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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, setembro 19, 2010

USA falido






Michael Hudson: “Modelo econômico dos EUA está falido”


Segundo o economista norte-americano, os EUA impulsionaram um modelo econômico que está falido e, com o advento da mais recente crise econômica global, cabe agora aos países que compõem o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) usar sua força conjunta para colocar em marcha um modelo alternativo: “Quando o EUA diz que os países do Bric ainda têm espaço para aumentar suas dívidas, o que quer dizer é que estes países ainda têm minas que podem ser vendidas e ainda têm florestas que podem ser cortadas. Nos próximos anos, o Norte vai fazer o máximo possível para pegar os seus recursos”, disse Hudson, durante seminário promovido pelo CDES em Brasília.

BRASÍLIA - “No cinema, nós já tínhamos o Michael Moore. Agora, na economia, temos o Michael Hudson”. A brincadeira feita pelo conselheiro Jacy Afonso de Melo revela o impacto causado pela intervenção do economista e professor da Universidade do Missouri na quinta-feira (16), durante sua participação em um seminário internacional promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) em Brasília. Hudson, um ex-economista de Wall Street, mereceu repetidos aplausos dos participantes do seminário ao apresentar, assim como o xará cineasta, um ponto de vista ácido e crítico sobre o modelo econômico de seu país.

Segundo o economista norte-americano, os Estados Unidos impulsionou “um modelo econômico que está falido” e, com o advento da mais recente crise econômica global, cabe agora aos países que compõem o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) usar sua força conjunta para colocar em marcha um modelo alternativo: “Quando o EUA diz que os países do Bric ainda têm espaço para aumentar suas dívidas, o que quer dizer é que estes países ainda têm minas que podem ser vendidas e ainda têm florestas que podem ser cortadas. Nos próximos anos, o Norte vai fazer o máximo possível para pegar os seus recursos”, disse Hudson, em uma de suas muitas frases de impacto.

Hudson afirmou que o governo norte-americano passou 50 anos obrigando os países em desenvolvimento a contrair empréstimos que, na verdade, tinham como objetivo principal a criação de uma infra-estrutura que facilitasse a exportação de grãos, minério e outras matérias-primas para os EUA: “Mais tarde, em sua fase neoliberal, o governo dos EUA perguntou: por quê vocês, para pagar as dívidas que contraíram conosco, não vendem as estradas e portos que construíram com o dinheiro que emprestamos?”, concluiu.

Instituições como o FMI e o Banco Mundial, na visão de Hudson, foram criadas com o objetivo de fazer com que os países em desenvolvimento dependessem dos EUA. Segundo o economista, a adoção do dólar como moeda de parâmetro para a economia mundial foi, ao lado do que qualificou como “dependência militar”, o principal fator de fortalecimento para a hegemonia norte-americana: “Por isso, os Brics podem criar novas estruturas econômicas que não sejam baseadas no poder militar dos EUA”, disse.

Hudson citou o exemplo da China, “a quem os EUA só deixam gastar sua riqueza para comprar bônus do Tesouro americano”, para afirmar que o Brasil, fortalecido pela travessia sem grandes traumas da crise econômica global, pode seguir outro caminho: “O Brasil pode criar os seus próprios créditos, e vocês não precisam de moeda estrangeira para fazer a economia funcionar”.

Novo sistema financeiro
Além de Michael Hudson, outros palestrantes estrangeiros analisaram a conjuntura econômica mundial. Também norte-americano e pesquisador da Universidade do Missouri, Larry Randall Wray pregou a necessidade de criação de um novo sistema financeiro internacional: “Esse sistema deve ter um mecanismo de pagamento sólido e seguro, promover empréstimos menos longos, adotar um mecanismo de financiamento imobiliário sólido e um ativo de capitais a longo termo”, disse Wray, acrescentando que “esses ajustes não precisam ser feitos necessariamente pelo setor privado”.

Diretor do Observatório Francês de Conjunturas Econômicas (OFCE), Xavier Timbeau defendeu a adoção de programas de renda-mínima pelos países em desenvolvimento: “Precisamos adotar novos indicadores de riqueza que não sejam meramente econômicos. Não digam que para reduzir a pobreza basta aumentar o crescimento da economia” disse o economista francês.

O economista mexicano Julio Boltvinick também sugeriu “uma abordagem crítica sobre o paradigma dominante que reduz o bem-estar humano ao bem-estar econômico” e defendeu a adoção de novos conceitos de bem-estar: “Riqueza por si só gera poder, mas não gera necessariamente bem-estar”. Boltvinick defendeu ainda a criação de um índice de progresso social e a adoção de um indicador de tempo livre como formas de medir a desigualdade social em cada país: “Uma sociedade justa tem um tempo livre igualitário”.
*Turquinho

Galbraith diz que progresso social do Brasil é impressionante

"É impressionante. Funciona e é algo que deve ser compreendido pelo resto do mundo. Em toda a minha vida, esta é a primeira vez que o resto do mundo está olhando para a América do Sul e para o Brasil como exemplo de algo que funcionou. A população tem aceitado e essa, a meu ver, é a coisa certa a se fazer". As afirmações são do economista James Galbraith, que participou de um seminário promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, em Brasília. Em entrevista à Carta Maior, Galbraith analisa a situação da economia mundial e elogia as políticas de combate às desigualdades sociais em curso no Brasil e em outros países da América Latina.

