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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 05, 2010

Socialismo com Cristo








O ópio do povo?


Em dias de visita do Papa a Portugal, recordamos um ensaio de Michael Löwy que questiona: será ainda a religião uma trincheira da reacção, obscurantismo e conservadorismo? Em larga medida, a resposta é afirmativa.


Marxismo e religião: ópio do povo?

Será ainda a religião, tal como a viram Marx e Engels no século XIX, uma trincheira da reacção, obscurantismo e conservadorismo? Em larga medida, a resposta é afirmativa. O olhar deles aplica-se a muitas instituições católicas, às correntes fundamentalistas das principais confissões religiosas (cristã, judaica ou muçulmana), à maioria dos grupos evangélicos e das novas seitas, algumas das quais como a conhecida Igreja Moon, não passam de engenhosas combinações de manipulações financeiras, lavagem ao cérebro e anti comunismo fanático. No entanto, o aparecimento de um Cristianismo revolucionário e da Teologia da Libertação na América Latina abriu um novo capítulo histórico e levanta questões novas e empolgantes às quais não podemos dar resposta sem uma renovação da análise marxista da religião, o assunto deste artigo Partidários e adversários do marxismo parecem concordar num ponto: a célebre frase "a religião é o ópio do povo" representa a quinta essência da concepção marxista do fenómeno religioso. Ora, esta fórmula nada tem de especificamente marxista. Podemos encontrá la, antes de Marx, com algumas nuances, em Kant, Herder, Feuerbach, Bruno Bauer e muitos outros. Tomemos dois exemplos de autores próximos de Marx.


No seu livro sobre Ludwig Borne, de 1840, Heine refere-se ao papel narcótico da religião de forma bastante positiva com uma certa dose de ironia: "Bendita seja uma religião, que derrama no amargo cálice da humanidade sofredora algumas doces e soporíferas gotas de ópio espiritual, algumas gotas de amor, fé e esperança". Moses Hess, nos seus ensaios publicados na Suíça, em 1843, adopta uma posição mais crítica mas não desprovida de ambiguidade: "A religião pode tornar suportável... a consciência lastimável da servidão... do mesmo modo que o ópio é uma grande ajuda nas doenças dolorosas".

A expressão aparecia pouco depois num artigo de Marx "Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel" (1844). Uma leitura atenta do parágrafo inteiro mostra que o seu pensamento é muito mais complexo do que aquilo que se pensa habitualmente. Realmente, rejeitando totalmente a religião, Marx não toma menos em conta o seu duplo carácter: "A angústia religiosa é ao mesmo tempo a expressão da verdadeira angústia e o protesto contra esta verdadeira angústia. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, tal como ela é o espírito de uma situação sem espiritualidade. Ela é o ópio do povo".

Uma leitura do ensaio, no seu conjunto, mostra claramente que o ponto de vista de Marx, em 1844, deriva mais do neo hegelianismo de esquerda, que vê na religião a alienação da essência humana, do que da filosofia das Luzes, que a denúncia simplesmente como uma conspiração clerical (o "modelo egípcio"). De facto, quando Marx escreveu a passagem acima, era ainda um discípulo de Feuerbach, um neo hegeliano. A sua análise da religião era por conseguinte "pré marxista", sem referência às classes sociais e sobretudo a histórica. Mas não era menos dialéctica, porque apreendia o carácter contraditório da "aflição" religiosa: por vezes, legitimação da sociedade existente, por vezes, protesto contra esta.

É apenas mais tarde, em particular na Ideologia alemã (1846), que o estudo propriamente marxista da religião, como realidade social e histórica, começou. O elemento central deste novo método de análise dos factos religiosos é considerá-los – juntamente com o direito, a moral, a metafísica, as ideias políticas, etc. – como uma das múltiplas formas da ideologia ou seja da produção espiritual (geistige Produktion) de um povo, a produção de ideias, de representações e formas de consciência, necessariamente condicionada pela produção material e pelas relações sociais correspondentes.

Poder-se-ia resumir esta diligência por uma passagem "programática" que aparece num artigo redigido alguns anos mais tarde: "é claro que qualquer perturbação histórica das condições sociais provoca ao mesmo tempo a perturbação das concepções e das representações dos homens e por conseguinte das suas representações religiosas". Este método de análise macro social terá uma influência duradoura sobre a sociologia das religiões, mesmo para além do movimento marxista.

A partir de 1846, Marx prestou apenas uma atenção desatenta à religião, em tanto que tal, como universo cultural/ideológico específico. Não se encontra praticamente na sua obra nenhum estudo mais desenvolvido de um fenómeno religioso qualquer. Convencido, como o afirma no artigo de 1844, que a crítica da religião se deve transformar em crítica deste vale de lágrimas e a crítica da teologia em crítica da política, parece desviar a sua atenção do domínio religioso.

