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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, agosto 08, 2010

Lula, Dilma e Mercadante para tirar São Paulo do atraso






Lula e Dilma ampliarão visitas a SP para impulsionar Mercadante

Objetivo é diminuir a vantagem de Serra sobre petista no Estado

Adriano Vizoni - 29.jun.10/Folhapress

Lula, Marta e Mercadante participam de evento em SP

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO Com a intenção de impulsionar a campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista, o presidente Lula e a candidata à Presidência Dilma Rousseff vão ampliar agendas no Estado.
A estratégia deve ganhar corpo a partir da próxima semana. Está prevista na agenda da petista uma visita a São Bernardo do Campo, com Lula, no sábado, dia 14.
Mas a decisão de ampliar a presença da petista não visa só a campanha de Mercadante. "São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, claro que é importante para a definição do quadro nacional", disse o presidente do PT no Estado, Edinho Silva.
A ideia é que a presença intensificada de Dilma e Lula possa minimizar a vantagem que José Serra (PSDB), adversário de Dilma na corrida presidencial, leva nas pesquisas de intenção de votos em São Paulo. Segundo o último Datafolha, o tucano tem 44%, contra 30% da petista.
Na outra ponta, aliados da campanha de Mercadante esperam que a presença do presidente e de Dilma possa melhorar o desempenho do senador nas pesquisas de intenção de voto a governador.
No último levantamento do Datafolha, Mercadante estava 33 pontos percentuais atrás de Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano aparecia com 49% das intenções, enquanto o petista tinha 16%. "O presidente Lula já havia me dito que iria dar prioridade a São Paulo na reta final", afirmou Mercadante.
O candidato também brincou com declarações de Dilma durante o debate na Band: "Agora só falo como ela. Tenho muito orgulho de ter sido líder do Lula no Senado, e do nosso governo".
dosinimigosdojoseserra

Por que persiste a Igreja-Poder?






POR QUE PERSISTE A IGREJA-PODER?

Por Leonardo Boff

Vou abordar um tema incômodo, mas incontornável: como pode a instituição-Igreja, como a descrevi num artigo anterior, com características autoritárias, absolutistas e excludentes se perpetuar na história? A ideologia dominante responde: “só porque é divina”.

Na verdade, este exercício de poder não tem nada de divino. Era o que Jesus exatamente não queria. Ele queria a hierodulia (sagrado serviço) e não a hierarquia (sagrado poder). Mas esta se impôs através dos tempos.

Instituições autoritárias possuem uma mesma lógica de autoreprodução. Não é diferente com a Igreja-instituição. Em primeiro lugar, ela se julga a única verdadeira e tira o título de “igreja” a todas as demais. Em seguida cria-se um rigoroso enquadramento: um pensamento único, uma única dogmática, um único catecismo, um único direito canônico, uma única forma de liturgia.

Não se tolera a crítica nem a criatividade, vistas como negação ou denunciadas como criadoras de uma Igreja paralela ou de um outro magistério.

Em segundo lugar, se usa a violência simbólica do controle, da repressão e da punição, não raro à custa dos direitos humanos. Facilmente o questionador é marginalizado, nega-se-lhe o direito de pregar, de escrever e de atuar na comunidade. O então Card. Joseph Ratzinger, Presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, em seu mandato, puniu mais de cem teólogos.

D. Helder Câmara

D. Helder Câmara
(Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto porque eles são pobres, chamam-me de comunista.)


Nesta mesma lógica, pecados e crimes dos sacerdotes pedófilos ou outros delitos, como os financeiros, são mantidos ocultos para não prejudicar o bom nome da Igreja, sem o menor sentido de justiça para com as vítimas inocentes.

Em terceiro lugar, mitificam-se e quase idolatram-se as autoridades eclesiásticas principalmente o Papa que é o “doce Cristo na Terra”. Penso eu lá com meus botões: que doce Cristo representava o Papa Sérgio (904), assassino de seus dois predecessores ou o Papa João XII (955), eleito com a idade de 20 anos, adúltero e morto pelo marido traído ou, pior, o Papa Bento IX (1033), eleito com 15 anos de idade, um dos mais criminosos e indignos da história do papado, chegando a vender a dignidade papal por 1000 liras de prata?

Em quarto lugar, canonizam-se figuras cujas virtudes se enquadram no sistema, como a obediência cega, a contínua exaltação das autoridades e o “sentir com a Igreja (hierarquia)”, bem no estilo fascista segundo o qual “o chefe (o ducce, o Führer) sempre tem razão”.

