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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, novembro 14, 2010

Dívida é dívida, juros são juros, e tudo tem que ser pago mesmo que arrancando-se o coração como pagamento. (Schilock, em “O Mercador de Veneza” Shake







CRISE DO SBT É MAIS SÉRIA DO QUE SE ANUNCIA

Passado o primeiro susto com a débacle do Banco Panamericano, e tendo SS dado de penhor as empresas do Grupo, por ele mesmo avaliadas para mais, não somando portanto os 2,5 bilhão de reais necessários para cobrir o rombo, continua na ordem do dia a situação do SBT.
Em declaração, Silvio já admite desfazer-se de todas as empresas do Grupo“menos do SBT, que quero deixar para as minhas filhas.
O que não é fato. Para o Capital nada existe de sagrado, sequer a família.
Dívida é dívida, juros são juros, e tudo tem que ser pago mesmo que arrancando-se o coração como pagamento. (Schilock, em “O Mercador de Veneza” Shakespeare).
Geralmente em todo pronunciamento de capitalistas e políticos, já estamos acostumados: leia-se o contrário.
A crise é grande demais nas finanças do Grupo.
Desmoralizado, perde depositantes, avalistas e anunciantes. Logo a tendência do rombo é aumentar.
A passagem do SBT para algum outro gupo controlador é questão de tempo , apenas.
Como dizem os mineiros: “Sentemos na beira do rio e vamos esperar pra ver o que passa.”


SOBRE PEDIDO DE FALÊNCIA DA GLOBO - I

Credores pedem a falência da Globo na Justiça dos EUA
UOL News, 16 de dezembro, 2003
Um grupo de três credores entrou com um pedido de falência involuntária da Globopar (Globo Comunicações e Participações) na Corte de Falências dos Estados Unidos, Distrito Sul de Nova York, informa o serviço de notícias "Teletime" (publicação especializada em informações do setor telecomunicações).
Os três credores entraram com a petição de falência involuntária reclamando da Globo por uma dívida de um total de US$ 94,3 milhões.
Esses fundos são o GMAM Investment Funds Trust I (que se diz credor de US$ 30,5 milhões da Globo), o Foundations For Research (US$ 175 mil) e o WRH Global Securities Pooled Trust (US$ 63,6 milhões).
A Globo tem um prazo de 20 dias para se defender na Justiça de Nova York depois de receber a notificação que foi enviada na segunda-feira pelo correio. Depois disso, o juiz do caso deverá marcar uma audiência.
Se acatar o pedido dos credores, o juiz pode tomar uma de duas opções: ou ele inclui a Globo no chamado Chapter 11, que corresponde à concordata na legislação brasileira, ou ele realiza a liquidação da empresa.
Em setembro, os credores internacionais mandaram uma contraproposta de renegociação para a Globo. Até hoje, a Globo não havia se pronunciado sobre a contraproposta. Diante disso, esses três grupos de credores entraram com essa petição de falência involuntária.
A Globo deve um total de US$ 1,9 bilhão. Ela deve a bancos, a fundos e a fundos que detêm títulos como esses que entraram com o pedido de falência.
Esses três fundos têm garantia da Rede Globo de Televisão, que é, do grupo, a empresa que ganha dinheiro suficiente para renegociar o total da dívida.
Ao mesmo tempo, a Globo tomou a iniciativa e liderou um grupo de empresas de comunicação que fez ao BNDES um pedido para criar um "Proer da mídia".
O editor Paulo Henrique Amorim enviou ao presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, a seguinte pergunta: "O BNDES vai botar dinheiro do povo brasileiro numa empresa cuja falência é pedida numa Corte de Falências em Nova York?" Lessa não respondeu a pergunta. [Veja abaixo resposta de Lessa na Tribuna da Imprensa]

