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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, junho 11, 2011

ISRAEL: VERGONHOSA DECISÃO DA ONU

http://veja.abril.com.br/imagem/fosforo-branco-israel-reuters.jpg
AVIAÇÃO ISRAELENSE LANÇA PODEROSA BOMBA DE FÓSFORO SOBRE A POPULAÇÃO CIVIL DE GAZA
Israel aceita comissão da ONU para investigar frota de ajuda a Gaza. Este título deixou, certamente, muita gente incrédula. Para quem está habituado a reconhecer em Israel um Estado criminoso, violador de várias resoluções das Nações Unidas, que não gosta de passar cavaco a quem quer que seja, esta foi uma novidade. 
Até começarmos a ler o resto da notícia: "O painel será liderado pelo primeiro-ministro neo-zelandês Geoffrey Palmer e pelo Presidente cessante Alvaro Uribe". Portanto, um criminoso vai investigar outro criminoso. E não são criminosos quaisquer. Enquanto presidente, Alvaro Uribe recebeu a solidariedade e a ajuda de Israel nos crimes contra a resistência do povo colombiano. Por exemplo, o ataque à base das FARC em território equatoriano que matou vários guerrilheiros e civis, entre os quais Raul Reyes, teve o apoio militar de Israel. Já se está a ver onde é que esta investigação vai chegar...

Em relação a esta decisão da ONU, não há qualquer espanto. Cada vez mais, as Nações Unidas assumem-se como um orgão ao serviço dos interesses do imperialismo. Não é a primeira vez que Ban ki-moon faz asneira. Ou melhor, não é a primeira vez que o secretário-geral da ONU cumpre as orientações de quem o pôs lá. Um interessante artigo de opinião de Carlos Enrique Bayo, descreve o mandato de Ban ki-moon como sendo de uma "gestão vergonhosa".

E Israel vai prosseguir, como se nada fosse, o seu périplo terrorista. em Hoje, achou-se no direito de entrar território líbano e de começar a cortar árvores. Ante os disparos de dissuasão para o ar dos soldados do país vizinho, os israelitas bombardearam a zona matando vários militares libaneses e um jornalista. Como sempre, os agressores vestem a pele de agredidos e dizem que foi em defesa. Israel diz que o Líbano violou as resoluções da ONU. Não só é falso como é escandaloso que um dos países que menos cumpre resoluções da ONU venha acusar outro de o não fazer.

E assim vai o mundo.


E se são 90% homens, é “Clube do Bolinha”?

Francamente, pode-se ter a opinião favorável ou contrária às escolhas de Dilma para os ministérios, mas a capa do Globo Online é de doer.
Então “quase um terço” de mulheres é “Clube da Luluzinha”?
Nunca disseram que, quando os ministros eram quase todos homens o ministério era “Clube do Bolinha”.
Essa “brincadeirinha” é um desrespeito às mulheres.
Não me parece que falte, a qualquer das duas, experiência – e muito menos representatividade política, porque são uma ex-senadora e uma senadora da República – para exercer o cargo.
Ruim é que as mulheres não sejam ainda a metade da composição dos altos cargos públicos, porque são a metade – aliás, mas da metade, segundo o IBGE – da população.
Aliás, na redação de O Globo, se não são metade, são mais da metade. E a matéria na qual puseram este título foi escrita por duas repórteres e um repórter.
Um amigo, que trabalhou lá há 30 anos, me contou que havia uma história entre os jornalistas de que um dia, um dos irmãos de Roberto Marinho – não recordo se Rogério ou Ricardo, mas já de idade avançada – desceu à redação e se supreendeu ao ver a quantidade de mulheres trabalhando ali e perguntou:
- Puxa, mas quantas mulheres… E elas trabalham direitinho?
Mas isso foi há 30 anos. Os tempos mudam e as cabeças, não.
*Tijolaço

Advogado que quer impedir Gilmar desafia Sarney no STF


O Brasil é maior que Diamantino


O advogado Alberto Piovesan, do Espírito Santo, que entrou no senado com um pedido impeachment de Gilmar Dantas (*), não se conformou com a decisão monocrática e serviçal do presidente do Senado, José Sarney.

