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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 19, 2010

Governo demo-tucano paulista sucateia TV Cultura




O presidente da Fundação Padre Anchieta (do governo Paulista), João Sayad, já colocou em prática a operação desmonte na TV Cultura de São Paulo:

Acabou com 3 diretorias da emissora: Artística e de Produção, Programação e Produção Independente e Aquisições.

Recentemente, ele havia anunciado plano de promover demissões em massa, vender estúdios e prédios, no estilo das privatizações demo-tucanas. Essa canetada mostra que o processo foi desencadeado.

Num país precisando de mais diversidade cultural, artística e informativa na programação da TV aberta (e até mesma nas TVs por assinatura), carente de espaços para programação nacional com menor apelo comercial, a TV Cultura e as demais TVs públicas e educativas tem a função de suprir essa lacuna. É lamentável que o governo demo-tucano paulista tenha uma visão tão pequena de seu papel e obrigações com a população.

*amigosdopresidenteLula



19 de Abril dia da Bandeira

19 de novembro - Dia da Bandeira

A Bandeira do Brasil foi adotada pelo decreto no 4 de 19 de novembro de 1889. Este decreto foi preparado por Benjamin Constant, membro do Governo Provisório.
A ideia da nova bandeira deve-se ao professor Raimundo Teixeira Mendes, presidente do Apostolado Positivista do Brasil. Com ele colaboraram o Dr. Miguel Lemos e o professor Manuel Pereira Reis, catedrático de astronomia da Escola Politécnica. O desenho foi executado pelo pintor Décio Vilares.
A Bandeira do Brasil tem posições definidas para as 27 estrelas, que simbolizam os Estados brasileiros e o Distrito Federal, procurando reproduzir cada uma de suas posições aproximadas na esfera celeste. No centro da Bandeira, em destaque, existe a constelação do Cruzeiro do Sul, que segundo os historiadores, em 15 de novembro de 1889, às 8 horas e 30 minutos, momento histórico da proclamação da República, passava sobre o meridiano da cidade do Rio de Janeiro, antiga capital da nação.
As cores verde e amarelo estão associadas à casa real de Bragança, da qual fazia parte o imperador D. Pedro I, e à casa real dos Habsburg, à qual pertencia a imperatriz D. Leopoldina. O amarelo também era a cor simbólica da dinastia dos Habsburgos.
O círculo interno azul corresponde a uma imagem da esfera celeste, inclinada segundo a latitude da cidade do Rio de Janeiro às 12 horas siderais (8 horas e 30 minutos) do dia 15 de novembro de 1889.
Com o passar do tempo esta informação foi sendo substituída por uma adaptação feita pelo povo brasileiro. Dentro deste contexto, o verde passou a representar as matas, o amarelo as riquezas do Brasil, o azul o seu céu e o branco a paz que deve reinar no Brasil.
As estrelas não têm o mesmo tamanho; elas aparecem em 5 dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta grandezas. Estas dimensões não correspondem diretamente às magnitudes astronômicas mas estão relacionadas com elas. Quanto maior a magnitude da estrela maior é o seu tamanho na Bandeira.
Embora alguns digam que a faixa branca representa a eclíptica, ou o equador celeste ou o zodíaco, na verdade a faixa branca da nossa bandeira é apenas um lugar para a inscrição do lema "Ordem e Progresso". Ela não tem qualquer relação com definições astronômicas.
O lema "Ordem e Progresso" é atribuído ao filósofo positivista francês Augusto Comte, que tinha vários seguidores no Brasil, entre eles o professor Teixeira Mendes.
Curiosidades: - as estrelas da Bandeira são visíveis a olho nu de qualquer local do Brasil, embora em diferentes épocas do ano.
Explicando a Astronomia que está na nossa Bandeira
Nove constelações, com um total de 27 estrelas, estão representadas na nossa Bandeira. São elas (o seu "mouse" ajudará na identificação):
.
Constelaçãoestrelasestado que representa
Cão Maior
beta CMa = Mirzam alpha CMa = Sírius gama CMa = Wezen delta CMa = Muliphem epsilon CMa = Adhara
α CMa = SiriusMato Grosso
β CMa = MirzamAmapá
δ CMa = MuliphemRondônia
γ CMa = WezenRoraima
ε CMa = AdharaTocantins
Cão Menor
α CMi = PrócionAmazonas
Carina
α Car = CanopusGoiás
Cruzeiro do Sul
gama Cru = Gacrux delta Cru = Pálida beta Cru = Mimosa epsilon Cru = Intrometida alpha Cru = Acrux
α Crux = AcruxSão Paulo
β Cru = MimosaRio de Janeiro
γ Cru = GacruxBahia
δ Cru = PálidaMinas Gerais
ε Cru = IntrometidaEspírito Santo
Escorpião
iota Sco teta Sco = Sargas mu Sco chi Sco = Girtab lambda Sco = Shaula epsilon Sco = Wei alpha Sco = Antares beta Sco = Graffias
α Sco = AntaresPiauí
β Sco = GraffiasMaranhão
ε Sco = WeiCeará
θ Sco = SargasAlagoas
ι ScoSergipe
χ Sco = GirtabParaíba
λ Sco = ShaulaRio Grande do Norte
μ ScoPernambuco
Hidra Fêmea
alpha Hya = Alphard gama Hya
α Hya = AlphardMato Grosso do Sul
γ HyaAcre
Oitante
σ OctDistrito Federal
Triângulo Austral
gama TrA beta TrA alpha TrA = Atria
α TrA = AtriaRio Grande do Sul
β TrASanta Catarina
γ TrAParaná
Virgem
α Vir = SpicaPará
.
Localizando os estados na Bandeira do Brasil
Você sabia que além da Bandeira Nacional do Brasil, existem duas outras bandeiras brasileiras oficiais?

