seita também concentrou sua atuação no meio jurídico, o que rende frutos até hoje. O promotor aposentado e ex-deputado Hélio Bicudo revela ter sido assediado duas vezes por juízes fiéis à organização. O expoente nesta fase foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, nomeado ministro do STF pelo ditador Garrastazu Médici em 1972, e tio do atual presidenciável. Até os anos 70, porém, o poder do Opus Dei era embrionário. Tinha quadros em posições importantes, mas sem atuação coordenada. Além disso, dividia com a Tradição, Família e Propriedade (TFP) as simpatias dos católicos de extrema direita.

Seu crescimento dependeu da benção dos generais golpistas e dos vínculos com poderosas empresas. Ives Gandra e Di Franco viraram os seus “embaixadores”, relacionando-se com donos da mídia, políticos de direita, bispos e empresários. É desta fase a construção da sua estrutura de fachada – Colégio Catamarã (SP), Casa do Moinho (Cotia) e Editora Quadrante. Ela também criou uma ONG para arrecadar fundos: OSUC (Obras Sociais, Universitárias e Culturais). Esta recebe até hoje doações do Itaú, Bradesco, GM e Citigroup. Confrontado com esta denúncia, Lizandro Carmona, da OSUC, implorou à jornalista Marina Amaral: “Pelo amor de Deus, não vá escrever que empresas como o Itaú doam dinheiro ao Opus Dei”.

do Altamiro Borges

Não dá mais pra segurar






Não dá pra segurar. Ibope: Dilma 40% x Serra 35%


Enviado às 16:09 de quarta-feira

O Ibope, enfim, chegou lá. Depois de manobras de contorcionismo para negar a vantagem de Dilma, já apontada por outras sondagens, o instituto finalmente teve que se curvar às evidências.

Na pesquisa CNI-Ibope que acaba de ser divulgada, Dilma Roussef aparece com 40% das intenções de voto para Presidente, contra 35% de José Serra.Na última pesquisa, divulgada no último dia 5, havia empate de 37% entre os dois candidatos, embora tudo já indicasse que Dilma estivesse na dianteira.

A pesquisa foi feita de 20 a 22 desse mês em 141 municípios com 2.002 eleitores, depois que Serra, ferindo a lei, apareceu como estrela principal nos programas do DEM e do PPS. O programa partidário do PSDB também contribuiu para uma maior exposição de Serra, mas nada disso teve efeito.

O Ibope já sabia muito bem do crescimento de Dilma e isso vinha levando seu presidente Carlos Augusto Montenegro a mudar de opinião constantemente. Ele, que já havia dito que Lula não faria seu sucessor e que Serra era o favorito, teve que amenizar o discurso e reconhecer no início desse mês que a eleição poderia ser decidida no primeiro turno, a favor de Dilma ou Serra. Foi só para não passar recibo de suas previsões de torcedor. Em breve, ele terá que apontar Dilma como a única capaz de vencer no primeiro turno.

do Tijolaço

Justiça apodrecida embolorada











Embolorada Justiça

22/06/2010 11:20:49

Wálter Maierovitch

Além de lenta, ela é covarde em relação aos poderosos de ontem, de hoje, de sempre

Depois da trágica presidência do ministro Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal (STF) e do recentíssimo julgamento que legitimou, por 7 votos a 2, a aplicação da Lei da Anistia aos mandantes e aos executores de crimes de lesa-humanidade consumados durante a ditadura, vozes começaram a se levantar quanto ao erro, originário da primeira Constituição republicana promulgada em 24 de fevereiro de 1891, da escolha do modelo norte-americano de Corte Suprema.

O primeiro a pensar em copiar fielmente aquele modelo foi dom Pedro II. O imperador estava desejoso de se livrar do Poder Moderador, idealizado por Benjamin Constant. Diante disso, incumbiu os conselheiros Lafayette Rodrigues Pereira e Salvador Mendonça de viajarem em missão oficial para os Estados Unidos a fim de avaliar o papel daquela Corte Suprema. Como destacou Leda Boechat Rodrigues, na sua consagrada obra intitulada História do Supremo Tribunal Federal, o imperador, aos dois viajantes, segredou acreditar que nas funções da Corte Suprema estaria o segredo do bom funcionamento da Constituição norte-americana.

