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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 27, 2011

Por Que Ocupam Wall Street?

Nos EUA, pobreza toma conta dos subúrbios

Ícone da prosperidade e da estabilidade da classe média americana, os subúrbios veem taxas de pobreza disparar, com cenas impressionantes de abandono

Sabrina Tavernise, do The New York Times |via IG

PARMA HEIGHTS, Ohio – A população pobre nos subúrbios dos Estados Unidos – antes símbolos de uma classe média estável e próspera – aumentou em mais de 50% desde 2000, obrigando comunidades suburbanas de todo o país a reavaliar suas identidades e como elas servem sua população.

Foto: Dustin Franz/The New York Times
Casa com placa de vende-se por US$ 10 mil em Warrensville Heights, Ohio, no subúrbio de Cleveland, em 11 de outubro: fim de uma era



O aumento da população pobre nos subúrbios foi de 53% - nas cidades este aumento foi de 26%. A recessão acelerou o seu ritmo: dois terços dos novos subúrbios pobres surgiram entre 2007 e 2010.
"O crescimento tem sido impressionante", disse Elizabeth Kneebone, uma pesquisadora sênior do Instituto Brookings, que conduziu a análise dos dados do censo. "Pela primeira vez, mais da metade dos pobres metropolitanos vivem em áreas suburbanas."
Como resultado, os municípios dos subúrbios – antes preocupados apenas com questões como policiamento, incêndios e reparação de estradas – estão enfrentando um novo conjunto de problemas sobre como como ajudar os moradores pobres, sem os programas sociais oferecidos pelas cidades e como levar serviços a esses moradores sem a existência de transporte público. Muitos subúrbios estão enfrentando esses desafios com os orçamentos mais apertados em anos.


Desde 2000, o número de pobres aumentou em 5 milhões nos subúrbios, com aumentos grandes em áreas metropolitanas tão diferentes quanto Colorado Springs e Greensboro, na Carolina do Norte.
Ao longo da década, subúrbios do meio-oeste registraram maior aumento no número de pobres. Mais recentemente, no entanto, o aumento tem sido mais acentuado onde houve maior colapso imobiliário, como em Cape Coral, na Flórida, e Riverside, Califórnia, de acordo com a análise do Instituto Brookings.




Quase 60% dos pobres de Cleveland, por exemplo, antes se concentravam em seu núcleo urbano, mas agora vivem em seus subúrbios – em 2000, cerca de 46% viviam nos subúrbios.
Em todo o país, 55% da população pobre nas regiões metropolitanas agora vive nos subúrbios – aumento significativo dos 49% registrados anteriormente.
A pobreza é algo novo em Parma Heights, subúrbio tranquilo de pequenas vilas e gramados cortados, e pedir ajuda pode ser difícil. O Parma Heights Food Pantry, espécie de banco de alimentos comunitário com preços reduzidos, que começou a servir várias dezenas de famílias por mês em 2006, agora ajuda 260 e atrai um fluxo de vítimas da economia americana. Muitos nunca precisaram de ajuda para se alimentar antes.
O problema da recessão e da crise imobiliária tem arrastado pessoas da classe média para baixo na escala de renda. Conforme definido pelo Census Bureau, a linha de pobreza para uma família de quatro pessoas foi de US$ 22.314 no ano passado ou cerca de R$ 3.300 ao mês.
As ligações para centrais de ajuda social, como a United Way, de áreas suburbanas mais que dobraram de 2005 a 2010. "Estamos vendo aumento na necessidade de ajuda em lugares nos quais nunca esperávamos que isso acontecesse", disse Stephen Wertheim, diretora da central de ajuda First Call for Help.


Leia também: Número de pobres nos EUA bate recorde de 46,2 milhões
Brasil terá menos pobres que EUA, diz Santander

Venceu o bandido e a imprensa

No jornal Nacional:“A presença de Vossa Excelência aqui é uma afronta ao povo brasileiro. O Brasil não quer Vossa Excelência cuidando da Lei Geral da Copa, e sim o quer distante do Ministério dos Esportes”, afirmou o deputado ACM Neto (DEM-BA), líder do partido.



