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segunda-feira, agosto 09, 2010
domingo, agosto 08, 2010
Lula, Dilma e Mercadante para tirar São Paulo do atraso
Lula e Dilma ampliarão visitas a SP para impulsionar Mercadante
Objetivo é diminuir a vantagem de Serra sobre petista no Estado
Adriano Vizoni - 29.jun.10/Folhapress |
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO Com a intenção de impulsionar a campanha de Aloizio Mercadante (PT) ao governo paulista, o presidente Lula e a candidata à Presidência Dilma Rousseff vão ampliar agendas no Estado.
A estratégia deve ganhar corpo a partir da próxima semana. Está prevista na agenda da petista uma visita a São Bernardo do Campo, com Lula, no sábado, dia 14.
Mas a decisão de ampliar a presença da petista não visa só a campanha de Mercadante. "São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, claro que é importante para a definição do quadro nacional", disse o presidente do PT no Estado, Edinho Silva.
A ideia é que a presença intensificada de Dilma e Lula possa minimizar a vantagem que José Serra (PSDB), adversário de Dilma na corrida presidencial, leva nas pesquisas de intenção de votos em São Paulo. Segundo o último Datafolha, o tucano tem 44%, contra 30% da petista.
Na outra ponta, aliados da campanha de Mercadante esperam que a presença do presidente e de Dilma possa melhorar o desempenho do senador nas pesquisas de intenção de voto a governador.
No último levantamento do Datafolha, Mercadante estava 33 pontos percentuais atrás de Geraldo Alckmin (PSDB). O tucano aparecia com 49% das intenções, enquanto o petista tinha 16%. "O presidente Lula já havia me dito que iria dar prioridade a São Paulo na reta final", afirmou Mercadante.
O candidato também brincou com declarações de Dilma durante o debate na Band: "Agora só falo como ela. Tenho muito orgulho de ter sido líder do Lula no Senado, e do nosso governo".
dosinimigosdojoseserra
Por que persiste a Igreja-Poder?
POR QUE PERSISTE A IGREJA-PODER?
Vou abordar um tema incômodo, mas incontornável: como pode a instituição-Igreja, como a descrevi num artigo anterior, com características autoritárias, absolutistas e excludentes se perpetuar na história? A ideologia dominante responde: “só porque é divina”.
Na verdade, este exercício de poder não tem nada de divino. Era o que Jesus exatamente não queria. Ele queria a hierodulia (sagrado serviço) e não a hierarquia (sagrado poder). Mas esta se impôs através dos tempos.
Instituições autoritárias possuem uma mesma lógica de autoreprodução. Não é diferente com a Igreja-instituição. Em primeiro lugar, ela se julga a única verdadeira e tira o título de “igreja” a todas as demais. Em seguida cria-se um rigoroso enquadramento: um pensamento único, uma única dogmática, um único catecismo, um único direito canônico, uma única forma de liturgia.
Não se tolera a crítica nem a criatividade, vistas como negação ou denunciadas como criadoras de uma Igreja paralela ou de um outro magistério.
Em segundo lugar, se usa a violência simbólica do controle, da repressão e da punição, não raro à custa dos direitos humanos. Facilmente o questionador é marginalizado, nega-se-lhe o direito de pregar, de escrever e de atuar na comunidade. O então Card. Joseph Ratzinger, Presidente da Congregação para a Doutrina da Fé, em seu mandato, puniu mais de cem teólogos.
D. Helder Câmara
Nesta mesma lógica, pecados e crimes dos sacerdotes pedófilos ou outros delitos, como os financeiros, são mantidos ocultos para não prejudicar o bom nome da Igreja, sem o menor sentido de justiça para com as vítimas inocentes.
Em terceiro lugar, mitificam-se e quase idolatram-se as autoridades eclesiásticas principalmente o Papa que é o “doce Cristo na Terra”. Penso eu lá com meus botões: que doce Cristo representava o Papa Sérgio (904), assassino de seus dois predecessores ou o Papa João XII (955), eleito com a idade de 20 anos, adúltero e morto pelo marido traído ou, pior, o Papa Bento IX (1033), eleito com 15 anos de idade, um dos mais criminosos e indignos da história do papado, chegando a vender a dignidade papal por 1000 liras de prata?
Em quarto lugar, canonizam-se figuras cujas virtudes se enquadram no sistema, como a obediência cega, a contínua exaltação das autoridades e o “sentir com a Igreja (hierarquia)”, bem no estilo fascista segundo o qual “o chefe (o ducce, o Führer) sempre tem razão”.
Em quinto lugar, há pessoas e cristãos com natureza autoritária, que acima de tudo apreciam a ordem, a lei e o princípio de autoridade em detrimento da lógica complexa da vida que tem surpresas e exige tolerância e adaptações. Estes secundam esse tipo de Igreja bem como regimes políticos autoritários e ditatoriais.