O contributo de Engels

Será talvez devido à sua educação pietista que Friedrich Engels mostrou um interesse bem mais sustentado que Marx para os fenómenos religiosos e o seu papel histórico - partilhando ao mesmo tempo, naturalmente, as opções decididamente materialistas e ateias do seu amigo. A sua principal contribuição para a sociologia marxista das religiões é sem dúvida a sua análise da relação entre as representações religiosas e as classes sociais. O cristianismo, por exemplo, não aparece nos seus escritos (como em Feuerbach) como "essência" a histórica, mas como uma forma cultural ("ideológica") que se transforma durante a história e como um espaço simbólico, desafio de forças sociais antagónicas.

Graças ao seu método fundado na luta de classes, Engels compreendeu contrariamente aos filósofos das Luzes que o conflito entre materialismo e religião não se identifica sempre com aquele que existe entre revolução e reacção. Na Inglaterra, por exemplo, no século XVII, o materialismo na pessoa de Hobbes, defendeu a monarquia enquanto as seitas protestantes fizeram da religião a sua bandeira na luta revolucionária contra os Stuarts. Do mesmo modo, longe de conceber a Igreja como uma entidade social homogénea, ele esboça uma notável análise mostrando que em certas conjunturas históricas, ela se divide de acordo com as suas componentes de classe. É assim que, na época da Reforma, se tinha, por um lado, o alto clero – cimeira feudal da hierarquia – e do outro, o baixo clero, que fornece os ideólogos da Reforma e do movimento campesino revolucionário.

Continuando a ser ao mesmo tempo materialista, ateu e adversário irreconciliável da religião, Engels compreendia, como o jovem Marx, a dualidade de natureza deste fenómeno: o seu papel na legitimação da ordem estabelecida e, em determinadas circunstâncias sociais, o seu papel crítico, contestatário e mesmo revolucionário. Mais ainda, é este segundo aspecto que se encontrou no centro da maior parte dos seus estudos concretos. Com efeito, debruçou-se primeiro sobre o cristianismo primitivo, religião dos pobres, excluídos, malditos, perseguidos e oprimidos. Os primeiros cristãos eram originários das últimas fileiras da sociedade: escravos, homens livres privados dos seus direitos e pequenos camponeses sobrecarregados de dívidas.

Engels chegou mesmo a estabelecer um paralelo surpreendente entre este cristianismo primitivo e o socialismo moderno. A diferença essencial entre os dois movimentos residia em que os cristãos primitivos empurravam a libertação para o além, enquanto o socialismo a colocava neste mundo. Mas esta diferença é também acentuada no que aparece à primeira vista? No seu estudo sobre um segundo grande movimento cristão a guerra dos camponeses na Alemanha - ela parece perder a sua clareza: Thomas Munzer, teólogo e líder dos camponeses revolucionários e plebeus heréticos do século XVI, queria o estabelecimento imediato do Reino de Deus, esse reino milenarista dos profetas, sobre a terra. De acordo com Engels, o Reino de Deus era para Munzer uma sociedade sem diferenças de classe, sem propriedade privada e sem autoridade do Estado independente ou estrangeiro para os membros dessa sociedade.

Pela sua análise dos fenómenos religiosos, face à luta das classes, Engels revelou o potencial contestatário da religião e abriu o caminho para uma nova abordagem das relações entre religião e sociedade, distinto ao mesmo tempo da filosofia das Luzes e do neo hegelianismo alemão.

A maior parte dos estudos marxistas da religião, escritos no séc. XX, limitou-se a comentar ou a desenvolver as ideias esboçadas por Marx e Engels ou a aplicá las a uma realidade específica. São assim, por exemplo, os estudos históricos de Karl Kautsky sobre o cristianismo primitivo, as heresias medievais, Thomas More e Thomas Munzer.

Paraíso na terra ou nos céus?

No movimento operário europeu, eram muitos os marxistas radicalmente hostis em relação à religião, mas pensavam ao mesmo tempo que o combate do ateísmo contra a ideologia religiosa devia ser subordinado às necessidades concretas da luta de classes, que exige a unidade dos trabalhadores que crêem em Deus e dos que não crêem. O próprio Lenine que denunciava frequentemente a religião como "nevoeiro místico" insiste no seu artigo de 1905, "o socialismo e a religião" sobre o facto que o ateísmo não devia fazer parte do programa do partido porque "a unidade na luta realmente revolucionária da classe oprimida pela criação de um paraíso na terra é mais importante para nós do que a unidade da opinião proletária sobre o paraíso nos céus".

Rosa Luxemburgo tinha a mesma opinião, mas elaborou uma diligência diferente e mais flexível. Embora ateia, ela atacou menos, nos seus escritos, a religião enquanto tal do que a política reaccionária da Igreja, em nome da tradição limpa desta. Num opúsculo de 1905, "a igreja e o socialismo", afirmou que os socialistas modernos eram mais fiéis aos preceitos originais do cristianismo do que o clero conservador de hoje. Dado que os socialistas lutam por uma ordem social de igualdade, liberdade e fraternidade, os padres deveriam acolher favoravelmente o seu movimento, se quisessem honestamente aplicar na vida da humanidade o preceito cristão "amai o próximo, como a ti".

