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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 25, 2010

Com um discurso simples e objetivo, a agricultura Hilda Maria de Rezenda Santos emocionou a todos hoje durante 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA)




Com um discurso simples e objetivo, a agricultura Hilda Maria de Rezenda Santos emocionou a todos hoje durante 3º Seminário Nacional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) realizado em Brasília (DF). No palco, Lula tentava em vão conter as lágrimas, que também escorriam pelas faces da ministra Márcia Lopes (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e outros convidados. No púlpito, que ocupou após quebrar o protocolo e pedir a Lula para falar, Hilda explicou ao presidente e à plateia de mais de 800 pessoas o que representava o programa de aquisição de alimentos do governo para os pequenos agricultores do município de Custódia, sertão de Penambuco.

“As minhas palavras são de agradecimento. Falo em nome de um povo sofrido. Se não fosse este programa, as crianças não teriam um litro de leite para tomar. E se hoje elas vão bem na escola é porque tomam leite todo dia. Então, Pernambuco agradece ao presidente Lula. E mais: estou certa que a presidente Dilma [Rousseff] irá continuar o programa. Ela é uma mulher correta. Vi isso nas entrevista que deu durante a eleição”, contou Hilda ao Blog do Planalto.

Presidente da Associação Comunitária Rural de Custódia, Hilda Santos chegou a um hotel em Brasília como muitas outras mulheres e homens. Do Recife para Brasília, conforme revelou, os momentos foram de apreensão: “Andei de avião pela primeira vez. Foi muito bom.” Junto com outros agricultores, ela recebeu a missão de entregar uma cesta com produtos da lavoura dos pequenos agricultores ao presidente, mas acabou se empolgando e pedindo para falar no evento.

Ela contou ainda que as 200 famílias de agricultores de Custódia sobreviviam da venda de carvão. A renda familiar varia entre R$ 100 a R$ 150 a cada mês. Porém, com o programa de aquisição de alimentos, o agricultor passou a um orçamento mensal entre R$ 700 a R$ 800. Este programa começou a ser implantado há seis meses naquele município pernambucano.
Você nem imagina a cara de felicidade da pessoa que chega na nossa associação para receber este dinheiro. Isso melhorou muito a vida das pessoas.

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