Quatro meses depois da partida dos emissários, Pedro II foi deposto, mas a sua ideia vingou entre os republicanos. Em síntese, nos EUA um ministro só deixa a toga suprema muito idoso e se assim desejar. Não ficando “caduco”, permanece no cargo até morrer. No nosso Pretório excelso, o ministro, se quiser, tem assento garantido até os 70 anos. E tramita no nosso Congresso a apelidada “emenda da bengala”, que eleva para 75 anos a idade limite para permanência no quadro de agentes ativos. Algo que será, caso aprovada, facultativo. Por evidente, os funcionários não optaram por continuar, mas, no STF, muitos ministros, pelo que se sabe, esfregam as mãos e torcem a favor da aprovação da emenda.

Com efeito, está a empolgar, e seria muito salutar se vingasse, a ideia de se discutir mudanças no STF. Pelo sistema em vigor em países da Europa, o mandato de um ministro de Corte com função de intérprete final da Constituição não pode ultrapassar cinco anos. Mais ainda, a recondução é proibida. Também propõem-se mudanças no processo de escolha de um ministro do STF, hoje constitucionalmente atribuída ao presidente da República e sujeita à aprovação pela maioria absoluta do Senado. Cogita-se em votação popular, condicionada a uma série de requisitos pertinentes e, evidentemente, ficha limpa e não reprovação em concurso público.

Para muitos operadores do Direito, com total acerto, o Brasil carece rapidamente de garantir o acesso à Justiça a todos e acabar com a morosidade do Judiciário. Necessita ainda de uma maior participação popular nos julgamentos. Isso tudo num sistema em que a participação popular é restrita aos julgamentos de crimes dolosos contra a vida (Tribunal do Júri). E a dita soberania do veredicto dos jurados (julgadores leigos), prevista na Constituição, é relativa. Pode cair em sede de revisão criminal, ou seja, no reexame de decisão que transitou em julgado e por tribunal togado (não leigo).

No órgão dado como de controle externo da magistratura, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os seus 15 membros não são eleitos diretamente pelo povo. Trata-se de um conselho corporativo, com maioria de magistrados. Na composição do CNJ há previsão para escolha de “dois cidadãos” de reputação ilibada e notório saber jurídico. Só que estes são indicados pelo Legislativo, um pela Câmara Federal e outro pelo Senado. A propósito, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos vangloriou-se de ter logrado implantar um órgão de controle externo para juízes e para tribunais. Nada mais enganoso, conceitualmente. Controle externo, com maioria dos controladores juízes e sem participação popular direta (escolha por votação entre os cidadãos) é, evidentemente, um faz de conta. Sobre não ter o CNJ poder fiscalizador junto ao STF, colocou-se, para tanto, o CNJ, na topografia constitucional, abaixo do referido STF. Destarte, tornou-se o CNJ hierarquicamente inferior ao STF. Diante disso, ministro do Supremo só fica sujeito a impeachment.

Na considerada pátria das chuteiras, espera-se que o fim da Copa do Mundo, com ou sem o título, não tenha o condão de provocar na sociedade civil esquecimento de fracassos e de vergonhas, como, por exemplo, a supracitada impunidade conferida pelo STF aos mandantes e aos executores de imprescritíveis crimes de lesa-humanidade consumados durante a ditadura. No particular, estranhas as posturas dos dois mais fortes candidatos à sucessão de Lula. Dilma e Serra deixaram claro ter o STF, sobre a Lei da Anistia de 1979, sufragado, por expressiva maioria, um entendimento apto a conduzir à pacificação. Na verdade, empregaram um desumano eufemismo em face dos 144 conacionais assassinados, dos 125 desaparecidos e dos cerca de 20 mil torturados.

