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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 16, 2010

INTELIGENCIA BRASILEIRA SE UNE CONTRA UM RETROCESSO CHAMADO SERRA





INDIGNAÇÃO NAS UNIVERSIDADES

INTELIGENCIA BRASILEIRA SE UNE CONTRA UM RETROCESSO CHAMADO SERRA

Intelectuais e artistas brasileiros se mobilizam em todo o país em manifestações de protesto e indignação contra as metas e os métodos adotados pela candidatura do conservadorismo brasileiro. Circulam pelas universidades e na Internet o Manifesto dos Reitores contra Serra; o Manifesto dos Professores de Filosofia contra Serra; o Manifesto dos Artistas e Intelectuais contra Serra. O mais recente documento, que ontem já reunia cerca de 680 assinaturas, é o manifesto dos professores universitários que abre com a seguinte frase:

"Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país [...] A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor " (clique no texto e leia a íntegra).

PORTO ALEGRE SE LEVANTA:
TARSO GENRO MOBILIZA DOIS MIL MILITANTES

" Um tom de urgência, gravidade e intensa mobilização marcou praticamente todas as intervenções"
[leia reportagem de Marco A. Weissheimer nesta pág.]

No Rio, na 2º feira, dia 18, no teatro Oi Casagrande, intelectuais liderados por Chico Buarque, Emir Sader, Eric Nepomuceno e Leonardo Boff entregam manifesto de apoio a Dilma Rousseff.

Em São Paulo, na 3º feira, dia 19, às 19 horas, a campanha pró-Dilma tem encontro marcado na PUC-SP, Monte Alegre ,1024. O ato está sendo organizado pelo jurista Celso Antônio Bandeira de Mello e pelo teólogo Mário Sérgio Cortella.

(Carta Maior; 16-10)
 
Ato lança ofensiva pró-Dilma e denuncia: campanha sórdida e golpista pode provocar ruptura política
 

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