A Bandeira Presidencial e a Bandeira Vice-Presidencial.
Bandeira Presidencial
Bandeira Vice-Presidencial
A bandeira Nacional pode ser hasteada ou arriada a qualquer hora do dia ou da noite. Normalmente o hasteamento é feito às 8 horas e o arriamento às 18 horas, devido à claridade do dia. Somente no dia 19 de novembro, Dia da Bandeira, há um horário determinado para o hasteamento: às 12 horas, com solenidades especiais.

Lula prazer em ouvir

Lula recebe prêmio Indira Gandhi para a Paz

NOVA DELHI, 19 NOV - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi escolhido para receber o Prêmio Indira Gandhi para a Paz, o Desarmamento e o Desenvolvimento de 2010 em uma decisão de um jurado internacional presidida pelo primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.
O presidente, que deixará o cargo em 31 de dezembro de 2011, foi premiado porque trabalhou "pelo reforço das relações entre as nações em desenvolvimento, e em particular por seu importante apoio à cooperação" entre Índia e Brasil, explicou Singh.
Ele também disse que o brasileiro se esforçou para adotar políticas com o objetivo de eliminar a fome e promover o crescimento do Brasil.
Lula já recebeu outras premiações internacionais, como o de "Estadista Global" em janeiro deste ano no Fórum Econômico Mundial, e o Prêmio Pela Paz 2008, da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em maio do ano passado.
Criado em 1986, já receberam o troféu no passado o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev em 1987; o primeiro presidente da República Tcheca, Václav Havel, em 1993; o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, em 1997; e o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, em 2008.
By: ANSA

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quinta-feira, novembro 18, 2010

Governo Manda Recado a Sociedade: Liberdade e Qualidade de Imprensa Serão Prioridades no Próximo Mandato.

Vídeo: senadora ataca Prates e pode convocar dono da RBS




Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim

Vídeo: senadora ataca Prates
e pode convocar dono da RBS

    Publicado em 18/11/2010
Ideli: Prates envergonhou Santa Catarina
A senadora Ideli Salvati (PT-SC) condenou o pronunciamento preconceituoso de um colunista da RBS de Santa Catarina, afiliada da Globo – clique aqui para ver.

Ideli referiu-se com mais ênfase aos trechos notoriamente preconceituosos e inaceitáveis numa concessão de serviço público, que é a televisão.


O senador Magno Malta (PR-ES) lembrou que a televisão é uma concessão e, portanto, a Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado deveria chamar o dono da RBS às falas.

O senador Magno Malta também é presidente da CPI da Pedofilia e poderia aproveitar a viagem do dono da RBS a Brasília para discutir o estupro que o filho de um dos donos da RBS de Santa Catarina cometeu contra uma adolescente que ainda não menstruava.
Confira a segunda parte do discurso:

*onipresente

HAITI pede socorro

IMAGEM DO DIA
«Una mujer yace desnuda en una calle próxima a un hospital de enfermos de cólera en la capital de Puerto Príncipe.» [El Pais]

Supercomputador chinês faz Pentágono tremer nas bases



A China sempre foi potência mundial


Vermelho
Sessenta e um anos após o triunfo da Revolução Chinesa, a República Popular da China criou o mais rápido supercomputador do mundo.

Por Stephen Millies, no Workers World

Conforme o professor da Universidade do Tenessee, Jack Dongarra, o supercomputador Tianhe-1A, da China, é 47 por cento mais rápido que o mais veloz supercomputador dos Estados Unidos. Tianhe, que significa "Via Láctea", é mais rápido que 175 mil laptops reunidos (www.metro.co.uk).


Supercomputadores podem resolver problemas científicos muito complexos, incluindo nisso a pesquisa médica e a previsão do tempo, para ajudar as pessoas.


O Complexo Militar-Industrial dos Estados Unidos usa supercomputadores para simular as detonações de armas nucleares.