Num país que se quer com cidadãos educados para legalidade democrática, não se pode deixar de reavaliar as permanentes vitórias de uma poderosa burguesia de matriz mafiosa, que ocupa um espaço onde o ilícito se mistura com o lícito e vice-versa. E é nesse espaço que se nutre a denominada criminalidade dos potentes. O Brasil, a respeito, precisa de mudanças para impedir que essa burguesia mafiosa continue a conquistar inusitadas liminares em sede de habeas corpus liberatório de cadeia, como sucedeu com o banqueiro Daniel Dantas. No caso Dantas, com o ministro-relator Grau a referendar a liminar de soltura concedida por Mendes e, sem mais, olvidar jurisprudência sumulada sobre competência jurisdicional do STF, consagradora de entendimento totalmente diverso do seu e de Mendes.

No Brasil, e precisa isso mudar, o foro privilegiado virou couraça protetora dos Maluf e Barbalho, com os Dornelles de plantão a garantir elegibilidade pela irretroatividade da lei apelidada de “ficha limpa”. Um aperfeiçoamento sistêmico ajudará a evitar decisões teratológicas, como, por exemplo, a proferida pelo ministro Grau, que cassou o mandato de governador eleito do Maranhão e, como se fosse legítimo, o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acabou por “eleger” a substituta do cassado. Lógico, no lugar dos cidadãos: trata-se do caso da cassação de Jackson Lago e assunção de Roseana Sarney, derrotada nas urnas.

De se frisar, ainda, a absoluta falta de paridade. Esta evidenciada quando, logo depois de Lago cassado, o mesmo Grau abriu controvérsia para se rediscutir sobre competência originária do TSE para cassar governadores. No caso, a governadora Roseane, ungida no cargo de chefe do executivo estadual sem votos e acusada de abuso econômico, poderá, diversamente de Lago, ser julgada pelo tribunal regional ou mesmo pelo juiz eleitoral da zona. Certo mesmo é que não será nunca julgada, pois o seu mandato chegará ao fim sem que a questão jurídica seja decidida a tempo.

O STF, de repente e em face da lei de anistia de 1979, apresentou-se como um tribunal político e não, como se esperava à luz da Constituição, em técnico-jurídico. O simbolismo da toga não contou. Numa decisão política, de técnica pobre e apresentado errônea escorço histórico interpretativo, o tribunal acabou por colocar o Brasil no rol dos países que conferem impunidade a agentes da repressão ditatorial que cometeram crimes comuns, como assassinatos, desaparecimentos forçados, torturas, sequestros, estupros, atentados violentos ao pudor, abusos de autoridade etc.

A lei brasileira de autoanistia (Lei nº 6.683/79), cunhada e aprovada num regime de exceção e imposta pelos ditadores fardados, diz, com todas as letras, da sua aplicação apenas a delitos políticos e aos conexos a eles. Os chamados delitos de sangue não são considerados crimes políticos. Portanto, numa correlação de maior (crimes políticos) para menor (crimes conexos) não podem os segundos, conexos e não de natureza política, ser anistiados. Assim, serão sempre, e apesar do STF, crimes comuns os assassinatos, desaparecimentos forçados e torturas.

Vale lembrar que a lei que concede anistia aos autores de crimes políticos e conexos a eles foi editada em pleno regime. Portanto, representa um caso típico de autoanistia. A mesma trilha jurídica foi traçada pelo tirano chileno Augusto Pinochet e pelas “viú-vas” do regime do Generalíssimo Franco, na Espanha. A Corte Interamericana de Direitos Humanos, em várias oportunidades, declarou ilegítima essa forma de autotutela. Posicionamento contrário à concessão de benefícios a tiranos assumiu a Corte Europeia de Direitos Humanos, sediada em Estrasburgo (França), em casos que envolviam as ditaduras de Franjo Tudjman, na Croácia, e Slobodan Milosevic, na ex-Iugoslávia. Para o ministro Celso de Mello, a Corte Interamericana nunca se manifestou sobre casos de anistia ampla, irrestrita, bilateral. Esqueceu-se o ilustre ministro de que a Corte se manifesta, como questão central, sobre ocorrência de violações de direitos humanos, seja a anistia ampla ou não.

A decisão majoritária do STF, como demonstrou o professor Paulo Sérgio Pinheiro, foi equivocada. Isso quando os ministros com votos vencedores entenderam que a Lei da Anistia era ampla, geral e irrestrita, consoante pacto estabelecido entre a ditadura e a sociedade civil. Como bem frisou Pinheiro, a “Lei da Anistia não foi produto de acordo, pacto, negociação alguma, pois o projeto não correspondia àquele pelo qual a sociedade civil, o movimento de anistia, a Ordem dos Advogados do Brasil e a heróica oposição parlamentar haviam lutado.