Respeitado internacionalmente por seu posicionamento frente às questões econômicas mundiais, o economista James Galbraith, de passagem por Brasília para participar do Seminário Internacional sobre Governança Global, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conversou com a Carta Maior sobre crise, desenvolvimento e capitalismo. Confira:

Na sua opinião, estamos assistindo ao desenvolvimento de um novo ciclo da economia mundial?

JAMES GALBRAITH: Certamente estamos observando um novo ciclo, mas se será caracterizado por desenvolvimento, ainda não está claro. Isso depende da capacidade da comunidade internacional de moldar o caminho futuro da mudança econômica com uma visão estratégica apropriada. Até então, não temos visto isso. O que vemos – e refiro-me aqui aos Estados Unidos e à Europa, que estão no centro da crise – é um esforço para fazer as coisas voltarem ao que eram e fazer com que instituições falidas voltem a funcionar nos mesmos padrões de antes da crise.

O desapontamento que estamos testemunhando com os resultados da economia, me parece ter bastante a ver com o fato de que essa estratégia simplesmente não vai funcionar. Não é um método realista. Não estou separando a crise dos EUA da europeia. O que aconteceu com a Europa foi uma corrida por qualidade. Venderam os bounds e outros investimentos que acharam arriscados. Pensaram que a Grécia, Portugal e Irlanda eram arriscados e compraram títulos do tesouro americano. Fizeram isso porque outros investimentos que tinham, como os relacionados ao mercado imobiliário americano, perderam valor. Então, tentaram proteger sua posição. Não é que tenham descoberto algum ruim sobre a Grécia – todos os investidores sabem há décadas que a Grécia tem problemas: o país não cobra taxas dos ricos e tem os serviços muito amplos e ineficientes –. Isso não é segredo. A verdade é que no ciclo da economia, nos bons tempos você empresta dinheiro para países fracos e nos ruins, para de emprestar. Foi o que aconteceu com a Grécia. Tiraram os investimentos não porque descobriram algo novo sobre o país, mas devido ao que aconteceu nos EUA.

Especialistas dizem que os Estados Unidos estão prestes a sofrer uma nova crise econômica. O que o senhor pensa a respeito?

JG: Acho que ainda estamos trabalhando em um mesmo processo, que na verdade foi tornado inevitável há vários anos devido à falta de habilidade para regular e controlar o sistema financeiro. Isso levou primeiro ao boom, depois à crise e como consequência disso haverá um longo período para saldar as dívidas. E isso é muito mais complicado do que no caso dos países da América Latina nos anos 80. Nesse caso, tinha-se uma única fonte de empréstimo e quando se negociava com ela, vamos dizer bancos internacionais, estava resolvido. Era apenas uma questão de chegar a um ponto em que os bancos concordassem em fazer um acordo ou se o Tesouro Americano estava preparado para enconrajá-los a fazer um acordo, e isso aconteceu em 1989.

Na situação atual, existem milhões de fontes de empréstimo e milhares de credores, porque o financimento imobiliário foi dividido, segurizado e cortado em pedaços e agrupado com todos os outros instrumentos complicados. Então a dificuldade de se chegar a um acordo é muito grande. De fato, em termos práticos, não vai ser possível. O que vai acontecer é que as pessoas vão evitar fazer novos financiamentos. É o que elas vão fazer. O banco é dono da casa, a família vai para algum outro lugar.

O Brasil conseguiu escapar aos efeitos mais perversos das últimas crises. Isso aconteceu porque o governo agiu certo ou foi mera sorte de país emergente?

JG: Nos últimos dez anos, o Brasil tem buscado uma política de incremento, mudanças institucionais e desenvolvimento. Criou um sistema financeiro com inúmeras alternativas aos bancos comercias e completou o ciclo de circulação econômica, aumentando o poder de compra das classes mais pobres. E isso funciona. Há dois países no mundo nos quais você vê um mercado de redução da pobreza extrema: a China é um e o Brasil é outro. A situação da China se aplica apenas a ela. O legado histórico e institucional da China não é algo que alguém adotaria de maneira voluntária: a Revolução Cultural. O que eles fizeram é incrivel, mas tendo como preço um enorme sofrimento e uma sociedade que não é livre.