Quando o clero apoia os ricos, que exploram e oprimem os pobres, ele está em contradição explícita com os ensinamentos cristãos: não serve Cristo, mas o dinheiro de um argentário. Os primeiros apóstolos do cristianismo eram comunistas apaixonados e os pais e primeiros doutores da Igreja (como Basílio, o Grande e João Crisóstomo) denunciavam a injustiça social. Hoje esta causa foi tomada em força pelo movimento socialista que traz aos pobres o Evangelho da fraternidade e da igualdade, apelando ao povo para estabelecer na terra o Reino da liberdade e do amor pelo próximo. Mais do que comprometer uma batalha filosófica, em nome do materialismo, Rosa Luxemburgo procura salvar a dimensão social da tradição cristã para a transmitir ao movimento operário.

Na Internacional comunista não se prestava muita atenção à religião. Um número significativo de cristãos juntou-se ao movimento e o antigo pastor protestante suíço, Jules Humbert Droz, tornou-se mesmo, nos anos 1920, um dos principais dirigentes do Komintern. Na época, a ideia mais espalhada nos marxistas era que um cristão que se tornasse socialista ou comunista abandonava necessariamente as suas crenças religiosas anteriores "anti científicas" e "idealistas".

A maravilhosa peça de teatro de Bertold Brecht, Santa Joana dos Matadouros (1932), é um bom exemplo deste tipo de diligência simplista em relação à conversão dos cristãos para a luta pela emancipação proletária. Brecht descreve, com grande talento, o processo que conduz Joana, dirigente do exército de salvação, a descobrir a verdade sobre a exploração e a injustiça social, denunciando as suas antigas crenças, no momento de morrer. Mas, para ele, deve haver uma ruptura absoluta e total entre a sua antiga fé cristã e o seu novo credo da luta revolucionária. Exactamente antes de morrer, Joana diz aos seus amigos:

"Se por acaso alguém vier dizer baixinho,

Que existe um Deus, invisível é verdade,

Do qual, portanto podeis esperar por socorro,

Batei-lhe o crânio na pedra,

Até que ele rebente."



A intuição de Rosa Luxemburgo, segundo a qual se podia lutar pelo socialismo em nome dos verdadeiros valores do cristianismo original, perdeu-se neste tipo de perspectiva "materialista" grosseira e sobretudo intolerante. Efectivamente, alguns anos depois de Brecht ter escrito esta peça, apareceu em França, entre 1936 e 1938, um movimento de cristãos revolucionários que reunia vários milhares de militantes, que apoiavam activamente o movimento operário, em especial a sua ala mais radical (os socialistas de esquerda de Marceau Pivert). A sua palavra de ordem principal era: "Somos socialistas, porque somos cristãos"...

Entre os dirigentes e pensadores do movimento comunista, Gramsci é provavelmente aquele que manifestou o maior interesse pelas questões religiosas. É também um dos primeiros marxistas a procurar compreender o papel contemporâneo da Igreja católica e o peso da cultura religiosa nas massas populares. Estas observações sobre a religião, nos seus Cadernos de prisão são fragmentárias, não sistemáticas e alusivas, mas no entanto muito perspicazes. A sua crítica destapada e irónica das formas conservadoras da religião nomeadamente a versão jesuítica do catolicismo, que ele detestava alegremente não o impedia de perceber também a dimensão utópica das ideias religiosas.

Os estudos de Gramsci são ricos e estimulantes, mas em última análise, não inovam no seu método de apreender a religião. Ernst Bloch é o primeiro autor marxista a ter alterado este quadro teórico sem abandonar a perspectiva marxista e revolucionária. Numa diligência similar à de Engels, distingue duas correntes sociais opostas: por um lado, a religião teocrática das igrejas oficiais, ópio do povo, aparelho de mistificação ao serviço dos poderosos; do outro, a religião clandestina, subversiva e herética dos Cátaros, Hussitas, Joaquim de Flora, Thomas Munzer, Franz von Baader, Wilhelm Weitling e Leão Tolstoi.. Nas suas formas contestatárias e rebeldes, a religião é uma das modos mais significativos da consciência utópica, uma das mais ricas expressões do princípio da esperança e uma das mais poderosas representações imaginárias do ainda não existente.

Bloch, tal como o jovem Marx da famosa citação de 1844, reconhece evidentemente o duplo carácter do fenómeno religioso, o seu aspecto opressivo, ao mesmo tempo que o seu potencial de revolta. É necessário, para apreender o primeiro, a que ele chama "a corrente fria do marxismo": a análise materialista impiedosa das ideologias, dos ídolos e dos idólatras. Para o segundo, em contrapartida, é "a corrente quente do marxismo" que lhe é aposta, procurando salvaguardar o excesso cultural utópico da religião, a sua força crítica e antecipadora. Para lá de qualquer "diálogo", Bloch sonhava com uma verdadeira união entre Cristianismo e revolução como aconteceu nas Guerras Camponesas do século XVI.

Fé marxista e fé religiosa

As opiniões de Bloch eram partilhadas em certa medida por alguns intelectuais alemães da ala mais radical, que ficou conhecida como a Escola de Frankfurt. Max Horkheimer afirmava que a religião seria "o registo dos desejos, nostalgias e acusações de infinitas gerações". Erich Fromm, no seu livro "Dogma de Cristo" (1930), usou o marxismo e a psicanálise para demonstrar a essência messiânica, plebeia, igualitária e anti autoritária do Cristianismo primitivo. E o escritor Walter Benjamin tentou combinar numa única síntese teologia e marxismo, messianismo judeu e materialismo histórico, luta de classes e redenção.