No dia seguinte:Abandono

Na reunião que selou a saída do ministro, Dilma reclamou da apatia dos aliados na sessão da véspera na Câmara. "Como pode o ACM Neto falar aquilo e ninguém reagir?", disse a presidente.
 

Inversão de valores venceu: Orlando Silva sai por excesso de honestidade

Atualização: Eis o vídeo da entrevista coletiva de Orlando Silva após deixar o cargo:



O ex-ministro Orlando Silva sai do ministério do esporte de cabeça erguida, porque não se submeteu às chantagens, enfrentou a onda de denúncias e detratores como poucos políticos já fizeram antes, e mostrou uma resistência difícil de se ver. Sua única derrota foi na batalha da comunicação. A versão prevaleceu sobre o fato.

Ficarei muito surpreso se encontrarem alguma coisa real contra ele (podem encontrar de outras pessoas do ministério do esporte, mas sem haver má-fé dele).

Se ele fosse corrupto, com a verba que teve nas mãos, teria dado algum jeitinho de aliviar e se acertar com o PM João Dias, na calada da noite. Preferiu fazer a coisa certa, e partiu para o enfrentamento.

Cargo de ministro é assim mesmo, e do mesmo jeito que é nomeado, sair também faz parte, e seu próprio partido, PCdoB, achou que ele perdeu condições políticas para ficar no cargo.

A questão é saber se, politicamente, essa decisão foi de fato acertada, principalmente para o governo Dilma.

Sem provas, ainda havia gordura para queimar, mantendo o ministro no cargo. Cedendo com essa relativa facilidade, qualquer outro ministro poderá ser a bola vez: basta encontrar qualquer fraude CONTRA o ministério e negociar com o fraudador para fazer uma entrevista inventando uma denúncia falsa contra o ministro. Depois bombardeia-se diariamente com manchetes fantasiosas, transformando honestidade em suspeita qualquer coisa da vida particular ou pública do ministro.

Outra coisa instigante é saber: como pode um ministro desagradar a tantos interesses ao mesmo tempo, a ponto de ficar quase isolado?

A FIFA, a CBF e Ricardo Teixeira comemoraram sua queda.

Jornalistas da TV Record, inimigos de Teixeira, comemoram sua queda.

A TV Globo, aliados de Teixeira, conspirou junto à Veja, para derrubá-lo.

Como explicar tantos interesses antagônicos se unirem contra o mesmo ministro?

Só tenho uma explicação: excesso de honestidade! Falta de "jogo de cintura" para escolher a quem agradar e a quem desagradar. Conclusão: ainda há muito trabalho a fazer para o Brasil ser uma república, na acepção da palavra. 
*osamigosdopresidentelula