O mais rápido supercomputador estadunidense, o XT5 Jaguar, está localizado no Laboratório Nacional de Oak Ridge, no Tenessee. Essa instalação fez parte do Projeto Manhattan, que fabricou as bombas atômicas que assassinaram milhares de pessoas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki.


Reis Ocidentais tomaram as invenções chinesas como a pólvora e o compasso e as utilizaram para desencadear o Holocausto Africano — o comércio transatlântico de escravos — e para exterminar os povos nativos do continente americano. Karl Marx mostrou como o mercado mundial capitalista nasceu do "sangue e do pó" por meio desses gigantescos crimes.


A monarquia britânica invadiu a China em 1841, porque os chineses pararam de importar o ópio dos capitalistas britânicos. Por mais de um século, os chineses foram humilhados e atirados à miséria, com milhões deles assassinados pelos ingleses. Assim como foram instaladas placas nos Estados Unidos e na África do Sul proibindo a entrada ou permanência de negros, durante a época do Apartheida, o Reino Unido instalou placas em parques chineses nas quais podia-se ler: "Proibida a entrada de cachorros e chineses".


Um triunfo do planejamento socialista

A Revolução Chinesa mudou tudo isso. Mao Tse Tung declarou, em 1º de outubro de 1949, que "a China pôs-se de pé".

Entretanto, nos últimos 30 anos, a China acabou se imiscuindo no mercado capitalista mundial. A corporação taiuanesa Foxconn, o maior fabricante mundial de componentes eletrônicos, emprega sozinha 420 mil operários na região de Shenzhen.

Mas a Foxconn e outros empresários não têm nada a ver com o supercomputador mais rápido do mundo. Foi o estado socialista da China que construiu o Tianhe-1A.


A despeito da introjeção do capitalismo e da reestruturação da indústria estatal, bilhões de dólares foram alocados pelo estado socialista para construir este computador. O planejamento econômico socialista foi o responsável por essa maravilha da tecnologia.


Em comparação, a Índia capitalista de centenas de milhares de talentosos cientistas na área de computação. Bangalores, naquele país, é o quartel-general da Wipro, uma empresa que emprega 120 mil operários. Ainda assim, a Wipro e outras empresas capitalistas da Índia não conseguiram construir o supercomputador mais rápido do mundo.


A União Soviética supreendeu o planeta ao lançar ao espaço o Sputnik (Companheirinho, traduzido do russo), o primeiro satélite artificial da Terra, em 1957, no 40º aniversário da Revolução Russa. Esse exemplo vívido do poder do planejamento socialista centralizado também alarmou os feitores da guerra no Pentágono, que ao mesmo tempo assistiam atônitos seus prosaicos foguetes explodirem nas rampas de lançamento do país.

A China ainda avança no desenvolvimento

Ao mesmo tempo que produziu mais de 500 milhões de toneladas de aço em 2009 e fabricou mais carros que os Estados Unidos, a China ainda é um país em desenvolvimento. Em muitas áreas ainda está atrasada em relação às economias capitalistas desenvolvidas — um dos grandes problemas que revoluções socialistas que triunfaram em países empobrecidos por séculos de colonização e imperialismo enfrentaram. 

A resposta dos líderes chineses em relação à necessidade de tecnologia moderna foi convidar o capital estrangeiro, e muitos deles estão hoje profundamente preocupados com a cada vez maior desigualdade social que isso implicou.


Porém, em poucos anos a China deu um salto gigantesco em Ciência e Tecnologia, o que significa que necessitará cada vez menos das forças capitalistas hostis para construir sua economia. Ao mesmo tempo, protestos em massa por melhores salários e condições de trabalho se intensificaram.


Uma série de medidas pró-classe trabalhadora foram adotadas. Foram dadas pensões e aposentadorias a 140 milhões de trabalhadores imigrantes em 2007. No mesmo ano, uma lei sobre a assistência médica foi aprovada, garantindo atendimento na área de saúde a virtualmente toda a população.

Os sindicatos chineses forçaram o McDonald's e o Wal-Mart a assinar contratos. Um exemplo enorme a essas duas corporações monstruosas que empregam cerca de 1,8 milhão de trabalhadores nos Estados Unidos, que são explorados impiedosamente por elas. Os detratores da China não informaram o mundo dessas conquistas sindicais chinesas.


Construir o supercomputador mais rápido do mundo mostra que a China tem o essencial para fortalecer seu desenvolvimento no rumo de uma economia socialista. Como o Sputnik, o Tianhe-1A é uma grande vitória contra Wall Street e o Pentágono.