Aliás, há uma estreita afinidade entre os regimes ditatoriais e a Igreja-poder como se viu com os ditadores Franco, Salazar, Mussolini, Pinochet e outros. Padres conservadores são facilmente feitos bispos e bispos fidelíssimos a Roma são promovidos, fomentando a subserviência. Esse bloco histórico-social-religioso se cristalizou e garantiu a continuidade a este tipo de Igreja.
Em sexto lugar, a Igreja-poder sabe do valor dos ritos e símbolos pois reforçam identidades conservadoras, pouco zelando por seus conteúdos, contanto que sejam mantidos inalteráveis e estritamente observados.
Em razão desta rigidez dogmática e canônica, a Igreja-instituição não é vivida como lar espiritual. Muitos emigram. Dizem sim ao cristianismo e não à Igreja-poder com a qual não se identificam. Dão-se conta das distorções feitas à herança de Jesus que pregou a liberdade e exaltou o amor incondicional.
Não obstante estas patologias, possuímos figuras como o Papa João XXIII, Dom Helder Câmara, Dom Pedro Casaldáliga, Dom Luiz Flávio Cappio e outros que não reproduzem o estilo autoritário, nem apresentam-se como autoridades eclesiásticas mas como pastores no meio do Povo de Deus.
Apesar destas contradições, há um mérito que importa reconhecer: esse tipo autoritário de Igreja nunca deixou de nos legar os evangelhos, mesmo negando-os na prática, e assim permitindo-nos o acesso à mensagem revolucionária do Nazareno. Ela prega a libertação mas geralmente são outros que libertam.
Leonardo Boff é teólogo e escritor.
Betinho
A ignorância e a desinformação sôbre CUBA
Impressões sobre Cuba - O terrorismo contra uma ilha que só quer ser independente e feliz
docomtextolivre
De que serve a bondade
Se os bons são imediatamente liquidados,ou são liquidados
Aqueles para os quais eles são bons?
De que serve a liberdade
Se os livres têm que viver entre os não-livres?
De que serve a razão
Se somente a desrazão consegue o alimento de que todos necessitam?
2
Em vez de serem apenas bons,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne possível a bondade
Ou melhor:que a torne supérflua!
Em vez de serem apenas livres,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que liberte a todos
E também o amor à liberdade
Torne supérfluo!
Em vez de serem apenas razoáveis,esforcem-se
Para criar um estado de coisas que torne a desrazão de um indivíduo
Um mau negócio.
tony blair ta livre lucrando com o banho de sangue
Tony Blair deve ser processado
John Pilger
Tony Blair deve ser processado, não perdoado como o seu mentor Peter Mandelson. Ambos produziram memórias auto-justificadoras pelas quais lhes foram pagas fortunas. A de Blair aparecerá no próximo mês e ele ganhou com ela £4,6 milhões [€5,2 milhões]. Agora considere a Lei das Receitas de Crime (Proceeds of Crime Act) britânica. Blair concebeu e executou uma guerra de agressão não provocada contra um país indefeso, o que em 1946 os juízes de Nuremberg descreveram como o "supremo crime de guerra". Isto provocou, de acordo com estudos académicos, as mortes de mais de um milhão de pessoas, um número que excede a estimativa das mortes no genocídio de Ruanda elaborada pela Fordham University.
Além disso, quatro milhões de iraquianos foram forçados a fugir dos seus lares e a maioria das crianças caiu na desnutrição e no trauma. As taxas de cancro perto das cidades de Faluja, Najaf e Bassorá (esta última "libertada" pelos britânicos) revelam-se agora mais elevadas do que aquelas em Hiroshima. "Forças do Reino Unido utilizaram cerca de 1,9 toneladas métricas de munições de urânio empobrecido na guerra do Iraque em 2003", disse em 22 de Julho o secretário da Defesa Liam Fox no parlamento. Um conjunto de armas "anti-pessoais" tóxicas, tais como bombas de estilhaçamento, foi empregue pelas forças britânicas e americanas.
Tal carnificina foi justificada com mentiras que foram reiteradamente denunciadas. Em 29 de Janeiro de 2003 Blair disse ao parlamento: "Sabemos de ligações entre a al-Qaida e o Iraque...". No mês passado, o antigo chefe do serviço de inteligência, MI5, Eliza Manningham-Buller, declarou no inquérito Chilcot: "Não há inteligência crível a sugerir aquela conexão ... [foi a invasão] que deu a Osama bin Laden a sua jihad no Iraque". Perguntada em que medida a invasão exacerbou a ameaça de terrorismo para a Grã-Bretanha, ela respondeu: "Substancialmente". As bombas em Londres a 7 de Julho de 2005 foram uma consequência directa das acções de Blair".