Tucanos mandam prender testemunha do Mensalão do PSDB

O depoimento de Nilton Monteiro, como testemunha do mensalão do PSDB, está marcado para o próximo dia 27 de outubro, nesta quinta feira, perante a Justiça Federal de Minas Gerais, por determinação do Ministro do STF Joaquim Barbosa. A prisão foi armada para tentar impedir o depoimento da testemunha. Em reuniões gravadas, anteriores a prisão, participantes da empreitada relatam os motivos e principais atores da armação. A própria juíza que decretou a prisão de Nilton teria sido subornada, segundo as supostas degravações, já de posse da Polícia Federal.
Meses atrás, Nilton já havia sido absolvido pelo TJMG, da acusação de falsificação da LISTA DE FURNAS. O Tribunal reconheceu ser autêntico o documento, conforme atesta o laudo pericial oficial do Instituto Nacional de Criminalística. Nele constam os nomes de 156 políticos de 12 partidos. No total, R$ 39,6 milhões teriam saído da estatal Furnas para irrigar as campanhas políticas, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2002. Nada disto foi noticiado pela imprensa mineira e nacional. Será porque?
Sem saída "Gangue dos Castros" manda prender testemunha  
Juíza da Vara de inquérito já tem em mãos degravação que comprova o esquema montado para evitar que Nilton Monteiro deponha no caso Mensalão
Já não existe mais Direito Civis depois que o Palácio da Liberdade, através do secretário de Governo, Danilo de Castro, principal figura da “Gangue dos Castros”, em pleno regime democrático, determina a implantação de “Estado de Exceção”. Transformando a Polícia Civil mineira em Guarda Pretoriana. A Guarda Pretoriana, na época Romana, era um corpo militar de elite formado para proteger os imperadores romanos e sua família.
Para comandar esta “Guarda Pretoriana”, o secretário de governo, Danilo de Castro, escolheu pessoalmente o delegado Márcio Nabak, atual chefe do Departamento de Operações Especiais (Deosp), sucessor do terrível e temido DOPS, do período do Golpe Militar.  “O objetivo do Governo de Minas, ao determinar a prisão de Nilton Monteiro e de tentar desmoralizá-lo, é evitar que ele preste depoimento e apresente a documentação ao juiz, comprovando um enorme esquema de corrupção que envolve as principais autoridades mineiras”, informa um de seus advogados.
O depoimento do empresário Nilton Monteiro, ouvido por determinação do ministro Joaquim Barbosa, está marcado para o próximo dia 27 de outubro perante a Justiça Federal. O empresário, meses atrás, já se mostrava uma ameaça ao alto tucanato, após absolvido pelo TJMG que reconheceu ser autentica a “Lista de Furnas” onde constam nomes de 156 políticos de 12 partidos (PDT, PFL, PL, PMDB, PP, PPS, Prona, PRTB, PSB, PSC, PSDB e PTB). No total, R$ 39,6 milhões teriam saído da estatal Furnas para irrigar as campanhas políticas.
Esta decisão literalmente desmontou a versão divulgada principalmente por integrantes do PSDB de que o documento seria falso. Novojornal vem há quase um ano denunciando a atuação pretoriana do delegado Nabak, principalmente os desmandos praticados sob a proteção do Governo de Minas.
O comportamento adotado pelo delegado em relação ao empresário Nilton Monteiro já era previsível, porém, surge agora uma enorme dúvida, porque nos documentos apresentados na OAB-MG, em reclamação movida pelo empresário Nilton Monteiro, é relatado um pesado esquema de corrupção na Vara de Inquéritos da Capital. Vara da qual foi expedido o mandado de prisão do empresário Nilton Monteiro.
Nesta tarde, segundo informação da “Folha”, a prisão de Monteiro teria ocorrido em função de falsificação de promissórias. Novojornal já denunciara em 22/06/2010 o “esquema” montado pelo delegado Nabak na tentativa de envolver Monteiro. Veja link.
Porém, surpresas virão, porque na segunda-feira passada o empresário já tinha prestado depoimento na Superintendência da Polícia federal, ocasião que, segundo seus advogados,"foi entregue a mesma documentação já em poder da juíza da Vara de Inquéritos da Capital mineira".
*Blog do Saraiva

Vaticano pede uma “autoridade pública global” e um “banco central mundial”

Instituição liderada por Bento XVI 
apela à criação de uma autoridade globa
Igreja Católica condena a idolatria do mercado
O Vaticano apelou hoje à criação de uma “autoridade pública global” e um “banco central mundial” para regular as instituições financeiras e impedir uma nova crise internacional.
Num comunicado citado pela agência Reuters, o Vaticano começa por dizer que “a crise económica e financeira pela qual o mundo está a passar exige que todos examinem em profundidade os princípios e os valores culturais e morais que estão na base na coexistência social”.
A instituição que representa a Igreja Católica condena aquilo que chama a “idolatria do mercado” e o “pensamento neo-liberal” que colocaram o mundo na rota da crise. Para tentar evitar uma nova turbulência na economia mundial, o Vaticano considera essencial a criação de uma “autoridade supranacional” de âmbito mundial e com jurisdição universal para orientar as decisões e políticas económicas.
De acordo com a instituição, uma autoridade deste género deveria começar tendo como ponto de referência as Nações Unidas e, mais tarde, tornar-se-ia independente.
Além disso, o Vaticano considera que é necessário um banco central mundial, visto que, “em termos económicos e financeiros, as maiores dificuldades vieram da falta de um conjunto efectivo de estruturas que pudessem garantir, a par de um sistema de governança, um sistema de governo para o sistema financeiro e económico internacional”.
Para a instituição, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já não tem o poder ou a capacidade de estabilizar o mundo financeiro, pelo que é necessário “um banco central mundial, que regule o fluxo e o sistema de trocas monetárias semelhante aos dos bancos centrais nacionais”.
*Publico

Fifa quer submeter BRASIL e esporte a negócios.