Fonte: Workers World
*Cappacete

Uma visita desnecessária estratégica e taticamente

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Um rapapé demodé
Pedro Ayres
Jornalista
Há dias que os mais variados meios de comunicação, numa bem orquestrada ação lobista, divulgam o desejo do governo estadunidense de que a Presidenta eleita Dilma Rousseff vá a Washington para conversar com Barack Obama. O velho falcão do Departamento de Estado/CIA, agora embaixador no Brasil, Thomas Shannon, tem sido muito generoso em termos de entrevistas e pressões para que tal visita se realize. É evidente que em condições normais de temperatura, meio-ambiente e ânimo, não seria nada demais que a Presidenta eleita do Brasil mantivesse um bom diálogo com o presidente dos Estados Unidos. Só que agora o quadro desaconselha qualquer tête-à-tête entre os dois.
Do ponto de vista político o quadro é bem desinteressante, pois, enquanto o velho amigo do Negroponte e do Billy Joya fala em afáveis conversas diplomáticas. Em Washington, sob o patrocínio da bancada de ultradireita no Congresso dos EUA, liderada por Ileana Ros-Lehtinen, Connie Mack, Elliot Engel e Ron Klein, há uma reunião com prófugos e criminosos latino-americanos - Gonzalo Sánchez de Losada, Carlos Sánchez, por exemplo - para cuidar da destruição de todos os movimentos de integração regional, inclusive com o apelo ao tradicional Golpe de Estado,peça fundamental da política externa estadunidense.
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Do ponto de vista econômico-comercial, segundo insuspeitos dados oficiais brasileiros, os Estados Unidos têm boa vantagem no intercâmbio comercial, pois, têm exportado mais do que importado. O que lhes dá um dos poucos saldos comerciais na atualidade. Querer que esse saldo seja muito superior ao existente, não só é um esbulho, como é desejar que a nossa economia volte a ser o que foi em priscas eras.
Se olharmos para o passado, logo veremos que a lógica norteadora de todas as práticas - diplomáticas, políticas, comerciais, econômicas e de ajuda - sempre teve os interesses de suas empresas como base teórica e objetiva de seus atos. Um fato que foi publicamente confessado pelo marine, general Smedley Darlington Butler, que agiu na América Central em defesa da United Fruit e outras empresas do nascente imperialismo estadunidense durante parte do século XX. Ou seja, não tem nenhum motivo ou razão geopolítica que nos ligue. Até porque para os EUA, nós, da América Latina, fazemos parte do "legado" que a "divina providência" e o seu manifest destiny lhes deixou como direito e herança.
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Hoje, quando se vê o avanço da crise econômica estrutural do capitalismo, mais do que nunca é importante fazermos a pergunta: por que temos que salvar aqueles que foram nossos algozes? Entretanto, é o que desejam as autoridades estadunidenses, maiores ou menores, pombas ou falcões.
O que Barack Obama poderia dizer de novo? Que o seu país vai deixar o mundo em paz? Que vai abandonar a loucura de pensar que só os interesses do empresariado capitalista são importantes? Que buscarão um novo tipo de política externa, com um relacionamento baseado na real fraternidade e na solidariedade, a exemplo do que fazem Cuba e Venezuela?
Enfim, nada disso será dito e nada disso será feito. Mas, em troca, aberta ou veladamente lembrarão da 4ª Frota, da necessidade de combater o "narcotráfico e o terrorismo"(sic) e da fundamental importância que a atualização militar de nossas Forças Armadas seja realizado com equipamentos fabricados por eles. E assim, mais uma vez, o Brasil estará cumprindo um antigo ritual colonialista de preito e homenagem ao centro metropolitano. Uma prova de que tal visita é desnecessária, inoportuna e ofensiva aos novos objetivos da nação brasileira.
******************
Pedro Ayres
Jornalista
*cronicascriticasAL 