Em quinto lugar, há pessoas e cristãos com natureza autoritária, que acima de tudo apreciam a ordem, a lei e o princípio de autoridade em detrimento da lógica complexa da vida que tem surpresas e exige tolerância e adaptações. Estes secundam esse tipo de Igreja bem como regimes políticos autoritários e ditatoriais.

Aliás, há uma estreita afinidade entre os regimes ditatoriais e a Igreja-poder como se viu com os ditadores Franco, Salazar, Mussolini, Pinochet e outros. Padres conservadores são facilmente feitos bispos e bispos fidelíssimos a Roma são promovidos, fomentando a subserviência. Esse bloco histórico-social-religioso se cristalizou e garantiu a continuidade a este tipo de Igreja.

Em sexto lugar, a Igreja-poder sabe do valor dos ritos e símbolos pois reforçam identidades conservadoras, pouco zelando por seus conteúdos, contanto que sejam mantidos inalteráveis e estritamente observados.

Em razão desta rigidez dogmática e canônica, a Igreja-instituição não é vivida como lar espiritual. Muitos emigram. Dizem sim ao cristianismo e não à Igreja-poder com a qual não se identificam. Dão-se conta das distorções feitas à herança de Jesus que pregou a liberdade e exaltou o amor incondicional.

Não obstante estas patologias, possuímos figuras como o Papa João XXIII, Dom Helder Câmara, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Luiz Flávio Cappio e outros que não reproduzem o estilo autoritário, nem apresentam-se como autoridades eclesiásticas mas como pastores no meio do Povo de Deus.

Apesar destas contradições, há um mérito que importa reconhecer: esse tipo autoritário de Igreja nunca deixou de nos legar os evangelhos, mesmo negando-os na prática, e assim permitindo-nos o acesso à mensagem revolucionária do Nazareno. Ela prega a libertação mas geralmente são outros que libertam.

Leonardo Boff é teólogo e escritor.

Betinho

Betinho
(O que nos falta é a capacidade de traduzir em proposta aquilo que ilumina a nossa inteligência e mobiliza nossos corações: a construção de um novo mundo.)

A ignorância e a desinformação sôbre CUBA






Impressões sobre Cuba - O terrorismo contra uma ilha que só quer ser independente e feliz



por Paulo Jonas de Lima Piva

A ignorância e a desinformação sobre Cuba são espantosas, o que explica tanta bobagem e estupidez que se ouve, se escreve e se reproduz sobre a ilha, particularmente no Brasil. A principal fonte de tanta deturpação e injustiça contra essa ilha de 11 milhões de habitantes, que era colônia da Espanha até 1898 e cassino e prostíbulo da burguesia norte-americana até 1959 é, reiteradamente comprovado, o governo dos EUA, por meio de sua mídia mercenária, sobretudo os grandes meios de comunicação da América Latina colonizados pela CNN, poderoso grupo de comunicação especializado em milionárias negociatas informativas. Não se divulga nessa mídia, por exemplo, que Cuba é um dos países que mais ataques terroristas sofreu e que mais vítimas amargurou nos últimos quarenta anos. Nesse período, mais de três mil pessoas, entre crianças e idosos cubanos, inclusive turistas, foram despedaçados em atentados organizados pela ultradireita cubana radicada em Miami e financiada pelo governo dos EUA. Nos primeiros quinze anos da Revolução antiimperialista e socialista que lá se efetivou em 1959 foram praticadas 5.780 ações terroristas contra o povo cubano, todas protagonizadas pela norte-americana CIA. As agressões contra o povo cubano pelo governo dos EUA chegaram ao cúmulo da guerra bacteriológica. Em 1971, por exemplo, o governo norte-americano conseguiu inocular um vírus na ilha que aniquilou mais de 500 mil porcos, destruindo assim parte da produção cubana de alimentos daquele ano. Na era Reagan, o vírus introduzido atingiu humanos, gerando 158 óbitos. Já contra o líder da Revolução, Fidel Castro, foram oficialmente admitidos por ex-agentes da CIA 638 atentados, quando, na verdade, sabe-se que foram quase mil. Como escreve Fernando Morais na apresentação do livro Fidel Castro: biografia a duas vozes, de Ignácio Ramonet, de 2006, “não houve um só dia, ao longo desses 47 anos, em que o país não tivesse sido vítima de atentados a bomba, seqüestros e provocações de toda sorte”.