Intimado pela PF, Ricardo Teixeira tem prazo para depor até 4 de novembro


A Polícia Federal do Rio de Janeiro confirmou, nesta quarta-feira, que espera até sexta-feira da próxima semana (04/11) o depoimento de Ricardo Teixeira, suspeito de crime de lavagem de dinheiro. Teixeira é o presidente da Confederação Brasileira de Futebol e do Comitê de Organização da Copa 2014.
O irmão de Ricardo, Guilherme Teixeira, já foi ouvido pela Delegacia de Crimes Financeiros, dirigida pelo delegado Vitor Pubel. O inquérito foi aberto sob a proteção do sigilo de Justiça.
O pedido de investigação contra os irmãos Teixeira foi feito pelo procurador da República, Marcelo Freire, da vara criminal. Em seu ofício, Freire cita a operação da empresa Sanud, que tem sede em Luxemburgo, paraíso fiscal. O procurador da empresa no Brasil é o irmão de Ricardo, Guilherme.
O MPF pede que a Polícia Federal investigue a evolução patrimonial de Ricardo Teixeira, seus sócios e familiares, além do irmão Guilherme.
A Delegacia de Crimes Financeiros vai apurar novas denúncias contra as duas empresas de Teixeira por remessa ilegal de dinheiro para o Brasil: a Sanud e a RLJ. Guilherme Teixeira é procurador da Sanud no Brasil, há mais de dez anos.
No ofício enviado à PF, o procurador da República Marcelo Freire diz que “Ricardo Teixeira e sua quadrilha podem ter cometido novos crimes de evasão de divisas”, usando a Sanud.
Outro ponto novo: documentos que listam operações de suborno de mais de U$150 milhões citam também a Sanud com o beneficiária, em processo que corre na Suíça. Os suíços descobriam a Sanud e outras empresas de fachada em investigação sobre a falência da empresa que vendida os direitos de transmissão dos eventos da Fifa, a ISL.
Documentos sobre a investigação suíça foram entregues a um grupo de senadores, em Brasília, nesta quarta-feira, pelo jornalista britânico Andrew Jennings. O jornalista e escritor publicou um livro no Brasil ("Jogo Sujo"), onde relata a série de subornos apurada pela Justiça suíça. Parte desses documentos obtidos na cidade de Zug foi entregue a senadores brasileiros.
Segundo Jennings, Ricardo Teixeira e João Havelange (que presidiu a Fifa de 1974 a 1998) teriam recebido cerca de U$ 60 milhões em suborno, dos cofres da empresa ISL.
Algumas empresas envolvidas em suborno, segundo a Justiça suiça
Sanud US$ 8,5 mihões de 16/02/93 a 28/11/97
Beleza US$ 1,5 milhão de 27/03/91 a 01/11/91
Ovada US$ 820 mil 22/01/1992
Wando US$ 1,8 mihão de 06/07/89 a 22/01/93
Sicuretta US$ 42,4 mihões de 25/09/89 a 24/03/99
“O caso está na Suíça mas os documentos serão requisitados pela Justiça brasileira”, informou uma fonte do Ministério Público Federal, habituada em investigações de crimes internacionais.
Da lista de empresa usadas para pagar propinas a dirigentes da Fifa, constam algumas empresas que podem esconder nomes de brasileiros, além de Ricardo Teixeira. Wando, Beleza, Sicuretta, Renford Investments e Gilmark Tradings, com sede em Hong Kong, lideram os repasses ilegais, segundo investigadores europeus
*comtextolivre

