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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 16, 2010

FHC e Serra: lições sobre violência


*grupobeatrice

Atenção: divulgar spams é crime. Você pode ser preso(a).



Você sabia que é crime divulgar mentiras sobre candidatos ou partidos para influenciar o eleitor na internet, e que o e-mail é prova material do crime?
A Lei 12034 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12034.htm), ou Lei dos Partidos Políticos, prevê multa que varia entre R$ 5 mil e R$ 30 mil para quem envia ou reenvia e-mails com boatos, calúnias ou difamação, para fins eleitorais ou não, atacando candidatos.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) (http://www.tse.gov.br/eje/html/info_eleicoes7.html), “divulgar fatos inverídicos em relação a candidatos e partidos, que sejam capazes de influenciar a opinião do eleitorado” também constitui crime eleitoral.
Esse tipo de prática também é considerada estelionato pelo Código Penal (http://www.planalto.gov.br/ccivil/decreto-lei/Del2848compilado.htm), e dá prisão preventiva. O artigo 171 da legislação tipifica como crime “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”, e a pena varia entre um e cinco anos de reclusão. Já o artigo 307 do mesmo Código diz que “no caso de atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio ou para causar dano a outrem”, e a pena de detenção prevista é de 3 meses a um ano.
Os e-mails criminosos podem ser encaminhados para o Ministério Público Federal (pge@pgr.mpf.gov.br) e para a Polícia Federal (http://www.safernet.org.br/site/), preferencialmente com o código original das mensagens (o ip de origem). Procure também identificar-se quando for fazer a denúncia.
Espalhe a verdade!
*estadoanarquista

PARA O CORRUPTO JORNAL NACIONAL,O ASSUNTO PAULO PRETO JÁ MORREU.ERENICE VIVE ATÉ HOJE




 

PARA TODA IMPRENSA CORRUPTA , GOLPISTA E RACISTA BRASILEIRA:
DILMA ROUSSEFF SERÁ ELEITA PRESIDENTE DO BRASIL , EM 31 DE OUTUBRO DE 2010.


HAVERÁ UMA FESTA NUNCA VISTA NA HISTÓRIA DESSE PAÍS.

ASSINADO: HELIO DE SOUZA BORBA

Ímpios levantam o nome de Deus em vão, de Deus não se zomba...

O santinho do Santo, apelação religiosa

Campanha de Serra distribui santinho com frase: "Jesus é a verdade".
Em um segundo turno imerso na temática religiosa, a campanha do presidenciável José Serra (PSDB) distribuiu nesta sexta-feira santinhos com a inscrição “Jesus é a verdade e a justiça”, atribuindo a frase ao candidato.
A frase foi dita pelo candidato durante visita à Expo Cristã, em 7 de setembro deste ano, no primeiro turno das eleições. "Não sou cristão de boca de urna", afirmou o tucano. "Jesus é a verdade e a justiça, valores que fazem bem ao povo e que faria bem na política. Verdade e a justiça é o que o povo deseja."
Os cartões foram distribuídos durante encontro de Serra com cerca de 1.500 professores na Barra Funda, zona oeste da capital paulista.
Durante o discurso, porém, assuntos como o aborto, união civil entre homossexuais e religião ficaram de fora. O tucano aproveitou para falar de educação, em razão do Dia dos Professores.
Isso demonstra o caráter de Serra ao explorar a religiosidade da população, é uma apelação às vésperas das eleições. De repente Serra ficou tão religioso! Serra mostra o caráter dele, oportunista.
*Celso Jardim

Porque não temos este Lula na TV?

Porque não temos este Lula na TV?