Governo Obama convida Dilma antes da posse

Durante a campanha eleitoral circulou na internet uma pergunta espalhada por pessoas ou melhor, por topeiras:
BOA PERGUNTA!SE POR UMA INFELICIDADE, A DILMA FOR ELEITA, QUEM REPRESENTARÁ O BRASIL NAS REUNIÕES QUE FOREM REALIZADAS NOS EUA, CONSIDERANDO QUE ELA NÃO PODE ENTRAR NAQUELE PAÍS POR TER PARTICIPADO DO SEQUESTRO DO EMBAIXADOR AMERICANO QUANDO MILITANTE DOS MOVIMENTOS DE GUERRILHA EM NOSSO PAÍS?
Os fascistas poderiam perguntar diretamente ao governo americano:
Obama touts trade in meeting with Brazil?
Resposta à topeiras que acreditaram: Nos próximos dias, a presidenta eleita, Dilma Rousseff, se reúne com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A data do encontro, na Casa Branca, em Washington, ainda está sendo definida, mas será antes da posse de Dilma. A agenda inclui uma série de temas, desde a crise cambial até o desenvolvimento sustentável e os projetos do pré-sal. Assessores do presidente norte-americano confirmaram que ele deverá vir ao Brasil no primeiro semestre de 2011.
A reunião de Dilma e Obama deve se dividir em duas etapas: uma em que ambos estarão com assessores brasileiros e norte-americanos e outra em que os dois líderes ficarão a sós. A previsão é que o encontro dure pouco mais de uma hora.
O presidente Lula e a presidenta eleita encontraram-se na semana passada, em Seul, com o presidente norte-americano durante a Cúpula do G20 (que engloba as maiores economias mundiais). Dilma e Obama já haviam se encontrado antes, em julho do ano passado, em Washington, quando Dilma ainda era chefe da Casa Civil da Presidência da República.
Assessores que preparam a reunião, em Washington, informaram ainda que Obama e Dilma deverão também tratar das preocupações dos empresários norte-americanos. Nos últimos meses, eles vêm perdendo espaço no Brasil para os chineses, no caso dos investimentos no país, assim como para os canadenses, no que se refere às exportações brasileiras.
A perda de espaço no mercado nacional acende a luz de alerta para os empresários norte-americanos, considerando que historicamente os Estados Unidos ocuparam o lugar de primeiros investidores no Brasil.
Em Washington, a presidenta eleita terá oportunidade de conversar também com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, e mais um grupo de autoridades do governo nas áreas de segurança nacional, energia e meio ambiente.
Em pauta, a guerra cambial – causada por medidas unilaterais, inclusive por parte dos Estados Unidos, para o fortalecimento da economia de certos países, e que gera um desequilíbrio global –, o estímulo ao uso de energia limpa, os projetos do pré-sal, ações de cooperação para os países pobres, em especial, o Haiti e, por fim, as questões relativas às mudanças climáticas e propostas para o desenvolvimento sustentável.
Para recordar: Direita tapada: Onde fica Nova York?
*CelsoJardim

O Dólar de amanhã

A questão quente é ainda a dos Pigs, que estamos a tratar nestes dias.

Mas o mundo vai em frente, com ou sem Pigs.
E enquanto no nosso cantinho olhamos com desespero aos problemas caseiros que parecem os maiores do planeta, "fora" a vida continua e o futuro está a preparar-se.

Esta semana o Economist apresenta na capa um retrato de Mao, que com as mãos cheias de dólares prepara-se a comprar, um pedaço de cada vez, todo o Ocidente. Exagero? Nem por isso. Aliás, a capa é um claro convite à reflexão, embora o tema está longe de ser novo.

Sabemos que no Oriente as estratégias, por razões diversas, não são de curto prazo e existe a capacidade de gerir o tempo e não de sofre-lo.

Um breve resumo:
  • Em 1997, o Reino Unido devolve Hong Kong para a China
  • desde 2004 é dado o direito de realizar depósitos em Yuan em Hong Kong
  • em 2009, são lançadas as primeiras emissões de obrigações denominadas em Yuans
  • em Março 2010, o premier Wen Jiabao manifesta publicamente a preocupação com os activos denominados em Dólares dos EUA
  • hoje, Novembro de 2010, nasce a proposta para abrir a negociação de acções denominados em Yuans, na praça em Hong Kong
O caminho parece prosseguir numa percurso sólido, provavelmente estabelecido há muito.

Enquanto hoje o mercado (além de preocupação para Pigs) sente o peso do possível maior rigor da política monetária na China, devido ao aumento da inflação que terá que descer mesmo à custa do crescimento, o governo chinês parece estar a preparar o terreno pouco a pouco para um Yuan mais "autoritário" nos mercados internacionais: até muito recentemente, o Yuan era rigidamente fechados dentro das fronteiras nacionais, era proibida a sua exportação e isso limitava a capacidade de obtenção de um IPO (Initial Public Offer, o início da participação duma sociedade na Bolsa).  

Fora dos tecnismos: a abertura é muito significativa, pois uma vez que estará operacional, cerca da metade das trocas comerciais entre a China e os Países emergentes deixarão de ser feitas em Dólares. A "nova" moeda será o Yuan, e China exportará não apenas mercadorias mas também acções.

Tudo isso ajuda a criar um mercado de negociação cada vez maior para o Yuan, afastando-o lentamente do controle do governo e da correlação com o Dólar, do qual o mesmo Yuan entende ocupar o lugar como moeda de referência internacional.

A valorização do Yuan será cada vez mais inevitável e cada vez mais interessante para a própria China: se realmente após a fase de angariação de fundos começará uma fase de compras no Ocidente, um Yuan mais forte tornará as aquisições ainda mais rentáveis.

Fonte: Bimbo Alieno
*InformInc

quarta-feira, novembro 17, 2010





A perseguição a Protógenes
é a absolvição de Dantas


Protógenes prendeu Dantas duas vezes e Gilmar soltou Dantas duas vezes

Luiz Carlos Antero: A incômoda biografia de Protógenes

Desde as duas prisões e condenação do banqueiro Daniel Valente Dantas, em julho de 2008, comemoradas em todo o País, uma surreal perseguição foi iniciada contra Protógenes Queiroz, o homem que logrou atingir uma forte simbologia das elites rentistas do País após extensas e profundas investigações.