Sarney mandou arquivar o pedido de impeachment com meia dúzia de argumentos que não valem cinco minutos do bumba meu boi do Maranhão.

Clique aqui para ler a íntegra do pedido de impeachment e aqui para ler “Pedido de impeachment de Gilmar equivale a um BO”.

O advogado Alberto Piovesan não se conformou e entrou com um mandado de segurança no STF contra José Sarney.

Gilmar e Sarney pensam que o Brasil é Diamantino.


Paulo Henrique Amorim

sexta-feira, junho 10, 2011

Charge do Dia

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Associação dos Juízes Federais elogia atuação do Supremo no caso Battisti

A Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) emitiu uma nota nesta quinta-feira (9) elogiando a decisão de seus pares do Supremo Tribunal Federal (STF), que ontem votaram pela libertação do ex-ativista de esquerda italiano Cesare Battisti.
“O Supremo é o guardião da Constituição e decidiu uma situação de repercussão internacional que não poderia mais persistir indefinida. Não é função do STF agradar ou desagradar este ou aquele segmento político ideológico da sociedade brasileira, cabe a ele aplicar a Constituição. Foi isso que fez a Corte, cumprindo com o seu dever”, avaliou presidente da Ajufe, Gabriel Wedy.
No julgamento de ontem, os temas que acabaram gerando mais polêmica entre os magistrados foram o respeito à soberania brasileira e o princípio da não interferência em assuntos internos da República, que teve o apoio de seis dos nove ministros que participaram da ação.
A questão foi suscitada pelo governo italiano ao questionar a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditar Battisti, tendo como base o parecer da AGU (Advocacia Geral da União). Para a Itália, Lula teria sido "induzido ao erro".
Wedy também considera que a Corte Máxima do país atuou corretamente ao mostrar que o governo da Itália não tem competência legal para questionar um ato do chefe do Executivo. Para o juiz, o julgamento exaltou a soberania do país e a autoridade do STF para decidir uma questão como aquela.
*comtextolivre

Sócrates não mudou

GilsonSampaio
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Tem gente que não muda.
Sócrates foi um jogador de técnica refinadíssima e inteligência aguda. Não se deixou engolir pelo meio do futebol e nem pela mídiazinha sem-vergoinha, não fosse isto, seria o comentarista mais disputado pelo mercado e um dos ídolos do futebol mais lembrados. Também como o esquecido e fantástico Reinaldo, brilhante centroavante do Atlético Mineiro, Sócrates contestava a ditadura militar.
Tem gente que não muda.
Time de Fidel pode ter Sócrates como técnico
Leandro Matins 
DE RIBEIRÃO PRETO
O ex-meia Sócrates, ídolo do Corinthians e da seleção brasileira, pode voltar a atuar ativamente no futebol. E à frente de uma seleção.
O ex-jogador deve se reunir ainda neste mês com representantes de Cuba para discutir a possibilidade de "colaborar" com a seleção nacional de futebol.
À Folha, Sócrates disse que ainda não existe nada concreto. Também não informou se será treinador. "No que eu puder ajudar, eu vou ajudar", afirmou ontem.
Fernando Santos/Folhapress
Sócrates se encontra com Luiz Inácio Lula da Silva em maio de 1984
Sócrates se encontra com Luiz Inácio Lula da Silva em maio de 1984
O ex-jogador disse que a possibilidade de ir para Cuba foi levada a ele por amigos, que vão colocá-lo em contato com a diplomacia cubana.
A reportagem procurou ontem a embaixada de Cuba em Brasília, mas não obteve informações sobre o assunto.
Se fechar com o país de Fidel Castro, Sócrates terá pela frente o desafio de comandar uma seleção inexpressiva internacionalmente --o país só disputou uma Copa até hoje.
"Mas Cuba terminou a última eliminatória sem perder. Foi desclassificada, mas saiu invicta", comentou Sócrates.
O ex-atleta também reconheceu não saber "quase nada" da atual situação do futebol cubano, mas que, ainda assim, seria um "desafio interessante" dirigir a seleção.
"O futebol nunca foi o esporte predileto deles [dos cubanos]. Talvez seja isso [que explique seu fraco desempenho]", disse o ex-jogador.
Mais do que um retorno ao mundo do futebol, Sócrates, 57, vislumbra a possibilidade de se aproximar ainda mais de uma de suas paixões.
Socialista assumido, ele diz que a chance de atuar na seleção cubana tem um peso bem mais ideológico do que o do próprio futebol.
A paixão de Sócrates por Cuba não é de hoje. Um dos seus filhos foi batizado como Fidel em homenagem ao ex-ditador Fidel Castro, que comandou a ilha até 2006.
Em entrevistas anteriores, o ex-jogador disse que o país dos irmãos Castro é o "símbolo de um sonho" de igualdade de oportunidades.
Na concepção de Sócrates, esse sistema de Cuba pautado pela igualdade tem relações com a chamada Democracia Corintiana, período da história do time paulista em que as decisões mais importantes eram tomadas por meio do voto democrático.
Martin Bernetti/France Presse
O ex-jogador brasileiro Sócrates, técnico do Liga Universitária, é recebido em Quito, em fevereiro de 1996
O ex-jogador brasileiro Sócrates, técnico do Liga Universitária, é recebido em Quito, em fevereiro de 1996
Nessa época, no início da década de 80, fala ele, o voto do roupeiro do Corinthians valia o mesmo do que o do presidente da agremiação.
Dentro desse espírito de igualdade, Sócrates, jogador do Brasil nas Copas de 1982 e 1986, diz ter uma única exigência para treinar Cuba: quer ganhar o mesmo salário pago a qualquer trabalhador.
"Disso eu não abro mão. Tenho que me sentir como um cubano, receber a mesma cesta básica, as mesmas coisas que eles têm lá, que não é pouca coisa, não."

