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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 27, 2010

Tuma



Autópsia do Medo é um livro do escritor e jornalista brasileiro Percival de Souza. Percival de Souza nasceu em Braúna, São Paulo, em 1943. Escritor e jornalista investigativo, especializou-se em assuntos criminais e de segurança pública. Além de "Autópsia do Medo" tem mais 11 livros publicados, dentre os quais: "A Prisão", "Society Cocaína" e "Eu, Cabo Anselmo". Ganhador de quatro Prêmios Esso, recebeu pela Câmara Municipal de São Paulo o título de Cidadão Paulistano e a Menção Honrosa do 25º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 2003, categoria “Livro de Reportagem”, com a obra "Narcoditadura – O caso de Tim Lopes”.

[editar] Sinopse do Livro

O jornalista Percival de Souza relata a vida de Sérgio Paranhos Fleury, o mais temido agente da repressão militar, denunciando o horror e os abusos cometidos durante a ditadura. Se o mistério conduz ao medo, é preciso trazê-lo à tona e desvendá-lo. Essa foi a missão a que o jornalista investigativo Percival de Souza se propôs ao escrever a biografia do Dr. Fleury, o mais temido agente da repressão militar contra ativistas de esquerda. "Autópsia do Medo – Vida e morte do delegado Sérgio Paranhos Fleury" relata em 650 páginas as muitas faces do criador do Esquadrão da Morte e uma das maiores autoridades do DOPS, a polícia política. O livro revela fatos novos, documentos secretos, depoimentos surpreendentes, mergulha nos porões da repressão, localiza militantes revolucionários e mostra os bastidores da guerra implacável entre guerrilheiros, militares do DOI-CODI e agentes do DOPS. “Vivi a turbulência do período, as batalhas campais da rua Maria Antônia, a preocupação pela prisão de tantos companheiros, a dor pela morte de vários deles, a guerra do sistema contra tudo o que fosse contestador”, conta Percival, ele próprio testemunha da agitação social e política desencadeada pelo regime militar. “Caberia a mim olhar para tudo isso com independência e isenção, necessárias para o relato despido de engajamento e por isso mesmo – acredito – profundamente político”, declara. Entre 1968 e 1975, o Brasil era dominado pela perseguição política e pela tortura. Nesse contexto constrói-se a figura de Fleury. Ascendeu rapidamente e se transformou no “número 1 da polícia”, com carta branca da cúpula militar e civil para agir em qualquer ponto do País. O homem, que torturou e assassinou sob proteção da lei, morreu afogado aos 44 anos, em circunstâncias ainda misteriosas. Paralelamente, Percival revela a ambiguidade desse personagem, matador e jogador de futebol, amante, líder do esquadrão da morte, cruel com os perseguidos e leal aos amigos, que vestia camisa florida e gostava de churrasco. Um homem introspectivo e avesso a entrevistas, que dirigia um opala azul com granadas no porta-luvas. Na trilha de Fleury, o autor encontrou o cabo da Marinha José Anselmo dos Santos que, depois de fazer guerrilha em Cuba e ser expoente da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), foi convertido e transformado por Fleury num espião da repressão política. Essa polêmica personagem lhe rendeu material para publicar, pela Editora Globo, o livro "Eu, Cabo Anselmo". Percival de Souza armazenou durante duas décadas informações obtidas através de conversas com policiais, militares e ex-militantes da luta armada. Durante a pesquisa levantou documentos do Exército, da Aeronáutica, processos judiciários, denúncias do Ministério Público, inquéritos, documentos na Justiça Militar e relatórios confidenciais. “Sei que diversas revelações são chocantes, mas, tenho certeza, contribuirão, e muito, para que a turbulência dos anos de chumbo seja compreendida”, declara o autor. “Fiquei impregnado de lamentos fardados, da repressão e da luta armada. São as vozes – todas brasileiras – deste livro, que achei oportuno registrar, perseguindo as histórias, para perpetuar a memória deste período”, finaliza.
*wikipedia

Romeu Tuma

De terno branco, o delegado Sérgio Paranhos Fleury, no canto a direita, Romeu Tuma*


Romeu Tuma foi o responsável pelo setor de informações do famigerado DOPS-SP,
*Cappacete



* Imagem copiada do livro Autópsia do Medo, de Percival de Souza

Na foto Luciana Liviero quero ver na TV cadê
em noite de autógrafo de seu último livro "Fotoarena" em 02/09/2010

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