PEDIDO DE FALÊNCIA DA GLOBO - II

Lessa: Globo não terá tratamento especial
Tribuna da Imprensa, 18 de dezembro, 2003
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, afirmou ontem que a Globo não receberá tratamento especial do banco. "A Globo não terá nada que os outros não possam ter", disse Lessa em entrevista ao jornalista Paulo Henrique Amorim, do UOL News. "Este é um princípio da democracia." Segundo ele, "o BNDES estuda regras gerais para todos da mídia, sem distinção."
Na semana passada, o grupo W. R. Huff entrou com um pedido de falência da Globo Comunicações e Participações (GloboPar) em Nova York. O credor detém, por meio de três fundos (GMAM Investment Funds Trust I, Foundations For Research e WRH Global Securities Pooled Trust), cerca de 5% da dívida da GloboPar, que soma cerca de US$ 1,9 bilhão. A GloboPar, que pertence à família Marinho, tem participações acionárias em empresas da área editorial e gráfica, televisão a cabo e via satélite, programação para TV por assinatura e internet.
O presidente do BNDES disse que não existe nenhum pedido da GloboPar em avaliação no banco. Ele reconheceu que as empresas de comunicação, assim como outros setores da indústria, sofreram com o endividamento excessivo em dólar e com o crescimento econômico abaixo do esperado. Lessa defendeu a importância do "contraditório da mídia" para a sociedade: "Acredito que toda sociedade deve preservar a indústria que produzir conteúdo próprio nacional."
A GloboPar acredita que conseguirá reverter o pedido de reestruturação judicial da dívida. Na visão da empresa, o grupo W. R. Huff entrou com a ação para fortalecer sua posição na negociação dos débitos da GloboPar, iniciadas em outubro de 2002, quando suspendeu os pagamentos aos credores.
Os credores da GloboPar reuniram-se em comitês, um deles de grandes investidores e outro de bancos especializados em títulos da dívida. Segundo a empresa brasileira, a W. R. Huff não tem apoio de nenhum dos comitês. O presidente da GloboPar, Ronnie Vaz Moreira, espera concluir a primeira etapa da reestruturação da dívida "em meados do ano que vem, se tudo correr bem".
Segundo fontes do mercado, a empresa precisaria da adesão de 75% dos credores para conseguir aprovar o acordo. A companhia ainda não recebeu uma notificação formal sobre o processo nos Estados Unidos, que a Justiça americana despachou pelo correio, e ainda estuda o que fará sobre o assunto. Após a notificação, terá 20 dias para se manifestar.
Na semana passada, a GloboPar divulgou um comunicado dizendo que "não aceitará que um credor, isoladamente, prejudique este processo de negociação, nem que este ou qualquer outro credor utilize-se de expedientes desta natureza para tentar valorizar sua posição às custas dos demais". Na Bolsa de Valores de São Paulo, as ações sem direito a voto da Net fecharam estáveis. A Net, maior empresa de TV por assinatura do País, é a única controlada de capital aberto da GloboPa

PEDIDO DE FALÊNCIA DA GLOBO - III

Globopar apresenta defesa em processo
Ação é movida por credor nos EUA. Folha de S. Paulo, 21 de janeiro, 2004

Com o objetivo de evitar uma renegociação judicial de suas dívidas, a Globopar (Globo Comunicações e Participações), controladora da TV Globo, ingressou anteontem com sua defesa no processo movido contra ela pelo fundo de investimento norte-americano Huff. O fundo, credor da companhia, levou o caso à Justiça dos EUA.
O Huff entrou na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York em dezembro de 2003 solicitando a renegociação judicial de uma dívida vencida da Globopar no valor de US$ 94,3 milhões.
Segundo o diretor de Planejamento das Organizações Globo, Jorge Nóbrega, a linha de defesa da Globopar no processo foi alegar que o fórum para discussão do caso não são os EUA, mas sim o Brasil. Isso porque a companhia não tem ativos nos EUA e, portanto, não gera receita no país. Por isso, o caso deve ser tratado no Brasil, onde estão as empresas controladas pela Globopar.
A Globopar deu entrada em sua defesa no último dia dado pela Justiça, informou o executivo. A ação é baseada no capítulo 11 do Código de Falências dos EUA, que trata também da reestruturação de empresas endividadas que não estejam pagando aos credores. É um instrumento que não existe na Justiça brasileira.
Nóbrega afirmou que a Globopar tem uma dívida vencida de US$ 1,9 bilhão desde 2002, quando deixou de pagar parcialmente os débitos. Com o atraso nos pagamentos, todas as dívidas ficaram sujeitas ao resgate imediato.
*bemvindosequeira

Os últimos anos de um império chamado Globo; o futebol é a bala de prata


Os últimos anos de um império chamado Globo

Por Renato Rovai, no Blog do Rovai

Há elementos bastante sólidos para se afirmar que as Organizações Globo estão vivendo seus últimos anos de império e que para breve ela será apenas mais um grupo de comunicação no Brasil. A audiência da TV aberta, que é o carro chefe da emissora vem caindo de forma constante há algum tempo.

Além disso, a Globo tem perdido telespectadores tanto para a concorrência como para a Internet. Os jovens já passam mais tempo no computador do que na frente da TV. Além do que, na Internet a Globo é mais uma. Seu portal não é nem o maior do país.

Agora, há dois novos elementos que são pilares fundamentais do poder da Globo que podem torná-la ainda mais fraca nos próximos anos. O primeiro tem relação com a decisão recente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cadê) que tirou da emissora a preferência pela renovação dos direitos do Campeonato Brasileiro das temporadas de 2012 a 2014.

A Rede Record está em polvorosa com a notícia. E há apostas de que o grupo do bispo pensa em dobrar o valor pago hoje pelos Marinhos, de 500 milhões ano para 1 bilhão.

Se isso vier a acontecer e a emissora paulista, que já venceu a concorrência pela transmissão dos Jogos Olímpicos de 2012, passará a ter a hegemonia da cobertura esportiva. No caso do Campeonato Brasileiro, se a Record vencer mais essa ela passa a ter condições objetivas de derrotar a Globo no horário nobre.

O melhor horário para os jogos da semana é o das 20h, 20h30. Mas por conta do Jornal Nacional e das novelas, a Globo faz com que eles se iniciem cada dia mais tarde. Antes eram 21h15 e agora já estão começando às 22h. Isso diminui consideravelmente o público nos estádios.

A Globo também só transmite um jogo por semana. Se a Record vier a ganhar o Brasileirão, ela vai fazer exatamente ao contrário. Transmitirá os jogos no horário nobre tanto para poder vender publicidades por um preço melhor, quanto para tirar audiência da sua principal concorrente. E empurrar as novelas para segundo lugar no horário.

*escrevinhador


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