O que os indignados denunciam é justamente a submissão dos Estados às grandes corporações
Lendo a Lei Geral da Copa, conclui que a Fifa não quer mais organizar o mundial no Brasil.
Quer organizá-lo em um país imaginário. Pasárgada talvez, onde pode reescrever todas as leis, pelo menos enquanto durar o campeonato.
A Fifa quer rapidez e não embaraços para os vistos de quem participa do evento e de quem lucra com ele. Quer ultrapassar prazos e obstáculos para a garantia da propriedade intelectual. Quer uma justiça rápida e ágil para as causas que enfrentar, ou que a União enfrentar por ela.
Mas tudo isso apenas até o apito da final no Maracanã. Depois, o Brasil tem a permissão para continuar sendo o Brasil.
É curioso que pensando em uma lei para garantir tamanha segurança ao evento, a entidade tenha concordado em marcar seu glorioso início para um estádio que ainda nem sequer existe.
Que segurança quer a Fifa? A dos negócios, certamente.
Para quem conhece o direito, sabe que a lei da Copa pode ser tudo, menos geral. É a mais específica legislação com que já tive contato - não tem o atributo comum das leis de serem genéricas ou perenes. Tudo o que nela está escrito se desmanchará no ar em dezembro de 2014. Até mesmo os crimes, que a entidade pretende criar no país para proteger, adivinhe só, os lucros.
A Fifa não se preocupa com legados, só com a terraplanagem para negócios.
Se o leitor for se atrever a ler o projeto de lei, sugiro Liza Minelli cantando "Money makes the world go around", em Cabaret, como fundo musical. Vai compreender melhor do que se trata.
A Fifa quer a submissão do país a suas regras, nas quais já é lei a submissão do futebol ao dinheiro.
Que outra razão existiria para estipular os crimes do marketing de intrusão ou de emboscada e querer proibir que produtos de outros fornecedores possam ser vendidos inclusive nas "vias de acesso" aos estádios?
Garantiremos o espetáculo ou o bom futebol prendendo as belas holandesas que chamaram atenção dos câmeras na África do Sul, propagandeando uma cerveja que nem soubemos qual era? Ou apreendendo isopores dos camelôs de beira do estádio?
Andaria melhor a federação do futebol, interessar-se pelo "corpore sano" do esporte, banindo ela mesma a publicidade de bebidas alcóolicas. Evitaria que mais gerações de jovens torcedores se iniciassem tão cedo no vício. Quem sabe de quebra pouparíamos algumas vidas que vem sendo dizimadas por motoristas irresponsáveis.
Nós já devíamos ter aprendido a confusão que é misturar, em alta medida, esporte, Estado e negócios.
Melhor exemplo que a exploração dos bingos, a pretexto de municiar ONGs ligadas ao esporte dito amador não precisamos.
A Lei Pelé, de 1998, arregaçou as portas para a exploração do jogo e acabou por agregar o crime organizado nas entranhas do esporte, sobrando resquícios até mesmo para o Judiciário. Abriu-se uma caixa de Pandora que não fecharia tão fácil, como temos visto mais recentemente.
Para quem não tiver a oportunidade de lucrar com a Copa, ela será certamente um continente de frustrações.
Remoções de moradores de habitações populares já são constantes nas capitais. A higienização das ruas está em marcha, como pretexto para a salvaguarda de crianças carentes. O dinheiro público será concretado em arenas privadas que poucos conseguirão frequentar durante ou mesmo depois da Copa.
Se o campeonato fosse em outro país, quem sabe podíamos pensar um pouco mais no futebol para tentar evitar o que parece ser um desastre anunciado: a seleção nem chegar a conhecer o novo Maracanã.
Para quem supõe estranheza com o tamanho do poder de uma entidade internacional com começo, meio e fim lucrativo, devia entender o recado que os indignados estão espalhando mundo afora, de Cairo a Barcelona, de Nova York a São Paulo.
O poder não está restrito a quem tem voto. Está na Fifa, está em Wall Street, está na grande mídia, bem além dos partidos.
O que os indignados estão denunciando é justamente a submissão dos Estados às grandes corporações, independente de seus governos e até mesmo de suas oposições.
Situações que resultam em ajudas financeiras estratosféricas a bancos que quebram e cortes de verbas públicas destinadas justamente a quem sofre com as perdas.
Ou a submissão dos interesses do país a negócios transitórios que acabam por beneficiar basicamente os mesmos 1%.
Quando o campeonato começar, quem vai ocupar seus gramados?
Marcelo Semer
*Sem Juízo