 

 

Vou transcrever, abaixo, o resumo das falas de Lula e de Dilma no comício realizado hoje em São Miguel Paulista, Zona Leste de São Paulo.
Foi retirado do site  oficial Dilma13.com.br .
Espetacular.
So gostaria de entender porque, com outro tom – claro que não se fala na TV com a ênfase de um comício – este discurso não está no programa de televisão.
Aliás, atrevo-me a dizer que se isto estivesse esendo dito, ao longo destes oito anos, nosso povo  estaria muito mais esclarecido e, talvez, bem mais imune às jogadas sórdidas que se vem fazendo – com o apoio da grande mídia – nesta campanha.
Venceremos, apesar de tudo. Mas tenhamos claro que o papel de um líder transformador não é apenas mudar a realidade social e econômica de um país, mas o de esclarecer as consciências de seu povo. E, assim, torná-lo mais forte, mais lúcido, mais capaz de resistir aos que o querem, de novo, fazer cativo.
Leiam e entenderão o que digo:
“Lula chamou de “vergonhosa” a campanha de José Serra. Segundo o presidente, os adversários repetem o preconceito usado nas outras eleições para tentar “abusar da boa fé do povo”.
“É uma vergonha o que eles estão fazendo na campanha. Mentindo e difamando. Que nós precisamos dizer a eles é que nós já conhecemos essa história. Não é a primeira vez que somos candidatos. Não é a primeira vez que nós vemos o preconceito contra a mulher. Isso é histórico e crônico aqui em São Paulo”, disse Lula.
Dilma, por sua vez, afirmou que o medo e o ódio propagados nestas eleições serão derrotados com amor. Em 2002, na primeira eleição do presidente Lula, a esperança venceu o medo. Agora é a vez do amor derrotar o ódio.
“A opção entre um país da esperança e do amor, e o país do ódio e do medo é o que está em questão no dia 31 de outubro. Por isso, quero dizer que, com a força de vocês, se Deus quiser, eu serei a primeira presidenta da República”, disse Dilma, pedindo o voto dos eleitores da Zona Leste.
O presidente Lula e sua candidata alertaram para as promessas feitas apenas em época de eleição, lembrando que seu governo, em oito anos, fez mais pelos pobres que a elite em todos os períodos em que governou o Brasil.
“Eleição é época de promessas fartas. Estão prometendo até aumentar o salário mínimo. Mas governaram esse país a vida inteira e não aumentaram. Estão falando em dar até décimo terceiro para o Bolsa Família. Eu e Dilma, que passamos oito anos para fazer o Brasil subir ladeira acima, não podemos permitir que o Brasil desça serra abaixo”, advertiu Lula.
Lula citou ainda os pedágios cobrados nas estradas paulistas, que chamou de “assalto ao bolso do povo de São Paulo”. Dilma chamou atenção para a possibilidade de privatização do petróleo do pré-sal por seu adversário.
“Nós apostamos nos trabalhadores da Petrobras e descobrimos o pré-sal, aquela riqueza que está lá no fundo do mar. Aí vem o principal assessor do meu adversário e diz que o governo Lula está errado, que nós temos de privatizar o pré-sal. Querem privatizar o pré-sal para entregar para as empresas internacionais e levarem essa riqueza para o exterior. Isso nós não vamos deixar”, disse a candidata.”
Espero que o vídeo deste comício seja colocado logo na rede, para que possamos divulgá-lo. Não é compreensível que, se este é o tom e o conteúdo do que Lula e Dilma querem nos dar, sua campanha não disponibilize os discursos para que os milhares de ativistas desta campanha de libertação do Brasil não possam propagá-los a milhões de brasileiros na rede.
*Tijolaço

INTELIGENCIA BRASILEIRA SE UNE CONTRA UM RETROCESSO CHAMADO SERRA





INDIGNAÇÃO NAS UNIVERSIDADES

INTELIGENCIA BRASILEIRA SE UNE CONTRA UM RETROCESSO CHAMADO SERRA

Intelectuais e artistas brasileiros se mobilizam em todo o país em manifestações de protesto e indignação contra as metas e os métodos adotados pela candidatura do conservadorismo brasileiro. Circulam pelas universidades e na Internet o Manifesto dos Reitores contra Serra; o Manifesto dos Professores de Filosofia contra Serra; o Manifesto dos Artistas e Intelectuais contra Serra. O mais recente documento, que ontem já reunia cerca de 680 assinaturas, é o manifesto dos professores universitários que abre com a seguinte frase:

"Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país [...] A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor " (clique no texto e leia a íntegra).