O trabalho "O Deus Escondido" (1955) de Lucien Goldmann é outra tentativa de abrir caminho na renovação dos estudos marxistas sobre a religião. Embora de inspiração diferente da de Bloch, ele estava igualmente interessado em resgatar os valores moral e humano da tradição religiosa. A parte mais original e surpreendente do seu livro é quando ele tenta comparar (sem no entanto assimilá-los) a fé religiosa com a fé marxista: ambas partilham da recusa do individualismo (racional ou empírico) e a crença em valores trans individuais: Deus para a religião; a comunidade humana para o socialismo. Nos dois casos a fé assenta numa aposta a aposta na existência de Deus e a aposta marxista na libertação humana pressupõe o risco, o perigo de fracassar e a esperança do sucesso. Ambas implicam uma crença fundamental que não é demonstrável exclusivamente ao nível dos argumentos factuais.

O que as separa é certamente o caráter suprahistórico da transcendência religiosa: "A fé marxista é a fé no futuro histórico construído pelos próprios seres humanos, ou melhor, que devemos fazer, através da nossa actividade, uma "aposta" no sucesso das nossas acções; a transcendência que é o objecto desta fé não é nem sobrenatural nem transhistórica, mas sim supra individual, nada mais e nada menos." Sem querer de alguma maneira "cristianizar o marxismo", Lucien Golmann introduziu, graças ao conceito de fé, um novo olhar para a relação conflitiva entre a crença religiosa e o ateísmo marxista.

Marx e Engels pensavam que o papel subversivo da religião era um fenómeno do passado, sem significado para a época da luta de classes moderna. Esta previsão revelou-se exacta historicamente durante um século – com algumas importantes excepções, nomeadamente em França, onde se conheceram os socialistas cristãos dos anos 1930, os padres operários dos anos 1940, a esquerda dos sindicatos cristãos (CFTC) nos anos 1950, etc. Mas, para compreender o que se passa, desde há trinta anos na América Latina – a teologia da libertação, os cristãos pelo socialismo – é necessário ter em conta as intuições de Bloch e Goldmann sobre o potencial utópico das tradições religiosas judaico cristãs.

O que infelizmente faz falta nestes debates marxistas "classicos" acerca da religião é a discussão das implicações da doutrina e práticas religiosas em relação às mulheres. O patriarcado, o tratamento discriminatório das mulheres e a negação dos direitos reprodutivos prevalecem nas principais correntes religiosas em particular no Judaísmo, Cristianismo e Islão e apresentamformas particularmente opressoras nas respectivas facções fundamentalistas. De facto, um dos critérios chave para avaliar o carácter progressivo ou regressivo dos movimentos religiosos é a sua atitude em relação às mulheres, e em especial ao seu direito de controlar os seus corpos: divórcio, contracepção ou aborto. Uma análise marxista renovada das religiões no século XXI obriga-nos a colocar o tema dos direitos das mulheres no centro da análise.

Michael Löwy é membro do NPA em França e director de pesquisa em sociologia no CNRS (National Center for Scientific Research) em Paris. É autor de muitos livros, entre os quais: "The Marxism of Che Guevara", "Marxism and Liberation Theology", "Fatherland or Mother Earth?" e "The War of Gods: Religion and Politics in Latin America".
Tradução de António José André.


SS erra MENTE descaradamente sempre







Vicentinho: “Nem o FAT nem o seguro-desemprego são criações do Serra”

por Conceição Lemes

Há duas semanas foi ao ar o programa nacional do PSDB. José Serra, candidato tucano à Presidência da República, ocupou metade da apresentação, onde foi dito que ele criou o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e o seguro-desemprego.

O site de Serra insiste: Emenda de Serra criou o FAT e tirou o seguro o seguro-desemprego do papel.

Na Convenção Nacional do PTB, em 12 de junho, o próprio Serra alardeou em seu discurso:

Fui também o autor da emenda à Constituição brasileira que instituiu o que veio a ser o Fundo de Amparo ao Trabalhador, o FAT. O Fundo, hoje, é o maior do Brasil e é patrimônio dos trabalhadores brasileiros, e financia o BNDES, a expansão das empresas, as grandes obras, os cursos de qualificação profissional, o salário dos pescadores na época do defeso. Tudo isso vem do FAT. E tenho orgulho de ter iniciado esse processo.

Graças ao FAT, também, tiramos o seguro-desemprego do papel e demos a ele a amplitude que tem hoje. O seguro-desemprego dormia há mais de 40 anos nas gavetas. Existia na lei, mas pouco na prática. Conseguimos viabilizá-lo e ele já pagou mais de 50 milhões de benefícios na hora mais difícil de qualquer família e de qualquer trabalhador.