E como desgraça pouca é bobagem, há ainda o bloqueio econômico contra o pequeno país. Medida genocida criada pelo presidente John Kennedy em 1962 e tornada ainda mais cruel com as leis Torricelli e Helms-Burton nos anos 90, o bloqueio proíbe não só as empresas norte-americanas de comercializarem e de negociarem com Cuba, como ameaça qualquer país que o faça sob pena de também não mais poder negociar com os EUA. Para se ter uma noção das conseqüências terríveis desse bloqueio, Cuba ficou impedida até de comprar marca-passos para os seus cidadãos cardíacos.

O povo cubano, como qualquer outro, almeja apenas ser independente e feliz. Contudo, a democracia e a prosperidade econômica da ilha dependem fundamentalmente do fim do clima de guerra que o terrorismo norte-americano impõe a esse povo que realizou uma das mais fascinantes revoluções da história da humanidade.
docomtextolivre

1
De que serve a bondade
Se os bons são imediatamente liquidados,ou são liquidados
Aqueles para os quais eles são bons?

De que serve a liberdade
Se os livres têm que viver entre os não-livres?

De que serve a razão
Se somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam?
2

Em vez de serem apenas bons,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne possível a bondade
Ou melhor:que a torne supérflua!

Em vez de serem apenas livres,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que liberte a todos
E também o amor à liberdade
Torne supérfluo!

Em vez de serem apenas razoáveis,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduo
Um mau negócio.