PORTO ALEGRE SE LEVANTA:
TARSO GENRO MOBILIZA DOIS MIL MILITANTES

" Um tom de urgência, gravidade e intensa mobilização marcou praticamente todas as intervenções"
[leia reportagem de Marco A. Weissheimer nesta pág.]

No Rio, na 2º feira, dia 18, no teatro Oi Casagrande, intelectuais liderados por Chico Buarque, Emir Sader, Eric Nepomuceno e Leonardo Boff entregam manifesto de apoio a Dilma Rousseff.

Em São Paulo, na 3º feira, dia 19, às 19 horas, a campanha pró-Dilma tem encontro marcado na PUC-SP, Monte Alegre ,1024. O ato está sendo organizado pelo jurista Celso Antônio Bandeira de Mello e pelo teólogo Mário Sérgio Cortella.

(Carta Maior; 16-10)
 
Ato lança ofensiva pró-Dilma e denuncia: campanha sórdida e golpista pode provocar ruptura política
 

Combata o boato: Dilma nunca participou de qualquer ação armada


Dilma, na juventude, enfrentou corajosamente a ditadura militar (1964-1985). Combateu a censura, a tortura e os assassinatos políticos, em defesa da democracia e das liberdades de imprensa, de expressão, de reunião e de organização, entre outros direitos suprimidos pelo golpe militar de 1964.

Dilma nunca participou de qualquer ação armada. Presa e torturada, foi condenada a uma pena de dois anos e um mês de prisão, por subversão (revolta, insubordinação)– numa época em que simplesmente resistir à ditadura era considerado subversão – e não por terrorismo.

O presidente Lula também foi preso e processado, pelo que consideravam subversão.

PENSE: Dilma foi solta pela própria Justiça Militar em 1972, após cumprir sua pena por subversão, quando a ditadura ainda estava no auge da repressão. Em seguida, passou a viver em Porto Alegre, com endereço conhecido e fixo, às claras, na legalidade, tanto que ingressou por vestibular na Universidade Federal (UFRGS). Se ela fosse "terrorista" jamais teria sido solta em 1972, nem poderia viver no Brasil legalmente.


 Em tempo: mesmo quem participou de ações armadas e só ficaram livres em 1979 com a lei da anistia, agiram como soldados rebeldes em combate, sendo impróprio o termo terrorista. Nelson Madela, para libertar a África do Sul do regime racista, também partiu para a rebelião armada, diante da repressão à liberdade de organização política. (leia mais aqui).

Faça parte da corrente do bem, contra as baixarias de Serra:

Diante de qualquer boato, informe-se sobre a verdade:


 
 

Não vão privatizar o pré Sal nem a Petrobrás

O Riocentro da Petrobras

O Riocentro da Petrobras

Em fevereiro de 2000, o jornalista Aloysio Biondi publicou um artigo relatando os planos dos tucanos para esquartejar a Petrobras. "No Brasil a estratégia de destruir a Petrobras está sendo posta em prática pela Agência Nacional de Petróleo, confiada ao genro do presidente Fernando Henrique Cardoso, o senhor David Zylhersztajn", relatou Biondi. Para tanto, relata ainda o jornalista, fatos de impacto estavam sendo usados para desmoralizar a empresa, mostrando-a incompetente e tentando jogar a sociedade contra ela. Algo parecido com o atentado do RioCentro, que a extrema direita planejou para inculpar as esquerdas e dificultar os planos de redemocratização do País. O texto permanece atual.
Aloysio Biondi 

