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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 29, 2010

"Descobrimos que Argentina e Brasil não eram adversários, a não ser no futebol.




Lula vai a Buenos Aires homenagear Néstor Kirchner


Brasil Brasil


O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, foi a Buenos Aires na noite desta quinta-feira para participar do velório do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, que morreu na quarta-feira.
Marcia Carmo, BBC Brasil

"Para o Brasil e para mim pessoalmente, foi com muita dor que recebi a notícia da morte de Kirchner. Sua eleição, em 2003, permitiu que a Argentina e o Brasil conseguissem superar suas diferenças", disse Lula.

"O preconceito diplomático e empresarial deixou de existir durante os nossos mandatos. Ficamos adversários só no futebol, não mais na economia e na política."


Ao lado da viúva e atual presidente Cristina Kirchner, o brasileiro afirmou, com os olhos marejados, que tinha certeza de que ela e todo o país vão se recuperar dessa dor.


"Kirchner vai continuar governando a Argentina ao lado de Cristina", afirmou.”

Matéria Completa, ::Aqui::
 
"Vou embora triste porque Kirchner se foi. Mas vou feliz porque o povo argentino dá muito apoio à (presidente) Cristina Kirchner. A Argentina continuará brilhando em um caminho de recuperação", assinalou Lula. 
 

Kirchner ajudou a superar barreiras entre Argentina e Brasil, diz Lula


Operamundi

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao velório de Néstor Kirchner pouco depois das 21h desta quinta-feira (29/10). Ficou cerca de duas horas em Buenos Aires, mas foi o suficiente para um encontro emocionante com a presidente Cristina Kirchner, que o recebeu, visivelmente, como um amigo especial. Pouco depois, Lula afirmou a jornalistas que o falecido ex-líder argentino ajudou a superar "muitas barreiras" bilaterais.

Efe
Lula conversa com a presidente argentina, Cristina Kirchner e o venezuelano, Hugo Chávez

"Descobrimos que Argentina e Brasil não eram adversários, a não ser no futebol. Mas em política e economia andávamos juntos e vimos que tínhamos um papel fundamental na integração" da região, disse Lula no Aeroparque de Buenos Aires.

O presidente ressaltou que o legado "mais importante" de Kirchner foi "recuperar a auto-estima do povo argentino" durante seu mandato, entre 2003 e 2007, em meio a uma profunda crise econômica.
 
*olhosdosertão
  

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