tony blair ta livre lucrando com o banho de sangue






Tony Blair deve ser processado


John Pilger

Tony Blair. Tony Blair deve ser processado, não perdoado como o seu mentor Peter Mandelson. Ambos produziram memórias auto-justificadoras pelas quais lhes foram pagas fortunas. A de Blair aparecerá no próximo mês e ele ganhou com ela £4,6 milhões [€5,2 milhões]. Agora considere a Lei das Receitas de Crime (Proceeds of Crime Act) britânica. Blair concebeu e executou uma guerra de agressão não provocada contra um país indefeso, o que em 1946 os juízes de Nuremberg descreveram como o "supremo crime de guerra". Isto provocou, de acordo com estudos académicos, as mortes de mais de um milhão de pessoas, um número que excede a estimativa das mortes no genocídio de Ruanda elaborada pela Fordham University.
Além disso, quatro milhões de iraquianos foram forçados a fugir dos seus lares e a maioria das crianças caiu na desnutrição e no trauma. As taxas de cancro perto das cidades de Faluja, Najaf e Bassorá (esta última "libertada" pelos britânicos) revelam-se agora mais elevadas do que aquelas em Hiroshima. "Forças do Reino Unido utilizaram cerca de 1,9 toneladas métricas de munições de urânio empobrecido na guerra do Iraque em 2003", disse em 22 de Julho o secretário da Defesa Liam Fox no parlamento. Um conjunto de armas "anti-pessoais" tóxicas, tais como bombas de estilhaçamento, foi empregue pelas forças britânicas e americanas.
Tal carnificina foi justificada com mentiras que foram reiteradamente denunciadas. Em 29 de Janeiro de 2003 Blair disse ao parlamento: "Sabemos de ligações entre a al-Qaida e o Iraque...". No mês passado, o antigo chefe do serviço de inteligência, MI5, Eliza Manningham-Buller, declarou no inquérito Chilcot: "Não há inteligência crível a sugerir aquela conexão ... [foi a invasão] que deu a Osama bin Laden a sua jihad no Iraque". Perguntada em que medida a invasão exacerbou a ameaça de terrorismo para a Grã-Bretanha, ela respondeu: "Substancialmente". As bombas em Londres a 7 de Julho de 2005 foram uma consequência directa das acções de Blair".
Documentos divulgados pelo Supremo Tribunal mostram que Blair permitiu que cidadãos britânicos fossem sequestrados e torturados. O então secretário do Exterior, Jack Straw, decidiu em Janeiro de 2002 que Guantanamo era o "melhor meio" para assegurar que cidadãos do Reino Unidos fossem "mantidos em segurança".
Ao invés de remorso, Blair tem demonstrado uma cobiça voraz e secreta. Desde a sua demissão como primeiro-ministro em 2007, ele acumulou uma quantia estimada em £20 milhões [€ 22,7 milhões], grande parte dela em resultado dos seus laços com a administração Bush. O Comité Consultivo sobre Nomeações de Negócios da Casa dos Comuns, o qual verifica empregos assumidos por antigos ministros, foi pressionado a não tornar pública a "consulta" de Blair sobre acordos com a família real do Kuwait e a gigante petrolífera sul coreana UI Energy Corporation. Ele obtém £2 milhões [€2,27 milhões] por ano a "aconselhar" o banco de investimento americano J. P. Morgan e somas não reveladas de companhias de serviços financeiros. Ele ganha milhões com discursos, incluindo confirmadamente £200 mil [€227 mil] por um feito na China.
No seu papel não pago mas rico de despesas como "enviado de paz" do Ocidente no Médio Oriente, Blair é, com efeito, um porta-voz de Israel, o qual lhe concedeu um "prémio da paz" de US$ 1 milhão [€ 700 mil]. Por outras palavras, a sua riqueza cresceu rapidamente desde que lançou, com George W. Bush, o banho de sangue no Iraque.
Os seus colaboradores são numerosos. Em Março de 2003 o Gabinete ficou a saber bastante acerca da conspiração atacar o Iraque. Jack Straw, posteriormente nomeado "secretário da justiça", suprimiu as minutas relevantes do Gabinete em desafio a uma ordem do Comissário da Informação para divulgá-las. A maior parte daqueles agora a concorrerem pela liderança do Partido Trabalhista apoiaram o crime impressionante de Blair, levantando-se todos em conjunto para saudar a sua aparição final nos Comuns. Quando era secretário do Exterior, David Miliband procurou encobrir a cumplicidade britânica na tortura e promoveu o Irão como a "ameaça" seguinte.
Jornalistas que antes bajulavam Blair como "místico" e amplificaram seus ditos arrogantes agora pretendem que foram críticos seus desde o princípio. Quanto à burla dos media em relação ao público, só David Rose do Observer, para honra sua, pediu desculpas. As revelações do Wikileaks, divulgadas com o objectivo moral da verdade com justiça, têm sido estimulantes para um público alimentado à força para a cumplicidade, o jornalismo de lobby. Prolixos historiadores célebres como Niall Ferguson, que se regozijou com o rejuvenescimento de Blair do imperialismo "iluminado", permanecem silenciosos sobre a "evasão moral", como escreveu Pankaj Mishra, "daqueles pagos para interpretar inteligentemente o mundo contemporâneo".
Será lavagem cerebral pensar que Blair será agarrado pelo colarinho? Assim como o governo Cameron entende a "ameaça" de uma lei que torna a Grã-Bretanha uma paragem arriscada para criminosos de guerra israelenses, um risco semelhante aguarda Blair num certo número de países e jurisdições, pelo menos de ser detido e interrogado. Ele agora é o Kissinger da Grã-Bretanha, que há muito tem de planear as suas viagens para fora dos Estados Unidos com os cuidados de um fugitivo.
Dois eventos recentes dão mais peso a isto. Em 15 de Junho, o Tribunal Penal Internacional tomou a decisão memorável de acrescentar a agressão à sua lista de crimes de guerra a serem processados. Esta é definida como um "crime cometido por um líder político ou militar o qual pelo seu carácter, gravidade e escala constitui uma violação manifesta da Carta [das Nações Unidas]". Juristas internacionais descrevem isto como um "salto gigantesco". A Grã-Bretanha é signatária do estatuto de Roma que criou o tribunal e está obrigada a cumprir as suas decisões.
Em 21 de Julho, o vice-primeiro-ministro Nick Clegg, nos Comuns, declarou ilegal a invasão do Iraque. Apesar da "clarificação" posterior de que estava a falar pessoalmente, ele fez "uma declaração em que o tribunal internacional estaria interessado", disse Philippe Sands, professor de direito internacional no University College London.
Tony Blair veio das classes médias-altas britânicas as quais, tendo-se regozijado na sua untuosa ascendência, pode agora reflectir sobre os princípios de certo e errado que exigem dos seus próprios filhos. O sofrimento das crianças do Iraque permanecerá um espectro a assombrar a Grã-Bretanha enquanto Blair permanecer livre para lucrar.


O original encontra-se em http://www.johnpilger.com/page.asp?partid=583
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Israel acenderá o estopim











Israel e Estados Unidos afiam os dentes


Originalmente no Viomundo, tradução de Caia Fittipaldi

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A partir de 1945, os EUA já tentaram derrubar pelo menos 50 governos estrangeiros – incluída a última tentativa, em curso, de derrubar o governo eleito do Irã. Essa vergonhosa estatística não é resultado apenas de má política externa; quando o presidente Obama assinou a decisão e converteu em lei, dia 1/7/2010, as sanções contra o Irã, não cometeu erro de desatenção, nem errou por descuido. A política externa dos EUA pode ser comparada à ação de um assassino serial.