Por Luiz Carlos Antero*

O momento culminante e mais recente dessa invertida e grotesca caçada foi a anunciada condenação em primeira instância (“por fraude processual e violação de sigilo funcional a três anos e quatro meses de prisão – pena substituída pela prestação de serviços comunitários”) do deputado eleito pelo PCdoB, justamente pelas alegadas circunstâncias em que logrou produzir as provas contra o banqueiro, duas vezes devidamente algemado.


Mas, agora, o fato mais curioso e revelador foi o encadeamento orquestrado de diversas ações simultâneas que buscam atenuar a vida do banqueiro e cristianizar Protógenes por “erros” cometidos nas investigações.


Nassif e a “coincidência”


O primeiro a atentar para o fato foi o jornalista Luiz Nassif, que, em seu blog, indicou a sequência de acontecimentos que poderiam ser “coincidência”: “Agora se tem, simultaneamente, a) o livro do Raimundo Pereira (NR: “O Escâ ndalo Daniel Dantas: duas investigações”, apresentado como uma crítica a Protógenes); b) a ofensiva midiática de jornalistas ligados a Dantas, procurando repercutir o máximo possível o livro; c) a suspensão do julgamento de Ricardo Sérgio pelo STF, em cima de operações envolvendo Daniel Dantas; d) a sentença de Ali Mazloum”.


Longe de alimentar uma “folha corrida” para Protógenes, os que o perseguem por ter algemado Dantas, conseguiram produzir mais uma contribuição para sua biografia efetivamente política, turbinada por suas bem sucedidas investigações da bilionária evasão fiscal e da fraudulenta progressão da dívida externa no governo FHC.


Biografia incubada


Quando o Vermelho publicou o artigo “Um Dantas por cem Valérios” no dia 12/05/2006, não se imaginava qu e essa biografia já estivesse incubada e em plena fermentação.


Para se converter numa evidência nacional, Protógenes penetrou cirurgicamente o fétido ambiente do capital em sua feição mais moderna, dissociada da sociedade e de suas instâncias produtivas, atingindo o cerne do protegido segredo tucano e das corrosivas elites brasileiras.


Com isso, cumpriu um prodigioso serviço ao povo brasileiro, que consistiu em tocar fundo nas sequelas ocasionadas pela era neoliberal. E, nesse propósito, simbolicamente algemou em duas ocasiões o sistema que confrontou nas ousadas investigações sobre as estripulias em andamento no sistema financeiro.


Até ali, contribuíra para fundar um grêmio estudantil, em pichações no tempo do regime militar (“Terrorismo é ditadura que mata e tortura”), defender eleições diretas, o poder civil, o ensino público de qualidade, um jornal de resistência; foi delegado a um Congresso da UNE, em 1980; op tou por cursar Direito, estagiou em defensoria pública, estabeleceu contato com os movimentos sociais, Contag, Via Campesina, conviveu com velhos comunistas; processou a construtora Queiroz Galvão por corrupção; largou uma rentável banca de advocacia para se tornar delegado da polícia federal (antes “uma guarda pretoriana do regime militar”); lutou para fechar contas CC5, encontrou o caminho do confronto com empreiteiras e banqueiros, com o capital financeiro, esbarrou no “sistema”, recusou propina milionária, passou a ser ameaçado de execução, sofreu atentados e não se rendeu.


A CIA com a Kroll no caminho


Protógenes deu de cara com figuras notórias — a exemplo de Fernando Henrique Cardoso, Jorge Bornhausen, Armínio Fraga, Reinhold Stephanes —, nas descobertas das fronteiras e limites de sua ação institucional contra o “sangramento” de divisas do país.


Na PF, prendeu diversos meliantes de col arinho branco, entre os quais o contrabandista Law Kim Chong, o ex-governador Maluf, o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e, mais recentemente, o empresário Naji Nahas e o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity, durante a mais importante das operações contra corrupção já ocorrida no Brasil.


No percurso, descobriu na “Kroll” uma empresa americana de espionagem, uma estação privada da CIA no Brasil. E, nesse braço da espionagem, serviços ao grupo Opportunity, à BrasilTelecom, ao banqueiro que depois algemou. E, ainda, esteve no ambiente de uma empreitada para investigar a Kroll, a Operação Chacal.


“Mensalão”: penetras no banquete


Nesta Operação, quando ficou evidente que Daniel Dantas usava a Kroll (e, portanto, a CIA) para espionar adversários, surgiram todas as iniciativas para lacrar um HD apreendido do Opportunity, no STF (Supremo Tribunal Federal), com o respaldo da ministra Ellen Gracie. A decisão conteria por cerca de dois anos a investigação.