“Nem o FAT nem o seguro-desemprego são criações do Serra”, afirma o deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP), o Vicentinho, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Eu respeito o Serra, mas ele não pode usar a mentira como expediente para se promover e alavancar a sua candidatura, pois ele vai perder mais credibilidade.Ainda mais hoje em dia que, graças à internet, tudo é descoberto rapidamente.”

JORGE UEQUED É AUTOR DA LEI DO FAT; SARNEY CRIOU O SEGURO-DESEMPREGO

Vicentinho tem razão. O autor de projeto de lei (PL) que criou o FAT é o ex-deputado federal Jorge Uequed (PMDB-RS), considerado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar – o Diap — um constituinte nota 10. O PL é o número 991, de 1988. Ele foi apresentado em 11 de outubro de 1988.

O projeto de Serra sobre o Fundo de Amparo ao Trabalhador foi apresentado sete meses depois: 5 de maio de 1989. Recebeu o número 2250/1989: www. camara. gov.br/internet/sileg/ Prop_Detalhe.asp?id=201454

Na sessão de 13 de dezembro de 1989, foi considerado prejudicado pelo plenário da Câmara dos Deputados devido à aprovação do projeto de Jorge Uequed.

O trâmite do projeto de Serra na Casa comprova que o candidato tucano à Presidência está faltando com a verdade em relação ao FAT.

Quanto ao seguro-desemprego, Serra reincide. Na campanha de 2002, o presidenciável tucano já havia trombeteado que criara o seguro-desemprego. A Frente Trabalhista, então integrada pelo PTB, PPS (hoje aliados de Serra) e PDT, contestou.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada em 10 de agosto de 2002, o senador José Sarney (PMDB-AP) desmentiu Serra: “Não sei de onde ele tirou que criou o seguro-desemprego. O seguro foi criado no meu governo. Na época, ele [Serra] era secretário de Economia e Planejamento do governador Franco Montoro”.

Verdade. O seguro-desemprego foi criado em 1986, quando Sarney ocupava a Presidência da República. Foi instituído junto com o Plano Cruzado pelo decreto-lei nº 2.284, de 10 de março de 1986. Passou a ser concedido aos trabalhadores após a sua regulamentação, que ocorreu 40 dias depois, pelo decreto nº 92.608, de 30 de abril do mesmo ano.

“Se o Serra mente assim na campanha que dirá, depois, governando”, arremata Vicentinho. “Ainda bem que ele não vai ganhar.”

doviomundo


Partimônimo de Serra saltou de R$ 873 mil para R$ 1,42 milhão, em 4 anos

A passagem de 3 anos e 3 meses pelo governo de São Paulo, com casa, comida, roupa lavada, e SerraCARD (cartão corporativo) do Palácio dos Bandeirantes, fez bem para a poupança de José Serra (PSDB/SP).

Nas eleições de 2006, o demo-tucano declarou ao TSE um patrimônio de R$ 872.893,62.


Quatro anos depois, agora em 2010, declarou R$ 1.421.254,87.


O patrimônio engordou R$ 548.361,25, um aumento de 63%.

José Serra continua sem declarar sua mansão, onde mora em São Paulo, na Rua Antonio Gouveia Giudice.

dosamigosdopresidentelula

Serra mente de novo, e "rouba" lei do FATde Jorge Uequed

José Serra (PSDB/SP) foi pego na mentira de novo.

Ele tem falado por aí, nas propagandas demo-tucanas na TV que é autor da emenda (lei) que criou o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e garantiu o seguro-desemprego.

É pura mentira.

O seguro-desemprego foi criado em 1986, no governo Sarney, instituído junto com o Plano Cruzado pelo decreto-lei nº 2.284, de 10 de março de 1986. Passou a ser concedido aos trabalhadores após a sua regulamentação, que ocorreu 40 dias depois, pelo decreto nº 92.608, de 30 de abril do mesmo ano.

O FAT foi criado pelo projeto de lei PL-991/1988, de autoria do ex-deputado federal Jorge Uequed (PMDB-RS), apresentado em 11 de outubro de 1988.

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Serra tentou "piratear" o projeto de Jorge Uequed sete meses depois, apresentando o PL-2250/1989, em 5 de maio de 1989.

Na sessão de 13 de dezembro de 1989, o projeto "pirata" de Serra foi desconsiderado pela Câmara dos Deputados, devido à aprovação do projeto original de Jorge Uequed.

Clique na imagem para ampliar


O trâmite do projeto de Serra na Casa comprova que o candidato demo-tucano à Presidência mentiu tanto em relação ao seguro-desemprego quanto em relação ao FAT.

Aliás, Serra também mente e "pirateou" os genéricos. Quem fez o decreto que implantou os genéricos foi Jamil Haddad, quando era ministro da Saúde de Itamar Franco. (A partir de informações do Viomundo)

Passeio Socrático, Consumismo, Neo Liberal, Planeta.












PASSEIO SOCRÁTICO


Ao viajar pelo Oriente mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente.
Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?' Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à
tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...'. 'Que tanta coisa?', perguntei.. 'Aulas de inglês, de
balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'
Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados. Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960,
seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa? Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual.. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é 'entretenimento'. Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde
diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose. O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista.
Assim, pode-se viver melhor.. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas....
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...
Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático. Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!".