Documentos divulgados pelo Supremo Tribunal mostram que Blair permitiu que cidadãos britânicos fossem sequestrados e torturados. O então secretário do Exterior, Jack Straw, decidiu em Janeiro de 2002 que Guantanamo era o "melhor meio" para assegurar que cidadãos do Reino Unidos fossem "mantidos em segurança".
Ao invés de remorso, Blair tem demonstrado uma cobiça voraz e secreta. Desde a sua demissão como primeiro-ministro em 2007, ele acumulou uma quantia estimada em £20 milhões [€ 22,7 milhões], grande parte dela em resultado dos seus laços com a administração Bush. O Comité Consultivo sobre Nomeações de Negócios da Casa dos Comuns, o qual verifica empregos assumidos por antigos ministros, foi pressionado a não tornar pública a "consulta" de Blair sobre acordos com a família real do Kuwait e a gigante petrolífera sul coreana UI Energy Corporation. Ele obtém £2 milhões [€2,27 milhões] por ano a "aconselhar" o banco de investimento americano J. P. Morgan e somas não reveladas de companhias de serviços financeiros. Ele ganha milhões com discursos, incluindo confirmadamente £200 mil [€227 mil] por um feito na China.
No seu papel não pago mas rico de despesas como "enviado de paz" do Ocidente no Médio Oriente, Blair é, com efeito, um porta-voz de Israel, o qual lhe concedeu um "prémio da paz" de US$ 1 milhão [€ 700 mil]. Por outras palavras, a sua riqueza cresceu rapidamente desde que lançou, com George W. Bush, o banho de sangue no Iraque.
Os seus colaboradores são numerosos. Em Março de 2003 o Gabinete ficou a saber bastante acerca da conspiração atacar o Iraque. Jack Straw, posteriormente nomeado "secretário da justiça", suprimiu as minutas relevantes do Gabinete em desafio a uma ordem do Comissário da Informação para divulgá-las. A maior parte daqueles agora a concorrerem pela liderança do Partido Trabalhista apoiaram o crime impressionante de Blair, levantando-se todos em conjunto para saudar a sua aparição final nos Comuns. Quando era secretário do Exterior, David Miliband procurou encobrir a cumplicidade britânica na tortura e promoveu o Irão como a "ameaça" seguinte.
Jornalistas que antes bajulavam Blair como "místico" e amplificaram seus ditos arrogantes agora pretendem que foram críticos seus desde o princípio. Quanto à burla dos media em relação ao público, só David Rose do Observer, para honra sua, pediu desculpas. As revelações do Wikileaks, divulgadas com o objectivo moral da verdade com justiça, têm sido estimulantes para um público alimentado à força para a cumplicidade, o jornalismo de lobby. Prolixos historiadores célebres como Niall Ferguson, que se regozijou com o rejuvenescimento de Blair do imperialismo "iluminado", permanecem silenciosos sobre a "evasão moral", como escreveu Pankaj Mishra, "daqueles pagos para interpretar inteligentemente o mundo contemporâneo".
Será lavagem cerebral pensar que Blair será agarrado pelo colarinho? Assim como o governo Cameron entende a "ameaça" de uma lei que torna a Grã-Bretanha uma paragem arriscada para criminosos de guerra israelenses, um risco semelhante aguarda Blair num certo número de países e jurisdições, pelo menos de ser detido e interrogado. Ele agora é o Kissinger da Grã-Bretanha, que há muito tem de planear as suas viagens para fora dos Estados Unidos com os cuidados de um fugitivo.
Dois eventos recentes dão mais peso a isto. Em 15 de Junho, o Tribunal Penal Internacional tomou a decisão memorável de acrescentar a agressão à sua lista de crimes de guerra a serem processados. Esta é definida como um "crime cometido por um líder político ou militar o qual pelo seu carácter, gravidade e escala constitui uma violação manifesta da Carta [das Nações Unidas]". Juristas internacionais descrevem isto como um "salto gigantesco". A Grã-Bretanha é signatária do estatuto de Roma que criou o tribunal e está obrigada a cumprir as suas decisões.
Em 21 de Julho, o vice-primeiro-ministro Nick Clegg, nos Comuns, declarou ilegal a invasão do Iraque. Apesar da "clarificação" posterior de que estava a falar pessoalmente, ele fez "uma declaração em que o tribunal internacional estaria interessado", disse Philippe Sands, professor de direito internacional no University College London.
Tony Blair veio das classes médias-altas britânicas as quais, tendo-se regozijado na sua untuosa ascendência, pode agora reflectir sobre os princípios de certo e errado que exigem dos seus próprios filhos. O sofrimento das crianças do Iraque permanecerá um espectro a assombrar a Grã-Bretanha enquanto Blair permanecer livre para lucrar.
O original encontra-se em http://www.johnpilger.com/page.asp?partid=583
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .