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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 16, 2010

Não vão privatizar o pré Sal nem a Petrobrás

O Riocentro da Petrobras

O Riocentro da Petrobras

Em fevereiro de 2000, o jornalista Aloysio Biondi publicou um artigo relatando os planos dos tucanos para esquartejar a Petrobras. "No Brasil a estratégia de destruir a Petrobras está sendo posta em prática pela Agência Nacional de Petróleo, confiada ao genro do presidente Fernando Henrique Cardoso, o senhor David Zylhersztajn", relatou Biondi. Para tanto, relata ainda o jornalista, fatos de impacto estavam sendo usados para desmoralizar a empresa, mostrando-a incompetente e tentando jogar a sociedade contra ela. Algo parecido com o atentado do RioCentro, que a extrema direita planejou para inculpar as esquerdas e dificultar os planos de redemocratização do País. O texto permanece atual.
Aloysio Biondi 

Primeiro, uma palavrinha aos incrédulos, ou crédulos. Na mesma semana em que a Petrobrás teve sua imagem destroçada com o vazamento na baía de Guanabara, lá longe, na Alemanha, o chanceler Schroeder pedia a criação de uma comissão independente para investigar a venda, em 1992, de uma refinaria da ex-Alemanha Oriental ao grupo estatal francês Alf-Aquitaine. Motivo: indícios de suborno e pagamento de propinas, da ordem de 45 milhões de dólares ao governo e ao próprio então chanceler democrata-cristão Helmut Kohl. E mais: tudo por ordem do ex-presidente socialista, francês, Miterrand. O episódio envolve países tidos como respeitáveis e líderes tidos como acima de qualquer suspeita até recentemente. Por isso mesmo, é um caso exemplar para relembrar aos brasileiros que a guerra secular para dominar ou garantir forte participação no setor petrolífero nunca terminou.
Assassinatos, golpes de Estado, invasão de países nunca foram descartados nesse conflito. Essas estratégias extremadas rarearam nos anos recentes, já que a "onda neoliberal" levou países de governos apátridas como o Brasil a começarem a entregar seu petróleo aos países ricos e suas multinacionais. No Brasil a estratégia de destruir a Petrobrás está sendo posta em prática pela Agência Nacional de Petróleo, confiada ao genro do presidente Fernando Henrique Cardoso, o senhor David Zylhersztajn. Primeiro houve os leilões para "venda" de áreas petrolíferas descobertas pela Petrobrás realizados no ano passado, e com novos leilões marcados estes primeiros meses do ano. Recentemente Zylhersztahn anunciou a venda de refinarias, oleodutos, gasodutos, postos de gasolina da Petrobrás - sob os argumentos mais cretinos do mundo.
A esta altura, porém, o clima de apatia em relação às privatizações sofreu substancial modificação, pela série de motivos que todos conhecem: desde os bloqueios nas rodovias à época das chuvas do começo do ano, à crise militar provocada pela tentativa de transferir o controle das indústria de aviões Embraer, estatal privatizada para grupos franceses. Diante dessa "virada", nada melhor do que um fato de impacto para desmoralizar a Petrobras, jogar a sociedade contra ela, mostrá-la incompetente, indiferente à população. Algo parecido com o atentado do RioCentro, que a extrema direita planejou para inculpar as esquerdas e dificultar os planos de redemocratização do País. As circunstâncias que cercam o vazamento de petróleo mostram a necessidade de uma investigação independente, a cargo do Ministério Público.
Eis os principais "mistérios" a elucidar:
Pressão - o bombeamento começou à 1h00 da madrugada. Com o "rombo" no oleoduto, a quase totalidade do petróleo começou a ser despejada no mar. Logicamente, a pressão que o petróleo, fluindo, exerce sobre as tubulações (como a água no encanamento de uma casa) caiu, no trecho situado do rombo em diante. A alta direção da Petrobrás diz que a queda de pressão não foi detectada por um defeito do programa do computador, dando a impressão de que esse sistema é altamente refinado, moderno. Ora, sistemas para medir e controlar a pressão existem há séculos. Até as locomotivas Maria Fumaça tinham obviamente pequenos aparelhinhos, "reloginhos" para mostrar o nível da pressão nas caldeiras de vapor para evitar explosões. Os dispositivos de controle de pressão existem tanto no ponto de partida do oleoduto, como no ponto de chegada, junto aos tanques de armazenamento. Pergunta: os dois sistemas, nas duas pontas, falharam?
Combustível - para o motorista saber se o tanque de seu veículo está cheio ou precisa ser reabastecido, qualquer automóvel, caminhão, trator dispõe, desde priscas eras, do marcador do nível de combustível. Óbvio que tanques gigantescos para armazenagem de combustível, como os da Petrobrás, igualmente dispõe desses marcadores, para possibilitar o controle do nível armazenado - e para detectar vazamentos eventuais. Não funcionaram, também?
Demora - diz a direção da Petrobrás que um técnico "desconfiou" de algo errado por volta das 3 horas da madrugada. Mas o bombeamento, segundo ela própria, prosseguiu até às 5h30.
É nesse ponto, exatamente, que se reforça a suspeição de que tudo foi feito para ampliar ao máximo possível os estragos devastadores do vazamento, garantindo assim sua presença durante dias e dias nas manchetes dos jornais e, principalmente na televisão, para desmoralização total da Petrobrás. Além de prolongar o vazamento, a alta direção da Petrobrás retardou sempre todas e quaisquer medidas corretivas:
Mutirão - até prédios com grande movimentação de pessoas, hoje, têm "brigadas contra incêndio", planos de emergência para sinistros. Empresas como a Petrobrás, que lidam com material combustível e explosivo, obviamente sempre tiveram um e outro. Além da refinaria, a Petrobrás tem oleodutos, gasodutos, campos de poços de petróleo no Estado do Rio. Tem equipes de segurança, "brigadas" nesses locais. Por que, ao tomar conhecimento do desastre - às 5h30 o bombeamento foi suspenso- todo esse pessoal não foi mobilizado para reduzir os efeitos do acidente?
Enganação - aqui é preciso ressaltar que a direção da Petrobrás induziu os meios de comunicação a aceitarem uma explicação falsa para o problema que, mais uma vez, desmoraliza a empresa. Na versão oficial, tudo aconteceu porque ela "não tem uma política para o meio ambiente". Que fosse. Mas esse é um argumento sem vergonha; o que evita desastres é a política de segurança da empresa. E, essa, a Petrobrás sempre foi forçada a ter. Por que ela não foi posta em prática?
Ocultação - a direção da Petrobrás deveria ter estabelecido comunicação com os governos do Estado e municípios para um "mutirão ampliado" (participação do Corpo de Bombeiros, etc.) e mobilização da sociedade. Mas o fato somente foi revelado à imprensa já à noite - dando tempo, mais uma vez, para que os efeitos do desastre fossem irreversíveis.
Contenção - para a mancha de petróleo não se deslocar no mar, há o recurso das redes de bóias, que absorvem e contêm o produto. Ela não foi utilizada no primeiro dia. Por que? Depois, verificou-se que o material disponível era suficiente. Demorou-se para tomar a decisão de importar um reforço que uma semana depois ainda não tinha chegado.
O acidente - finalmente, cabe investigar as causas do acidente. Segundo técnicos da Petrobrás, em entrevista à imprensa, houve um "deslocamento do terreno" em que o oleoduto estava assentado, e ele se rompeu. Por que não se pode aceitar a explicação? Para explorar petróleo no fundo do mar, realmente a Petrobrás teve que desenvolver técnicas sofisticadíssimas, inclusive, a "invenção" de metais novos, que “combinem” duas qualidades (em linguagem de leigo precisam ser “fortes” para resistir a correntes submarinas, ondas, ventos - mas também precisam de flexibilidade (molecular) para não quebrarem diante de pressões exageradas ou deslocamentos de terreno. Poucos brasileiros sabem, mas a Petrobrás é campeã mundial, premiada por instituições internacionais, como líder absoluta na exploração de petróleo no fundo do mar, graças à técnicas que tem desenvolvido desde meados dos anos 60. Agora, a direção da Petrobrás alega que o oleoduto se rompeu porque o terreno ali é de tipo diferente, de “calcáreo”, e sofreu um grande deslocamento para o qual os materiais do oleoduto não eram adequados. Santa desculpa. As grandes descobertas da Petrobrás no litoral do Rio se devem exatamente às técnicas de perfuração do “calcáreo”. Há 25 anos, a Petrobrás opera ali, conhece o “calcáreo”. E o oleoduto foi construído há apenas dez anos.
Um incrédulo rejeitará a hipótese de que a incrível extensão do desastre ecológico tenha sido planejada. Aos incrédulos é bom lembrar que tampouco os cidadãos alemães e franceses suspeitavam de Kohl e Miterrand. Como parecia inverossímil que o atentado do RioCentro fosse um plano militar. Somente o Ministério Público pode dar uma resposta aos crédulos. E impedir o esquartejamento da Petrobrás.

Mar de lama





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Ao longo da campanha presidencial, o candidato do PSDB, José Serra, tem mostrado crescente irritação com o trabalho da imprensa. A intolerância de Serra a críticas é bastante conhecida. Durante o primeiro turno, a candidata do PV, Marina Silva, chegou a registrar a relação conflituosa do tucano com o ofício dos jornalistas. “Existem duas formas de tentar intimidar a imprensa”, disse Marina. “Uma é aquela que vem a público e coloca de forma infeliz uma série de críticas. Outra é aquela que, de forma velada, tenta agredir jornalistas, pedir cabeça de jornalista, o que dá na mesma coisa, porque o respeito pela democracia e pela liberdade de imprensa é permitir que a informação circule”, afirmou a candidada. Segundo Marina, Serra “constrange e tenta intimidar jornalistas”. Os ataques sucessivos de Serra, porém, vêm sendo tratados com inexplicável compreensão por alguns setores. Quando o presidente Lula criticou a imprensa, suas opiniões foram encaradas como um atentado à liberdade de expressão e às ins­tituições democráticas. Já o presidenciável tucano, medido por uma régua diferente, faz a mesma coisa, mas não é acusado de nada disso. Veja exemplos recentes da animosidade de Serra.
VALOR ECONÔMICO
Na terça-feira 13, em Porto Alegre (RS), Serra criticou a imprensa e acusou o jornal “Valor Econômico” de atuar em favor de Dilma Rousseff. “Seu jornal faz manchete para o PT colocar no horário eleitoral”, disse Serra ao repórter Sérgio Bueno. Ele ficou irritadíssimo quando questionado sobre o ex-assessor Paulo Vieira de Souza e se deu ao direito de determinar qual o assunto deveria ser tratado pela reportagem do “Valor”. “Eu sei que, no caso, vocês não têm interesse na Casa Civil, naquilo que foi desviado. Seu jornal, pelo menos, não tem. Agora, no nosso caso, nós temos.” Neste momento, o ex-candidato do PMDB ao governo gaúcho, José Fogaça, que acompanhava Serra, cochichou-lhe no ouvido alguma coisa sobre supostas tendências políticas do repórter. “Quem, ele? Mas o “Valor” também é meio assim, não é só ele não”, disse Serra. Mais tarde, a diretora de redação do Valor, Vera Brandimarte, lamentou a atitude do tucano: “Todos os candidatos devem estar dispostos a responder questões, mesmo sobre temas que não lhes agradem”, ponderou.
FOLHA DE S.PAULO
Em 28 de setembro, em vez de responder à pergunta de um jornalista da “Folha de S.Paulo”, em Salvador (BA), Serra preferiu partir para o ataque. “Candidato, nesses últimos dias de campanha, qual deve ser a (sua) estratégia?”, perguntou o repórter Breno Costa. “Certamente não é perder tempo com matéria mentirosa como a que você fez”, respondeu Serra. O presidenciável referia-se à reportagem publicada pelo jornal três dias antes com dados negativos sobre sua gestão no governo de São Paulo. Em nota, a direção da campanha do tucano afirmou que os trechos levantados pela reportagem eram “irrelevantes” e acusou a “Folha” de “desinformar” o leitor e de “apostar na máxima petista de pregar que todos são iguais e cometem os mesmos equívocos na ação governamental”.
CNT – MÁRCIA PELTIER
No dia 15 de setembro, Serra irritou-se durante gravação e ameaçou deixar o programa “Jogo do Poder”, da CNT, apresentado por Márcia Peltier. Ele não gostou de perguntas feitas e depois de dizer que estavam “perdendo tempo” com aqueles assuntos, passou a discutir com Márcia. Disse que, em vez de tratarem do programa de governo, estavam repetindo “os argumentos do PT”. Em seguida, levantou-se para deixar o estúdio. “Não vou dar essa entrevista, você me desculpa. Faz de conta que não vim”, disse Serra, reclamando que a entrevista não era um “troço sério”. Logo depois, pediu que os equipamentos fossem desligados e disparou: “Isso aqui está um programa montado.” A apresentadora negou com firmeza a acusação e teve uma conversa reservada com Serra. Só então o candidato aceitou voltar ao estúdio.
CBN – MIRIAM LEITÃO
Em 10 de maio, durante entrevista matinal à rádio CBN, Serra manteve uma ríspida discussão com a jornalista Míriam Leitão. Ao participar da entrevista realizada em São Paulo, Míriam perguntou, por telefone, se o presidenciável respeitaria a autonomia do Banco Central ou se presidiria também a instituição, caso vencesse a eleição. Serra primeiro respondeu que a suposição da jornalista era “brincadeira”. Na sequência, demonstrou que seu grau de irritação não parava de aumentar: “Você acha isso, sinceramente, que o Banco Central nunca erra? Tenha paciência!” Questionado se interviria na instituição ao se deparar com um erro, Serra interrompeu Míriam: “O que você está dizendo, vai me perdoar, é uma grande bobagem.”
Sérgio Pardellas e Claudio Dantas Sequeira
*comtextolivre a integra 

No governo Serra, policiais corruptos compravam cargos de chefia e pagavam caixinha para o "padrinho"

O governador José Serra fugiu das câmeras da TV Record para não dar explicações à população.
Um ex-secretário adjunto de Segurança Pública (subordinado diretamente ao Secretário de Segurança Pública) é denunciado em gravações, de 2007, por dois crimes que afetam a vida e a morte dos cidadãos paulistas:
- Venda de cargos na cúpula de chefia na Secretaria de Segurança Pública (é óbvio só corruptos compram cargos).
- Venda de sentenças administrativas que evitam a expulsão de policiais corruptos e criminosos, e os reintegram à polícia.
Assim, parte da polícia não protege. Uma parte podre fica entregue aos criminosos.
Do blog Flit Paralisante, do delegado da Polícia de São Paulo, Roberto Conde Guerra, um lutador contra a corrupção e desmandos na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo:
Pergunto ao governador José Serra: O senhor sabia que o seu Secretário-adjunto de segurança Pública arrecadava R$ 3 milhões POR MÊS com o loteamento da Polícia Civil?
Digo-lhe mais, R$ 3.000.000,00 por mês com a denominação: “do padrinho” .
... sou obrigado a perguntar-lhe: SE SABIA, É CRIME; SE NÃO SABIA O SENHOR NÃO SERVE PARA SER PRESIDENTE DO BRASIL.
O Lula não deixou a Polícia Federal roubar e matar!
Mas roubalheira (e matança pela PM) correu escancaradamente durante mais de 3 anos - aliás, com esquema iniciado antes e durante a sua campanha para o governo de São Paulo – não sendo possível que o senhor nem sequer dela soubesse (roubalheira) pelos jornais.
Vossa Excelência adotou que medidas acerca do emprego de verba reservada para compra de ternos superfaturados, apenas para mencionar um dos inúmeros casos irregulares ocorridos sob o “manto ou bolso protetor do então secretário-adjunto”?
Nenhuma, né?
Ora, Vossa Excelência foi blindada por alguns membros do Ministério Público deste Estado e, principalmente, pela Imprensa; assim ninguém ousa lembrar das inúmeras denúncias de falcatruas durante a sua gestão e, também, durante a gestão Geraldo Alckmin, posto tratar-se de “maracutaias” continuadas.
Repetindo: R$ 3.000.000,00 por mês “do padrinho”.
Mas quem era o tal padrinho do Secretário?

Uma dúvida deste blog:
Caso Serra fosse eleito, mas não o será, quanto custaria o cargo de ministro da Segurança Pública que ele pretendia criar?
*comtextolivre

Democracia for ever


*comtextolivre

Não vai privatizar a Petrobrás nem o Pré sal

Educar para a paz


"Resulta muito mais fácil educar os povos para a guerra do que para a paz. Para educar no espírito bélico basta apelar aos mais baixos instintos. Educar para a paz implica ensinar a reconhecer o outro, a escutar os seus argumentos, a entender as suas limitações, a negociar com ele, a chegar a acordos."
                                          Saramago

Não confunda Judaismo com sionista e Israel

Mídia ignara, estúpida e piguenta






Ahmadinejad no Líbano
Foi o suficiente.
O suficiente para mostrar como são ignaros e estúpidos os controladores dos órgãos de publicidade que se autodenominam mídia informativa.
Está em todos os veículos de “comunicação” a manchete “Ahmadinejad prega o fim de Israel”.
Mas ele prega mesmo o fim de Israel?
Absolutamente.
Nem a insuspeita mídia israelense afirmou isso.
Ele pregou o fim do sionismo.
E foi isso que repercutiu em Israel.
O fim do sionismo e não o fim de Israel.
Quem confunde sionismo com Israel não entende de História.
O mesmo pode-se dizer de quem confunde Israel com o judaísmo.
Confundir o judaísmo com Israel e o sionismo faz parte daqueles que não conseguem suportar a realidade.
Exemplo típico de mentalidade piguenta.
Reparem que eu não utilizo a palavra anti-semita porque a mídia continua cada vez mais hidrófoba em relação aos semitas.
Basta ver como cobrem o massacre diário dos palestinos, os verdadeiros semitas alias.
Ou alguém em sã consciência acredita que os israelenses poloneses, russos, ucranianos, estadunidenses e ocidentais de maneira geral são semitas?
Eles podem dizer-se israelenses, mas jamais semitas.
Confundir sionismo e Israel com o judaísmo é ofender o judaísmo.
Só quem se instrui no lodaçal da mediocridade faz tal confusão.
Mas essa é a mídia que temos e dela devemos nos proteger para evitar que continue insultando a nossa inteligência.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Gil

Templos consumistas campeiam

Templos consumistas


Falando de imponência arquitetônica, podemos com segurança comparar os shopping centers de hoje, templos modernos e arrojados do consumismo, com os templos religiosos suntuosos e imponentes originados na Contra-Reforma. Tanto um quanto outro exaltam o culto a seres superiores. O primeiro diviniza o “deus-lucro”, ou seja, o “deus-capital”, enquanto o segundo constitui-se na morada do Deus bíblico, segundo a Igreja Católica, o criador de todas as coisas. No entanto, olhando para os dois tipos de estruturas e considerando as condições de cada época, observamos, através do movimento de reação da Igreja Católica, a Contra-Reforma, acontecido como forma de resistência à Reforma Protestante, que era preciso resgatar fiéis e conquistar imediatamente outros tantos para que o Catolicismo não perdesse a força que tinha junto ao povo e ao aliado poder do Estado. Para tanto, a arquitetura das igrejas tinha de chamar a atenção para conquistar fiéis através da pompa, do requinte, do luxo, da suntuosidade e da riqueza extremada. Era preciso até causar um certo temor, por isso a grandiosidade das construções, a fim de convencê-los da existência de Deus como um ser supremo e que deveria ser respeitado. Então, a questão da fé religiosa estava para a época como os shoppings centers estão para a atualidade no sentido de arrecadar o maior número possível de compradores, ou seja, de consumidores para seus produtos,angariando muito lucro (trabalho não pago) É necessário impressionar por meio das requintadas decorações, do luxo das lojas, da arrojada arquitetura, das grifes dos produtos e dos seus altos preços. Não há, portanto, que se dissociar essa comparação da realidade atual, já que existe até hoje uma ligação muito forte entre o Estado e as instituições que o legitimam. Ambos consomem o nosso dinheiro, o nosso tempo para fazer o "bem" e as nossas ideias. Hoje quem impera é o capital, ou seja, o deus-capital, idolatrado pela maioria das pessoas e parece que valemos pelo que carregamos no carrinho do supermercado. Tanto a Igreja quanto o capital submetem o ser humano à escravidão e à submissão.

Tânia Marques  12 de outubro de 2010

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Marilena Chaui : "Serra é ameaça à democracia e aos direitos sociais "









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