Um posto-chave, decisão é urgente

Não posso fazer juízo de valor sobre o caráter do Ministro Orlando Silva, derrubado com uma história de um evidente desonesto que, encalacrado com a lei, defendeu-se atirando e, sobretudo, ciente de que teria tratamento “vip” na mídia.
Mas é possível tirar lições deste episódio onde a pressão da mídia, mais uma vez, tornou-se irresistível e ameaçava arrastar o Governo para um impensável fracasso em dois eventos que significarão muito para o Brasil: a Copa e a Olimpíada.
A primeira delas é que políticas públicas fundadas, exclusivamente, na iniciativa privada expõem o dirigente público a isso. Mesmo que haja uma linha admnistrativa correta, não é possível garantir a correção de centenas ou de milhares de convênios que repassem recursos públicos a entidades privadas sem que nisso haja o risco de desvios. E os desvios, mesmo quando detectados pelas estruturas de controle montadas pelo Estado, vulneram de forma imensa, para a mídia, um Governo que é “um inimigo a abater”.
Tudo começa, como de outras vezes, começa com um tipo nitidamente escroque. Ou com um deslize, uma intimidade a quem não se devia dá-la, um amigo meio heterodoxo. Mo meio dos “cartolas” esportivos, então, onde as flores não se cheiram e se mexe com milhões, muitos milhões , de interesses, digamos, comerciais, tudo é mais grave.
E se o dirigente público, por dever de seu ofício, alguma hora tem de contrariar estes interesses, fique certo, será trucidado.
Com culpas ou sem culpas, Orlando Silva o foi.
Ninguém ligou para o fato do “homem-bomba” que disse ter-lhe entregue dinheiro na garagem do Ministério tenha sumido com esta história e dito que ela não aconteceu, depois, claro, de publicada.
Agora já bastam o campimgo que não foi feito aqui, o terreno que foi comprado acolá, a mulher, a prima, o sobrinho. Nada precisa ser provado e a  mídia trata de linchar , senão por isto, por aquilo ou aquil’outro.
Dilma foi sábia ao postar-se a metros de Ricardo Teixeira. A um Ministro do Esporte, sem luz própria, é mais difícil resistir a estes salões.
Orlando Silva e o PCdoB entenderam que Dilma não poderia resistir à pressão da mídia e da Fifa que, grosseiramente, “demitiu” um ministro de um País.
E deixaram o caminho aberto para uma solução de Governo.
Que deve vir logo, e na figura de alguém de peso, capaz de viarar esse jogo e colocar, de novo, o Brasil em posição de força em relação à Copa.
Alguém que possa, serenamente, “peitar” o jogo pesado que se desenvolve nos bastidores de uma organização esportiva que daria um infarto ao Barão Pierre de Coubertin.
É decisivo, e é urgente.
*Tijolaço

Defesa do projeto que endurece a lei de combate a lavagem de dinheiro


*comtextolivre

Charge do Dia

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Ministro do Esporte caiu por pressão da imprensa