Não posso deixar de comentar, porque o texto é ótimo.

A história trágica que eu descobri começou com a leitura do livro O Fim do Emprego de Jeremy Rifkin. Como tudo se relaciona, um dia um amigo me deu o livro do André Gorz, também sobre o trabalho, o fim dele, a insatisfação e a prisão que gera nas pessoas. Não à toa, Gorz cita Rifkin no seu livro, mas o soco dele é muito mais forte.

A sociedade inconsciente consumista atual é muito recente, tem pouco mais que cinco décadas e começou com a força produtora que emergiu nos Estados Unidos no período pós-guerra. Produção gigante, demanda inexistente. A produção era desnecessária, a demanda, bom, os estadunidenses daquela época eram muito simplórios, poupadores e religiosos.

O marketing e a psicologia vieram em socorro para mudar essa situação, com o reconhecimento que aquilo que mais agrada as pessoas é a desgraça alheia e o que mais incomoda as pessoas e o sucesso alheio. Para vender, basta colocar o produto ao lado de alguém bem sucedido, sinônimo de felicidade.

A fórmula vale até hoje, mas quando vinha de bicicleta para o banco, fiquei pensando numa carta ao Paul Krugman para criticar sua litania do crescimento, mas é mais ou menos isso: a necessidade de crescer e de demanda eterna vem de alguma fonte. Essa fonte é uma classe produtora, com meios de produção extremamente concentrados, cujos investimentos são feitos em busca de retornos crescentes, com poder suficiente para fazer os governos tomarem as piores decisões da história contra a coletividade (BP no Golfo do México é um horrendo exemplo, mas é uma ponta pequeníssima de um gigante iceberg). Para combater a idéia do crescimento eterno das economias, não adiantou nada dizer há mais de 80 anos que isso é uma impossibilidade ecológica, biológica, planetária e que já provocou a maior extinção da vida dos últimos 65 milhões de anos e, como Stephen Jay Gould alerta, é muita ingenuidade achar que essa extinção jamais irá se voltar contra os causadores.

Os governos promovem tudo que for possível para manter o nível de demanda para satisfazer o retorno desses investimentos: todas as suas políticas, cada vez mais fracassadas, são voltadas para esse único norte. É cruel, porque na verdade objetivo final é produzir uma concentração de riqueza nas mãos de poucas pessoas num patamar inimaginável. Por qual razão, difícil de entender, porque todos morrerão num prazo muito curto e tudo ficará para trás, mas essa sanha de poder é claramente o mote principal das classes reguladoras que dominam a classe política. Nossas vidas são uma fração infinitesimalmente irrelevante da vida coletiva que ignoramos.

A boa notícia é que as classes reguladoras estão em processo de mudança, só não sabemos se na velocidade e direção necessária. Sabemos que a mudança é recente, pequena e ainda bastante desprezível para ter feito alguma diferença. Copenhagen que o diga.

Isso é um bom caminho para começarmos a discutir porque o mundo é tal como ele é: metas de crescimento física e planetariamente impossíveis, justificadas pelo bem estar social que supostamente produz, lado a lado com empregos parcos, embora esse resultado além de maligno, insustentável, temporário, já foi questionado por uma miríade de pessoas e estudos. A realidade é que o crescimento serve apenas como mecanismo de diferenciação social, cristalização das desigualdades dentro e fora das nações, guerras e fim da capacidade da Terra sustentar todas as formas de vida. Se questionarmos a justificativa social do crescimento, abraçada pelos governos todos, podemos quem sabe, começar a entender nosso papel insignificante e vulnerável como seres rastejantes em cima desse planeta que, diga-se de passagem, não possui o menor interesse em nós.

O planeta irá acabar de qualquer jeito e a vida nele também, pode acontecer a qualquer momento que não sabemos, mas o que fizemos aqui, enquanto ele ainda vicejava, terá um significado profundo na vida espiritual de todos. Triste determinar o fim da vida fora de eras geológicas, mas esse será o maior feito da humanidade e, se houver espectadores, não gostaria de ajudar a empunhar esse troféu.

É o que Frei Beto tenta alertar.

Hugo Penteado

O povo do Nordeste Brasileiro precisa de ajuda.

SOS Palmares:

ajuda para vítimas de tsunami fluvial
O professor Beto Gesteira, técnico de hóquei sobre patins do Sport Recife e que, entre outras coisas, usa esse esporte para mudar a vida de crianças carentes na comunidade de Caranguejo-Tabaiares, em Recife, envia mensagem descrevendo a tragédia que se abateu sobre a cidade de Palmares, na Zona da Mata Sul, em Pernambuco. Palmares é uma das cidades arrasadas por um verdadeiro tsunami fluvial causado pelas fortes chuvas na região. Beto Gesteira sobrevoou a cidade de helicóptero registrou a tragédia com várias fotografias e está pedindo ajuda. Ele escreve:
Estas fotos foram tiradas por mim. Fiz um vôo de helicóptero e andei pela cidade. Fiquei muito triste com o que vi, não foi só uma enchente onde a água chega e inunda as casas e ruas, foi uma “tsunami fluvial”, onde uma enxurrada de mais de 15 metros de altura de água destruiu casas, quarteirões, bairros. A situação aqui é muito difícil de descrever, faltam remédios, produtos de higiene pessoal, colchões, água mineral. Quanto à infraestrutura da cidade…
Sem energia elétrica, postes e mais postes arrancados e partidos pela força da água, canos de esgotos e água estourados, um metro de lama pelas ruas e dentro das residências, muitos animais mortos, alimentos estragados na lama, cheiro muito ruim por todos os lados, centenas de estabelecimentos comerciais completamente destruídos, hospitais com 5 metros de água.
O povo está necessitando de tudo, são milhares de pessoas que tiveram não só suas casas como também seus estabelecimentos comerciais destruídos. Palmares vive da cana de açúcar e da entressafra do comércio. O povo está perambulando pelas ruas sem esperança e muita tristeza. Como estou aqui sei das maiores necessidades, peço que quem puder ajude de alguma maneira, mobilize seus amigos, parentes, vizinhos, o pessoal do trabalho e do condomínio. As maiores necessidades são:
-Produtos de higiene pessoal
-Produtos de limpeza
-Água mineral
-Colchões
-Mobília em geral
Quem quiser pode também contribuir com a conta:
S.O.S. PALMARES
AG – 0916
CC – 258-4
Operação – 06
Caixa Econômica Federal
Amigos, estou muito triste e conto com ajuda de todos.
By: RS Urgente

Capacho bem pago






Ricardo Teixeira devolve seleção ao Galvão



Cala a boca, Teixeira



O Conversa Afiada publica comentário do amigo navegante Flavio:


Um dia depois da demissão do Dunga, a Globo faz uma edição especial do Bem Amigos com o Ricardo Teixeira.
Ele vai ao estúdio da Globo no IBC de Joanesburgo e explica pessoalmente ao Galvão Bueno que o Dunga era como o piloto de um avião sobrevoando o Atlântico.

Ele tinha que esperar o avião pousar para mexer no piloto.

Ou seja, o presidente da CBF vai beijar a mão da Globo, restabelece o acesso exclusivo e ainda explica por que não demitiu o técnico no dia da briga com o Alex Escobar.

Agora já dá até para a Fátima Bernardes tirar o gorro.
do conversaafiada

Quem a rede BÔBO acha que engana






A Ditadura e a Globo

A lógica farsesca e patética do Globo chateia mais a cada dia. A sorte é que os leitores do mesmo jornal, diminuem na mesma velocidade.
Significando dizer que O Globo fala para meia dúzia de gatos pingados.
Para pouca gente ou não, é indisfarçável a maneira mentirosa sobre a qual, os globistas (ou seria golpistas?) debruçam suas análises e notícias.
Pelo tom da manchete, comentando que Lula se reunirá com o Presidente da Guiné Equatorial, até parece que o sapo barbudo adora ditadores.
Quem nasceu ontem talvez não saiba que o Globo foi aquele folhetim que manifestou em editorial, o apoio à ditadura e ao golpe militar de 1964 que mergulhou o Brasil em duas décadas de regime da bala, da tortura e do desaparecimento.
Diziam que era a melhor coisa que poderia acontecer no Brasil e, pasmen, AGRADECERAM aos golpistas pelo levante.
Quem nasceu ontem talvez não saiba também que o Globo batia palmas toda vez que os presidentes americanos tinham negócios com os golpistas e ditadores da África e da América Latina.
A quem o Globo quer enganar?
Crianças de 14 anos?
Bem, elas não lêem o jornal. E os velhos, muitos já se deram conta de quanto ridícula é sua linha editorial.
As organizações Globo, junto com a Folha e o estadinho, assinaram seu atestado de óbito quando resolveram enfrentar o governo de frente. Achavam que seria moleza.
Mas a direita brasileira nunca soube lutar ou fazer política. Ela nunca precisou se dar a este trabalho. Agora, como o Brasil e o mundo mudaram, estão mal das pernas.
Que pena dos golpistas.


A mídia é o partido do capital

Reproduzo entrevista concedida ao jornal O Piquete, editado pelo Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista (BA):

O filósofo italiano Antonio Gramsci teorizou que nos momentos de crise das instituições burguesas, a imprensa ocuparia o lugar do partido das classes dominantes. Altamiro Borges, jornalista e autor do livro A Ditadura da Mídia, confirma essa tese e aponta que, nesses momentos, a mídia transforma-se num verdadeiro “partido do capital”.

Essa prática tem sido corrente em Vitória Conquista, quando setores da mídia local têm transformado o ato de informar e o debate de idéias, tão essenciais à cidadania, em espaços de manipulação e utilização político-partidária dos meios de comunicação.

Em entrevista concedida ao Piquete Bancário, Altamiro Borges esclareceu como a grande imprensa perde o seu papel e assume essa visão político-partidária.

Os interlocutores da mídia comercial, em muitas ocasiões, transformam-se em verdadeiros representantes do partido do capital. Como o senhor avalia esse processo?