Estrangulamento econômico e agressão militar contra o Irã

As sanções agem em silêncio, mas são terrivelmente mortíferas. Matam combatentes e não-combatentes indiscriminadamente e covardemente. Basta ver as sanções que os EUA impuseram ao Iraque: o pesquisador Richard Garfield estima que “pelo menos 100 mil ou, em avaliação mais rigorosa, mais de 220 mil recém-nascidos e bebês morreram, no Iraque, entre agosto de 1991 e março de 1998, por causas motivadas ou diretamente relacionadas às sanções econômicas”.

O governo Obama divulgou as sanções econômicas dos EUA contra o Irã como se fossem medidas “pacíficas” – tentativa pacífica de asfixiar a economia iraniana, cujo único objetivo era tentar pacificamente paralisar o país. Não bastasse, no final de junho cerca de uma dúzia de navios de guerra dos EUA e pelo menos uma corveta israelense cruzaram o Canal de Suez seguidas de três esquadras navais – em ato flagrante de provocação e tentativa de intimidação, que veio coordenado com agressiva retórica imperialista.

Dia 1º de agosto, o almirante Mike Mullen – chefe do Estado-maior do exército dos EUA, disse que os EUA têm planos prontos para atacar o Irã. Falando no domingo ao programa “Meet the Press” da rede NBC, Mullen disse que “as opções militares estavam sobre a mesa e continuam sobre a mesa. Espero que não cheguemos até lá, mas é opção importante e é opção já bem compreendida”.

Grande número de jornalistas, dos mais bem qualificados aos inqualificáveis, têm-se dedicado a converter a Resolução n. 1.553 da Câmara de Deputados dos EUA, em petulante brincadeira de desocupados; convertendo o que bem poderia ser uma avalanche de repúdio nascida da opinião pública norte-americana, em retórica a mais oca, para assim suavizar o que jamais deixou de ser manobra política de alto conteúdo tóxico.

O corpo de jornalistas-correspondentes dos grandes jornais já nem falam do número de baixas na população civil, na pobreza e na subpobreza em que naufragam os territórios palestinos ocupados pela entidade sionista ou da grotesca cumplicidade entre regimes ocidentais. Nada disso. A cobertura que a imprensa, jornais e televisão, oferece da invasão, nos dois casos, tanto no Iraque quanto no Afeganistão, começou com algum alarido e rapidamente se converteu em sussurro, para só reaparecer, sempre tímida, quando clamam aos céus as cinzas de grande número de mortos ou acontece algum aniversário ‘histórico’ sem importância alguma.

Se, ou quando, o Irã for militarmente agredido, não será diferente.

A Câmara de Deputados dos EUA ‘exige’ guerra

A Resolução 1.553 da Câmara de Deputados dos EUA não finge nem tenta fingir que ‘anseia’ por alguma paz. Sua razão de ser vem explícita, jogada à cara do mundo:

“Expressamos integral apoio ao direito do Estado de Israel (…) de usar todos os meios necessários para enfrentar e eliminar a ameaça que vem da República Islâmica do Irã, inclusive o direito de usar força militar.”

Os deputados republicanos dos EUA deram carta branca a Israel, hoje envenenada e que pode, em breve, estar também encharcada de sangue; o Estado sionista recebeu luz verde e os deputados dos EUA lhes gritam “Abrir fogo!”

Independente do que o conjunto hoje hegemônico de pseudo-intelectuais e políticos queira fazer-crer ao mundo, Israel não tem qualquer preocupação com a opinião pública, sempre que se trata de agir ao arrepio da lei internacional e de qualquer lei. Incontáveis vezes, sempre e sempre, Israel já deu provas de que sua agenda está acima de qualquer lei, e ninguém, até hoje, conseguiu levar o regime sionista às barras de algum tribunal, ou obrigá-lo a prestar contas de uma lista-de-lavanderia de crimes de guerra contra o povo palestino e o povo libanês. Israel não é Estado de Direito e jamais obedeceu a lei alguma, sempre em conluio com seu parceiro de crimes, os EUA.