O ministro do Esporte, Orlando Silva foi demitido pela pressão da mídia contra o governo. Ao contrário do que a imprensa afirma em uníssono, que a saída teve como gota d'água a autorização dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para abertura de investigação de denúncias, salta aos olhos que esta é uma mera questão técnica.
A decisão do STF, por si só não trouxe nenhuma novidade até agora, nem acrescentou nada ao caso Orlando. A autorização foi um ato de rotina na praxe jurídica e se deu atendendo a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Não implica em culpabilidade e nem afeta o ministro, já que sua concessão não julgou mérito e nem existe, ainda, investigação propriamente dita, mas apenas a autorização para sua realização. Se pedido de apuração do MPF impede ministro ou secretário de Estado de ficar no cargo, o MPF passa a ter poder de demitir ministros. É isso que a imprensa quer e está lhe atribuindo.
A propósito eu gostaria que vocês lessem o artigo "A verdade encomendada", publicado hoje na Folha de S.Paulo pelo advogado brasiliense Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. E refletissem e debatessem comigo sobre a proposta dele. Kakay sugere: "Proponho que acompanhemos a investigação de Orlando Silva, mas sem conclusões, sob pena de se instalar o extermínio moral".
~ o ~
PC do B denuncia: campanha que derrubou Orlando Silva é tentativa de golpe contra governo
Faço questão de expressar aqui a minha absoluta e total solidariedade ao PC do B e a Orlando Silva, titular do Ministério do Esporte até poucas horas atrás. Ele saiu do governo - como frisa a nota do PC do B que acaba de ser divulgada (confira a sua íntegra abaixo) - de cabeça erguida, após um verdadeiro linchamento público durante um calvário de 12 dias.
"Essa foi a decisão que tomei", disse ele, depois de uma conversa com a presidenta Dilma Rousseff e com a liderança do seu partido. "Eu decidi sair do governo para defender minha honra e meu partido", afirmou ele em entrevista. Falando com tranquilidade, complementou: "Minha honra foi ferida (...) é inaceitável tanta calúnia”. (Confira aqui o vídeo com a íntegra da coletiva dada pelo ministro).
Orlando descreveu a campanha de que foi alvo como um "ataque baixo e uma agressão vil". Garantiu que nenhuma prova contra ele surgiu ou surgirá. Frisou, inclusive, que foi ele próprio quem tomou a iniciativa de mandar apurar todos os fatos e denúncias.
Delatores fugiram do depoimento que dariam ao Congresso
Um fato que chama a atenção lembrado pelo ex-ministro é que os delatores das supostas irregularidades no Ministério, o policial militar João Dias Ferreira e o motorista Célio Soares, simplesmente não compareceram à Câmara para prestar depoimento, conforme anunciaram. “Esses dois criminosos fugiram hoje do Congresso Nacional, porque não têm provas”, desabafou.
Orlando, também, fez questão de falar das conquistas do programa Segundo Tempo, alvo das denúncias que o levaram a sair do governo. Contou que 91% dos convênios são firmados com órgãos públicos, sendo 9% com ONGs. E reafirmou o seu apoio à presidenta Dilma Rousseff, de cujo governo afirmou ter orgulho de ter participado.
Falta de provas e fonte desqualificada
Também o partido se manifestou sobre a saída do ministro. Na nota oficial, assinada por seu presidente Renato Rabelo, a defesa do ministro se dá com ênfase. Segundo a nota, o partido tem convicção na inocência e integridade de Orlando Silva. “Ela é baseada na ausência absoluta de provas, na fonte desqualificada que o acusa, e na sinceridade e na segurança com que ele sustenta que não há fatos que o incriminem”, informa a nota, que ressalta:“Desencadearam uma criminosa campanha difamatória contra o ministro Orlando Silva e o Partido Comunista do Brasil”.
O texto frisa o fato de ter sido o próprio Orlando Silva que, de pronto, solicitou a investigação das denúncias. Foi ele também quem pediu à Polícia Federal e a outros órgãos de controle do Estado uma apuração rigorosa das falsas acusações que lhe foram lançadas. Por fim, ressalta o documento do partido, Orlando Silva “também, abriu mão de seus sigilos telefônico, fiscal, bancário e de correspondência”.
O grave é a intenção de golpear o governo Dilma
Para o PC do B, o episódio revela uma verdadeira “caçada” movida contra o ministro pelo campo político reacionário do país e por veículos do monopólio midiático. Mas o mais grave, segundo a nota, é que o objetivo dessas forças conservadoras e da grande mídia é desfechar um golpe contra o governo da presidenta Dilma.
“A verdade – estamos convictos – vai prevalecer sobre a mentira”, afirma, ainda o documento, que termina reafirmando o compromisso do partido com a luta pelo êxito do governo Dilma na sua missão de conduzir o Brasil à nova etapa de seu desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho.
~ o ~
De cabeça erguida, o PCdoB segue na luta
Dando seguimento à escalada de tentativas de desestabilização do governo da presidenta Dilma Rousseff, desde o último dia 15 o campo político reacionário do país, e veículos do monopólio de comunicação, desencadearam uma criminosa campanha difamatória contra o ministro Orlando Silva e o Partido Comunista do Brasil.
O PCdoB, neste momento, vem reafirmar a convicção na inocência e integridade de Orlando Silva no exercício da titularidade do Ministério do Esporte. Esta convicção é baseada na ausência absoluta de provas, na fonte desqualificada que o acusa, e na sinceridade e na segurança com que ele sustenta que não há fatos que o incriminem.
Ressaltamos que desde a primeira hora Orlando defendeu com altivez sua honra e dignidade. Demonstrando segurança de que tudo deriva de uma campanha difamatória, de pronto ele solicitou a investigação provocada pelo Procurador-Geral da República junto ao Supremo Tribunal Federal. Além disso, pediu à Polícia Federal e a outros órgãos de controle do Estado uma apuração rigorosa das falsas acusações que lhe foram lançadas. Também, abriu mão de seus sigilos telefônico, fiscal, bancário e de correspondência.
É importante assinalar que a gestão de Orlando Silva à frente do Ministério do Esporte elevou esta pasta a outra dimensão. Prova disso é a conquista da realização no Brasil da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Destacam-se, também, as políticas aplicadas e o sucesso que alcançaram tanto em termos de difusão massiva de práticas desportivas, quanto aos recordes alcançados pelo Brasil em competições e o aumento do número de nossos atletas com nível de desempenho internacional, como fica evidente com o desempenho da delegação brasileira nos Jogos Pan-Americanos, no México.
O Partido Comunista do Brasil uma vez mais rechaça os ataques contra sua legenda igualmente caluniosos e sem provas. Nosso Partido tem 90 anos de história de luta e de heroísmo em defesa do Brasil e da democracia. Nossa legenda tem um perfil ideológico claro e um Programa Socialista que defende o fortalecimento da Nação e uma vida digna para o nosso povo. A verdadeira “caçada” movida contra ele pelo campo político reacionário do país e veículos do monopólio midiático vem do seu fortalecimento crescente na condição de um Partido contemporâneo e revolucionário.
Porém, entendemos que esse ataque não é somente contra a liderança de Orlando Silva e o nosso Partido. O objetivo das forças conservadoras e da grande mídia é golpear o governo da presidenta Dilma Rousseff quando ela lidera com êxito o enfrentamento dos efeitos da crise capitalista mundial sobre o Brasil.
O Partido e o companheiro Orlando Silva estão de cabeça erguida e altiva diante desta campanha infame. O tempo e as investigações irão demonstrar que tudo não passa de calúnia. A verdade – estamos convictos – vai prevalecer sobre a mentira. O PCdoB, com a unidade de seu coletivo militante e apoio do povo e dos aliados, reafirma seu compromisso com a luta pelo êxito do governo Dilma na sua missão de conduzir o Brasil à nova etapa de seu desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho.
Brasília, 26 de outubro de 2011.
Renato Rabelo
Presidente do Partido Comunista do Brasil-PCdoB
*Blog do Zé