Pouco antes de sua votação houve o Dia Nacional de Repúdio ao Projeto de Anistia do governo e, no dia 21, a OAB-SP promoveu um grande ato público na Praça da Sé, igualmente contra o projeto do governo. A lei celebrada nos debates do STF como saldo de ‘negociação’ foi aprovada por 206 votos da Arena, o partido da ditadura, contra 201 do MDB. A oposição, em peso, votou contra o ato do Legislativo emasculado pelas cassações, infestado por senadores biônicos” (não eleitos pelo povo).
O modelo de anistia que os militares brasileiros buscaram foi o espanhol, elaborado em 1977, depois da morte do sanguinário generalíssimo Franco. Ao contrário do Brasil, o governo socialista espanhol projetou e apresentou à sociedade e ao Parlamento a chamada Lei para Recuperar a Memória Histórica. Ela foi aprovada pelo Parlamento em 2007. Recentemente, em escrito de uma ativista de direitos humanos de Madri, quando havia esperança de se encontrar a fossa com os espólios do poeta Federico Garcia Lorca, ficou assinalado que, quando se tenta apagar a memória das vítimas de tormentos, aparece sempre um fantasma para não deixar morrer as lembranças. No Brasil, essa decisão do STF será o fantasma que se apresentará às gerações de acadêmicos de Direito e de interessadas em conhecer a jurisprudência do pretório nacional.

Pano Rápido. Uma futura decisão da Corte Interamericana, em sentido contrário ao STF, poderá servir para balançar nosso país e ser condutora de mudanças. Enquanto isso, vale a impunidade, num sistema de Justiça que precisa ser mudado radicalmente. Para se ter ideia, o Tribunal eleitoral de São Paulo aceitou o governo estadual relacionar os poucos centros de detenção onde o preso provisório, não condenado definitivamente, poderá votar. Em outras palavras, vai se sacrificar uma garantia constitucional em face da incúria do executivo. E o ex-governador Serra, sem corar, fingia que o PCC não incomodava mais.

(Foto: Nelson Jr./SCO/STF)


Wálter Maierovitch

do Carta Capital



O INCRA está com medo
de vistoriar as 52 fazendas do Dantas ?


O INCRA do Pará também acha ?

O Conversa Afiada recebeu do amigo navegante João o seguinte e-mail:

Essas informações foram obtidas de forma reservada da própria procuradoria do INCRA. E olha que o tal “fazendeiro” tem apenas 56 fazendas compradas na região nos ultimos três anos..

E três delas estão ocupadas por diversos movimentos sociais na região: MST, Fetraf e STR.

ÁREAS DE DANIEL DANTAS

1 – Aproveitando-se da ocasião em que tramita o processo na Justiça Federal de São Paulo contra o banqueiro Dantas, a Procuradoria do Incra pediu, formalmente, para vistoriar as áreas dele nos Estados de MT, SP e PA, e o pedido foi deferido pelo Juiz Fausto De Sanctis;

2 – Com a autorização judicial para vistoriar, o Incra tentou se mover nessa direção, porém, houve todo um contra ataque do Dantas, representado por seu advogado Diamantino. A chefe da Procuradoria da Superintendencia Regional de Marabá (aonde estão localizadas as fazendas ) enfrentou os advogados de Dantas em audiência na Vara Agrária de Marabá, citando-os para a vistoria, conforme exige o procedimento. Após, essa audiencia, estranhamente um ministro do Supremo – quem seria ? – ligou para o Ministro do Ministério do Desenvolvimento Agrário, reclamando da Procuradora. Este falou para o Presidente do Incra que então repassou a pressão para a Procuradoria do Incra.

3 – Existe a decisão judicial que autoriza o Incra a vistoriar as áreas. Se não o fizer logo, podem derrubar a decisão. O problema é que a Sup. Regional do INCRA de Marabá de três uma, ou as três juntas: ou não tem competência, ou não tem força política, ou não tem vontade de fazer.


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