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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 28, 2010

papa trololó


O papa deveria se preocupar com os escândalos que pipocam na Igreja Católica


Mino Carta revela sua indignação com o discurso do papa Bento XVI aos bispos brasileiros
Diante do discurso do papa Bento XVI nesta quinta-feira 28 aos bispos brasileiros, a indignação do diretor de Redação de CartaCapital, jornalista Mino Carta:
“Acho que o papa deveria se preocupar com os escândalos que pipocam todos os dia na Igreja Católica. Deveria se preocupar com os padres pedófilos, e este, a bem da verdade, é um antiguíssimo problema, sempre hipocritamente ignorado. Deveria se preocupar com os inúmeros prelados que têm relação com a máfia. E com as investigações da justiça italiana sobre as atividade de seu banco, o IOR – Instituto para as Obras de Religião – que é, há muito tempo, um dos mais renomados do mundo em matéria de lavagem de dinheiro. A hipocrisia vaticana se revela até mesmo no nome. Que “obras religiosas” seriam essas?”

Mino Carta





Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redacao@cartacapital.com.br






Sobre isso, o papa defensor de pedófilo se cala

*terrordonordeste 

 

Brasil é democrático e laico, diz Lula sobre declaração de papa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (29) que o Brasil é um país democrático e laico, por isso a população se manifesta do jeito que quiser. "Eu acho que cada um vai de acordo com a sua consciência", disse, em referência à declaração dada ontem pelo papa Bento 16 para que os bispos brasileiros condenem a descriminalização do aborto. O tema vem sendo usado pela campanha dos candidatos a Presidência da República para conquistar votos.
"Não vejo nenhuma novidade na declaração do Papa. Esse é o comportamento da Igreja Católica desde que ela existe. Se você for ver o que a Igreja Católica falava há 2 mil anos, ela falava exatamente o que o papa falou", declarou Lula durante sua participação na 26ª edição do Salão Internacional do Automóvel, que acontece em São Paulo.
O presidente minimizou a polêmica criada em torno da fala do pontífice e sua possível interferência no pleito de domingo (31). "Isso pode ser falado a qualquer momento. Pode ser falado ontem, hoje, amanhã, depois de amanhã", afirmou.
Para Lula, a declaração da Igreja reforça a liberdade que existe no país, porque "a gente se manifesta, a gente ganha ou a gente perde, a gente pode pagar o preço pelos erros que cometer". "Pelo reconhecimento da sociedade brasileira, parece que a gente teve mais acerto", concluiu.
 
*comtextolivre

 

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