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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 22, 2010

A mais imunda campanha no período pós-redemocratização

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José Dirceu no Patria Latina

Episódios de baixaria mostram como age José Serra...
Depois das filhas do engenheiro Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto - uma contratada no gabinete de governador de José Serra e a outra num escritório de advocacia que tem entre seus clientes empreiteiras que trabalham com a DERSA - temos nessa questão dos panfletos (veja nota acima) mais uma prova de como agem o tucanato e o presidenciável da oposiçã, José Serra (PSDB-DEM-PPS). Paulo Preto é acusado de sumir com R$ 4 milhões da campanha eleitoral dos tucanos.
Agora, é descobrir quanto custa a impressão de 20 milhões de panfletos, como ia ser paga e quem pagaria. Apesar do responsável pela encomenda Kelmon Luís de Souza, da Diocese de Guarulhos (SP), afirmar que seria por "doações pesadas de quatro ou cinco fiéis", o mais provável é que isto fosse pago pelo Caixa Dois da campanha de José Serra.
A propósito da apreensão dos panfletos, os bispos da Regional Sul 1 da CNBB - São Paulo (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgaram nota na qual antecipam que não patrocinam a impressão e a difusão de folhetos. "A Regional Sul 1 da CNBB desaprova a instrumentalização de suas declarações e notas e enfatiza que não patrocina a impressão e a difusão de folhetos a favor ou contra candidatos", diz a nota da CNBB divulgada em Indaiatuba (SP) e assinada pelo bispo de Santo André (SP) dom Nelson Westrupp.
Regional da CNBB exime-se de responsabilidade
A nota da Regional 1 - CNBB foi divulgada após reunião de 50 bispos que a integram, por duas horas, no sábado, quando concluíram que a entidade cometeu um erro em texto divulgado em agosto (já retirado do site da regional) sobre a eleição, quando fez referências ao PT e a nossa candidata, Dilma Rousseff (governo-PT-partidos aliados).
"O erro foi a apresentação de siglas partidárias. Isso não poderia ter acontecido", explicou o bispo de Limeira, d. Vilson Dias de Oliveira.
Eu espero que as investigações policiais descubram por que o panfleto com calúnias contra Dilma foi impresso na gráfica de uma militante do PSDB? Quem realmente pagou a impressão? Onde seriam distribuídos os panfletos? Onde estão os outros milhões de folhetos, se foi apreendido um milhão e a encomenda foi para imprimir 20 milhões?
Independente das conclusões, vivemos, assim, mais um capítulo da guerra suja travada nessa que já é a mais imunda campanha presidencial, desde a redemocratização do Brasil em 1985.

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