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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 27, 2010

+ Petróleo no Nordeste

Mais petróleo, e não é todo nosso pela herança tucana

A Petrobras anunciou hoje a descoberta de uma nova província petrolífera de grandes proporções, no litoral  nordestino. O poço exploratório perfurado pela empresa acusou a presença de uma grande quantidade de petróleo  leve,  numa das áreas de concessão da Bacia Marítima Sergipe/Alagoas (BM-SEAL).  O bloco 11, onde foi encontrado óleo, é operado pela Petrobras, com 60%, com 40 pertencentes à IBV-Brasil, controlada pelos grupos indianos Barat e Vodeocon. O poço pioneiro, porém, fica na fronteira com outro bloco -o SEAL-4- de integral controle da estatal brasileira . Ali, será aberto outro poço exploratório, além de outros três num bloco próximo – o SEAL10 – onde aPetrobras tem 75% da concessão e  25% da estatal indiana ONGC.
O poço, perfurado com a plataforma Ocean Courage (foto), encontrou petróleo numa área a 2.300 metros de profundidade, a apenas 58 km do litoral sergipano. A perfuração foi iniciada em maio deste ano.
Na véspera da entrada em exploração do megacampo de Tupi, o primeiro do pré-sal, a notícia só não é melhor porque as regras de concessão deixadas por Fernando Henrique Cardoso nos abiscoitaram um pedaço deste petróleo.
*Tijolaço

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