Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 31, 2011

Repórter da Globo é derrubada ao vivo durante cobertura de Lula
31 de outubro de 2011  15h15  atualizado às 16h17



 Monalisa Perrone se assusta ao ouvir gritos em sua direção durante link ao vivo. Foto: YouTube/Reprodução
Monalisa Perrone se assusta ao ouvir gritos em sua direção durante link ao vivo
Foto: YouTube/Reprodução
A repórter da TV Globo Monalisa Perrone foi empurrada e caiu nesta segunda-feira durante link ao vivo no Jornal Hoje. Ela estava na frente do Hospital Sírio-Libanês com informações sobre o primeiro dia de tratamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mal começou a falar, Perrone foi "atropelada" por três homens que correram em sua direção aos gritos. Um deles ainda disse: "estão me derrubando aqui", enquanto outro apontava o dedo para a câmera.

Com o link já fora do ar, os apresentadores na bancada do jornal ficaram indignados. "Infelizmente, nós vemos que a Monalisa Perrone foi interrompida, por quem a gente não sabe", disse Evaristo Costa. "Que deselegante!", afirmou Sandra Annenberg.
Ainda durante o programa, Monalisa voltou ao ar ao lado do colega José Roberto Burnier, anunciando que estava abalada e que ele assumiria a cobertura. "Levei um susto enorme, estou tremendo, nem sei se consigo falar direito. Em 20 anos de profissão, isso nunca me aconteceu. Mas, enfim, televisão ao vivo é isso", disse a jornalista, acrescentando que estava bem.
Assista aos vídeos do ataque e da troca de repórteres na cobertura nos seguintes endereços, respectivamente: http://www.youtube.com/watch?v=JBpWC4xBuK8 e http://www.youtube.com/watch?v=rd_OSAEV0qc.
Minutos depois, o incidente parou nos Trending Topics mundiais do Twitter. Veja o que estão comentando na rede social: 
*Terra

Nenhum comentário:

Postar um comentário