Foi quando surgiu o chamado “mensalão”, que permitiu aos tucanos e a aliados do então PFL, jogar sobre os ombros de outros protagonistas mais recentes, que também se vincularam ao banqueiro, responsabilidades sobre as quais tiveram historicamente total exclusividade.


O fato foi descrito nos moldes daquele banquete no qual os novos “penetras”, pilhados em confraria, foram incriminados e publicamente expostos e ridicularizados numa CPI que manteve incólumes Dantas e seus patrocinadores nas privatizações da era FHC.


Venda do país in natura


Protógenes penetrou, desse modo, na complexa capilaridade formada em torno do banqueiro ao longo de 20 anos, com o especial protagonismo de Fernando Henrique Cardoso. Debruçou-se sobre numerosas descobertas, a exemplo de uma empresa de exploração de mineração (de Dantas), a MG4, que reunia inà ºmeras concessões de exploração de solo urbano.


E declarou numa entrevista à revista Caros Amigos: “É necessário você ter uma força muito grande dentro do governo. Eles já estavam ofertando a empresa lá fora, no Oriente Médio. O intermediário era o Naji Nahas. Isso significa vender nosso país in natura”.


Quando a Operação Satiagraha já estava na pauta dos noticiários, o jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog Conversa Afiada, anunciou que Dantas não estava interessado em fazendas, mas em seu subsolo.


Com base em revelações do MST, PHA afirmou: “Aos que não entendem o interesse de Daniel Dantas em fazendas do Pará, cabe explicar que o objetivo dele não é criar gado. Por trás da fachada agropecuária, Dantas e a Vale do Rio Doce estão em processo de reconcentração fundiária, com o objetivo de investir em mineração (…). O MST chama a atenção para o fato de o Sul e o Sudeste do Pará constituírem uma grande região mineradora. Nos últimos cinco anos, Daniel Dantas comprou 52 fazendas em oito municípios, num total de 800.000 hectares. Entre elas, encontram-se as fazendas Maria Bonita, Espírito Santo e Cedro, ocupadas pelos sem-terra, que são áreas públicas, compradas de forma ilegal. Há poucos dias, um conflito entre seguranças e milicianos armados a serviço de Dantas na fazenda Santa Bárbara foi testemunhado por um cinegrafista da Globo, que viajou em avião de Dantas”.


Dívida artificial e fraudulenta


Mas a pirataria no subsolo foi apenas um aperitivo revelado num panorama maior. “Tem a dívida externa, que é a coisa mais nojenta que já vi”, afirmou Protógenes. E aí chegou novamente ao ambiente consolidado no governo Fernando Henrique Cardoso, onde se sustentou a cumplicidade e comando fundamental para a consagração, no período pós-ditadura, de uma dívida artificial, inflada e fruto da especulação com títulos da dívida pública brasileira, vendidos a 15% (e menos) de seu valor de face, e à base das manipulações em dólar.


Daí resultou a sangria formada por uma dívida substancialmente arranjada e pela evasão de divisas, com a permissividade do Banco Central brasileiro. E, a exemplo do caso Paribas (Alberto participações), com a conversão de títulos da dívida na gestão Armínio Fraga — um episódio no qual FHC esteve envolvido pessoalmente.


“Nossa dívida externa é artificial e eu provei isso na investigação. Houve repulsa minha porque quando era estudante empunhei muita bandeira ‘Fora FMI’, ‘Nós não devemos isso’, ‘A dívida já está paga’. E foi muito jato d’água, muita cacetad a, muito gás lacrimogêneo: ‘bando de doido, tem que tomar porrada’. Você cresce achando que era um idiota, não é? Chega um momento que pensa: ‘a dívida foi criada no regime militar, mas a gente precisa pagar’”.


Evasão tresloucada de divisas


O delegado que comandou a operação Satiagraha, Protógenes Queiroz, revelou, na investigação sobre Dantas, indícios de desvios de cerca de US$ 16 bilhões do Brasil para paraísos fiscais no exterior. Em janeiro de 2009, foram bloqueados US$ 2 bilhões que haviam sido enviados ao exterior pelo grupo Opportunity “na maior paralisação da movimentação dos ativos suspeitos da história do Brasil”.


As investigações contra o grupo Opportunity passaram a existir em quatro países. Em ordem cronológica, os bloqueios se deram no Brasil, a partir de setembro, por decisão do juiz Fausto De Sanctis, num volume de quase meio bilhão de dólares; na Inglaterra (US$45 milh ões), Suíça e Estados Unidos, totalizando quase US$ 3 bilhões. Durante as investigações, evidenciou-se que o dinheiro desviado era dos cofres públicos e da corrupção, desde as privatizações.