Eduardo Galeano: A soberania dos países se converteu em objeto de museu

 Limpinho e Cheiroso
No vídeo abaixo, Eduardo Galeano analisa algumas questões do mundo atual.Quando o assunto é a Venezuela, ele diz o seguinte:
“No teatro, no grande teatro do bem e do mal, há uma distribuição de funções entre os anjos e demônios, e Hugo Chavez é um dos principais demônios, é um ditador do ponto de vista das fábricas de opinião pública mundial.
Hugo Chavez é um ditador, é um estranho ditador. Ganhou oito eleições em cinco anos e agora, recentemente, no referendum, foi o primeiro presidente na históriada humanidade que colocou seu cargo à disposição das pessoas e ganhou por 6 a 4 – 60% contra 40% –, numa eleição que eu assisti como observador e posso garantir, dar testemunho de que foram eleições transparentes, onde pela primeira vez se conseguiu evitar que os mortos votassem.Porque, na Venezuela, os mortos tinham o mau hábito de votar. É um mau hábito...E também se conseguiu evitar que uma pessoa votasse várias vezes, por causa da doençade Parkinson, muita gente colocava vários votos nas urnas.
A Venezuela é um país estranho onde isto acontece e, ao mesmo tempo, se assiste às denúncias pela falta de liberdade de expressão.”
A palestra de Galeano é sensacional e imperdível.

*comtextolivre