Primeiro, uma palavrinha aos incrédulos, ou crédulos. Na mesma semana em que a Petrobrás teve sua imagem destroçada com o vazamento na baía de Guanabara, lá longe, na Alemanha, o chanceler Schroeder pedia a criação de uma comissão independente para investigar a venda, em 1992, de uma refinaria da ex-Alemanha Oriental ao grupo estatal francês Alf-Aquitaine. Motivo: indícios de suborno e pagamento de propinas, da ordem de 45 milhões de dólares ao governo e ao próprio então chanceler democrata-cristão Helmut Kohl. E mais: tudo por ordem do ex-presidente socialista, francês, Miterrand. O episódio envolve países tidos como respeitáveis e líderes tidos como acima de qualquer suspeita até recentemente. Por isso mesmo, é um caso exemplar para relembrar aos brasileiros que a guerra secular para dominar ou garantir forte participação no setor petrolífero nunca terminou.
Assassinatos, golpes de Estado, invasão de países nunca foram descartados nesse conflito. Essas estratégias extremadas rarearam nos anos recentes, já que a "onda neoliberal" levou países de governos apátridas como o Brasil a começarem a entregar seu petróleo aos países ricos e suas multinacionais. No Brasil a estratégia de destruir a Petrobrás está sendo posta em prática pela Agência Nacional de Petróleo, confiada ao genro do presidente Fernando Henrique Cardoso, o senhor David Zylhersztajn. Primeiro houve os leilões para "venda" de áreas petrolíferas descobertas pela Petrobrás realizados no ano passado, e com novos leilões marcados estes primeiros meses do ano. Recentemente Zylhersztahn anunciou a venda de refinarias, oleodutos, gasodutos, postos de gasolina da Petrobrás - sob os argumentos mais cretinos do mundo.
A esta altura, porém, o clima de apatia em relação às privatizações sofreu substancial modificação, pela série de motivos que todos conhecem: desde os bloqueios nas rodovias à época das chuvas do começo do ano, à crise militar provocada pela tentativa de transferir o controle das indústria de aviões Embraer, estatal privatizada para grupos franceses. Diante dessa "virada", nada melhor do que um fato de impacto para desmoralizar a Petrobras, jogar a sociedade contra ela, mostrá-la incompetente, indiferente à população. Algo parecido com o atentado do RioCentro, que a extrema direita planejou para inculpar as esquerdas e dificultar os planos de redemocratização do País. As circunstâncias que cercam o vazamento de petróleo mostram a necessidade de uma investigação independente, a cargo do Ministério Público.
Eis os principais "mistérios" a elucidar:
Pressão - o bombeamento começou à 1h00 da madrugada. Com o "rombo" no oleoduto, a quase totalidade do petróleo começou a ser despejada no mar. Logicamente, a pressão que o petróleo, fluindo, exerce sobre as tubulações (como a água no encanamento de uma casa) caiu, no trecho situado do rombo em diante. A alta direção da Petrobrás diz que a queda de pressão não foi detectada por um defeito do programa do computador, dando a impressão de que esse sistema é altamente refinado, moderno. Ora, sistemas para medir e controlar a pressão existem há séculos. Até as locomotivas Maria Fumaça tinham obviamente pequenos aparelhinhos, "reloginhos" para mostrar o nível da pressão nas caldeiras de vapor para evitar explosões. Os dispositivos de controle de pressão existem tanto no ponto de partida do oleoduto, como no ponto de chegada, junto aos tanques de armazenamento. Pergunta: os dois sistemas, nas duas pontas, falharam?
Combustível - para o motorista saber se o tanque de seu veículo está cheio ou precisa ser reabastecido, qualquer automóvel, caminhão, trator dispõe, desde priscas eras, do marcador do nível de combustível. Óbvio que tanques gigantescos para armazenagem de combustível, como os da Petrobrás, igualmente dispõe desses marcadores, para possibilitar o controle do nível armazenado - e para detectar vazamentos eventuais. Não funcionaram, também?