O Brasil fez isso sob uma democracia funcional, construído sobre princípios sociais essencialmente democráticos que tem sido atacados ininterruptamente por ideólogos neoliberais nos ultimo 30 anos. Ainda assim, aqui observamos, às sombras do modelo econômico da última década, um exemplo de que essa política acarretou um progresso social indiscutível e, mais do que isso, parece ser bem popular. A população tem aceitado e essa, a meu ver, é a coisa certa a se fazer. É impressionante. Funciona e é algo que deve ser compreendido pelo resto do mundo. Em toda a minha vida, esta é a primeira vez que o resto do mundo está olhando para a América do Sul e para o Brasil como exemplo de algo que funcionou.

Em sua apresentação o senhor disse que as pessoas tem uma ideia muito romântica acerca do capitalismo. Como isso ocorre?

JG: Particularmente nos EUA existe, no momento, um discurso político com uma tendência para descrever o país como liberal e com um mercado livre, no sentido da economia capitalista europeia. Isso é uma besteira. Não corresponde aos EUA no qual a população vive. O grande capitalismo liderado pelos bancos e instituições financeiras entrou em colapso em 1929.

A partir do início dos anos 30 o país foi reconstruído, tornando-se totalmente diferente, com um modelo que tinha um forte elemento de companhias privadas, mas no qual instituições cruciais foram estabelecidas por autoridades públicas, pelo New Deal. Nós temos a previdência social, a administração pública de trabalho, o conselho de monitoramento, a autoridade de Tenesee Valley, as indústrias públicas de administração, e poderíamos continuar conversando por muito tempo sobre como o país foi consruído nas décadas de 1930 e 1940. Isso levou a um periodo de prosperidade relativamente estável durante os anos de 1950 e 1960, até chegar à década de 1970.

O que aconteceu depois disso foi um esforço feito por Reagan, e particularmente por Bush (filho), de estabelecer o mundo que existia antes de 1929. Ter um país no qual o verdadeiro poder estava nas mãos do setor financeiro privado. Nessa escolha, existem duas realidades: a primeira é que haverá uma ascensão e queda muito rápidas. E a outra é que eles ainda não desmembraram as instituições existentes dos anos 1930 aos 1960. Então ainda temos previdência social, MedCare... ainda temos grandes instituições que estabilizam a economia e que funcionam. Essa é a razão para a crise não ter sido tão violenta quanto a de 1929. A taxa de desemprego chegou a 10% e não a 25%. O que é chamado de capitalismo não tem sido capitalismo. Esse, ao longo da minha vida, eu não conheci.

*CartaMaior

2010

EUA: a pobreza bate à porta


Do Direto da Redação:

O american way of life não é mais aquele. A pobreza no país de Tio Sam é crescente e os dados do Censo estão aí mesmo para confirmar esse panorama sombrio. Pelo terceiro ano consecutivo, a taxa de pobreza nos EUA seguiu em curva ascendente e quebrando recordes.

Na quinta-feira, o Censo informou que o índice de pobreza em 2009 foi o maior desde que o governo passou a divulgar essa estatistica há mais de meio século. Os EUA têm hoje 43,6 milhões de pessoas vivendo em estado de pobreza. Em 2008, os pobres eram 39,8 milhões. Isso significa que um em cada sete americanos está sem emprego formal, sobrevivendo de pequenos bicos, quando os encontra, ou de alguma ajudinha do governo, como os restaurantes públicos onde a comida é grátis para os descamisados. Um duro retrato da crise que se tornou aguda a partir de 2007.

Outro dado divulgado pelo Censo: 51 milhões de americanos não têm seguro-saúde. Um tremendo complicador porque os hospitais não podem deixar de atender quem necessita de socorro médico. No fim quem paga a conta é o governo.

Os índicadores negativos da economia se acumulam. No último mês de agosto, o número de proprietários que perderam suas casas para os bancos por falta de pagamento (foreclosure) bateu um recorde, segundo dados de uma das maiores empresas de real state do país: 1.2 milhão de casas foram retomadas pelos bancos e mais 3.2 milhões de propriedades seguem o mesmo destino. Somente em agosto 338.836 proprietários perderam suas casas, 4% acima de julho. Traduzindo em miúdos: uma em cada 381 casas nos EUA está em processo de foreclosure ou retomada ou repossession.

Na raiz do problema a alta taxa de desemprego, o corte nos salários, as exigências colocadas pelos bancos para financiamentos imobiliários e principalmente o equity negativo das casas, ou seja, o saldo devedor da hipoteca maior do que o valor de mercado.

Pra se ter uma idéia. Quem comprou imóvel no final de 2006 / inicio de 2007 nos EUA está com um mico preto nas mãos e dele quer se livrar a qualquer preço, ou melhor, sem pagar nada. Com a desvalorização de seus imóveis, em torno de 50% em relação ao preço de compra, milhões de proprietários se conscientizaram de que devem suspender os pagamentos e aguardar que o banco retome a propriedade, processo que pode durar até dois anos no qual ele mora de graça.

Uma jogada de risco porque, ao mesmo tempo em que ele junta debaixo do colchão o dinheiro que deixa de pagar ao emprestador, ele se torna insolvente e seu crédito vai para o espaço. Daqui a pouco, quando tiver que deixar a casa, ele terá dificuldade para alugar uma outra porque seu credit score está baixo.