A fina flor da elite solta, os bombeiros presos

Daniel Dantas e Eliane Tranchesi da Daslu
“A juíza entendeu que o auto de prisão em flagrante não tinha nenhuma ilegalidade. Nós vamos analisar os fundamentos da decisão e possivelmente vamos combatê-los. Pode ser que nós entremos com uma petição, com um habeas corpus ou com as duas coisas”, disse Drummond.
De acordo com Drummond, o pedido de relaxamento de prisão feito pelos defensores foi prejudicado porque a Defensoria Pública ainda não tinha recebido o auto de prisão em flagrante dos militares e, portanto, ainda não tinha detalhes do processo. O documento só chegou à mão dos defensores na manhã de hoje, junto com a decisão da juíza.
Os mais de 430 bombeiros foram presos no último sábado (4) depois de ocuparem o quartel central da corporação, em protesto por melhores salários e condições de trabalho. Em coletiva à imprensa hoje, três porta-vozes do movimento dos bombeiros, voltaram a pedir a libertação e anistia dos militares presos.
Segundo o capitão Lauro Botto, um dos porta-vozes, o movimento dos bombeiros, formado principalmente por praças da corporação, não integra a “frente unificada” criada ontem pelas associações de classe dos militares para negociar com o comandante Sérgio Simões um salário de R$ 2.900 (reivindicação superior à pedida pela tropa, que é de R$ 2 mil líquidos).
De acordo com o capitão, a ajuda das associações de bombeiros e policiais é bem vinda, mas a frente unificada não “fala” pelo movimento, que teve origem “por causa de uma insatisfação da própria tropa”.
Botto disse que, depois da prisão dos bombeiros, a prioridade do movimento passou a ser libertá-los. O reajuste salarial só voltará a ser negociado depois da libertação dos militares. Segundo ele, mesmo que a “frente unificada” consiga negociar melhores salários, o movimento continuará até que os presos sejam libertados.
“Se o governador entender que tem que atender às entidades e quiser pagar os R$ 2.900, melhor ainda. Fica além do que a gente pedia. Mas o que a gente quer agora é a anistia e a liberdade dos nossos 439 homens. Salário a gente vai brigar depois”, disse.
Outro porta-voz, o cabo Laércio Soares, do 2º Grupamento Marítimo, disse que, enquanto todos os militares estiverem presos, os bombeiros não desistirão dos protestos “nem se receberem um salário de R$ 5 mil”.

Fonte: Agência Brasil

Charge do Dia

Lula:”minha mão cumprimenta um rei e uma catadora de papel”


*comtextolivre