Demora - diz a direção da Petrobrás que um técnico "desconfiou" de algo errado por volta das 3 horas da madrugada. Mas o bombeamento, segundo ela própria, prosseguiu até às 5h30.
É nesse ponto, exatamente, que se reforça a suspeição de que tudo foi feito para ampliar ao máximo possível os estragos devastadores do vazamento, garantindo assim sua presença durante dias e dias nas manchetes dos jornais e, principalmente na televisão, para desmoralização total da Petrobrás. Além de prolongar o vazamento, a alta direção da Petrobrás retardou sempre todas e quaisquer medidas corretivas:
Mutirão - até prédios com grande movimentação de pessoas, hoje, têm "brigadas contra incêndio", planos de emergência para sinistros. Empresas como a Petrobrás, que lidam com material combustível e explosivo, obviamente sempre tiveram um e outro. Além da refinaria, a Petrobrás tem oleodutos, gasodutos, campos de poços de petróleo no Estado do Rio. Tem equipes de segurança, "brigadas" nesses locais. Por que, ao tomar conhecimento do desastre - às 5h30 o bombeamento foi suspenso- todo esse pessoal não foi mobilizado para reduzir os efeitos do acidente?
Enganação - aqui é preciso ressaltar que a direção da Petrobrás induziu os meios de comunicação a aceitarem uma explicação falsa para o problema que, mais uma vez, desmoraliza a empresa. Na versão oficial, tudo aconteceu porque ela "não tem uma política para o meio ambiente". Que fosse. Mas esse é um argumento sem vergonha; o que evita desastres é a política de segurança da empresa. E, essa, a Petrobrás sempre foi forçada a ter. Por que ela não foi posta em prática?
Ocultação - a direção da Petrobrás deveria ter estabelecido comunicação com os governos do Estado e municípios para um "mutirão ampliado" (participação do Corpo de Bombeiros, etc.) e mobilização da sociedade. Mas o fato somente foi revelado à imprensa já à noite - dando tempo, mais uma vez, para que os efeitos do desastre fossem irreversíveis.
Contenção - para a mancha de petróleo não se deslocar no mar, há o recurso das redes de bóias, que absorvem e contêm o produto. Ela não foi utilizada no primeiro dia. Por que? Depois, verificou-se que o material disponível era suficiente. Demorou-se para tomar a decisão de importar um reforço que uma semana depois ainda não tinha chegado.
O acidente - finalmente, cabe investigar as causas do acidente. Segundo técnicos da Petrobrás, em entrevista à imprensa, houve um "deslocamento do terreno" em que o oleoduto estava assentado, e ele se rompeu. Por que não se pode aceitar a explicação? Para explorar petróleo no fundo do mar, realmente a Petrobrás teve que desenvolver técnicas sofisticadíssimas, inclusive, a "invenção" de metais novos, que “combinem” duas qualidades (em linguagem de leigo precisam ser “fortes” para resistir a correntes submarinas, ondas, ventos - mas também precisam de flexibilidade (molecular) para não quebrarem diante de pressões exageradas ou deslocamentos de terreno. Poucos brasileiros sabem, mas a Petrobrás é campeã mundial, premiada por instituições internacionais, como líder absoluta na exploração de petróleo no fundo do mar, graças à técnicas que tem desenvolvido desde meados dos anos 60. Agora, a direção da Petrobrás alega que o oleoduto se rompeu porque o terreno ali é de tipo diferente, de “calcáreo”, e sofreu um grande deslocamento para o qual os materiais do oleoduto não eram adequados. Santa desculpa. As grandes descobertas da Petrobrás no litoral do Rio se devem exatamente às técnicas de perfuração do “calcáreo”. Há 25 anos, a Petrobrás opera ali, conhece o “calcáreo”. E o oleoduto foi construído há apenas dez anos.
Um incrédulo rejeitará a hipótese de que a incrível extensão do desastre ecológico tenha sido planejada. Aos incrédulos é bom lembrar que tampouco os cidadãos alemães e franceses suspeitavam de Kohl e Miterrand. Como parecia inverossímil que o atentado do RioCentro fosse um plano militar. Somente o Ministério Público pode dar uma resposta aos crédulos. E impedir o esquartejamento da Petrobrás.