Esse é um pequeno retrato de um grande drama que vive a nação que já foi a mais rica do planeta.

Enquanto isso, a nova extrema direita da política norte-americana (Tea Party), o grupo mais radical do Partido Republicano, que tem na ex-candidata a vice, Sarah Palin (foto), sua principal liderança, comemora e torce pelo quanto pior melhor. O discurso do Tea Party, que em tom patriótico prega a volta do país às suas origens, encontra terreno fértil no quadro de miséria e declínio da renda de milhões de americanos e isso vai ter influência decisiva no resultado das eleições de novembro, sobretudo depois que pesquisas mais recentes indicam que a aceitação de Obama caiu a menos de 50%. Pouca gente se lembra da herança maldita que ele recebeu de seu antecessor.

Os democratas estão acuados e o fantasma da perda da maioria no Parlamento assusta os corredores da Casa Branca que certamente já está pensando qual a estratégia de governo que adotará caso isso realmente se concretize, como tudo indica.

*estadoanarquista


MERCADANTE São Paulo precisa ser resgatada



Lula em comício: "Mercadante pode fazer muito mais por SP"


Mais de 10 mil pessoas lotaram neste sábado (18/9) o tradicional Largo do Rosário, em Campinas, para ver Lula, Dilma e Mercadante. “É questão de honra eleger esse companheiro governador. São Paulo não pode ter retrocesso”, disse o presidente Lula de mãos dadas com Mercadante. “Esse companheiro pode fazer muito mais”. O presidente Lula criticou a má qualidade da Educação no Estado. “Aqui em São Paulo é uma vergonha: 82% dos jovens universitários estudaram em escola privada. O ProUni colocou 136 mil jovens da periferia nas universidades”.
Aloizio Mercadante lembrou que o Largo do Rosário faz parte de sua trajetória política. “O meu primeiro ato público foi aqui em 1976 pela redemocratização do Brasil”. Mercadante, que morou e estudou em Campinas, apresentou projetos para melhorar a região. “Quero ser o parceiro que Campinas nunca teve nesses 16 anos de PSDB. Acabar com os 21 pedágios que tem na região, fazer o trem-bala e cuidar da segurança”.
Ao lado da candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff, Lula enfatizou no comício em Campinas a importância de eleger para o Senado Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula (PC do B), e uma bancada de deputados estaduais e federais para ajudar Dilma na presidência e Mercadante no governo paulista.




PRESIDENTE LULA MOBILIZA 30 MIL PESSOAS EM CAMPINAS E CONVOCA A RESISTÊNCIA AO GOLPISMO MIDIÁTICO

Carta Maior

"...nós não vamos derrotar apenas os blocos adversários tucanos, nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como se fossem partido político e não têm coragem de dizer que são partido político e têm candidato...

Eu estive lendo algumas revistas que vão sair essa semana, sobretudo uma que eu não sei o nome dela. Parece "óia” ... destila ódio e mentira. Ódio...
Latuff
Tem dia que determinados setores da imprensa brasileira chegam a ser uma vergonha. Se o dono do jornal lesse o seu jornal e o dono da revista lesse a sua revista, eles ficariam com vergonha do que eles estão escrevendo exatamente neste instante. E eles falam em democracia...

Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública...Eles não suportam escrever que a economia brasileira vai crescer 7% este ano, não se conformam é que um metalúrgico vai criar mais emprego que presidentes elitistas que governaram este País. Não tem nada que faça um tucano sofrer mais do que a gente provar que eles têm um bico muito grande para falar e um bico pequeno para fazer..."

*esquerdopata

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Lula é indicado ao prêmio Nobel da Paz

A agência de notícias Efe acaba de divulgar que o Pesidente Lula está entre os candidatos ao Prêmio Nobel da Paz.
O norueguês Stein Tonnesson, diretor do Instituto Internacional para a Investigação da Paz, teria confirmado a indicação de Lula. A divulgação dos premiados será em outubro.
Em fevereiro, o jornal francês 'Le Monde' já havia antecipado a indicação de Lula, mas o Instituto Nobel, por tradição não divulga a lista oficial dos candidatos.
Nesta sexta-feira, o diretor do Instituto Nobel, Geir Lundestad, informou que há 165 personalidades e instituições propostas para o prêmio.
Stein Tonnesson afirmou ao 'Le Monde' em fevereiro que a vitória de um político sul-americano que luta contra as desigualdades sociais é muito provável. Principalmente se esse político for o Presidente Lula..
A EFE informou que Tonnesson disse que Berge Furre, membro do Comitê Nobel da Paz, é um grande admirador do presidente brasileiro.

Amigos do Presidente Lula

Lula: “A opinião pública somos nós”







Durante toda essa campanha, destaquei que a nossa força é a verdade ao nosso lado. E a melhor coisa é poder dizer a verdade por inteiro, sem meias palavras, sem os punhos de renda que tanto agradam a elite. O presidente Lula tem tido um papel fundamental nesse sentido. Seus discursos são cada vez melhores, mais claros e mais diretos, falando ao povo o que é importante de ser dito.

Nesse momento em que a mídia tenta salvar Serra e derrubar Dilma se valendo dos recursos mais rasteiros, Lula apontou no comício de hoje em Campinas quem são os inimigos do povo. E não atacou apenas as elites de uma forma geral e os tucanos, mas denunciou claramente o papelão que a imprensa vem fazendo por não tolerar as mudanças que o país vem passando.

“A imprensa chega a ser uma vergonha. Não suportam ver que a economia vai crescer 7% esse ano, não suportam que a gente tenha gerado 15 milhões de empregos com carteira assinada, não suportam que os pobres não aceitem mais o tal formador de opinião. Não suportam que o povo pense com suas própria cabeça e ande com suas próprias pernas. Nós somos a opinião pública e nós mesmos nos formamos”, disse Lula, comprando a briga que Dilma ainda não pode comprar.

Lula recomendou a Dilma e a Mercadante que não percam o humor diante dos ataques que estão sofrendo. “Deixa que eu perco”, brincou. “Tem uma revista aí, que não sei o nome, parece Olha, no Nordeste seria zóia, que instila ódio e mentira. Mas nas eleições não vamos derrotar só os tucanos, vamos derrotar alguns jornais e algumas revistas que são como partidos e não têm coragem de dizer que têm candidato.”

Lula disse que esses veículos querem parecer democratas, mas “democrata é esse governo, que não censura. Quem vai censurá-los é o povo, que vai definir o que presta e o que não presta.”

Lula procurou deixar clara a diferença entre os donos dos meios de comunicação e os jornalistas, mas fez um alerta aos jornalistas presentes ao comício, que nem sempre parecem perceber claramente o que está em jogo. “Dono de jornal tem lado. Não existe ninguém neutro”, advertiu o presidente.

Lula está tomado de uma ira santa e dando nome aos bois. Ele é o principal baluarte dessa campanha. E nós aqui, da nossa tricheira permanente, combatemos a seu lado para que o país não retroceda mais ao período em que se desvencilhou de si mesmo, olhou para fora e não para seu povo e quase liquidou um patrimônio construído com o sangue e o suor dos que amam verdadeiramente o Brasil.

Tijolaço

Não querem só calar Carta Capital. Querem matá-la






Não querem só calar Carta Capital. Querem matá-la

Os donos da grande mídia no Brasil adoram montar seminários para dizer que a liberdade de imprensa está ameçada no país. Seus argumentos são ridídulos e nem mesmo eles acreditam nisso, tanto que ousam as maiores irresponsabilidades com a certeza de que nada lhes acontecerá. Jornalistas estrangeiros, que trabalham em veículos respeitáveis, afirmam que o Brasil desfruta de uma liberdade de imprensa difícil de ver em outros lugares.

Se alguém acredita no apreço que esse grupo tem pela liberdade de imprensa ,veja o que acontece agora, quando a revista Carta Capital é intimada por ofício da procuradora eleitoral Sandra Cureau a apresentar a relação da publicidade e dos valores recebidos do governo federal em 2009 e 2010. Ninguém deu um pio. Pior ainda, nem uma linha. O assunto só circulou na blogosfera, já que a grande mídia tenta aparentar que Carta Capital não existe.

Se tal medida fosse tomada em relação à Veja ou Folha de S.Paulo, por exemplo, todos os jornais estariam escrevendo editoriais, o instituto Millenium já teria convocado o Reinaldo Azevedo e o Jabor para bradarem contra censura e o totalitarismo no país e a Sociedade Interamericana de Imprensa alardearia o fato além das nossas fronteiras.

É claro que dessa turma não podemos esperar nada. Mas temos que exigir que a sociedade e principalmente os órgãos de classe se manifestem. Cadê a Associação Brasileira de Imprensa? Onde estão os sindicatos de jornalistas? A Ordem dos Advogados do Brasil? É preciso denunciar a tentativa de censura que fazem a um veículo da imprensa brasileira que ousa desafiar a voz comum e pratica um jornalismo de personalidade e qualidade únicos.

Disse mais cedo: quem cria um estado de intimidação e vassalagem no Brasil não é o Estado, mas o statablishment, o poder empresarial.

Mino Carta, diretor de redação da Carta Capital, não pode ficar se defendendo sozinho, embora tenha talento bastante para isso, como ao responder a Bob Fernandes, do Terra Magazine, sobre a intenção do ofício da dra. Cureau. “A senhora Cureau entende que nós somos comprados pelo governo federal, via publicidade. Se ela se dedicasse, ou se dedicar, porém, à mesma investigação junto às demais editoras de jornais, revista, e outros órgãos da mídia verificaria, verificará, talvez com alguma surpresa, que todos eles têm publicidade de instituições do governo em quantidade muito maior e com valor maior do que Carta Capital.”

