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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, outubro 22, 2011

O Brasil se preparou para uma festa.

Com o rádio colado no ouvido juntaram-se milhões à aqueles que testemunharam o instante em que a lágrima desceu aos olhos.
O gosto amargo da derrota em solo pátrio não se desfez nem mesmo depois de conquistarmos o mundo com o campeonato, o bi, o tri, o tetra e o pentacampeonato mundial de futebol.
Somos uma potência nesse esporte bretão.
Lutamos várias vezes para ganhar o direito de sediar novamente a competição internacional.
A instabilidade econômica e a pouca credibilidade internacional não nos permitiram.
No governo anterior ao do Presidente Lula foi tentado sem sucesso.
Tudo isso viria a mudar com um governo petista.
Retomou-se a credibilidade, houve o crescimento econômico e como num passe de mágica tudo aquilo que parecia impossível está acontecendo: Copa do Mundo, depois Olimpíada.
De novo estamos com os rádios colados aos ouvidos, com os olhos fixos na TV ou navegando na web festejando a essa conquista de um governo petista.
O governo de Lula e agora o de Dilma criaram fontes de financiamento público para que, não apenas estádios fossem construídos.
Em todo o país existem obras sendo executadas.
Em todas elas, independente do discurso que faça o governo local, tem a dinheiro público que se deve a ação política do governo petista.
O trabalho dos governos petistas em todo o Brasil não é apenas fazer obras, fazer crescer cidades e Estados, mas de melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Todas essas obras que estão sendo financiadas se destinam a isso.
Quando não está sendo cumpridas essas premissas, a sociedade deve denunciar exigir mudanças e, sobretudo, transparência nos atos da administração pública.
Esses megaeventos são oportunidades de se implantar reformas que se adiavam desde muito tempo, mas não devem parar por ai.
É preciso que haja o comprometimento dos governos locais para que bens públicos sejam o primeiro instante da efetivação das políticas públicas de acesso, de dignificação da pessoa humana e ressignificação do desenvolvimento.
A sociedade deve informar-se e participar tendo em vista que são financiamentos, portanto, devem ser pagos. Fundo perdido é apenas uma parcela, mesmo assim é dinheiro de nossos impostos, portanto, tem que ser bem aplicado.
Exige-se a eficiência na destinação, execução e entrega dos bens a sociedade para que não seja apenas mais uma conta a ser paga, mas sem significado de melhoria da qualidade de vida.
É hora de estarmos com os rádios colados ao ouvido, olhos na TV e navegar na web divulgando e fiscalizando todos os atos que precedem a Copa de 2014, para que a lágrima que caiu em 1950, por causa da perda da competição, não venha a se fazer presente, agora por outros motivos: incompetência, improbidade, negligência, entre outros, devido a governos locais fracos, descompromissados e incompetentes.
Hilda Suzana Veiga Settineri

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