As forças de ocupação israelenses já treinam para atacar o Irã

Dia 30 de julho, a mídia em Israel noticiou que as Forças de Ocupação Israelenses estavam em “treinamento militar na Romênia, em terreno montanhoso e de cavernas, semelhante aos túneis de montanha nos quais o Irã enterrou suas instalações nucleares. Seis aviadores israelenses morreram em acidente com um helicóptero Sikorsky “Yasour” CH-53 nas montanhas dos Cárpatos romenos, na 2ª-feira, 26/7. O acidente ocorreu na fase final de exercício conjunto de três exércitos, EUA-Israel-Romênia[1], em que se simulava um ataque ao Irã”.

A rede PressTV libanesa noticiou, dia 1º/8, que Israel ameaça abertamente bombardear as instalações nucleares iranianas há anos, mas “a probabilidade de ataque desse tipo aumentou significativamente, dada a crescente impaciência de Telavive com as sanções do Conselho de Segurança da ONU e dos EUA e outras medidas assemelhadas adotadas unilateralmente pelos EUA e pela União Europeia, que até agora não apresentaram o resultado esperado de alterar a posição de Teerã, de defender seu programa nuclear para fins pacíficos.”

Ouvem-se mais altos os tambores de guerra e o sinal é mais claro

Senadores dos EUA declararam, em uníssono, que as sanções contra o Irã não impedirão a República Islâmica de perseverar em suas “ambições nucleares” – em termos que leigos entendam: os políticos norte-americanos ‘exigem’ que o Irã pare de fazer o que o Irã já declarou incontáveis vezes que não está fazendo. Se o Irã não parar de fazer o que não está fazendo (i.e. fabricando bombas atômicas etc.), haverá consequências, incluído aí um cenário de Apocalipse, que interessa muito, é claro, a Israel.

Do senador dos EUA Joseph “Bombardeiem o Irã” Lieberman: “Considero profundamente importante que a liderança iraniana fanática entenda que falamos muito sério sobre o programa de bombas atômicas deles, e se dizemos que não aceitamos que o Irã se torne nuclear, não aceitamos e não aceitaremos – e podemos e faremos qualquer coisa para impedir que o Irã se torne nuclear. Depois virão as sanções, sanções violentas, sanções econômicas. Francamente, é a última chance que damos ao Irã de pouparem o mundo inteiro, inclusive os EUA, de terem de tomar uma dura decisão entre permitir um Irã nuclear e usar nosso poder militar para impedir que continuem nucleares.”

Do senador dos EUA Evan Bayh: “Temos de considerar a opção final, o uso da força para impedir o Irã de construir uma arma nuclear.”

De Leon Panetta, diretor da CIA: “Acho que as sanções terão algum impacto (…) Mas afastarão o Irã de suas ambições de alcançar capacidade nuclear? Provavelmente, não.”

Na reunião do G8, em julho, o presidente Obama declarou que o Irã teria prazo até setembro para aceitar as propostas internacionais que visam a impedir que a República Islâmica desenvolva armas nucleares. Setembro é o prazo final.

Os EUA não agirão sozinhos em guerra contra o Irã, nem nada leva a crer que os EUA declararão guerra ao Irã. Israel, que já provou sobejamente apoio integral ao terrorismo imperialista terá a tarefa de acender o pavio. Afinal de contas, quem impedirá a entidade sionista ilegal de fazer no Irã o que já fez no Líbano e em Gaza e faz em cada precioso palmo da terra palestina ocupada?

O Irã já se manifestou claramente, sem meias palavras, como tantas outras vezes. O embaixador do Irã à ONU, Mohammad Khazai, já disse que “se o regime sionista cometer qualquer agressão em território do Irã, incendiaremos todo o front dessa guerra que eles inventaram, e Telavive arderá.”

Setembro está perto e logo saberemos se Israel e EUA cumprirão, ou não, suas muitas ameaças. Todas as guerras provocadas por Israel ao longo de sua história de perversidades foram guerra de agressão ditas ‘preventivas’. O tempo dirá se tentarão acrescentar o Irã, como mais uma marca em pistola de matador. Se tentarem, saberão: foi a última vez.

