Venceu o bandido e a imprensa
No jornal Nacional:“A presença de Vossa Excelência aqui é uma afronta ao povo brasileiro. O Brasil não quer Vossa Excelência cuidando da Lei Geral da Copa, e sim o quer distante do Ministério dos Esportes”, afirmou o deputado ACM Neto (DEM-BA), líder do partido.
No dia seguinte:Abandono
Na reunião que selou a saída do ministro, Dilma reclamou da apatia dos aliados na sessão da véspera na Câmara. "Como pode o ACM Neto falar aquilo e ninguém reagir?", disse a presidente.
Inversão de valores venceu: Orlando Silva sai por excesso de honestidade
O ex-ministro Orlando Silva sai do ministério do esporte de cabeça erguida, porque não se submeteu às chantagens, enfrentou a onda de denúncias e detratores como poucos políticos já fizeram antes, e mostrou uma resistência difícil de se ver. Sua única derrota foi na batalha da comunicação. A versão prevaleceu sobre o fato.
Ficarei muito surpreso se encontrarem alguma coisa real contra ele (podem encontrar de outras pessoas do ministério do esporte, mas sem haver má-fé dele).
Se ele fosse corrupto, com a verba que teve nas mãos, teria dado algum jeitinho de aliviar e se acertar com o PM João Dias, na calada da noite. Preferiu fazer a coisa certa, e partiu para o enfrentamento.
Cargo de ministro é assim mesmo, e do mesmo jeito que é nomeado, sair também faz parte, e seu próprio partido, PCdoB, achou que ele perdeu condições políticas para ficar no cargo.
A questão é saber se, politicamente, essa decisão foi de fato acertada, principalmente para o governo Dilma.
Sem provas, ainda havia gordura para queimar, mantendo o ministro no cargo. Cedendo com essa relativa facilidade, qualquer outro ministro poderá ser a bola vez: basta encontrar qualquer fraude CONTRA o ministério e negociar com o fraudador para fazer uma entrevista inventando uma denúncia falsa contra o ministro. Depois bombardeia-se diariamente com manchetes fantasiosas, transformando honestidade em suspeita qualquer coisa da vida particular ou pública do ministro.
Outra coisa instigante é saber: como pode um ministro desagradar a tantos interesses ao mesmo tempo, a ponto de ficar quase isolado?
A FIFA, a CBF e Ricardo Teixeira comemoraram sua queda.
Jornalistas da TV Record, inimigos de Teixeira, comemoram sua queda.
A TV Globo, aliados de Teixeira, conspirou junto à Veja, para derrubá-lo.
Como explicar tantos interesses antagônicos se unirem contra o mesmo ministro?
Só tenho uma explicação: excesso de honestidade! Falta de "jogo de cintura" para escolher a quem agradar e a quem desagradar. Conclusão: ainda há muito trabalho a fazer para o Brasil ser uma república, na acepção da palavra.
*osamigosdopresidentelula
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