E ainda completou: “Aliás, me ocorre recordar que durante o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, dito FHC, fomos literalmente perseguidos pela absoluta ausência de publicidade do governo federal. E a pergunta que faço é a seguinte: então, alguém, inclusive na mídia, se incomodou com isso? Ninguém considerou esse fato estranho? Uma revista de alcance nacional não receber publicidade alguma enquanto todas as demais recebiam?”

A indagação de Mino Carta é óbvia. Se hoje a grande mídia busca silenciar Carta Capital, no governo dos tucanos ela tinha o apoio do governo para isso. Não só silenciá-la, mas se possível asfixiá-la economicamente até a morte.

Mas enganam-se. Em pouco tempo, se houver uma ação aguda de um governo comprometido com a liberdade de informação, e a internet chegar à toda a população, eles estarão reduzidos ao monopólio do…. nada…

Escrevam o que digo, vamos enfrentar uma batalha pesadíssima no Congresso para abrir a internet a todos os brasileiros. Os “donos” da informação farão de tudo – como vocês já viram que eles são capazes – para, em nome de sua arrogância empresarial, continuarem negando ao povo brasileiro o direito de saber a verdade.

*Tijolaço

Tarso nocauteia entrevistador da RBS grobo








O candidato do PT ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, deu um bom chega pra lá num jornalista da RBS, que tentou constrangê-lo com as recentes histórias divulgadas pela mídia. Sem perder a calma, Genro citou a matéria de Carta Capital sobre o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros quebrados pela filha de Serra e disse que esses casos merecem ser investigados mas que não contribuem para o momento do debate eleitoral. O entrevistador mudou de assunto rapidinho.
*Tijolaço

Serra, o golpista

Há horas em que a gente tem de falar as coisas sem meias palavras.

Serra e a grande imprensa estão pressionando as instituições da República para que se deflagre um golpe político-eleitoral de dimensões catastróficas.

Hoje de manhã, Serra patrocinou uma reunião com o senador Álvaro Dias para montar uma “convocação” de Dilma ao Senado para explicar. Explicar o quê? Do que ela é acusada?

As instâncias legítimas para qualquer investigação, de qualquer ato, de quem quer que seja, estão funcionando.

Tudo está sendo investigado pelas regras da legalidade democrática, mesmo as situações mais inverossímeis, como esta história de um cidadão chegar e encontrar R$ 200 mil numa gaveta como “presente” não solicitado. Mesmo as denúncias de um receptador de carga e de carro roubado, condenado pela Justiça. Mesmo o “favorecimento” do único laboratório que produz o remédio contra a gripe suína.

Não há acobertamento de coisa alguma. Se há alguma irregularidade, alguma desonestidade, alguma prevaricação, as autoridades públicas não dão sinal algum de que isso possa ser acobertado.

Lacerda fez isso com Vargas, até levá-lo à morte.

Os métodos são os mesmos.Mas não é, agora, o Corvo, mas a Democracia que diz: nunca mais, nunca mais…

Não temos nenhuma crise, econômica, política ou institucional.

O que temos é um processo de terrorismo de mídia. Uma completa irresponsabilidade de publicar algo – não discutindo se procedente ou não – sem qualquer prova senão acusações pessoais.

Qualquer coisa vai para a primeira página. Qualquer coisa vai para o Jornal Nacional.

Nem Collor, com Míriam Cordeiro chegou ao ponto que a grande mídia chegou.

O Ministério Público, que mediu cada sílaba pronunciada por Lula em cada evento público, para ver se havia “propaganda indevida” ignora o que se faz, todos os dias, em cada banca de jornal e aparelho de tevê. Vai, é incrível, atrás de achar favorecimentos inexistentes na única revista que não age como agente de José Serra.

O relógio, o calendário, as horas e dias passando sem que apareça uma chance à direita deste país, os açula.

Não, José Serra, você não vai transformar o Senado da República na República do Galeão. Não vai fazer ali o linchamento moral que os jornais, revistas e tevês que são, hoje, seus únicos apoios, os eleitores de um candidato que percorre ruas vazias, visita favelas cenográficas e cumprimenta populares a pedido dos cinegrafistas da Globo, fazem por você.

Somos, senhor José Serra, homens e mulheres civilizados. Queremos enfrentá-lo nas urnas. Nem mesmo queremos destruí-lo, apenas desejamos que se reduza à sua verdadeira estatura, a de um anão moral e político, de um homem a quem a sede de poder e mando encolheu, minguou, deformou até transforma-lo numa mórbida caricatura de seu passado.

O senhor, José Serra, é um cadáver insepulto, que exala os miasmas do golpismo.

As urnas o exorcizarão. O povo brasileiro poderá viver a luz do progresso. E o senhor, finalmente, descansará em paz , retornado ao pó em que sua ambição moeu um ser humano.

*Tijolaço

ss ERRA






Votar no PSDB/DEM é votar contra o país

O número de deputados do PSDB na Câmara Federal vem caindo a cada eleição, com exceção de São Paulo onde a miopia eleitoral predomina.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo 70% dos deputados, formam ampla maioria que faz parte da bancada de apoio ao governo estadual, e foram eles que aprovaram entre outras leis, a da OSs que terceirizou os serviços de saúde em prejuízo aos usuários do SUS.
Não apoiaram a criação do plano de carreira dos professores da rede estadual de ensino, aumento salarial para os policiais e nem para o funcionalismo público estadual.
As cinco centrais sindicais reconhecidas pelo Ministério do Trabalho - CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB - denunciam o candidato tucano José Serra da coligação (PSDB/DEM) como inimigo dos trabalhadores e suas organizações.
As centrais sindicais alertam a população para que não se deixe enganar pelas mentiras veiculadas na rádio e na televisão por José Serra, candidato de Fernando Henrique e do PSDB/DEM à Presidência da República, a respeito de pretensas medidas que teria proposto em prol da classe trabalhadora.
Eles, os demotucanos, são responsáveis pela privataria que Serra ajudou a criar, com a aprovação no Congresso Nacional pela venda em leilões de mais de 120 estatais durante o governo de FHC (1995 a 2002), e se dependerem deles vão tentar vender o que ainda não conseguiram.
Votar em candidatos do PSDB e DEM que apoiam Serra é um risco para a classe trabalhadora, pois até a extinção do 13º salário eles tentam aprovar no Congresso Nacional.
O DEM tenta há 4 anos acabar com o ProUni que permite e dá bolsas de estudos para mais de 700 mil jovens estudantes de classes mais pobres poderem entrar em uma faculdade.
Eles, os demotucanos sempre foram contra o Bolsa Família que distribui renda para mais de 12 milhões de famílias, ou mais de 60 milhões de brasileiros, hoje mentem na TV dizendo que vão manter e ampliar.
Que vão aumentar o salário mínimo e a aposentadoria, o que não fizeram quando governaram o país por oito anos, (1995 a 2002) pelo contrário diminuíram o salário mínimo e achataram o valor da aposentadoria.
Votar nos candidatos do PSDB e do DEM é voltar a ficar nas mãos do FMI, é votar contra a nacionalização total do pré-sal, contra os movimentos sociais do país, é uma tentativa de acabar com a soberania nacional e as conquistas da classe trabalhadora.

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*comtextolivre/celsojardim

sábado, setembro 18, 2010

A velha midia ja morreu e não sabe






O fim um ciclo em que a velha mídia foi soberana

Dia após dia, episódio após episódio, vem se confirmando o cenário que traçamos aqui desde meados do ano passado: o suicídio do PSDB apostando as fichas em José Serra; a reestruturação partidária pós-eleições; o novo papel de Aécio Neves no cenário político; o pacto espúrio de Serra com a velha mídia, destruindo a oposição e a reputação dos jornais; os riscos para a liberdade de opinião, caso ele fosse eleito; a perda gradativa de influência da velha mídia.

O provável anúncio da saída de Aécio Neves marca oficialmente o fim do PSDB e da aliança com a velha mídia carioca-paulista que lhe forneceu a hegemonia política de 1994 a 2002 e a hegemonia sobre a oposição no período posterior.

Daqui para frente, o outrora glorioso PSDB, que em outros tempos encarnou a esperança de racionalidade administrativa, de não-sectarismo, será reduzido a uma reedição do velho PRP (Partido Republicano Paulista), encastelado em São Paulo e comandado por um político – Geraldo Alckmin – sem expressão nacional.

Fim de um período odioso

Restarão os ecos da mais odiosa campanha política da moderna história brasileira – um processo que se iniciou cinco anos atrás, com o uso intensivo da injúria, o exercício recorrente do assassinato de reputações, conseguindo suplantar em baixaria e falta de escrúpulos até a campanha de Fernando Collor em 1989.

As quarenta capas de Veja – culminando com a que aparece chutando o presidente – entrarão para a história do anti-jornalismo nacional. Os ataques de parajornalistas a jornalistas, patrocinados por Serra e admitidos por Roberto Civita, marcarão a categoria por décadas, como símbolo do período mais abjeto de uma história que começa gloriosa, com a campanha das diretas, e se encerra melancólica, exibindo um esgoto a céu aberto.

Levará anos para que o rancor seja extirpado da comunidade dos jornalistas, diluindo o envenenamento geral que tomou conta da classe.

A verdadeira história desse desastre ainda levará algum tempo para ser contada, o pacto com diretores da velha mídia, a noite de São Bartolomeu, para afastar os dissidentes, os assassinatos de reputação de jornalistas e políticos, adversários e até aliados, bancados diretamente por Serra, a tentativa de criar dossiês contra Aécio, da mesma maneira que utilizou contra Roseana, Tasso e Paulo Renato.

O general que traiu seu exército

Do cenário político desaparecerá também o DEM, com seus militantes distribuindo-se pelo PMDB e pelo PV.