[1] Sobre o acidente e esses exercícios militares, ver Robert Fisk, 2/8/2010, The Independent, em português “Israel já se meteu pela União Europeia adentro… e ninguém viu!”, no Blog O outro lado da notícia AQUI .

doestadoanarquista

A MENTIROSA veja e engula






http://www.advivo.com.br/index.php?q=sites/default/files/imagecache/imagens_blog/imagens/direitorespostaveja.jpg


Revista de esgoto é obrigada a publicar Direito de Resposta do PT

Direito de resposta do PT é publicado na revista Veja desta semana
Da "Desciclopédia"
Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a revista Veja publica na edição desta semana a resposta a acusações sem provas feitas contra o Partido dos Trabalhadores.






https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjS22I6nHSjOhu5Qsu8TCs5h5chwgV2g7U7SaS4GbSU8UUkFa9Gkz2cYoF_X89GHRC2gcFSbUl-6Zbt4VEwVfzgK1pE2VpACvAlYMp5Y2yVdWliJF5bsEmFMl21gYqlEAjU6IdPySaTbyIa/



A classe “C” vai eleger a Dilma.






A classe “C” vai eleger a Dilma.
E depois, o Berlusconi ?


Quem vem lá ? É a classe média !

Quem vem lá ? É a classe média !

Um fenômeno que os tucanos de São Paulo não perceberam foi, ao lado da ascensão das classes “D” e C” a partir de 2002 – clique aqui para ler “Como o Lula tirou o oxigênio do Serra” –, a despolitização dessa trajetória.

A Classe Média engordou sem precisar mover uma palha política.

Não foi a uma reunião de sindicato.

Não foi a uma reunião da associação dos moradores.

Não fez panelaço.

Não fez greve geral.

Não fechou o Palácio dos Bandeirantes.

Não cercou o Congresso.

Não botou a Globo para correr.

Os argentinos morrem de rir.

A Classe C engordou porque o Lula pôs alpiste.

Pagou um salário mínimo mais decente.

Remunerou os aposentados.

Fez o crédito consignado.

Pagou o Bolsa Família.

Botou a criançada para estudar.

Levou os negros e pobres às faculdades privadas, com o Pro Uni.

Abriu universidades.

Vai democratizar o acesso à faculdade com o ENEM (que o PiG boicota incansavelmente).

Deu Luz para Todas (que o Serra não sabe o que é).

O Lula vai criar 2 milhões de emprego este ano.

Clique aqui para ver a tabelinha que compra FHC com Lula e entenda uma das causas do choro do Serra.

O Lula foi um paizão.

Reproduziu o Vargas.

E é por isso que não há uma única Avenida Presidente Vargas em São Paulo.

Como não haverá uma Avenida Presidente Lula em São Paulo.

E aí, nessa despolitização, é que reside o problema.

Como diz o meu cunhado, o Dany, com quem almocei no excelente Alfaia, um português de Copacabana.

( O bolinho de bacalhau quica.)

O que mais impressiona o Dany é a absoluta despolitização do Brasil.

Logo, a despolitização deste impressionante fenômeno de mobilidade social.

A Classe Média é incapaz de perceber – observa o Dany – que a ascensão só foi possível porque uma houve uma importante vitoria política: o Lula tirou o oxigênio da neo-UDN, os tucanos de São Paulo, que se tornaram a locomotiva do atraso ideológico.

Dany observa, com razão, que boa parte de despolitização se deve ao papel destruidor da imprensa (aqui entrei eu, com o PiG (*), é claro), que além de ser reacionária é inepta.

Na Europa, como se sabe, há excelentes jornais que conciliam qualidade com conservadorismo.

Aqui, isso não aconteceu.

E se a classe média sobe sem saber por quê, o que acontece ?

Me perguntei no avião de volta, ao deixar o Rio maravilhoso para passar sob o Minhocão …

O que acontece ?

A classe média pode ir perfeitamente para o Berlusconi.

Aliás, a classe média é a massa com o Berlusconi faz a pizza.

E, como diz o Mino Carta, a Dilma não é metalúrgica.

Essa camada proletária, sindical será removida com o tempo.

E a classe média não se lembrará de associar a TV digital ao estádio da Vila Euclides.

(Seria exigir demais, não, amigo navegante ?)

Ou seja, o carisma do Lula passará a ser by proxy.

E quando o Golpe vier ?

Porque o Golpe contra presidentes trabalhistas sempre vem.

E quando o PiG (*) se associar a um Líder Máximo do Estado da Direita, que pode vir do Judiciário ?

Quem é que vai para a rua defender a Dilma ?

A Classe Média ?

O Globo, na página A10, em reportagem do sempre excelente José Meirelles Passos, bate na trave.

Mas não chega lá – ainda.

Já, já a Classe Média dá uma rasteira no Lula e no PT.

Quem mandou tirar o povo da rua ?

Tudo isso, se a Dilma não fizer nada.

