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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 18, 2010

Supercomputador chinês faz Pentágono tremer nas bases



A China sempre foi potência mundial


Vermelho
Sessenta e um anos após o triunfo da Revolução Chinesa, a República Popular da China criou o mais rápido supercomputador do mundo.

Por Stephen Millies, no Workers World

Conforme o professor da Universidade do Tenessee, Jack Dongarra, o supercomputador Tianhe-1A, da China, é 47 por cento mais rápido que o mais veloz supercomputador dos Estados Unidos. Tianhe, que significa "Via Láctea", é mais rápido que 175 mil laptops reunidos (www.metro.co.uk).


Supercomputadores podem resolver problemas científicos muito complexos, incluindo nisso a pesquisa médica e a previsão do tempo, para ajudar as pessoas.


O Complexo Militar-Industrial dos Estados Unidos usa supercomputadores para simular as detonações de armas nucleares.


O mais rápido supercomputador estadunidense, o XT5 Jaguar, está localizado no Laboratório Nacional de Oak Ridge, no Tenessee. Essa instalação fez parte do Projeto Manhattan, que fabricou as bombas atômicas que assassinaram milhares de pessoas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki.


Reis Ocidentais tomaram as invenções chinesas como a pólvora e o compasso e as utilizaram para desencadear o Holocausto Africano — o comércio transatlântico de escravos — e para exterminar os povos nativos do continente americano. Karl Marx mostrou como o mercado mundial capitalista nasceu do "sangue e do pó" por meio desses gigantescos crimes.


A monarquia britânica invadiu a China em 1841, porque os chineses pararam de importar o ópio dos capitalistas britânicos. Por mais de um século, os chineses foram humilhados e atirados à miséria, com milhões deles assassinados pelos ingleses. Assim como foram instaladas placas nos Estados Unidos e na África do Sul proibindo a entrada ou permanência de negros, durante a época do Apartheida, o Reino Unido instalou placas em parques chineses nas quais podia-se ler: "Proibida a entrada de cachorros e chineses".


Um triunfo do planejamento socialista

A Revolução Chinesa mudou tudo isso. Mao Tse Tung declarou, em 1º de outubro de 1949, que "a China pôs-se de pé".

Entretanto, nos últimos 30 anos, a China acabou se imiscuindo no mercado capitalista mundial. A corporação taiuanesa Foxconn, o maior fabricante mundial de componentes eletrônicos, emprega sozinha 420 mil operários na região de Shenzhen.

Mas a Foxconn e outros empresários não têm nada a ver com o supercomputador mais rápido do mundo. Foi o estado socialista da China que construiu o Tianhe-1A.


A despeito da introjeção do capitalismo e da reestruturação da indústria estatal, bilhões de dólares foram alocados pelo estado socialista para construir este computador. O planejamento econômico socialista foi o responsável por essa maravilha da tecnologia.


Em comparação, a Índia capitalista de centenas de milhares de talentosos cientistas na área de computação. Bangalores, naquele país, é o quartel-general da Wipro, uma empresa que emprega 120 mil operários. Ainda assim, a Wipro e outras empresas capitalistas da Índia não conseguiram construir o supercomputador mais rápido do mundo.


A União Soviética supreendeu o planeta ao lançar ao espaço o Sputnik (Companheirinho, traduzido do russo), o primeiro satélite artificial da Terra, em 1957, no 40º aniversário da Revolução Russa. Esse exemplo vívido do poder do planejamento socialista centralizado também alarmou os feitores da guerra no Pentágono, que ao mesmo tempo assistiam atônitos seus prosaicos foguetes explodirem nas rampas de lançamento do país.

A China ainda avança no desenvolvimento

Ao mesmo tempo que produziu mais de 500 milhões de toneladas de aço em 2009 e fabricou mais carros que os Estados Unidos, a China ainda é um país em desenvolvimento. Em muitas áreas ainda está atrasada em relação às economias capitalistas desenvolvidas — um dos grandes problemas que revoluções socialistas que triunfaram em países empobrecidos por séculos de colonização e imperialismo enfrentaram. 

A resposta dos líderes chineses em relação à necessidade de tecnologia moderna foi convidar o capital estrangeiro, e muitos deles estão hoje profundamente preocupados com a cada vez maior desigualdade social que isso implicou.


Porém, em poucos anos a China deu um salto gigantesco em Ciência e Tecnologia, o que significa que necessitará cada vez menos das forças capitalistas hostis para construir sua economia. Ao mesmo tempo, protestos em massa por melhores salários e condições de trabalho se intensificaram.


Uma série de medidas pró-classe trabalhadora foram adotadas. Foram dadas pensões e aposentadorias a 140 milhões de trabalhadores imigrantes em 2007. No mesmo ano, uma lei sobre a assistência médica foi aprovada, garantindo atendimento na área de saúde a virtualmente toda a população.

Os sindicatos chineses forçaram o McDonald's e o Wal-Mart a assinar contratos. Um exemplo enorme a essas duas corporações monstruosas que empregam cerca de 1,8 milhão de trabalhadores nos Estados Unidos, que são explorados impiedosamente por elas. Os detratores da China não informaram o mundo dessas conquistas sindicais chinesas.


Construir o supercomputador mais rápido do mundo mostra que a China tem o essencial para fortalecer seu desenvolvimento no rumo de uma economia socialista. Como o Sputnik, o Tianhe-1A é uma grande vitória contra Wall Street e o Pentágono.

Fonte: Workers World
*Cappacete

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