Orquestração para o desmonte


Com revelações assim, sórdidas e de tal monta, o processo investigativo sofreu novas ameaças de estagnação. Sucessivas defecções retiraram suporte de Protógenes para contê-lo na investida contra Dantas — que, na segunda prisão, ameaçou “falar”. Ficou evidente a orquestração. E alguém lhe disse: “Protógenes, se o Daniel Dantas falar, eu prefiro que ele fique preso”.


Protógenes considerava que no STJ (Superior Tribunal de Justiça) “estava tranquilo”, mas após estruturar a segunda prisão, não pensava que o STF (Supremo Tribunal Federal) “iria contrariar toda a opinião pública, todas as regras jurídicas, todas as normas processuais”, soltando rapidamente o banquei ro contraventor por decisão inspirada pelo ministro Gilmar Mendes. E não imaginava encontrar diante de si “um poder sem precedentes”.


Concluiu: “Foram sucessivos atos que dão conta de que ele é uma pessoa muito poderosa e que esse poder viria com uma velocidade e uma força que se moveria contra quem quer que se opusesse a esse grupo, um grupo de interesses determinado, um segmento bem solidificado durante a redemocratização, que construiu um poder criminoso; um PC Farias que deu certo”.


Entretanto, a coragem registrou-se numa das inúmeras narrativas da proeza final – na matéria publicada pelo Terra Magazine: “O senhor está preso”, diz delegado a Dantas – que descreve a segunda prisão de Daniel Dantas diante de uma dezena de advogados e desembargadores aposentados.


Em cena, o livro sobre Dantas contra Protóge nes


Com tal biografia e tantas evidências que favorecem a defesa dos interesses do País e do povo brasileiro, quem arremeteria contra Protógenes sob o pretexto de que teria cometido erros na investigação?


Uma das respostas veio no próprio do sítio da Federação Nacional dos Policiais Federais (Funapef), onde um texto informou: “Um artigo do respeitado jornalista Raimundo Pereira na revista Piauí, intitulado ‘Protógenes e eu’, fustiga o conhecido delegado e candidato a deputado federal pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Estado de São Paulo. Denso, o texto pergunta: ‘Quem é Daniel Dantas, que interesses ele representa?’”


O sítio diz que “Raimundo Pereira não entra nos méritos dessas respostas, no artigo”, mas, sobre a publicação, destaca um trecho da sua Introdução: “Este livro é uma crítica ao trabalho do delegado Protógenes Queiroz na condução da famosa Operação Satiagraha, que levou à prisão Daniel Dantas, desde então, a mais famosa figura dos meios financeiros do país”.


Um outro comentário, assinado por Thiago Domenici, comenta: “Este livro tem uma conclusão política. Ela surge a partir de uma investigação jornalística feita para entender a razão dos erros gritantes de uma investigação policial”.


O sítio Conjur, afirma, entre outras pérolas, em artigo assinado por Mauricio Cardoso: “Para Raimundo Pereira, a transformação de Daniel Dantas no bode expiatório de todos os males do Brasil foi uma decisão política do presidente Lula. (…) O livro funciona mais ou menos como um Habeas Corpus da informação. Ele não prova a inocência de Daniel Dantas, mas tenta mostrar que o maior escândalo financeiro do país foi, na verdade, a maior campanha política, policial, judicial e midiática feita no país contra um cidadão”.


Mas nem aí houve consenso: uma diretora do Opportunity, Maria Amalia Coutrim, não concordou com a interpretação e se manifestou indignada com a resenha, afirmando que o autor não respeitou as conclusões de Raimundo e foi “contaminado” pelo pensamento de Protógenes.


Forte inspiração tucana


Na verdade, todos os pressupostos levantados apontam para o mesmo falso dilema típico das armações das campanhas tucanas — a exemplo desta que todo o Brasil presenciou nas eleições de 2010: busca-se converter a verdade em mentira e seu autor em réu, ou a mentira em verdade mediante artifícios que consagram o meliante em vítima ou heroi.


A condenação de Protógenes Queiroz deve ser assim qualificada e compreendida em sua real dimensão. Não somente para produzir efeitos de solidariedade, mas para que se compreenda que sua ação esteve à altura de um brasileiro que atua em defesa do País e honra o seu povo, mostrando coragem, ousadia, destemor naquele perfil que destaca “os melhores filhos do povo”.


E não encontra paralelo na chamada “oposição”, que não conhece limites: “Senti vontade de prendê-lo a terceira vez. Quase que o prendi. Tinha um fato para poder prendê-lo, mas iria criar uma crise. Já tinha manifestação em frente ao Supremo Tribunal Federal, membros dos três poderes uns acusando os outros, determinado grupo político querendo criar uma nova situação, um passo atrás”.


Protógenes, ao que tudo indica, optou por dar um passo adiante.


* Luiz Carlos Antero é jornalista, escritor, colunista e membro da Equipe de Pautas Especiais do Vermelho

*conversaafiada