Paulo Henrique Amorim

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

São Paulo, a última flor do fascio


por Fernando da Mota Lima – do Amálgama

Li na Terra Magazine uma entrevista concedida por Willian (sic) Godoy Navarro. Ele se pronuncia em nome de um nascente movimento de jovens supostamente contrário à migração. Digo supostamente porque o buraco é bem mais embaixo. O sentido real do que diz vai bem além de uma mera – e necessária, acrescento por conta própria – política de migração. O alvo é antes de tudo o migrante pobre nordestino. Em alguns momentos, interpelado pela repórter Ana Cláudia Barros, Willian tergiversa, reluta e até se contradiz. Mas o sentido substancial desse movimento é, sim, fascista.

Sei que este termo, barateado e até corrompido pelo excesso de uso e abuso, não é de entendimento unívoco. Por isso deixo bem claro o que quero dizer quando o emprego. Esse movimento é fascista por ferir os princípios fundamentais da democracia, por afrontar os direitos fundamentos de todos os brasileiros que não integrem o grupo em questão.

Como todo movimento inspirado na tradição do irracionalismo de direita, ele contém uma enxurrada de disparates, contradições e erros que agridem os fatos mais elementares da realidade que pretende criticar e corrigir. Por exemplo: os termos fundamentais envolvidos no movimento e na polêmica, pois o caldo já entornou no chão minado da polêmica, como seria inevitável, não têm nenhuma consistência. O que quer dizer cultura paulista? Ou nordestina? São Paulo se constituiu como uma mescla errática de gente de todas as procedências e culturas. Também o Nordeste, que a estupidez e o preconceito sulista reduzem a estereótipos grosseiros.

Willian Godoy afirma besteiras do tipo: foram os paulistas que fizeram a riqueza de São Paulo. E notem que é um dos moderados confessos do grupo. Imagino o que Fabiana, a extremista desse movimento, não diria. Diz ainda que São Paulo foi sempre um estado rico. Onde esse rapaz estuda, o que leu na vida? São Paulo era um fim de mundo na época em que Pernambuco e a Bahia constituíam o centro da riqueza colonial brasileira, que depois se deslocou para Minas.

Não lembro isso com o propósito de afirmar nenhuma superioridade regional, apenas para alertar a estupidez intolerante para o fato de que a produção de riqueza e desenvolvimento econômico independem de algum suposto caráter racial, regional, nacional ou coisa que o valha. São Paulo é evidentemente a força hegemônica do Brasil. Mas este fato não tem nada a ver com superioridades ou separações intolerantes como essas reivindicadas por esses jovens paulistas. As razões da hegemonia paulista podem ser explicadas em termos históricos e sociológicos que esses intolerantes deveriam ocupar-se em aprender, ao invés de se mobilizarem para organizar movimentos fascistas no Brasil.

Grande parte dos horrores do século 20, de resto um século de horrores, derivou de ideologias intolerantes, de movimentos que afrontaram e por pouco não destruíram as bases da civilização penosa e lentamente construídas sobre valores de tolerância e esclarecimento humanista. O racismo e outras formas de intolerância não são estranhos à nossa formação histórica. Como conceber a inexistência de racismo num país que desgraçadamente foi o último a abolir a escravidão, num país que ainda hoje retém em situações sociais rotineiras os vincos iníquos dessa herança maldita: o colonialismo e o escravismo? Mas como negar que felizmente nunca vivemos, em meio a nossos horrores irrefutáveis, os extremos do racismo e da intolerância política e religiosa observáveis na história de outros povos?

A julgar pelo açoite do feixe de varas brandido por esses belicosos e intolerantes paulistas, está a caminho um movimento empenhado em fechar fronteiras dentro do Brasil, em instituir um apartheid tropical. Como reconduzir cada brasileiro à sua região de origem? O presidente Lula, por exemplo, deve voltar para sua terrinha pernambucana? Chico César deve ser recambiado para Catolé do Rocha? Os japoneses e italianos devem ser expulsos de volta a seus países de origem? Se houvesse um pingo de coerência ideológica nesse movimento nefasto, aposto como nenhum dos 600 signatários do manifesto teria o direito de continuar vivendo em São Paulo, usufruindo a riqueza e a insanidade paradisíaca dos puros. A solução, portanto, é destruir São Paulo, pois nem o moderado Willian Godoy é portador dos traços de dignidade e pureza necessários à sobrevivência dessa cultura paulista ideal.

doestadoanarquista