Encerra-se a carreira de Freire, Jungman, Itagiba, Guerra, Álvaro Dias, Virgilio, Heráclito, Bornhausen, do meu amigo Vellozo Lucas, de Márcio Fortes e tantos outros que apostaram suas fichas em uma liderança destrambelhada e egocêntrica, atuando à sombra das conspirações subterrâneas.

Em todo esse período, Serra pensou apenas nele. Sua campanha foi montada para blindá-lo e à família das informações que virão à tona com o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr e da exposição de suas ligações com Daniel Dantas.

Todos os dias, obsessivamente, preocupou-se em vitimizar a filha e a ele, para que qualquer investigação futura sobre seus negócios possa ser rebatida com o argumento de perseguição política.

A interrupção da entrevista à CNT expôs de maneira didática essa estratégia que vinha sendo cantada há tempos aqui, para explicar uma campanha eleitoral sem pé nem cabeça. Seu argumento para Márcia Peltier foi: ocorreu um desrespeito aos direitos individuais da minha filha; o resto é desculpa para esconder o crime principal.

Para salvar a pele, não vacilou em destruir a oposição, em tentar destruir a estabilidade política, em liquidar com a carreira de seus seguidores mais fiéis.

Mesmo depois que todas as pesquisas qualitativas falavam na perda de votos com o denuncismo exacerbado, mesmo com o clima político tornando-se irrespirável, prosseguiu nessa aventura insana, afundando os aliados a cada nova pesquisa e a cada nova denúncia.

Com isso, expôs de tal maneira a filha, que não será mais possível varrer suas estripulias para debaixo do tapete.

A marcha da história

Os episódios dos últimos dias me lembram a lavagem das escadarias do Senhor do Bonfim. Dejetos, lixo, figuras soturnas, almas penadas, todos sendo varridos pela água abundante e revitalizadora da marcha da história.

Dia após dia, mês após mês, quem tem sensibilidade analítica percebia movimentos tectônicos irresistíveis da história.

Primeiro, o desabrochar de uma nova sociedade de consumo de massas, a ascensão dos novos brasileiros ao mercado de consumo e ao mercado político, o Bolsa Família com seu cartão eletrônico, libertando os eleitores dos currais controlados por coronéis regionais.

Depois, a construção gradativa de uma nova sociedade civil, organizando-se em torno de conselhos municipais, estaduais, ONGs, pontos de cultura, associações, sindicatos, conselhos de secretários, pela periferia e pela Internet, sepultando o velho modelo autárquico de governar sem conversar.

Mesmo debaixo do tiroteio cerrado, a nova opinião pública florescia através da blogosfera.

Foi de extremo simbolismo o episódio com o deputado do interior do Rio Grande do Sul, integrante do baixo clero, que resolveu enfrentar a poderosa Rede Globo.

Durante dias, jornalistas vociferantes investiram contra UM deputado inexpressivo, para puni-lo pelo atrevimento de enfrentar os deuses do Olimpo. Matérias no Jornal Nacional, reportagens em O Globo, ataques pela CBN, parecia o exército dos Estados Unidos se valendo das mais poderosas armas de destruição contra um pequeno povoado perdido.

E o gauchão, dando de ombros: meus eleitores não ligam para essa imprensa. Nem me lembro do seu nome. Mas seu desprezo pela força da velha mídia, sem nenhuma presunção de heroísmo, de fazer história, ainda será reconhecido como o momento mais simbólico dessa nova era.

Os novos tempos

A Rede Record ganhou musculatura, a Bandeirantes nunca teve alinhamento automático com a Globo, a ex-Manchete parece querer erguer-se da irrelevância.

De jornal nacional, com tiragem e influência distribuídas por todos os estados, a Folha foi se tornando mais e mais um jornal paulista, assim como o Estadão. A influência da velha mídia se viu reduzida à rede Globo e à CBN. A Abril se debate, faz das tripas coração para esconder a queda de tiragem da Veja.

A blogosfera foi se organizando de maneira espontânea, para enfrentar a barreira de desinformação, fazendo o contraponto à velha mídia não apenas entre leitores bem informados como também junto à imprensa fora do eixo Rio-São Paulo. O fim do controle das verbas publicitárias pela grande mídia, gradativamente passou a revitalizar a mídia do interior. Em temas nacionais, deixou de existir seu alinhamento automático com a velha mídia.

Em breve, mudanças na Lei Geral das Comunicações abrirão espaço para novos grupos entrarem, impondo finalmente a modernização e o arejamento ao derradeiro setor anacrônico de um país que clama pela modernização.

As ameaças à liberdade de opinião

Dia desses, me perguntaram no Twitter qual a probabilidade da imprensa ser calada pelo próximo governo. Disse que era de 25% - o percentual de votos de Serra. Espero, agora, que caia abaixo dos 20% e que seja ultrapassado pela umidade relativa do ar, para que um vento refrescante e revitalizador venha aliviar a política brasileira e o clima de São Paulo.

O Bom Judeu