Este processo é antigo. Antes de se constituir como mídia, a imprensa já atuava como partido político, desestabilizando governos e promovendo golpes. Na história ficaram conhecidos os casos de Getúlio Vargas, levado ao suicídio por pressão da imprensa, e de João Goulart, derrubado por uma conspiração militar-civil que teve papel ativo da imprensa.

Na fase mais recente, a mídia fabricou candidatos – como o tal “caçador de marajás” -, defendeu o modelo neoliberal, destrutivo e regressivo de FHC e tentou derrubar o presidente Lula no famoso caso do “mensalão”, em 2005/2006. A grande mídia sempre atuou politicamente, defendendo os interesses dos poderosos. Ela exerce um duplo poder – econômico e ideológico -, manipulando informações e deformando comportamentos.

Em suas palestras, o senhor aponta que na Venezuela e na Bolívia o povo venceu a mídia. Há possibilidades dessa realidade se repetir no Brasil?

Na Venezuela, o golpe de abril de 2002 foi patrocinado por dois jornalões e por três emissoras de televisão. Eles clamaram pelo golpe, instigaram a violência nas ruas, mentiram descaradamente sobre o presidente eleito, Hugo Chávez, que tachou a conspiração de “golpe midiático” e tomou várias medidas para democratizar a comunicação e estimular meios alternativos e comunitários. Já na Bolívia, 86% das notícias dos jornais, revistas, rádios e televisões foram contrárias à candidatura de Evo Morales, inclusive com ataques preconceituosos. Em ambos os casos, o povo não se iludiu e derrotou a ditadura midiática.

No Brasil, a mídia não dá sossego para o presidente Lula. Ela apostou no impeachment em 2006 e hoje está completamente vinculada à candidatura demotucana de José Serra. Com o resultado das pesquisas recentes, que confirma o crescimento da candidatura de Dilma Rousseff, a mídia tende para baixaria. Acho que esta será a campanha mais suja da história recente do país.

O senhor também discute, em seu livro, a questão da criminalização dos movimentos sociais pela mídia comercial. Como ocorre essa criminalização?

Desde sua origem, a imprensa burguesa foi inimiga das lutas dos trabalhadores. Ela foi contra a revolta dos escravos, contra a luta de Canudos, contra as greves lideradas pelos anarquistas no início do século passado e sempre se posicionou contra os direitos dos trabalhadores. Atualmente, usa os mesmos argumentos dos senhores de escravos para se contrapor à redução da jornada de trabalho – diz que a economia vai afundar, que a medida estimula a preguiça e outros besteiras preconceituosas.

Esta criminalização é feita com requintes de manipulação. Toda a greve é tratada como “congestionamento de trânsito” e transtornos para a sociedade. Todos os direitos são encarados como privilégios. A grande mídia tem nojo dos trabalhadores e rejeita suas lutas e seus direitos.

Em meio às práticas antidemocráticas de setores da grande imprensa, qual deve ser o papel da imprensa ligada aos movimentos sociais?

A imprensa popular, principalmente a sindical, tem um papel fundamental nos dias de hoje e precisa denunciar as manipulações da mídia patronal, ajudando a estimular a consciência crítica dos trabalhadores. Para isto, precisa ser cada vez mais fortalecida e não pode ser encarada como um gasto, mas sim como um investimento na conscientização dos trabalhadores, na luta de idéias na sociedade.
do altamiroborges

USA obama CENSURA informação sôbre DESASTRE ECOLÓGICO




EUA limitam liberdade de imprensa

na cobertura do desastre ambiental provocado pela BP

Onde estão os histéricos do PIG que ainda não denunciaram esse grave atentado à democracia?
Recebo mensagem do cientista Vanner Boere:
Prezado Feil,
O Scienceblogs, um conglomerado de blogs científicos, divulgou ontem que funcionários do governo estadunidense, federais e locais, estão dificultando o registro por filmes, por fotos e o trabalho da imprensa em registrar o desastre ambiental do derramamento de óleo no Golfo do México pela BP.
Parte da comunidade cientifica está interpretando que essa atitude é um desrespeito à Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que se refere às limitações na liberdade de expressão e na liberdade de imprensa, entre outras. Só o presidente dos EUA poderia tomar essa decisão, e apenas quando há risco da segurança nacional.
A imprensa insiste em informar que esse “pode ser o maior desastre ambiental dos EUA”. Não é. Esse é o pior desastre ambiental causado pelo homem em todos os tempos. As correntes marinhas que passam naquela região do Golfo do México, se espalham por milhares de quilômetros ao norte, ao longo da América do Norte, do Ártico e costeando a Europa. Essa corrente esquenta o oceano e ameniza as correntes frias que vem do Ártico. Muito da vida nessas partes do oceano depende da integração entre correntes que faz proliferar milhares de espécies de microrganismos que servem como base na cadeia alimentar marinha. A propagação da real dimensão do desastre pode colocar a hegemonia dos EUA em cheque, e dessa vez por seus aliados europeus e vizinhos norte-americanos (Canadá e México).

Veja detalhes aqui:
Prof. Dr. Vanner Boere
Departamento de Medicina e Pesquisa
Universidade Federal de Viçosa - Minas Gerais
By DiarioGauche