Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, novembro 12, 2010

Bancos portugueses à espera do FMI desde a intervenção na Grécia



A hipótese de Portugal recorrer ao fundo de emergência europeu e ao Fundo Monetário Internacional está a ser estudada pela banca nacional desde que houve necessidade de intervir na Grécia

Bancos à espera do Fmi, nada de mais natural.

O mesmo diário pergunta: Como será viver em Portugal com o FMI a mandar?

Um leitor avançou com uma ideia recentemente (não encontro o comentário original, raios!): analisar as consequências da primeira intervenção do FMI em Portugal.

O problema é que as condições são bem diferentes.
A década era a dos anos 80 e o mundo era um lugar bem diverso: havia a Guerra Fria, a União Europeia ainda não existia na forma actual, os mercados funcionavam de forma mais "analógica", algumas das tendências não estavam tão "extremizadas", não estava em curso uma Guerra das Moedas como acontece nestes dias.

Para ter uma ideia do que seria hoje o Fundo Monetário na condução dum País temos o caso da Grécia.

E mais não digo.


Ipse dixit.
*infinc

Nenhum comentário:

Postar um comentário